(Publicada no Destak em 31 de Janeiro de 2006)
Segundo notícias dos jornais, por decisão parlamentar, tem estado activa uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso da atribuição à empresa Eurominas de «uma indemnização de 12 milhões de euros depois de pareceres jurídicos contrários», do que teria resultado prejuízo para o erário, em benefício da empresa e dos seus advogados. Foi assim considerado pelo Parlamento que a gravidade do caso justificava que este fosse investigado. Ainda segundo os jornais, a empresa estava a ser apoiada por três advogados, com funções importantes na máquina do PS, a nível do Parlamento e do Governo, dispondo de informação privilegiada e de pesada influência. Agora, o partido serve-se da maioria absoluta, para neutralizar a comissão e impedir que as investigações continuem.
O facto de ser parado o trabalho da comissão de inquérito, não é relevante porque nenhuma comissão anterior apresentou resultados que demonstrassem ter havido do seu funcionamento interesse para o país, mas apenas ter sido um passatempo muito interessante para os proventos dos deputados que a constituíam. O que é mais significativo é o facto da imunidade e irresponsabilidade dos políticos e respectivas conivências quando «os depoimentos não correram de feição», acabando por ser tomada posição que tornou impossível «apurar cabalmente a verdade do processo», permitindo «obstruir a verdade», ficando «muita coisa por esclarecer» (as frases entre aspas são dos jornais). E o caso não foi insignificante, dada a importância em que o erário foi lesado.
As «vantagens» das comissões de inquérito ficaram também bem à vista na recusa da Ar aprovar a constituição de uma para apreciar a reestruturação do sector energético, negócio em que estão interessados políticos de diversos partidos. Aqui, o corporativismo político fez aliar vários partidos.
DELITO há dez anos
Há 7 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário