As desigualdades agravam-se
(Publicada no Público em 16 de Agosto de 2006)
Embora o partido maioritário discorde da necessidade de emagrecer o Estado e pretenda incrementar os controlos a todos os níveis, mesmo que eles não conduzam à melhoria das condições de vida da comunidade, as desigualdades agravam-se continuamente, sem que haja medidas efectivas para tornar a vida mais justa, moral e equitativa. Há poucos meses o tema das conversa e do correio electrónico era o das reformas milionárias, por vezes acumuladas, pagas pelo Estado. Depois veio o caso dos assessores em quantidades colossais, nomeados por critérios de confiança política, com ordenados inimagináveis em comparação com os dos funcionários mais qualificados, deixando no desemprego licenciados tecnicamente mais competentes, mas sem paternidade política. Há dias surgiu a notícia de que os portugueses mais ricos aumentaram os seus activos de 13% e 2005. Agora aparece a notícia de que os principais bancos lucraram mais de 30% à custa da subida dos juros, dos arredondamentos e do aumento das comissões pelos diversos serviços, onerando os clientes.
Fica no espírito a pergunta se não haverá possibilidade de impedir que os bancos, os hipermercados, e outras grandes empresas exagerem na sua margem de lucro e nos custos dos seus serviços. É que os reformados e os pensionistas (que não sejam políticos) vêem o seu poder de compra a reduzir para valores insuportáveis perante os custos inflacionados dos produtos de primeira necessidade. O descontentamento é enorme, embora não se manifeste de forma «revolucionária», mas deve merecer melhor atenção dos governantes e autarcas porque os regimes democráticos têm vulnerabilidades, não sendo resistentes a vagas profundas da insatisfação popular a longo prazo. Para evitar crises sociais graves, o remédio aconselhado pelo bom senso consiste em prevenir, eliminando as causas reais.
Mensagem de fim de semana
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