quinta-feira, 25 de março de 2010

PEC e os privilégios intocáveis

Transcrição seguida de nota:

PRIVILÉGIOS INTOCÁVEIS... AINDA O PEC…

Segundo A Magalhães Pinto, Economista, em todo o PEC não há, tanto quanto se sabe até ao momento, uma única palavra, uma única medida, que possa afectar os privilégios intocáveis da Classe política. Por ventura foi propositadamente para que na discussão possam propor e decidir que se baixem os salários dos políticos em 5 ou 10% e com isso aparecerão na TV todos ufanos pelo enorme contributo que estão a dar para reequilibrar as finanças públicas portuguesas.

Mas o problema não se resume a isso. Tenha-se em atenção à quantidade “enorme” e qualidade do pessoal político que existe por aí, quer a nível central quer local, pago pelo suor dos portugueses que trabalham.

Assim, imagine-se que reduzíamos os deputados a metade e que se estes trabalhassem 40 horas por semana, poder-se-ia considerar para o efeito um salário mensal da ordem dos 6.800,00€, 14 meses por ano.

Se isso se desse, a economia para as finanças públicas seria de mais de 10 milhões de euros. Cerca de um décimo do que o estado pretende economizar com as medidas na função pública. Ainda segundo ele “ e, para fecharmos com chave de ouro, imagine-se que com tanta gente “graduada” lá dentro, a Assembleia ainda tem que recorrer a trabalhos especializados feitos fora dela, com o que se gastam 3.593.304 euros. Como o dinheiro é barato para a AR! Fala o PEC de alguma coisa relacionada com isto? Não. É privilégio intocável,”

Mas se, para além da Assembleia da República, multiplicássemos estas medidas pelas centenas de câmaras municipais e pelos milhares de juntas de freguesia que temos verificaríamos, ainda, melhores resultados.

O articulista a finalizar diz: “Peço respeitosamente que me perdoem, senhores governantes e demais políticos, mas Vossas Excelências deviam ter vergonha daquilo que dizem e fazem. Sem se debruçarem em primeiro lugar sobre o que se passa no vosso mundo, Vossas Excelências deviam ter pejo no nosso. Com atitudes destas não merecem um cêntimo de respeito por parte dos humildes, abnegados e cumpridores cidadãos portugueses que trabalham de sol a sol para que V. Exas. possam ser donos de privilégios intocáveis, como estes, mais medievais do que actuais”

Vida Económica, 12 de Março de 2010

Publicado por Luís em A Tulha do Atílio em 24-03-10

NOTA: Sejamos objectivos. Os salários e as regalias dos políticos não podem baixar. São realmente intocáveis. E têm tendência para subir. A razão é que eles agem como um bando de malfeitores, com cumplicidades e conivências, em permanente troca de favores e, se as comadres se zangam ficam a saber-se muitas verdades. O Paulo Rangel disse no Verão passado na «universidade de Verão» do PSD em Castelo de Vide, que na política não tem lugar a ÉTICA. Segundo ele, citando Maquiavel, política e ética não se casam, não são miscíveis.

E são todos iguais, porque não podem zangar os outros! Repare-se que na aprovação por unanimidade da lei de financiamento dos partidos, felizmente vetada pelo PR, Todos concordaram. São verdadeiramente intocáveis até que...

Governo recua

O Governo recuou nas pensões, deixando cair o "congelamento nominal" descrito no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). Agora, admite proceder a actualizações anuais das pensões mínimas de 900 mil reformados e dos 260 mil pensionistas dos regimes não contributivos.

Temos que admitir que emendar um erro é meritório, mas maior seria o mérito se o erro tivesse sido evitado. Há uma insensatez, incompetência e incapacidade notória da parte dos governantes. Nem com centenas de assessores no Governo conseguem evitar tais dislates que retiram credibilidade e minam a confiança e o respeito que deviam inspirar no espírito dos cidadãos. Deviam seguir a metodologia exposta em «Pensar entes de Decidir».

Outra notícia que mina a confiança e o respeito que se deveria ter aos governantes é a que diz que «Fundação que gere Magalhães foi proposta pelo Governo, ao contrário do que disse Mário Lino». Será mesmo verdade que o ex-ministro mentiu ao país? Talvez não tenha mentido pois, se o tivesse feito, não seria agora indigitado «para chairman da Cimpor»! Ou este será um prémio por ter tido aquela cumplicidade com o Poder? Às vezes parece que agem como os bandos de marginais que se encobrem mutuamente numa conivência encobridora e cúmplice de delinquências.

Também, ontem uma notícia dizia que «Governo admite privatização da RTP mas só quando der lucros», mas depois apareceu outra a dizer que «Governo nega intenção de privatizar RTP». Talvez não sejam indícios de campanha negra para assassinatos políticos, por que não se trata de uma contradição ocasional! O certo é que somos levados a não acreditar em dada que venha da boca dos políticos, embora se admita que haja entre eles eventuais excepções.

Encadeada no raciocínio a que estas noticias podem conduzir aparece uma outra «Portugal precisa “de quem puxe pelo país”, diz Sócrates em Marrocos» que faz lembrar a justificação de António Guterres quando saiu do poder para que alguém viesse salvar Portugal de submergir no pântano. Agora o próprio primeiro-ministro também reconhece que se precisa de alguém com dedicação ao País, capacidade e competência para puxar por Portugal e gerir da forma mais adequada e sensata os recursos existentes (incluindo os pareceres de cidadãos bem pensantes e elucidados sem dependência partidária) para tornar os cidadãos mais confiantes e esperançosos num futuro melhor do que o presente que nos tem sido preparado e quase nos está a estrangular.

Serenidade e sensatez próprias de um líder

Transcrevo o seguinte texto, porque, não sendo adepto do PSD (nem de qualquer partido) nem conhecer o Dr. Pedro Passos Coelho, penso sempre, acima de tudo, nos interesses de Portugal, de todos os cidadãos portugueses, e vejo este candidato, de entre todos, o menos viciado nas manhas da baixa política que, durante as últimas décadas, tanto nos têm preocupado e lesado.

Sereno e sensato, fiel aos seus princípios, mantendo-se acima das baixas discussões de «assinaturas» e outros pormenores de curto prazo e baixa cotação a nível nacional, dá mais garantias de vir a ser um líder que utilize a bússola e dê uma guinada no leme para levar o País ao bom rumo, em benefício das próximas gerações.

Os portugueses necessitam de um líder que os saiba conduzir para objectivos sensatos, isto é, ajustados às realidade do País e que estejam no ponto mais alto das capacidades de realização, tirando o máximo proveito de todos os recursos nacionais.

Este artigo aqui transcrito vem complementar o testemunho deixado pelo texto de Zita Seabra referido no post Argumentos bem fundamentados.


Quem tem medo de Pedro Passos Coelho?
Destak, 23- 03-2010. Luisa Castel-Branco

As eleições para o próximo presidente do PSD transcendem o partido porque conjugam as esperanças mesmo de muitos que nunca foram simpatizantes do partido. Portugal vive uma crise sem precedentes e necessita desesperadamente não de um salvador mas sim de alguém com ética e honestidade, com sentido de responsabilidade e uma visão de futuro.

Aliás, foi assim que o Sócrates ganhou as eleições. Uma boa parte dos portugueses acreditaram nele e na mudança prometida. Infelizmente, fomos enganados.

Eu acredito em Pedro Passos Coelho. Não porque sou amiga dele há mais de 25 anos. Não confundo amizade com o futuro dos meus filhos e da minha neta, do meu país. Apoio-o porque ao longo destes anos todos o vi manter-se fiel aos seus princípios. Aguentar as críticas que lhe eram feitas sem resvalar para as lutas baixas.

No último pseudo-congresso, feito unicamente para dar espaço aos recém-chegados candidatos, o meu amigo Pedro fez uma afirmação que interessou a muita gente deixar passar despercebida.

Quando terminou os seus mandatos como deputado e vice-presidente da bancada do PSD, Passos Coelho rejeitou a reforma dourada a que tinha direito por considerar indigna face aos outros portugueses, embora até os deputados do PCP a recebam. Fê-lo porque não precisava do dinheiro? Não, bem pelo contrário! Tinha filhas a sustentar e tirou o curso de economia sempre a trabalhar.

Em vésperas de eleições, Ferreira Leite, responsável juntamente com toda a sua Direcção pela falta total de oposição ao PS (não nos tomem por estúpidos, temos boa memória: Paulo Rangel e Aguiar Branco também lá estavam) afirmou há dias numa entrevista: “esperar que o próximo líder do PSD ganhasse não pela aparência física mas pelas ideias”.

Palavras para quê? É isto o PSD de hoje. É isto que temos de mudar a bem de todos.

Propaganda duvidosa???

Cada um tem as suas crenças e ninguém tem o direito de lhe querer mal por isso, mas não é justo que se tente convencer os outros de coisas que vão contra a
a verdade, a lógica e os factos.

Segundo notícia do Público (faça clic para a abrir), Francisco Assis, líder parlamentar do PS, afirmou em Braga, no encerramento do Fórum Novas Fronteiras, “se olharmos para todos os outros governos, temos que concluir que fomos mais longe, fomos melhores e tivemos uma política com mais sucesso”.

Acreditarão os portugueses nesta frase de Francisco Assis? Do que me tem sido dado observar na opinião generalizada, isso só poderá ser verdade para os políticos que enriqueceram de forma ilegítima, à velocidade de um relâmpago, com apoio ilimitado aos boys coniventes, como assessores, como entachados em organismos do Estado e em empresas onde há capital público, como empresários beneficiados pelo tráfico de influências, etc, etc. As notícias têm sido convergentes no sentido contrário ao da afirmação do senhor deputado.

O desejável e o real

Para serem tomadas decisões eficazes, bem ajustadas às realidades, para dar solução aos problemas, nomeadamente, quando estes são complexos, com efeitos determinantes nas vidas de outros, é preciso ter os pés bem assentes no chão, ajustando o real ao desejável. Isto é, tem que se «pensar antes de decidir», tem que se medir as palavras para que valham mais do que o silêncio.

Há um mês, o Sr. PM disse, veio nos jornais, «confio muito em mim», o que embora ele o dissesse, não o aponta como um líder, pois este é a pessoa em quem os outros confiam, de tal forma que são capazes de o seguir, sem hesitações, correndo os maiores perigos e enfrentando o sacrifício máximo. Isto seria desejável, mas a realidade, o que as suas palavras traduziram não passou de um sentimento de debilidade, de uma tentação de se gabar hedonisticamente.

Agora, em entrevista publicada no Jornal de Notícias afirmou que a «Comissão de inquérito só serve para me atacar». Mais uma declaração de fragilidade: considera-se atacado, vítima de ‘bullying’. Certamente, algumas razões existirão para isso, mas o desejável seria que houvesse motivos para se regozijar de os portugueses o elogiarem, por verem nele um líder, terem por ele admiração, apreço, respeito, e vontade de o defender perante eventuais críticas ácidas.

Como homem público e responsável político, o seu real valor não assenta naquilo que diz de si próprio mas naquilo que os portugueses pensam e dizem acerca das suas decisões e actos governativos.

METAmorfose, TIREmorfose

Na Natureza tudo o que está mais ou menos independente da influência humana, normalmente agressiva para o ambiente, desenvolve-se segundo regras bem definidas, previsíveis desde os animais mais rudimentares que passam por metamorfoses até aos mais volumosos que têm um crescimento progressivo sem roturas visíveis. É um sinal de harmonia cósmica, do sistema causa e efeito.

Mas o homem, por falta de concentração, constância e coerência, ou por falsas intelectualidades que geram o desafio da inovação, da invencionice, da ostentação e visibilidade, foge ao que é natural, ao lógico , e cai muitas vezes, mais do que as desculpáveis, no pára e arranca, no avança e recua, o mete e tira. E isto acontece frequentemente com características patológicas. E a seguir à METAmorfose vem a TIREmorfose.

Há vários sintomas desta doença com aspectos de epidémica

O PSD fez um congresso em Mafra a que se deslocaram muitos militantes, para passar um fim-de-semana diferente, encontrar uns amigos que já não viam há muito, dar dois dedos de conversa para a direita e para a esquerda (na fila de cadeiras!) e pouco mais nestes momentos de «política de recreio». E, como bons portugueses, ao ser-lhes apresentada uma proposta cerceadora da liberdade de opinião e de expressão para ser votada nem pensaram de que se tratava e se deviam aprovar ou reprovar ou abster-se e o resultado foi «aprovado por unanimidade».

Mas como a moda é o mete e tira, no dia seguinte, alguns desses votantes afirmaram publicamente que uma das cláusulas tem que ser retirada na primeira oportunidade, que será um congresso em meados do próximo mês. Nessa data será de esperar que seja retirada por unanimidade, atendendo à capacidade de raciocínio e avaliação de um texto evidenciados em Mafra!

Outro caso relaciona-se com a promulgação pelo Presidente da República das alterações à Lei das Finanças Regionais aprovadas em Fevereiro pelo Parlamento. A aprovação em 5 de Fevereiro contou com 127 votos favoráveis - das bancadas do PSD, CDS, Bloco de Esquerda, PCP, Verdes e o deputado socialista Luís Miguel França, eleito pela Madeira - e teve 87 votos contra, da bancada do PS. Este, nesse mesmo dia, anunciou que iria pedir a fiscalização preventiva do diploma junto do Tribunal Constitucional. Porém, para não fugir à estratégia do ‘avança e recua’, o PS congratulou-se com a promulgação pelo PR. Parece que não eram muito consistentes, nem com sólido sentido de Estado as razões que levaram ao voto contra de 5 de Fevereiro.

Vai longe a guerra que desviou as atenções dos portugueses dos importantes problemas sociais e económicos, para a localização do Novo Aeroporto de Lisboa, acabando por o Governo ter desistido dos «fortes» argumentos favoráveia à localização na Ota.

Mas, nestas coisas do ‘pára e arranca’ não é preciso recuar terminar rapidamente o processo de revisão daquele diploma. Ficamos sem saber ao binómio Ota-Alcochete, por diariamente aparecem casos. Por exemplo, o Ministério da Educação, para fazer algo, decidiu unilaterlmente, introduzir alterações no Estatuto da Carreira Docente, mas como estas foram muito contestadas pelos sindicatos de professores, acabou por retirá-las com o argumento de assim terminar rapidamente o processo de revisão daquele diploma.

Em todos estes casos aplica-se a boa norma de Pensar antes de decidir.Com estes erros perde-se a confiança que se deve inspirar nos cidadãos e gastam-se recursos valiosos, um dos quais o tempo que é irrecuperável.

Para salvar a Pátria

Transcrição:

Estou farto de salvar a Pátria
Texto de Henrique Monteiro, Director do "Expresso", publicado na edição do Expresso de 13 de Março de 2010

Quando comecei a trabalhar, a pátria precisava de ser salva dos desvarios do PREC e por isso pagámos mais impostos. Depois, nos anos 80, houve um choque petrolífero, salvo erro, e tivemos de voltar a salvar a pátria. Veio o FMI, ficámos sem um mês de salário e pagámos mais impostos. Mais tarde, nos anos 90, houve mais uns problemas e lá voltámos a pagar mais, para a pátria não se afundar. Por alturas do Governo de Guterres fui declarado 'rico' e perdi benefícios fiscais que eram, até então, universais, como o abono de família. Nessa altura, escrevi uma crónica a dizer que estava a ficar pobre de ser 'rico'... Depois, veio o Governo de Durão Barroso, com a drª Manuela Ferreira Leite, e lembraram-se de algo novo para salvar a pátria: aumentar os impostos! Seguiu-se o engº Sócrates, também depois de uma bem-sucedida campanha (como a do dr. Barroso) a dizer que não aumentaria os impostos. Mas, compungido e triste e, claro, para salvar a pátria, aumentou-os! Depois de uma grande vitória que os ministros todos comemoraram, por conseguirem reequilibrar o défice do Estado, o engº Sócrates vê-se obrigado a salvar a pátria e eu volto a ser requisitado para abrir mão de mais benefícios (reforma, prestações sociais, etc.), e - de uma forma inovadora - pagando mais impostos.

Enquanto a pátria era salva, taxando 'ricos' como eu (e muitos outros, inclusive verdadeiros pobres), os governantes decidiram gastar dinheiro. Por exemplo, dar aos jovens subsídios de renda... por serem jovens; ou rendimento mínimo a uma pessoa, pelo facto de ela existir (ainda que seja proprietária de imóveis); ou obrigar uma escola pública a aguentar meliantes; ou a ajudar agricultores que se recusam a fazer seguros, quando há mau tempo; ou a pedir pareceres para o Estado, pagos a peso de ouro, a consultores, em vez de os pedir aos serviços; ou a dar benefícios a empresas que depois se mudam para a Bulgária; ou a fazer propaganda e marketing do Governo; ou a permitir que a Justiça seja catastrófica; ou a duplicar serviços do Estado em fundações e institutos onde os dirigentes (boys) ganham mais do que alguma vez pensaram.

E nós lá vamos salvar o Estado, pagando mais. Embora todos percebamos que salvar o Estado é acabar com o desperdício, o despesismo, a inutilidade que grassa no Estado. Numa palavra, cortar despesa e não - como mais uma vez é feito - aumentar as receitas à nossa custa.
Neste aspecto, Sócrates fez o caminho mais simples. Fez exactamente o contrário do que disse, mas também a isso já nos habituámos. Exigiu-nos que pagássemos o défice que ele, e outros antes dele, nunca tiveram a coragem de resolver.

Texto recebido por e-mail de Maria João F

NOTA: Mas há muitos, das simpatias dos detentores do Poder, que ganham «pipas de massa», que recebem prémios sem se saber porquê, que recebem indemnizações por se despedirem em vez de pagarem penalizações por falta de resultados e por poucas vergonhas. E há também deputados e assessores em quantidade exagerada. E há ricos a ver perdoadas dívidas fiscais, e a continuarem a usar ‘off-shores’ para fuga aos impostos, etc, etc. É muito difícil ser obrigado a apertar o cinto para salvar a Pátria colocada em perigo por tais ricos.

Gestores públicos com prémios chocantes

Segundo o Jornal de Notícias de hoje, o presidente do conselho de administração da Sonae SGPS, à margem da apresentação de resultados do grupo, considerou "absolutamente chocantes" os "abusos importantes" na atribuição de prémios aos gestores de algumas empresas públicas, e defendeu ser "preciso corrigir isso".

Segundo Paulo Azevedo, "não são claros os processos de nomeação, não é claro o mérito" e esta situação arrisca-se a "dar mau nome à actividade de administrador".

O Correio da Manhã noticia hoje que Rui Pedro Soares, ex-administrador executivo da PT e não executivo do Taguspark, é suspeito da prática do crime de corrupção passiva no caso do contrato celebrado entre Luís Figo e o Taguspark, no início de Agosto de 2009.

Ao que o CM apurou, a investigação tem recolhido indícios que apontam para uma forte suspeita: o contrato com o ex-futebolista terá tido como contrapartida o apoio a José Sócrates e ao PS na campanha eleitoral para as legislativas de 2009.

Acerca deste administrador e de José Penedos da REN ver ao crónica do Jornal de Notícias de ontem Fome & fartura. Mas há muitos outros casos escandalosos, que circulam diariamente por e-mail.

É pena que não se moralize o sistema remuneratório seguindo as palavras de Paulo Azevedo, tornando claros, transparentes, os processos de nomeação, exigindo mérito e capacidades nos concursos de admissão, definindo claramente as funções e, em face delas, efectuar uma rigorosa avaliação do desempenho. Sem isto, se continuar esta situação, arrisca-se o descrédito público, o mau nome da actividade de administrador e dos que a desempenham. Para isso já bastam os políticos.

Estudantes premiados

Toda a gente se queixa da degradação social, da violência nas escolas, na superficialidade dos jovens, mas há poucos gestos positivos de enfatizar os casos de valor de mérito que podem servir de exemplo e estímulo. À semelhança do que aqui tem sido feito em outros casos exemplares, não se perde a oportunidade de exaltar este.

Notícia do Correio da Manhã fala dos três melhores alunos de 2009 do ensino secundário que foram premiados pela ministra da Educação, Isabel Alçada, na Academia das Ciências de Lisboa cabendo a cada prémio cinco mil euros.

Foram premiados:
-Lígia Santos com o prémio Pedro Nunes, melhor a Matemática,
-Teresa Neves com o prémio Padre António Vieira, melhor em Português,
-Pedro Espírito Santo com o prémio Alexandre Herculano, melhor em História.

Tiveram todos 20 valores nas disciplina em que foram premiados e também conseguiram 20 na média final do Secundário.

Segundo as declarações de cada um ao jornal, o segredo do seu êxito resulta de atenção nas aulas e apoio próximo de pais e professores. Foram unânimes em que essa é a receita para o sucesso na escola. Não sendo necessário ser «marrão» e privar-se do convívio com os amigos e das distracções próprias da idade

Circo para animar a malta !!!

Transcreve-se o seguinte artigo, por constituir um retrato trágico da injustiça social reinante. Note-se que 1, 533 milhões de euros são cerca de 3.500 salários mínimos nacionais e que 243.750 euros correspondem a cerca de 550 salários mínimos nacionais e 27.000 euros por mês são cerca de 60 salário mínimos por mês!!! Que tal!!! Batam… palmas.

Fome & fartura
Jornal de Npotícias. 17-03-2010.

Por Manuel António Pina
Nestes dias de (diz-se) crise, e em que nunca como hoje um Governo conjugou tantas vezes o verbo diminuir (diminuir o Rendimento Mínimo, diminuir o subsídio desemprego, diminuir o Complemento Solidário para Idosos, diminuir os apoios aos deficientes, diminuir as pensões, diminuir os salários, diminuir as deduções com a saúde e educação...), é reconfortante saber que alguma coisa cresce, e não apenas a revolta e os lucros da banca e das "empresas do regime".

Congratulemo-nos, pois, por os gestores da PT terem, em 2009, recebido 7 milhões em salários e "prémios" e por, desses 7 milhões, 1,533 terem cabido ao meritório "boy" Rui Pedro Soares (que bem os mereceu pelo esforço com que se terá dedicado a levar a TVI ao bom caminho). E por também a REN ter contemplado outro dos arguidos da "Face oculta", José Penedos, com 243 750 euros de "bónus", mais um salário de quase 27 mil euros por mês, o que dá qualquer coisa como meio milhão e picos. Com efeito, como profetizou há meio século Cesariny, "afinal o que importa não é haver gente com fome/porque assim como assim ainda há muita gente que come".

Lisboa oculta

Há quem diga para fins turísticos que a beleza de Lisboa reside nas encostas e na vista que oferece a quem dela se aproxima pelo rio, nomeadamente nos cruzeiros que a visitam, com muita frequência.

Mas se as entidades responsáveis pelo turismo têm essa opinião, as outras ligadas a empresas de construção com boas relações com o Governo não se importam de ocultar a face da cidade, por detrás de uma muralha de contentores.

Repare-se bem na fotografia e leia-se a notícia que se abre fazendo clic no seguinte título «PS quer evitar "coligação negativa" no caso dos contentores». Afinal Jorge Coelho continua a ter muito poder, talvez agora, ainda mais!!!

Pais educadores e alunos

Depois de ter aparecido em público de forma chocante a violência e indisciplina nas escolas aqui reflectida em alguns posts (Valores éticos são pilares da sociedade, Ressuscitar os valores éticos, Futuros cidadãos no Portugal de amanhã, Professores educadores), vale a pena referir a notícia do JN de hoje «Professor do ano diz que "pais, às vezes, demarcam-se das suas funções"».

Nela é divulgado que o professor de Física Alexandre Costa de 45 anos, docente há duas décadas, recebeu hoje o Prémio Nacional de Professores, numa cerimónia realizada na Universidade de Évora e presidida pela ministra da Educação, Isabel Alçada.

No seu discurso fez várias afirmações que merecem ser meditadas e aplicadas na prática.
"Os meus alunos e eu temos uma relação de grande empatia no trabalho, mas não é de amizade. Não sou amigo no sentido em que eles são amigos dos seus colegas adolescentes. Sou tão amigo quanto um pai ou um educador pode ser", afiançou.

Confessou manter uma relação de "grande empatia", mas não de amizade, com os alunos e defendeu que pais e docentes não se devem demitir das suas funções educativas.

Considera importante que estes papéis não se confundam e que pais e encarregados de educação não se demitam do papel que têm como educadores.

"A educação não se pode isolar da sociedade", alertou, sustentando que um dos "maiores problemas" actuais, neste âmbito, é a existência de "uma certa demissão das pessoas" relativamente ao que são "as suas funções".

"Os pais, às vezes, demarcam-se de ser pais e da sua responsabilidade na educação, transferindo isso para a escola" e, noutros casos, é o professor que "está mais preocupado em ser amigo dos alunos do que em ser seu professor".

"Há um contexto social no seu todo que leva a que, neste momento, o ensino tenha algumas deficiências".

Este cenário, defendeu, só se ultrapassa através da "educação da própria sociedade" e da "redescoberta" do que é "ser pai, professor ou aluno" e das "regras básicas de convivência entre as pessoas".

Lei da rolha convida ao voto em branco?

Com o unanimismo e a acefalia exigida por esta norma do PSD a todas as pessoas pensantes do partido, e com a votação, que não esquece, da lei de financiamento dos partidos, vê-se que os políticos, salvo eventuais excepções, não se preocupam com o país mas sim com os partidos e, acima deles, com a imagem intocável do seu líder. Para isso, não há por onde escolher, e estão a merecer o voto em branco, porque eles próprios dizem que os outros não são melhores.

O caso é tão chocante que deu oportunidade a quatro cronistas do Correio da Manhã, tão acusados pelo PS de serem demasiado críticos do governo, de certamente por iniciativa própria, terem escolhido o tema para as crónicas de hoje , mostrando a sua preocupação de independência e isenção e equidistância.

A sombra dos medíocres
Correio da Manhã. 15 Março 2010, por Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto

A fechar um congresso que projectou uma imagem de vitalidade do PSD para o País os sociais-democratas borraram a pintura. O que vale um partido obcecado com o autoritarismo de Sócrates quando aprova para os seus próprios estatutos uma abjecta restrição aos mais elementares valores da política e da liberdade de expressão? Um partido que se consola com uma lei da rolha para dormir mais descansado, para embalar no sono celestial do unanimismo e aceita portar-se como uma manada acéfala, não merece a confiança dos portugueses.

Impor o silêncio e a sanção como castigo aos prevaricadores tem uma lógica puramente inquisitorial. É a sombra dos medíocres que se abate sobre o PSD, empurrando-o para o espaço do fanatismo, de um holiganismo político que tem da vida e da sociedade uma visão insuportavelmente maniqueísta. É assumir, de vez, que os partidos não servem para discutir ideias e projectos de sociedade, mas meramente apoiar homens providenciais que hão-de levar-nos a todos a um qualquer paraíso. Há, na verdade, gente que tem da política essa concepção e pulula por aí. Só servem para reproduzir os argumentários limitados que lhes servem. Têm a mentalidade dos No Name Boys, dos Super Dragões e da Juve Leo. Mas não é com gente assim, com as leis da rolha deles e partidos destes, que vamos a algum lado decente.

A asfixia democrática
Correio da Manhã. 15 Março 2010, por António Ribeiro Ferreira, jornalista

O congresso do PSD acabou da pior maneira possível. O partido de Sá Carneiro e das liberdades revelou ontem ao País que se encontra num estado lamentável. Depois de uma boa discussão política dominada pelos ex-presidentes Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e Santana Lopes, o congresso aprovou uma alteração estatutária que pune até à expulsão quem criticar a direcção 60 dias antes de um acto eleitoral.

Esta norma asfixiante não só mostra que o partido de Cavaco Silva perdeu a cabeça e os princípios como revela que o próximo líder será com certeza um homem fraco que não consegue resistir à mínima brisa. O PSD da liberdade de expressão, da verdade e da democracia deixou de existir ontem à tarde em Mafra. Agora é um grupo desesperado e sem Norte à procura de uma qualquer bóia que o salve da morte.

Laranja azeda
Correio da Manhã. 15 Março 2010, Por Joana Amaral Dias

Que fracasso. Em Mafra, não surgiram novos candidatos, como muitos ansiavam. Perderam-se aspirantes. Já Marcelo Rebelo de Sousa mostrou como nenhum deles está à altura. Em Mafra, pretendia-se alterar estatutos. Mas não se tocou na eleição do líder. Sem discussão de moções políticas, as suas ideias terão que ser aceites. E ponto final.
Em Mafra, defendia-se um debate aberto. Mas aprovaram--se sanções para os críticos da direcção. Enfim, tentou-se resolver os ataques às lideranças criando um problema ainda maior. Que mostrou que as preocupações do PSD sobre a "asfixia democrática" e sobre a liberdade de expressão (na Comissão de Ética) são apenas circunstanciais. Para uso externo. Em Mafra, os candidatos aceitaram este "cheira a salazarismo". Cá fora, demarcaram-se. Muito revelador. Oxalá nenhum chegue a primeiro-ministro.

Congresso da rolha
Correio da Manhã. 15 Março 2010, por Carlos de Abreu Amorim

O Congresso falhou o objectivo de quebrar Passos Coelho. Também, a ideia de ouvir as bases não prevaleceu: as vozes audíveis foram as dos ex-presidentes, as de alguns (ditos) notáveis e as dos candidatos a líderes.

Aguiar Branco não levou claque e perdeu nos valores do ‘palmómetro’.

Rangel empolgou à tarde mas decaiu à noite – insiste em proclamar fins sem mostrar como lá chegar.

Passos Coelho quase derrapou na ‘gafe’ com Jardim mas recuperou no último discurso: a proposta de adiamento do PEC foi o facto político mais relevante do Congresso.

Marcelo dissipou-se no esforço de querer condicionar o futuro líder.

O pior aconteceu no final: a santanista ‘Lei da Rolha’, para além de um disparate político, é uma agressão à tradição de liberdade do PSD e uma prenda que o PS não merecia.

A verdade fere más consciências


O Público de hoje traz a notícia do desaparecimento da câmara do processo de reconstrução de um prédio.

Para saber da localização do prédio e das pessoas e circunstâncias com ele relacionadas, faça clique aqui. O único comentário que faço é que se preste atenção às dúvidas e interrogações contidas no texto e que este assunto estranho vem mostrar o pouco respeito existente pela verdade e pelos valores éticos e cívicos referidos nos seguintes posts aqui colocados recentemente:
Valores éticos são pilares da sociedade, Ressuscitar os valores éticos, A Luz faz doer os olhos a alguns políticos, Falar verdade pode ser chocante, Nos EUA os políticos estão sujeitos à lei geral.

Valores éticos são pilares da sociedade

Começa a levantar-se um coro bem audível em defesa do ressurgimento do respeito pelos valores morais e éticos e, neste espaço foram publicados entre outros, recentemente o post Ressuscitar os valores éticos e, em relação á indisciplina e violência nas escolas, os Futuros cidadãos no Portugal de amanhã e Professores educadores.

Hoje, António Freitas Cruz publicou no Jornal de Notícias ao seguinte crónica que se transcreve na íntegra

Crise, sim: de valores

É porventura a palavra que mais anda na boca dos portugueses: crise disto e crise daquilo. Ora, crise há, sim, mas é de valores e de princípios - valores e princípios que, entre sorrisinhos, são associados ao conservadorismo de quem os invoca.
Mas princípios e valores que consubstanciam justamente o que nos falta hoje.
Por exemplo, a verdade.
Mente-se muito nos nossos dias. Sem pudor. Vergonhosamente. Descaradamente. Não se trata da pequena aldrabice de feira. Muito menos da mentira piedosa disfarçada de boa acção.
Não! Do que se trata é da mentira objectiva, destinada a obter um efeito desejado por meios desonestos. Meios ilícitos que se chamam fraude.
Dar exemplos é, infelizmente, a tarefa mais fácil deste tempo no espectáculo diário da mentira. Daí, de modo irresponsável e grotesco, a destruição da credibilidade das pessoas e das instituições, cuja principal obrigação é falar verdade - sejam quais forem as consequências.
Duas pequenas, mas expressivas, ilustrações.
Há menos de seis meses, tudo estava bem na economia, para Portugal eram boas as notícias: os portugueses foram a votos sem saberem que, pelo contrário, tudo estava mal e só havia más notícias.
Vem agora o Programa de (duvidosa) Estabilidade e (inexistente) Crescimento e todos os dias nos dizem que os impostos não aumentam. Mas vamos pagar mais.
É indispensável? No ponto a que nos conduziram, parece que sim. Então, porque mentem?

Pedido de esclarecimento

Transcreve-se esta carta de pedido de informação dirigida ás mais altas entidades do Estado depois de o autor, Sr Coronel Matos Guerra ter autorizado a divulgação. O autor aguarda resposta que considera de elevado interesse.

Assunto: Pedido de informação.

Exmo Senhor

Por que isto do "diz-se" e "consta" é muito sério, na medida em que se pode caluniar quem o não merece, e por que o velho aforismo do "caluniai, caluniai que sempre fica algo" é uma realidade insofismável, antes de fazer qualquer juízo de valor, não só por quem executa mas, muito especialmente, por quem, tendo o poder de tal interditar, o consente, agradeço me mande esclarecer sobre estes 2 pontos que passo a enumerar:

1. É verdade que o sr Rui Pedro Soares após ter renunciado ao cargo de administrador da PT, além de ficar com um lugar de director, tem direito a uma indemnização de 600.000 € ?

2. É verdade que o sr José Penedos tem direito a receber (ou já recebeu) da REN uma indemnização de 244.000 € ?

Peço desculpa pelo tempo tomado e pelos inconvenientes levantados, mas sabe, isto de um reformado militar que passou vários anos em comissões em África ao serviço do País, com todas as respectivas consequências nomeadamente no âmbito da saúde, e vê nos seus impostos (IRS) ser absurdamente diminuída a dedução específica da sua pensão (que não se encontra indexada ao vencimento do activo, como, sucede, pelo menos em 2 profissões) com respaldo em falacioso argumento de equidade com o pessoal ao serviço, não se sente rigorosamente nada agradado com semelhante situação, para não referir, o vómito que lhe causa, os prémios e não só, autorizados em empresas públicas, comparados com o congelamento de pensões obtidas por anos de trabalho e comprovada dedicação à causa pública e à Nação.

Com os melhores cumprimentos

Eduardo Matos Guerra - Coronel de Cavalaria ( reformado )

NOTA: Para possível alívio do Sr coronel, transcrevo um pensamento do Padre António Vieira:
"Se serviste a Pátria e ela te foi ingrata, tu fizeste o que devias, ela o que costuma."
E, para compreender que os cidadãos não são todos iguais, sugiro uma visita aos posts (para os abris basta fazer clic nos títulos seguintes): Amizade ou honra e dignidade, As peias do legalismo, Carreira dos políticos, Nos EUA os políticos estão sujeitos à lei geral, Ressuscitar os valores éticos.

Imagem da Internet.

domingo, 14 de março de 2010

Professores educadores

Há pessoas muito atentas, com bons arquivos e com bom sentido das oportunidades. Depois dos suicídios de um aluno em Mirandela e de um professor em Rio de Moura, o problema da indisciplina nas escolas veio à conversa.

No jornal de Notícias a notícia «Professores não sabem lidar com indisciplina» mostra que a gestão de conflitos nas aulas está nas mãos do docente e que há cada vez mais professores a procurar formação para aprender a lidar com a indisciplina.

Assiste-se a uma "mudança social no relacionamento das pessoas". Perdeu-se a solidariedade e a empatia, a comunicação na sala de aula complicou-se. Nem sempre é assertiva e positiva como deveria ser. No entanto a estrutura escolar não funciona devidamente e «a gestão da disciplina na sala de aulas está nas mãos de quem ensina».

Mas o que queria salientar é a oportunidade com que me foi enviado o seguinte texto, já conhecido de há muito, mas que com interesse:

Educadores mais do que professores – Duas histórias

1ª história

Num liceu no Porto estava a acontecer uma coisa muito fora do comum. Um "bando" de miúdas andava a pôr batom nos lábios, todos os dias, e para remover o excesso beijavam o espelho da casa de banho.

O Conselho Executivo andava bastante preocupado, porque a funcionária da limpeza tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao fim do dia e, no dia seguinte, lá estavam outra vez as marcas de batom.

Um dia, um professor juntou as miúdas e a funcionária na casa de banho e explicou que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam e, para demonstrar a dificuldade, pediu à empregada para mostrar como é que ela fazia para limpar o espelho.

A empregada pegou numa "esfregona", molhou-a na sanita e passou-a repetidamente no espelho até as marcas desaparecerem.

Nunca mais houve marcas no espelho...

2ª história

Numa dada noite, três estudantes universitários beberam até altas horas e não estudaram para o teste do dia seguinte.

Na manhã seguinte, desenharam um plano para se safarem. Sujaram-se da pior maneira possível, com cinza, areia e lixo. Então, foram ter com o professor da cadeira e disseram que tinham ido a um casamento na noite anterior e no seu regresso um pneu do carro que conduziam rebentou. Tiveram que empurrar o carro todo o caminho e portanto não estavam em condições de fazer aquele teste.

O professor, que era uma pessoa justa, disse-lhes que fariam um teste-substituição dentro de três dias, e que para esse não havia desculpas. Eles afirmaram que isso não seria problema e que estariam preparados.

No terceiro dia, apresentaram-se para o teste e o professor disse-lhes com ar compenetrado que, como aquele era um teste sob condições especiais, os três teriam que o fazer em salas diferentes. Os três, dado que tinham estudado bem e estavam preparados, concordaram de imediato.

O teste tinha 6 perguntas e a cotação de 20 valores.

Q .1. Escreva o seu nome ----- ( 0.5 valores). Q.2. Escreva o nome da noiva e do noivo do casamento a que foste há quatro dias atràs ---(5 valores ). Q.3. Que tipo de carro conduziam cujo pneu rebentou.--( 5 valores). Q.4. Qual das 4 rodas rebentou ------- ( 5 valores ). Q.5. Qual era a marca da roda que rebentou ---- (2 valores). Q.6. Quem ia a conduzir? ------ (2.5 valores).

Há professores e educadores...

Geração com menos de 40

Ao longo de mais de 40 meses de existência, este blogue tem abordado, por várias vezes, casos de sucesso de jovens em vários sectores da vida prática, aproveitando para estimular toda a juventude para a sua valorização pessoal, a aprendizagem da gestão dos recursos à sua disposição (a vida, o tempo, o saber, e algumas «ferramentas» e matérias primas) com vista à felicidade própria e ao desenvolvimento da sociedade, quer nacional quer global.

Costumo dizer que é lógico que um septuagenário não se sinta muito interessado em preservar e melhorar o ambiente, porque poucos anos poderá beneficiar de qualquer melhoria que venha a ser obtida. Mas, pelo contrário, um jovem tem todos os motivos para preparar o ambiente, as tecnologias, o relacionamento entre as pessoas, a justiça social, a gestão dos recursos próprios e nacionais, o desenvolvimento do País, porque isso irá condicionar toda a sua vida que espera venha durar muitos anos.

Por estas razões, não podia deixar de aqui focar a notícia «Sucessos da geração com menos de 40» que se refere à conferência "Portugal abaixo dos Quarenta - Sonhando uma história com futuro", organizada pelo Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), da Companhia de Jesus, em Lisboa, e a que vão assistir mais de 700 pessoas.

Apesar de a iniciativa ser organizada pelos jesuítas, "não é uma conferência de religião nem sobre religião", mas de "partilha de experiências de vida" e reflexão. Será interessante a troca de experiências de jovens válidos com histórias de sucesso a estimular a iniciativa, a criatividade, o sentido de responsabilidade e a capacidade de decisão necessários para o sucesso.

Portugal tem muito a esperar dos seus jovens para a vida económica, para a função pública e para a política, onde são cada vez mais indispensáveis pessoas bem preparadas, motivadas, honestas, impolutas capazes de fazer renascer valores éticos e patrióticos há muito menosprezados.

Não podem nem devem esperar ser guiados pelas gerações mais antigas porque essas já mostraram os fracassos repetidos em que afundaram o País. Há que evitar a repetição de tantos erros graves. É preciso escolher novos caminhos seguros que se dirijam ao sucesso e à justiça social.

Imagem da Internet

Futuros cidadãos no Portugal de amanhã


Recebi por e-mail do amigo FR, a quem agradeço a simpatia e amizade, cópia da notícia da RTP com este preocupante título «Ministério da Educação quer suspensão imediata de agressores nas escolas». Fica em link para os interessados verem os pormenores, e segue-se uma pequena nota.

E qual é o destino dos meninos expulsos, mesmo que seja por poucos dias? Vão enveredar pela marginalidade para que têm apetência? Como se evita o acréscimo de crimes violentos com essas pessoas à solta? Não seria melhor anunciar medidas de reabilitação em recinto fechado durante algum tempo? Não seria oportuno anunciar o aumento das medidas de disciplina nas escolas? Que futuros cidadãos pretende formar o ministério da Educação?

O problema não é de fácil solução, porque não é pontual, mas fruto de uma continuada ausência de autoridade e de uma deseducação sem normas cívicas, éticas, morais, em que tudo tem sido permitido para não «violentar» as personalidades dos menores, só que se estão a criar indivíduos sem personalidade ou com ela deturpada e anti-social.

Não esqueçamos que a escola deve ser o nascer do sol para as crianças, cidadãos do futuro Portugal. Se, em muitas actividades, as atenções devem estar centradas no presente e no curto prazo, na escola, pelo contrário, deve pensar-se no longo prazo para
preparar o futuro do País.

Para um código de conduta dos políticos


Transcrição da Nota final do post «Orçamento da Assembleia da República» em que são referidos os elevados custos com o Parlamento.

Fala-se tanto no aumento de Impostos, na contenção dos salários da Função Pública e no aumento da Idade para as Reformas mas nunca vi nada sobre:

1- Redução do número de deputados para um número razoável a nível Europeu (80 a 90).

2- Contenção nos salários dos deputados para valores consentâneos com o Portugal que somos em termos de PIB per capita.

3- Contenção nos salários dos políticos, em geral, para valores consentâneos com o Portugal que somos. (Aqui devem ser incluídos os lugares de representação do Estado em Empresas Públicas)

4- Redução do número de Ministros, Secretários de Estado, respectivos Assessores e Assessores dos Assessores, incluindo a diminuição das suas mordomias.

5- Acabarem-se os "boys" de nomeação por afectos e estabeleça-se a nomeação por concurso público em todas as funções públicas. O contrato das tarefas e forma de as satisfazer permite a avaliação do desempenho e a exoneração do cargo por incumprimento

6- Todas as Reformas só serem dadas a partir dos 70 anos com valores igualmente consentâneos com o Portugal que somos, considerando os anos de serviço nessas funções e não como agora é feito em que há pessoas que ganham Reformas "pornográficas" por inteiro, não considerando os anos de serviço nessas funções e em idades muito inferiores aos 70 anos. Os reformados têm necessidades semelhantes, pelo que as pensões não devem ser escandalosamente dispares; nessa situação já não são necessárias verbas para representação, nem a manutenção da imagem pública e do prestígio.

7- Acabar-se com "imunidades" e "impunidades" de toda a espécie, tal como acontece na maioria dos estados democráticos, pois isso iria diminuir a corrupção de que tanto se fala mas em que nada acontece. Portugal beneficiaria com essa medida.
Acredito que se os governantes começassem a dar o exemplo deixavam de haver tantos conflitos laborais e greves e haveria, isso sim, uma redução drástica nos gastos sumptuários que hoje existem!
Assim haveria o "espírito de missão" e os "sacrifícios", hoje tão propalados por parte dos governantes mas que, na realidade, não existem!!!

Bússolas de boa qualidade precisam-se

Transcrição

Notícias do século XXI
Jornal de Notícias. 12-03-2010. Por Manuel António Pina

Há dias em que (como as greves, na opinião do presidente da TAP, homem do século XXI com um salário do século XXII e uma gestão do século XIX) me sinto "do século passado ou do anterior". Nesses dias, enquanto não sou apanhado com a boca do século passado na botija do século XXI, estranho que a Privado Holding, dona do privadíssimo BPP, queira que os contribuintes a indemnizem por o Estado não lhe ter "recuperado" o "seu" banco.

Acho "rasca, absurdo e estúpido" que a mulher de Saramago ache "rasca, absurda e estúpida" a contestação aos 2,2 milhões que a Câmara de Lisboa gastará na Fundação autocelebratória do marido (no Porto, a Fundação Eugénio de Andrade recebe do Estado e Câmara 0 euros). Devo, contudo, ter uma costela do século XXI. Percebo que a deputada socialista Maria de Belém ache a comissão de inquérito ao negócio PT/TVI um porta-aviões, quando, para resolver o caso, bastava "um mero submarino" (que, como o mero Rui Pedro Soares, se move debaixo de água). E concordo com o ministro das Finanças que financiar autarquias é "money for the boys" e financiar "boys" é "money for the people".

NOTA: O autor do artigo, no seu habitual estilo sintético, consegue, em poucas linhas definir a complexidade do desnorte que constitui uma endemia das mentes das pessoas públicas. Tão grave desnorte com consequências que podem ser dramáticas para o futuro do País, precisa de ser já tratado com uma boa terapia. Para começar é preciso nortear os responsáveis, dotando-os de bússolas de boa qualidade. Vejam lá se conseguem orientar-se e levar o navio a bom porto. Não me refiro ao significado popular
do termo «orientar-se» porque disso sabem demais, para mal dos portugueses.

A Luz faz doer os olhos a alguns políticos

O título «Socialistas irritados com apoio de Cavaco Silva a comissão de inquérito ao negócio PT/TVI» de notícia do Público de hoje é apelativo e estimula reflexões sobre os termos transparência e verdade. Embora a irritação seja disfarçada e não assumida em público, ela existe.

Só porque o PR deu o seu apoio - implícito - ao inquérito parlamentar sobre a tentativa de compra da Media Capital pela PT, ao admitir: "Não sei se os portugueses estão esclarecidos e, por isso, a Assembleia da República abriu um inquérito parlamentar."

Deputados socialistas consideram que Cavaco "colocou-se ao lado da oposição" deixando claro, por exemplo, não acreditar que uma operação como a da venda de uma empresa como a TVI pela PT não fosse do conhecimento do Governo.

Dirigentes do PS consideram que, com estas declarações, o Presidente está a legitimar a comissão de inquérito à qual os socialistas se opõem com toda a veemência. O deputado Francisco Assis foi o porta-voz do "não" socialista ao inquérito que, acusou, servirá apenas para "enxovalhar" José Sócrates.

A verdade que possa a vir a ser concluída não enxovalha ninguém que seja puro e sério. A verdade será sempre, em qualquer circunstância, a coisa mais desejada, o bem mais precioso. Porém, tal irritação não surpreende, porque a transparência democrática de que os governantes tanto falam, a verdade que tanto dizem seguir, o sentido de Estado, a dignidade, o interesse em criar melhores condições de vida para a população, como não parecem ser os seus verdadeiros objectivos orientadores, fazem compreender tal desconforto com o apoio do PR à Comissão de Inquérito.

Aliás, o PR não meteu uma lança em África, pois qualquer Comissão de Investigação, qualquer Tribunal, deve ter todo o apoio de entidades responsáveis e impolutas e merecer todo o respeito e condições para funcionar com liberdade, isenção e rigor, independente de qualquer tipo de poder.

Mas as comissões parlamentares já nos habituaram a «parir um rato» e tal irritação traduz o medo de esta não ir pelo mesmo caminho e acabar com resultado honesto, doa a quem doer.

É lamentável que alguns socialistas sintam tal irritação e, pior do que isso, que tenham o despudor de a manifestar, mesmo que timidamente. Tais gentes não prezam a imagem que deviam cultivar e evidenciar publicamente.

Urbanismo vs estética

Por várias vezes passou pela caixa de entradas um anexo com imagens das recentes construções «turísticas» em Sesimbra, mesmo a beijar as areias e a ter os alicerces regados pelas ondas naquela vila de pescadores.

Mas essa agressão ao ambiente, à paisagem que deleitava os olhos dos residentes e dos visitantes não é caso único. Os autarcas mostram pouca sensibilidade para aspectos estéticos e ambientais e menor resistência à pressão dos construtores. É o caso das lixeiras selvagens que se têm disseminado por todo o País e irão ser retiradas em grade parte por cidadãos voluntários conscientes de que o ambiente é um recurso que deve ser preservado.

Mas, propriamente semelhante ao caso das edificações de Sesimbra, há em Cascais os edificios que substituem o antigo Hotel Estoril Sol que, ao ser construído, foi alvo de tantas críticas que deviam ficar de lição.

Falar verdade pode ser chocante

Portugal chegou a um estado patológico de tal gravidade que o clínico não pode dizer ao doente toda a verdade porque, com isso, pode provocar a morte por colapso súbito. Temos que continuar iludidos com mentiras piedosas que nos afundam cada vez mais no pântano pestilento já previsto por António Guterres quando abandonou a política nacional.

O facto mais recente que deve estimular as reflexões dos portugueses vem das palavras do PR referidas na notícia «Cavaco não acredita no desconhecimento do Governo sobre o negócio da PT/TVI» sobre a qual alinhavo as primeiras ideias que me surgiram de supetão

Aquilo que Cavaco Silva deixa de afirmar, aquilo em que acredita ou em que deixa de acreditar, o que «pensa que», tudo isso mostra que não estamos num País de transparência, de lei igual para todos, de responsabilidades dos detentores de cargos públicos, de Justiça equitativa, rápida e independente de outros poderes, enfim, de VERDADE.

Se o PR não acredita em muitas coisas, o povo também, por mais falta de informação não pode acreditar em ninguém. Os políticos chamam-se uns aos outros mentirosos e outras coisas piores, e eles conhecem-se bem. Nisso, o povo deve acreditar. Não são gente de confiança, a quem se possa comprar um carro usado.

Acredito no PR quando diz que “Não me esqueço que por trás da crise financeira internacional está a violação de regras éticas”. Realmente, a ética faz muita falta na gestão dos superiores interesses da Nação, dos portugueses. Faz falta na actividade de quem toma decisões que afectam os outros, os interesses públicos, os dinheiros sacados aos contribuintes, os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.

Mas não gostei de ler o que o PR disse “Serei sempre um referencial de estabilidade política” porque isso poderá traduzir-se por não se importar de estar a contribuir para a estagnação (Ver os posts «Estabilidade ou estagnação?» e «As peias do legalismo»)

Ressuscitar os valores éticos

Transcrevo o seguinte artigo e adito uma nota si«obre os valores éticos

Os custos da ingenuidade
JN. 100310. 00h43m. Por Manuel António Pina


Tanta conversa, tanto arrepelar de cabelos, tanta "consciência tranquila" e, afinal, os portugueses não se importam com a corrupção. Até gostam de corruptos desde que apanhem algumas migalhas que caiam da mesa do banquete. A boa notícia foi dada ao Parlamento (ouvidos cínicos terão julgado escutar um grande "uff!" no hemiciclo; mas veio das galerias) por Luís de Sousa, investigador e responsável da Secção Portuguesa da Transparency International.

- Concentração de poderes;
- "recrutamento do tipo familiar, partidário, portanto recrutamento sem mérito nem qualidade";
- repressão selectiva ("peixe miúdo", diz o investigador;
- excluem-se, pois, robalos e congéneres) e sem credibilidade ("regresso às funções", em quem estaria a pensar o prof. Luís de Sousa?);
- "passagem de políticos para (...) empresas após o termo do mandato e vice-versa" (tudo mentira!),

seriam exemplos do que leva 63% dos portugueses a concluir que se pode e deve "fazer mais do que a lei permite e menos do que a ética exige".

Ficam explicados os 37% de portugueses pobres: são os ingénuos que ainda julgam que as leis são para cumprir.

NOTA: Baseada no comentário que deixei neste texto npo blogue Sempre Jovens.

Os ingénuos, como o autor lhes chama, são pessoas honestas, cumpridoras da lei, orientadas por valores éticos e de cidadania. Mas isso, como fica demonstrado, traz-lhes pobreza. 37% dos portugueses é muito.

Desta forma a sociedade, tal como é aceite pelo regime, estimula para o crime, a infracção, em vez de atrair para o comportamento exemplar.

Isto não acontece nos países evoluídos e em que as pessoas usufruem de condições de vida agradáveis, ao ponto de serem atracção de muitos dos nossos emigrantes. Há que, sem tardar, imitar aquilo que há de bom em tais países, nas actividades governativas, na escala de valores em que se apoiam, adaptando aos nossos costumes ancestrais para os modernizar progressivamente no melhor sentido.

Dizem os teorizadores do fenómeno de imitação que o ressurgimento de Portugal tem que partir dos governantes e da sua «entourage», com maior visibilidade mediática. Se o não conseguirem, o futuro do povo lusitano poderá ser dramático.

O texto enuncia muitos erros a reparar e a evitar. Enquanto não se encontrarem outros para tornar a lista exaustiva, devem começar já a deitar mão a estes e tratar de os remediar e compensar pelas virtudes que se lhes opõem.

Os portugueses merecem uma boa regeneração que não pode tardar muito.

Nós vivemos AGORA

O Jornal de Notícias de hoje traz uma notícia sobre Hermes Fernandes que, tendo sido jogador e árbitro, agora conserta bolas. Soube despir-se das honrarias das glórias do passado e passar a ser um cidadão produtivo, capaz de se sustentar sem estender a mão a subsídios e outros apoios sociais. Diz com vaidade "As pessoas ficam um bocado admiradas quando eu lhes digo que passo o tempo a coser bolas".

«Reformado de uma empresa onde era segurança, Hermes, residente em Airão, Guimarães, conserta bolas de futebol. Numa pequena oficina montada em casa, o artesão recebe bolas de futebol oriundas de pequenos clubes do Norte do país. "Estão descosidas e podem ser recuperadas", explicou. Os clientes são, sobretudo, lojas de desporto onde os clientes entregam as bolas para consertar e que, depois, vão parar à oficina de Hermes Fernandes. "Primeiro descoso e retiro os gomos furados. Se for preciso ponho uma solução de cola. Se estiver só descosida, uso um sistema que inventei, com duas agulhas e coso. Ficam como novas", frisou.»

Esta notícia é quase simultânea com o conhecimento de um caso que passou por e-mail. Daqui podem tirar-se motivos de reflexão. Não devemos manter a ilusão de um passado que já lá vai sem deixar possibilidade de se repetir. Não devemos parar sem nada fazer AGORA para aproveitar as capacidades que ainda temos e, depois, sem criarmos perspectivas de futuro, esperar que ele nos cais no prato, por milagre… e que ele seja à medida do passado de riqueza que tivemos.

Tal passividade poderia criar uma situação dramática, emocionalmente irremediável, pois os psiquiatras, com a medicação química, não são suficientes para suprir a nossa ajuda que é imprescindível, fundamental.

O passado, por mais brilhante que tenha sido, não volta nem o esplendor e o brilhantismo de então nos ajuda a viver nas realidades de agora. A vida, por erros, por azares ou pela própria idade e as alterações na sociedade, obriga-nos a equacionar as nossas capacidades para com elas continuarmos a viver. O AGORA é o momento em que vivemos, em que pomos em prática as lições do passado, para prepararmos o amanhã. O AGORA, o PRESENTE, deve ser devidamente aproveitado e tudo o que fizermos será um investimento para a nossa felicidade possível.
Tanto nas grandes como nas pequenas decisões, é indispensável Pensar antes de decidir.

Nos EUA os políticos estão sujeitos à lei geral


Recebido por e-mail.
Em países realmente democráticos a lei é aplicável a todos os cidadãos. Não há imunidades nem impunidades para qualquer tipo de criminosos.
Nós por cá, temos beneficiado do milagre de todos os políticos serem exemplares e isentos de pecado!!!!! (Só contaram para você!!!)

Sindicatos desemprego e precariedade

No artigo de hoje no Jornal de Notícias, «A 6.ª via do socialismo», Manuel António Pina, coloca para reflexão a questão da existência dos sindicatos, nos seguintes termos:

«Um deputado socialista "de cuyo nombre no quiero acordarme" (se quisesse seria, aliás, difícil pois se trata já, mais do que um nome, da designação de um género) descobriu, em plena AR, que a culpa da precariedade e do desemprego é, afinal, dos sindicatos: "A razão pela qual Portugal tem a precariedade e o desemprego que tem é em grande parte devido às estruturas sindicais, reaccionárias e de posições que sacrificam trabalhadores".

«A tese não é inovadora e teve grande sucesso em alguns países no segundo quartel do século XX (no nosso, durante mais de 40 anos). Conduz à conclusão de que, se a culpa de termos hoje 10,5% de desempregados é dos sindicatos, a solução final será, não o financiamento público de empresas privadas para que "criem" os empregos que destruíram, mas acabar com os tenebrosos sindicatos, assim saltando uns degraus nas "vias" do socialismo do actual PS, da 3.ª directamente para a 5.ª ou a 6.ª. Algo como o que o PS fez, com o sucesso que se conhece e os números confirmam, acabando com o anterior Código do Trabalho, que também era, como os sindicatos, um "obstáculo à contratação".»

NOTA: Não me parece benéfico nem de realização prática ou mesmo possível «acabar com os sindicatos». No entanto, é preciso repensar o sistema existente. O sindicato poderia não só dedicar-se à defesa dos direitos dos trabalhadores mas também, com igual ênfase, à sua preparação profissional para melhorar o desempenho dos seus deveres e obrigações, que seria a base, o argumento de peso, para exigir melhores remunerações. Dessa formação profissional e cultural resultaria mais facilidade na obtenção de novo emprego, em caso de perda do anterior, em mudança de ramo e de sector e em mais força nas reivindicações e no controlo e colaboração numa gestão mais justa e eficaz da empresa. Um contrato com clara definições de tarefas e a preparação para as realizar seria uma base para defesa dos interesses de patrão e empregado.

Esta filosofia de sindicalismo transformaria o sindicato em amigo dos trabalhadores em vez de ser inimigo da entidade patronal, como hoje acontece. É só uma mudança de óptica, uma alteração da tónica dos objectivos e finalidades de que resultariam benefícios para todos, para a economia portuguesa e para a felicidade da população. A empresa, onde quer que se encontre, deve ser considerada como uma instituição social, de que devem resultar benefícios para proprietário (accionistas), empregados, fornecedores, clientes e famílias da área em que funciona. Os sindicatos podem e devem desempenhar um papel activo no equilíbrio destas funções sociais.

Segundo a notícia do Público de hoje, «Rangel defende consolidação do ensino profissional», o candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou ontem em Pombal que vai promover um movimento de dignificação e consolidação do ensino profissional em Portugal. Isto vem ao encontro daquilo que ficou dito acerca da necessidade de formação técnica dos trabalhadores para obterem mais flexibilidade na procura de trabalho e mais qualidade no desempenho das suas tarefas.

Os sistemas devem, com frequência, ser repensados e reajustados por forma a melhor contribuírem para um mais elevado nível de vida dos portugueses, num ambiente de mais justiça social.

Dispensar excessos, consumismo e ostentação

Transcrição de artigo seguida de uma pequena nota final

O dispensável
Correio da Manhã, 05 Março 2010. Por D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa

Há palavras ou versos que nos rasgam a mente, abrem os olhos e nos deixam a pensar. Dei estes dias de retiro quaresmal com um verso de Sophia de Mello Breyner Andresen que teve este efeito e aqui partilho. Reza assim: "Tudo quanto me acontece é dispensável" (Obra poética, Vol. 1, p. 171).

Fixada na experiência da solidão, a autora do Coral reconhece esta nudez, exercício difícil para cada um de nós, na acumulação de adereços que justificamos e fazemos indispensáveis.

As cenas de destruição, a que estes últimos tempos nos habituaram, podiam, se tivéssemos tempo para pensar, conduzir a nossa reflexão. De facto, esses acontecimentos eram bem dispensáveis!... não nos recordavam o efémero da vida! Porém, Sophia aponta para um "tudo quanto me acontece", o que pode originar desamparada vertigem. Esta sugestão de pleno despojamento assusta.

O conceito de dispensável sofreu grande alteração na época consumista e na lógica da posse que adquiriu espaço quase sem limites, na omnipresente teoria do mercado. Contudo, o desemprego, os salários em atraso e o encerramento diário de empresas põem muita gente no limite de ter de pensar o que é ou não indispensável.

A nível individual, quem conseguir ser livre na relação com os bens e despojar-se, em nome da fé ou da opção por uma vida simples e austera, encontra sabedoria na afirmação "tudo quanto me acontece é dispensável". Que força não encerra esta advertência na hora de moderar o consumo, ainda que para tristeza de alguns negócios, mas para alegria futura de todos. Como implica cautela no endividamento, em vez de incentivo! Como obriga a repensar a utilização dos meios de transporte, a reduzir os desperdícios e a recorrer à reciclagem!

Mais complexos serão os passos corajosos a dar na vida pública, em contexto globalizado, para preparar um futuro no qual não mais haverá trabalho abundante e onde o sistema, até agora imperante, ceda lugar a outra harmonia mais sábia, que atenda a todos os elementos desde a salvaguarda da criação, uma cultura solidária, até um paradigma de desenvolvimento integral e baseado na melhoria das condições de vida de cada local, fomentador de uma democracia participativa. O papel do Estado necessita de ser resgatado para, seguindo princípios éticos, exercer, sem medo, uma andragogia política que ajude a identificar o dispensável e para motivar cada região, em ordem a optar por um desenvolvimento que a faça mais serenamente feliz.

NOTA: Foi aqui publicado há cerca de um mês o post «Dinheiro não dá felicidade», em que estão links que conduzem a «Geração perdida? Não» e a «Mark Boyle: Há um ano sem dinheiro». É preciso aprender a dispensar muita coisa que não é essencial à vida, deixar de adorar o TER e os sinais de ostentação de riqueza e ponderar cada despeza, naquilo que representa de utilidae ou de dispensabilidade. O milionário austríaco Rabeder de um dos textos linkados e o jovem Mark Boyle ensinam que é possível viver com simplicidade, sem consumismo nem ostentação.

Peões devem ser respeitados

Em Cascais, há mais de dois anos, foi fechado o denominado parque de estacionamento da Praça de Touros, ao lado da Polícia, com portaria accionada por dois empregados em regime de turnos.

A Câmara permitiu que a empresa concessionada construísse a instalação para os porteiros a ocupar o passeio de lado a lado. Os peões têm de contornar a casota, pelo interior do parque ou pela faixa de rodagem o que, quando chove, implica molhar os sapatos por vezes até às meias.

O povo é sereno, obediente, apático e não partiu o «imóvel» de forma definitiva como seria moralmente justo, e a situação mantém-se.

Mas, há cerca de um mês, a empresa chegou á conclusão de que não era rentável ter que pagar a duas pessoas, para nada fazerem porque não havia clientes. Neste momento as cancelas estão na vertical facultando a entrada gratuita a qualquer carro mas, mesmo assim, o parque continua vazio.

É altura de a Câmara devolver o passeio aos peões mandando demolir aquele mamarracho inútil que prejudica quem se desloque pelo passeio e que reconstrua este, porque será menos incómodo e mais prático fazer a entrada para o parque a partir da via de acesso às moradias vizinhas. E deve ser guardado em memória, na Câmara, que se algum dia voltar a ser instalado o porteiro, não seja repetido o erro que ainda persiste e que é desnecessário, por ser mais adequado no arruamento referido.
Se é verdade que todo o mecanismo legal e jurídico funciona na prática contra os mais desfavorecidos e desprotegidos, é justo que as autarquias, que estão mais próximas dos cidadãos e melhor sentem as suas condições de vida, procurem evitar que sejam sempre os mesmos a servir de pião das nicas ou de mexilhão.