Publicado em 8 de Abril de 2004 em Do Miradouro
Nós, portugueses, em vez de nos debruçarmos na análise dos problemas mais graves para o futuro do País e da qualidade de vida das gerações vindouras, somos aliciados para as fofocas da Ota e dos eventuais interesses particulares envolvidos, das ligações da Independente a vários políticos, da regularidade dos diplomas académicos que tem passado, da idoneidade dos seus dirigentes, de um curriculum académico que, como tal, não contém referência a um cargo altamente remunerado durante mais de duas décadas, mas que, estranhamente, fala de prática de ioga e horticultura, e do facto de um senhor ser ou não licenciado.
É de lamentar que se despendam tantas energias com tantas suspeições de importância mínima. É de lamentar que se coloque em dúvida a idoneidade, a honradez, a sinceridade de pessoas que deviam estar acima de qualquer suspeita. Mas, caindo na realidade vigente, há uma explicação muito simples para que isso aconteça: o povo foi-se habituando a não acreditar nos políticos porque estes têm dado motivos para tal, com a sua falta de transparência, arrogância, demonstrações de incompetência que os leva a terem de fazer sucessivos recuos, não cumprimento do prometido, faltas à verdade, etc.
A única forma de evitar dúvidas e suspeitas, parece não consistir na mordaça do povo, mas sim na transparência, na clareza das decisões, na explicação honesta, séria, verdadeira, em palavras simples para que o povo saiba o que se passa e não seja tentado a desconfiar.
A solução está, pois, na mão dos políticos, tornando evidente, com verdade, que são honestos e dedicados ao serviço público a bem da qualidade de vida de todos os portugueses e a preparar um futuro melhor para os vindouros.
O regresso de Seguro
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