segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

SEIS ALIMENTOS QUE IMPEDEM O SONO

21/12/19 18:00 Por Liliana Lopes Monteiro    
Diga não!
Algumas manhãs acorda cheio de energia e em outras só quer ficar mais cinco minutinhos na cama? Pode ser que aquilo o que ingere à noite influencie os seus ciclos de descanso: eis seis alimentos que tiram o sono. Ao evitá-los, acordará com muito mais ânimo!
Molho de tomate
O molho mais convencional para colocar na massa tem dois aspectos negativos relativamente ao sono. O alimento provoca azia para quem sofre com refluxo noturno, e também contém o aminoácido tiramina, que estimula a atividade cerebral, inibindo a sonolência.
Chocolate
A maioria dos chocolates naturalmente contém cafeína, o que pode ser problemático à noite para quem não está acostumado. Além disso, a guloseima possui um composto que estimula a atividade cardíaca, aumentando a frequência dos batimentos e, por consequência, dificulta na hora de dormir. O chocolate branco pode ser um substituto melhor para consumir antes de dormir.
Álcool
Bebidas alcoólicas deixam-nos naturalmente mais sonolentos. Por outro lado, dificultam a entrada num ciclo de sono mais profundo (o sono REM), afetando severamente a qualidade do sono. Mais ainda, mesmo a mais leve ressaca é um incómodo matinal.
Carne vermelha
Pesquisas indicam que alimentos ricos em gordura e de difícil digestão, como é o caso de um saboroso bife, atrapalham tanto o sono, quanto para entrar nas fases mais profundas e que correspondem ao maior descanso do corpo e do cérebro.
Temperos em excesso
O consumo excessivo de sal, pimenta e outros temperos fortes aumentam o risco do refluxo noturno. Adicionalmente, pesquisas recentes demonstraram que o consumo de sal ao longo do dia faz com que necessite de se levantar mais vezes para ir à casa de banho durante a noite.
Refrigerantes
O consumo regular de refrigerantes, que contêm altos níveis de açúcar e cafeína, está associado a uma duração mais curta do sono, mesmo quando o corpo ainda necessita de descanso.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

COMPETÊNCIA RESULTA DE TEORIA E EXPERIÊNCIA

Competência resulta de teoria com experiência
(Public em O DIABO nº 2243 de 27-12-2019, pág 16, por AJS)

Há muitas pessoas com notável êxito sem terem uma formação académica inicial excepcional, porque o seu saber básico lhes despertou curiosidade pelo mundo em que procuraram os efeitos práticos das poucas e simples teorias que aprenderam, as quais aprofundaram, enriqueceram com novos dados e lhes proporcionaram uma postura perante a realidade que garantiu produtividade na sua acção.

No polo oposto, vemos indivíduos com formação académica precursora das modalidades que estão a querer caracterizar o nosso ensino, em que se menoriza o valor das provas, as passagens administrativas e tolerância quanto à preparação para exames, com plágios e outros golpes. Se não houver cuidado especial na limitação e controlo das facilidades dadas em cada grau de ensino, dentro de pouco tempo, teremos licenciados e mestres pouco melhores do que analfabetos camuflados. É certo que existem alguns tipos geniais que, apesar das facilidades, se dedicam à procura de saber com o máximo de dedicação. Mas serão poucos e o receio atrás referido materializa-se quando se quer que 60% dos jovens obtenham licenciatura. Com o facilitismo actual, isso pode resultar na caricatura expressa cinco linhas atrás.

Isto vem a talhe de foice com a notícia surgida em 27 de Novembro, que dizia que o Ministro do Ambiente substituiu o director-geral de Energia e Geologia, Mário Guedes, alegando que “dois ou três dias depois” de começar a trabalhar com ele “ficou evidente que ele não tinha competências” para aquela função. Parece uma decisão correcta, mas leva-nos a pensar na leviandade de quem nomeia pessoas para funções de alta responsabilidade, sem seguir um critério adequado para fazer a escolha entre os potenciais candidatos. “Quem nomeou este ‘director-geral’? Porque o nomeou? Porque o preferiu a outros com mais competências? Quantos haverá em condições semelhantes? E o que se tem passado nas nomeações de ministros, de secretários de Estado, etc etc? Oxalá este caso seja singular e todos os outros sejam nomeados pela sua muita competência. Talvez fosse oportuno aproveitar este escândalo, para exigir provas a todos os altos responsáveis por funções públicas, antes que as broncas ocorram com demasiada frequência. E quantos haverá agora a pedir exoneração antes que sejam vítimas de igual medida?”

Mas, pouco depois destas cogitações, surgiu outra notícia sobre uma nomeação deste mesmo governante que mostra que “não diz a bota com a perdigota”. Segundo o jornal ‘Observador’, o Ministro do Ambiente e Acção Climática nomeou para o seu gabinete um “técnico especialista”, Gonçalo Martins dos Santos, com apenas 24 anos acabados de fazer e somente dois meses de experiência profissional, tendo a nomeação já saído no ‘Diário da República’. Apresenta como “experiência” ter sido “analista fiscal” de uma empresa privada de “Setembro a Outubro de 2019”, isto é, apenas nos dois meses que antecederam imediatamente a nomeação. Uma fonte oficial do Ministério, tentando justificar a escolha, referiu que o imberbe “especialista” tinha “fiscalidade” como “área de formação”. Mas nem esta débil desculpa é consistente: o jovem Gonçalo, recém-licenciado em Direito, está ainda a meio do Mestrado em Direito Fiscal, o que apenas o qualifica como estudante. E vai receber 3.083,55 euros de ordenado bruto, acrescido de um “suplemento remuneratório de valor igual ao abonado aos adjuntos” do gabinete ministerial.

Na degradação social em que estamos a viver, o Estado e toda a função pública devem procurar dar preferência aos mais competentes, sérios e honestos que saibam utilizar o seu saber de forma prática obtendo a máxima produtividade. A competência deve ser premiada, compensada de forma o mais rigorosa possível.

É triste que surjam notícias de pessoas condecoradas pelo mais alto representante da Nação e que algum tempo depois sejam noticiadas como suspeitas ou arguidas por crimes ligados a desonestidade, e outras faltas de virtudes cívicas. O civismo, o respeito pelos outros e pelos interesses nacionais são valores a defender a todo o custo e definidores de valor moral e social. ■

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

NATAL E OS DIREITOS HUMANOS

Natal e os Direitos Humanos
DIABO nº 2242 de 20-12-2019, pág 16

O Natal é uma parte do ano propícia para reflexão sobre a grandeza anónima, discreta, moral, com valorização da simplicidade, da humildade das palhas do presépio, em oposição às acções de ostentação de riqueza material com que hoje se festeja a data, com altos cones iluminados, qual deles o mais alto e oneroso. Nesse aspecto festivaleiro e na falta de respeito e de amor aos outros, a humanidade mostra que não compreendeu nem aceitou a lição de Cristo. A degradação das sociedades mostra de forma bem clara que se torna necessária e urgente uma acção eficaz de recuperação e revitalização dos valores morais e éticos que têm sido perdidos.

Hoje, o Deus mais adorado é o dinheiro, vil metal, em si ou em simulações que iludam sobre a sua posse. Estas festas natalícias, que deviam ser de amor e humildade, são, pelo contrário, momentos de egoísmo, ambição, ostentação e materialismo grosseiro. Parece que estamos perante sinais da chegada do apocalipse, com as corrupções, o terrorismo, a criminalidade violenta, as terríveis infantilidades cometidas por governantes de quem se esperava um bom exemplo para o Mundo. Como será o futuro? Como será festejado o Natal pelos vindouros?

Em 1948, há 71 anos, as Nações Unidas adoptaram um conjunto de direitos humanos aplicável a todos nós. Hoje celebramos este marco histórico em nome de um mundo que devia ser mais livre e com mais igualdade. Mas, infelizmente, como vem sendo costume, esses direitos não passaram do papel. Faltou a vontade e a força adequada para os fazer cumprir. Sem isso, o prestígio da ONU fica de rastos. As notícias trazem-nos, diariamente, ao conhecimento crimes impunes contra esses direitos.

É notória a terrível insensibilidade de governantes que, em vez de serem modelos de bom comportamento para a humanidade, são o oposto e ignoram e desprezam as boas regras que ocasionalmente são publicadas por pessoas bem intencionadas. Brademos contra tal degradação social e façamos algo para que os bons princípios e os mais altos valores sejam respeitados e defendidos para bem da Humanidade actual e das gerações futuras. Aproveitemos a quadra festiva do Natal para melhorar os comportamentos sociais.

Recordo um caso de deficiência de apoio de saúde:

Uma idosa de 89 anos internada em lar, havia 5 meses, por ter caído na cozinha e fracturado o fémur esquerdo, na noite de 14 de Novembro de 2015, devido a queda, foi hospitalizada no hospital de Cascais com fractura do fémur direito. Teve uma pneumonia preocupante devida a bactéria hospitalar e, logo que teve ligeiras melhoras, deram-lhe alta em 24 de Novembro. Em 27 de Novembro, 3 dias depois da alta, o agravamento da pneumonia obrigou a novo internamento de que teve alta em 3 de Dezembro, por ter baixado um pouco a temperatura. Em 6 de Dezembro, 3 dias depois da alta, a pneumonia teve novo agravamento, com a respiração muito difícil quase a asfixiar, foi novamente às urgências e teve que ficar novamente internada. Foi chamada a atenção do médico das urgências para o facto de as altas terem sido muito prematuras, usando a frase de uma assistente social pronunciada em 2 de Dezembro. Foi respondido que não é só pela necessidade de libertar camas, mas também por outros factores. Neste vaivém, a doente ficou em extrema debilidade, e acabou por falecer na manhã de 10 de Dezembro.

E, assim, por vários factores, as pessoas acabam por perder a vida precocemente e com sofrimento. A quadra natalícia deve ser aproveitada como momento propício para se tentar dar melhor qualidade de vida a todos os seres humanos, defesa da Natureza e do ambiente e não se restringir à utopia de querer evitar as alterações climáticas que a Natureza nos impõe. ■


quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

RESPEITO, AMIZADE E TOLERÂNCIA GERAM HARMONIA

Respeito, amizade e tolerância geram harmonia
(Public em O DIABO nº 2241 de 13-12-2019, pág 16, por António João Soares)

A actividade que a Comunicação Social mais oferece aos seus clientes é constituída por jogos de futebol, que outrora entravam nas actividades de desporto e, como tal, eram ocupações “por desporto” em que o ganhar e perder não tinham importância que afectasse o bom relacionamento entre os desportistas.

Mais tarde, começaram a estar em disputa grandes importâncias monetárias que alteraram a sensação de que ganhar e perder era desporto. Por detrás desse fenómeno está o dinheiro que nos últimos tempos se foi transformando numa droga mundialmente perigosa e com a agravante de não haver limite para provocar overdose que faça diminuir o consumo. E a agressividade, quer no relvado quer nas bancadas, muitas vezes, transforma um encontro amigável entre pessoas que deviam estar em distracção calma e confortável, por pormenores pouco significativos, num conflito de rara violência em que se esquecem as regras de respeito pelos outros, de amizade, e de tolerância.

Infelizmente, a perda de calma e de serenidade entre as pessoas está a tornar- -se demasiado frequente na sociedade e, o que está a tomar aspectos desagradáveis, na vida internacional, na humanidade. Assuntos que devem ser considerados normais e resolúveis por meios pacíficos de diálogo e negociação, conduzem precipitadamente a trocas de violência com danos pessoais e estragos materiais. Entre Estados pode haver conflitos armados directamente ou através de grupos preparados para a violência, indiscriminada sem evitar sacrificar inocentes. Acontece, frequentemente, sob variadas formas, apesar de opiniões de pessoas sensatas e com responsabilidades na vida internacional aconselharem, com frequência a evitar a violência e, em vez dela, recorrer ao diálogo directo ou com auxílio de intermediários reconhecidos e respeitados pelas partes.

Mas, quer no relacionamento pessoal quer no de altos poderes, há indivíduos que teimam em se considerar donos da verdade total e com absoluta razão e que se recusam a conversações em que tenham de ceder um milímetro.

Infelizmente, há exemplos disso dentro de países em várias partes do mundo e também em relações internacionais. Parece que aos líderes de tais posições falta desde criança, a sensatez e os efeitos de uma boa educação que permita o bom relacionamento com os outros habitantes do planeta. Tenho referido que está a tornar necessário um sistema de relacionamento moral e eticamente conveniente que coloque o ser humano acima dos animais ditos irracionais, dos quais vêm muito bons exemplos quer na vida em família quer nos bandos e manadas quer no relacionamento com animais de outras espécies com os quais tenham oportunidade de conviver.

Um caso curioso nota-se em campanhas eleitorais, em que é esperado dar ao povo oportunidade de escolher quem seja mais competente para dirigir os destinos do respectivo país e proporcionar melhor qualidade de vida à população. Mas, em vez de os candidatos procurarem apresentar bons planos e programas, para, na comparação com os dos outros concorrentes, o povo escolher os que lhe parecerem melhores, limitam-se a distrair a atenção dos eleitores com a comunicação social a mostrar coisas insignificantes que impeçam a reflexão sobre o que é essencial, a fazer promessas fantasiosas que um observador atento duvida que sejam cumpridas e a agredir verbalmente os outros concorrentes ferindo a sua honradez, a sua dedicação ao povo, a sua competência e experiência de gestão. Muitas vezes, o povo vota no mais palavroso e fantasioso sem garantias de ver a verdade e a sinceridade das promessas. E os que já não acreditam em fantasias e não vêm planos e projectos credíveis, ficam em casa em vez de votar.

É preciso existir civismo, respeito pelas pessoas, amizade e tolerância para vivermos em paz e harmonia, sem carências desagradáveis. ■


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

MOVIMENTO CÍVICO

Movimento cívico
(Public em O DIABO nº 2240 de 06-12-2019 pág 16, por António João Soares)

Há demasiadas notícias de alunos a desrespeitarem professores, crimes domésticos, actos de selvajaria, etc. etc. Há muito boa gente a temer que o mundo esteja a deslizar para um abismo sem retorno.

É urgente que se crie um movimento geral e persistente que contribua para aumentar o respeito pelas pessoas, a paz e a harmonia social e mundial. Devemos aproveitar todas as oportunidades para melhorar os comportamentos na defesa dos valores essenciais da sociedade, como missionários do Bem.

Devemos agir, sem preocupações de partidos ou de religiões, porque o civismo não deve obedecer a ideologias particulares: o respeito pelos outros, a tolerância, a solidariedade, não dependem de características pessoais, cor, idioma, profissão ou clubismo. O respeito deve ser generalizado para facilitar os contactos directos que impeçam conflitos violentos.

Aceitam-se sugestões construtivas a fim de que se recupere aquilo que tem sido perdido em valores morais e éticos. Haja quem crie uma ONG ou outro tipo de instituição para essa finalidade. Para a frente, para criar um futuro melhor para as gerações mais jovens e vindouras.

Para qualquer cidadão conseguir uma vida digna para si e para a sua família deve recorrer ao trabalho, um direito que deve obter através do dever de ser competente, eficiente e produtivo. Mas a remuneração do trabalho deve corresponder ao resultado deste, que não deve ser embolsado exageradamente por pessoas que abusam da sua função para se considerarem os maiores beneficiados pelo esforço dos seus colaboradores. Sem esta justiça social podem gerar-se conflitos violentos, com “pedradas ou vandalismo” que não contribuem para um mundo mais justo, mas que podem ser usados por pessoas em desespero e sem esperança de melhor saída.

Neste, como na generalidade dos aspectos da vida dos seres humanos, torna- -se indispensável a prática de valores que têm vindo a ser esquecidos mas que são indiscutivelmente essenciais para a vida em sociedade e que os ditos “irracionais” praticam na família, nas manadas, e até no relacionamento com outros, inclusivamente com humanos, correspondendo afectuosamente ao seu tratamento. Merecem o nosso carinho porque o retribuem. O carinho e outros afectos devem ser bilaterais, retribuídos. O respeito pelos seres vivos e pela Natureza em geral deve ser um dever exercido sem falhas nem hesitações, de forma a ser bilateral e serenamente retribuído.

Se as pessoas, em aparente situação de convívio, preferem estar concentradas no seu ‘smartphone’, se usam este na rua obrigando os outros a seguirem com atenção para evitarem sofrer colisões de tais maníacos, como é que estão educadas socialmente para conviver em sociedade? Abundam notícias de crianças que desobedecem aos professores e por vezes os agridem; e os seus pais, em vez de as esclarecerem e corrigirem os seus próprios erros da educação que lhes deram, reforçam o mau comportamento das crianças, ofendendo o professor. Também são inúmeros os casos de agressões e até homicídios entre familiares.

Há, pois, urgência em desenvolver campanhas educativas da população melhorando a moral e a ética, a fim de evitar ou, no mínimo, retardar o colapso total da humanidade. Na vida internacional, surgem sinais de vontade de paz, evitando guerras e procurando soluções por meio de bom entendimento, como tem sido o caso, por diversas vezes, de discursos de Putin.

Difundam-se regras de educação social em todas as actividades, desde as creches às escolas e a todas instituições com duas ou mais pessoas. Procure-se recuperar a sociedade e a própria humanidade da degradação em que caíram. O respeito pelos direitos dos outros é essencial. A Comunicação Social deve desempenhar um papel importante para se atingir o melhor resultado na harmonia social, com segurança e respeito mútuo. ■


quinta-feira, 28 de novembro de 2019

ATENÇÃO AOS POTENCIAIS INIMIGOS

Atenção aos potenciais inimigos
(Public em O DIABO nº 2239 de 29-11-2019, pág 16. Por António João Soares)

Nunca se deve deixar de avaliar os inconvenientes de uma escolha que sirva de base a uma decisão importante. Isto é válido a todos os níveis e, principalmente, a nível de pequenas ou grandes potências, em que não se devem negligenciar as capacidades de decisão, de planeamento e de acção de potenciais inimigos. Sobre esta regra, a Arábia Saudita está a dar uma boa lição na forma como gere e apoia a acção do Estado Islâmico, na sua expansão geográfica.

A Europa, com os seus valores éticos de generosidade e humanidade, abriu as portas a refugiados das guerras na Síria, no Iraque, na Líbia, etc. mas não tardou muito a sentir graves inconvenientes, ao sofrer os efeitos de falsos refugiados que lhe vinham minar as tradições e a cultura sem proporcionais benefícios para a economia e o bem estar local. A insegurança sentida em diversos Estados gerou preocupações nos mais caridosos, que passaram a compreender os cuidados dos mais hesitantes para evitar receber migrantes indiscriminados. Os analistas mais independentes chegaram a previsões de que, dentro de algumas décadas, a Europa atingiria o ponto de nem sequer ser uma pálida ideia do seu passado histórico, da sua economia, e da sua harmonia social. Assim se começou a olhar com mais realismo para aquilo que passou a ser considerado uma invasão, bem planeada, sem violência exagerada para, com uma reduzida resistência, atingir o domínio total. Isso deu aso a precauções. Mesmo fora da Europa, o Presidente Trump mostra interesse em preferir imigrantes com capacidade e competência para contribuir para melhorar a economia americana, tornando-a mais competitiva e, ao mesmo tempo, servindo de prémio a trabalhadores válidos que não conseguiam emprego compatível nas suas origens. Dessa forma, evita os imigrantes fantasiosos que apenas iam criar problemas vários, inclusive de segurança, que pode atingir grau demasiado preocupante, organizando movimentos violentos.

Perante este despertar das autoridades ocidentais para a avaliação do poder do seu inimigo, da sua estratégia cuidadosa para evitar ser detectado na gravidade dos seus planos e acções, a Arábia Saudita também passou a olhar com mais realismo para a dificuldade previsível inerente a uma, mesmo muito disfarçada e progressiva, invasão do Ocidente. E, assim, há sinais muito claros de uma mudança de estratégia, passando a iniciar a expansão territorial do Islão e a redução das outras religiões, pela África e pela Ásia, onde os governantes são mais fáceis de dominar e têm menos capacidade de reacção. Segundo esta nova estratégia a Europa ficará para uma fase mais adiada e será organizada segundo os factores de força então mais decisivos.

A apoiar esta previsão estratégica, surgiram as seguintes notícias:

No Sri Lanka, no Domingo de Páscoa houve explosões em três igrejas e três hotéis de luxo que provocaram a morte a 156 pessoas, entre os quais 35 estrangeiros, entre eles um português, sendo expectável que o número de vítimas mortais venha a subir, dado o elevado número de feridos.

Na Síria, onde havia uma relativa tranquilidade desde a aplicação do cessar-fogo de Setembro, passados oito meses a violência recrudesceu e os confrontos entre os rebeldes e as forças governamentais, que eclodiram a 30 de Abril, causaram em duas semanas 180.000 deslocados.

Pouco tempo depois, no Burkina Faso, mais de 20 homens armados entraram numa igreja católica, interromperam a missa e mataram um padre e cinco outras pessoas a tiro antes de pegarem fogo à igreja, a lojas e a um café próximos. Este foi o terceiro ataque a igrejas católicas no país em cinco semanas.

Agora Macron actualizou o seu ponto de vista sobre a cooperação, a defesa e a necessidade de reforçar os vínculos entre países.

A união faz a força. ■

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

HÁ HORAS FELIZES

Há horas felizes
Public em O DIABO nº 2238 de 22-11-2019, pág 16, por António João Soares)

Na minha modéstia, simplicidade e cortesia, tenho-me repetido por diversas formas a sugerir que tanto a oposição como os responsáveis pela governação deverão procurar seguir estratégias que, de maneira adequada, permitam os melhores resultados para o engrandecimento da Nação, a melhor qualidade de vida dos cidadãos e poupança para os contribuintes que, assim, podem investir mais na melhoria da economia. Isto pode ser confirmado em vários artigos que publiquei no semanário O DIABO. Por isso me sinto premiado com as alocuções de Rui Rio e de André Ventura que, sem agressividades nem palavras ofensivas, de forma muito educada, fizeram apreciações construtivas e interrogações que podem e devem servir para o Governo pensar seriamente nos assuntos abordados e, usando de transparência democrática, explicar aos portugueses o que realmente vão fazer em tais temas, a forma pormenorizada e compreensiva como pretendem materializar assuntos que são referidos no programa de Governo de forma muito genérica que tanto podem permitir soluções num sentido como no seu oposto. Depois de ouvir estas sugestões, o Governo deve sentir-se feliz por receber tais achegas de forma clara e com aspecto positivo, construtivo.

Isto pode ser um primeiro passo para o diálogo entre governantes, oposição e cidadãos de forma a serem evitadas decisões impulsivas e menos ponderadas, segundo o conceito de que “a fantasia deve ser moderada pela sensatez” e de acordo com o segundo Éme da “estratégia dos três M”, o da “multilateralidade”, dado que muitas cabeças pensam mais e melhor do que uma só. O pensamento individual e a decisão precipitada sem recurso a outros pareceres, raramente analisa todos os factores essenciais com a profundidade indispensável. A solução de um problema deve ser precedida do estudo cuidadoso das suas causas e dos condicionamentos que o envolvem.

O total esclarecimento é imprescindível porque os cidadãos são os obreiros do engrandecimento do País e, para isso, é fundamental que colaborem activamente com o máximo de competência, entusiasmo e perfeição para que os resultados tenham a melhor qualidade. Se os dois deputados atrás referidos não foram exaustivos nos seus comentários, certamente, estarão dispostos a fornecer mais achegas, quer dentro da AR quer em contactos pessoais. Isso não os prejudica e, se for bem explicado na Comunicação Social, granjeia-lhes a gratidão dos cidadãos, pelo interesse demonstrado para o engrandecimento de Portugal.

Um livro muito interessante do Nobel Hermann Hesse sobre a vida de Siddhartha, um filósofo crente hindu, refere várias vezes que as palavras valem pouco em comparação com os actos. As pessoas devem guiar-se nas suas apreciações pelo valor destes e não pelas palavras que podem ser de tal forma superficiais ou intencionais que não passam de fantasias superficiais e ilusórias que não se traduzirão em actos merecedores de crédito. Muitas promessas, são despidas de verdade respeitável. E, infelizmente, uma grande quantidade delas não passam de vacuidades ilusórias que desacreditam os seus autores. Oxalá o PM não volte a cair em falhas como a de prometer a mudança do INFARMED para o Porto ou a de lançar a primeira pedra para a construção da unidade pediátrica do Hospital de S. João, no Porto sem que, passado mais de um mês, haja sinal de início de obras.

A população deve ser mentalizada para os deveres, acima dos direitos, e pelo respeito pelas pessoas, encarando melhor o apoio aos idosos e a educação dos jovens, eliminando a violência nas escolas contra os professores e, em casa, contra pais e avós. Quem tem responsabilidade para tomar decisões e agir não deve cair na tentação de se virar para dentro do seu ego e dar prioridade à vaidade e à ambição e ao despudorado amor ao dinheiro, uma droga tanto mais perigosa quanto está livre de produzir overdose. As decisões devem ser precedidas de estudo e consulta. ■


sexta-feira, 8 de novembro de 2019

ESPERAMOS UM MUNDO MAIS RACIONAL

Esperamos um Mundo mais racional
Publicado em DIABO nº 2236 de 08-11-2019. Pág 16

Actualmente, ouve-se falar muito contra a história e os feitos heróicos que nos davam orgulho do passado e nos ajudavam a suportar as incertezas ou maus auspícios sobre o amanhã e o pessimismo, desde as alterações climáticas à crise económica ou à guerra, que começam a afectar a saúde mental. E é dado muito relevo à violência a vários níveis, quer doméstico quer internacional, sem se apontarem sinais motivadores de esperança salutar.

Mas, felizmente, há sinais de optimismo e de esperança, embora pareçam não ser do gosto dos jornalistas, que começam a brilhar como luz ao fundo do túnel e merecem ser sublinhados pelo muito que representam para quem se preocupa com o futuro da humanidade, não só pelo seu significado local mas, principalmente, por deverem servir de exemplo e incentivo para os detentores do Poder a nível das Nações e das Instituições Internacionais.

Há variados casos que merecem ser bem apreciados pelo que representam de exemplo a seguir por todos os governantes e por todas as pessoas. Notícia de 18 de Outubro diz que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou “fortemente” o ataque a uma mesquita no Afeganistão, que provocou 62 mortos e 36 feridos. E, provavelmente, este nosso compatriota não se deve ter ficado pelas palavras e, de forma mais ou menos directa, deve ter accionado a ONU a fim de acabar com este tipo de ataques selvagens e cobardes que tiram a vida a muitas pessoas inocentes.

E tal provável acção de Guterres pode estar na origem do facto noticiado no dia 23 de que movimento talibã participa na China, nos dias 28 e 29, numa nova ronda de diálogo inter-afegão para a paz. Oxalá este diálogo tenha êxito e ponha fim à guerra que, há 28 anos, tem dizimado a população do Afeganistão, sem benefício para ninguém a não ser para os fabricantes de armas e munições.

Outro caso, este com nítida acção da ONU, passa-se na Guiné-Bissau em que são notadas dificuldades entre várias forças políticas, quando se aproximam as eleições presidenciais, e onde foi criada uma Comissão da Configuração da Paz da ONU para a Guiné-Bissau, sendo presidente o embaixador brasileiro Mauro Vieira. Este, em consonância com o multilateralismo defendido pela «estratégia dos três M», nos dias em que se deslocou a Bissau, reuniu-se com as autoridades nacionais, órgãos responsáveis pela organização das eleições, partidos políticos, sociedade civil e parceiros internacionais. Nos seus contactos, durante a estada de dois dias, disse a todos que todas as dificuldades que possam surgir no caminho devem ser superadas pelo consenso, pela negociação, pelo diálogo.

Também, em sintonia com a repulsa da violência e da guerra e pela defesa do diálogo e da negociação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez um apelo ao crescimento global e à renúncia aos conflitos comerciais que põem em causa esse crescimento. Os membros do FMI, durante a assembleia geral de Outono, encerrada, há poucos dias, em Washington, debateram como aumentar a “pressão do grupo” sobre os países em confronto comercial, de modo a que melhorem e respeitem as regras globais do comércio, disse a directora-geral da instituição na conferência de imprensa de encerramento dos trabalhos. Nestes, um dos principais temas de discussão na assembleia foi o da tensão comercial entre os EUA Unidos e a China.

Também a Rússia advertiu que a situação de tensão no nordeste da Síria, onde se acordou uma trégua na operação militar turca contra as milícias curdas, pode prejudicar o processo de negociação política. A isto a Turquia afirmou que “não tem necessidade” de retomar a sua ofensiva contra as forças curdas no norte da Síria.

Estes exemplos aqui referidos mostram- -nos razões de esperança de que o Mundo irá entrar na racionalidade e pretender atingir os fins prognosticados pelo comentador político Kishore Mahbubaini na sua «estratégia dos três M». ■

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A ESTRATÉGIA DOS TRÊS M

A estratégia dos três M

Public em DIABO nº 2235 de 01-11-2019 pág 16, por António João Soares

Não resisto à tentação de referir a melhor lição que recebi nos últimos tempos. Trata-se de um vídeo em que o comentador político Kishore Mahbubaini, numa alocução em que explica a situação da crise comercial entre o Ocidente e o Oriente, começando por analisar a evolução cultural e social da humanidade a partir da Europa e impulsionada pela globalização iniciada pelos descobrimentos portugueses que levaram a fé, a ciência e a tecnologia aos povos mais distantes.

Há dois séculos, Napoleão Bonaparte avisou: “Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, vai abalar o mundo”. Ele previa que o saber do Ocidente tinha chegado ao Oriente e iria ser aproveitado positivamente. E isso em breve começou a ter efeitos muito visíveis na China, na Índia, no Sudeste Asiático, como na América e também em África.

O Ocidente adormeceu à sombra do sucesso e, quando acordou, reagiu da pior forma e, em vez de procurar assumir a sua superioridade de outrora e continuar em frente, actuou arrogantemente, procurando impor a superioridade militar. Têm sido notáveis as inúmeras ingerências por meios militares da América, algumas com insucesso, como no Vietname, na Somália, no Iraque, na Síria, no Afeganistão, etc.

Este comentador afirma a possibilidade de o Ocidente recuperar a sua superioridade no Mundo se seguir a estratégia dos “Três M”: minimalista, multilateral e maquiavélica.

Minimalista, evitando intervir e interferir nos assuntos de muitas outras sociedades, deixando que elas procurem a sua evolução, e, em caso de elas pedirem, dando-lhes ajuda em paz e harmonia.

Multilateral, obtendo o apoio da comunidade global, antes de travar guerra ou tomar outra decisão que traga perigo para outros. Esse apoio pode provir da ONU ou de outras instituições internacionais com prestígio. E recorda que o êxito da primeira guerra iraquiana, travada pelo presidente George H. W. Bush, se deveu a prévio apoio da ONU, enquanto a segunda, travada pelo filho, fracassou por ter sido de iniciativa e de palpite individual baseado em notícias falsas.

Maquiavélico, promovendo a virtude e evitando o mal. Neste aspecto há que esclarecer que Maquiavel, cuja imagem tem sido enegrecida, tinha por objectivo, segundo o filósofo Isaiah Berlin, promover a virtude e afastar ou evitar o mal.

Portanto, neste aspecto da estratégia, a melhor forma para o Ocidente controlar as novas potências emergentes é seguir regras multilaterais, normas multilaterais, instituições multilaterais, processos multilaterais.

Aplicando esta estratégia, Kishore Mahbubaini, que foi embaixador nas Nações Unidas duas vezes, está convencido de que, com o pessimismo que tem existido no Ocidente, muita gente não acredita que a nossa área ocidental tem um grande futuro à sua frente e que os seus filhos terão uma vida melhor. Para isso, será bom que as Nações Unidas, além das palavras de que “condena o ataque a mesquita no Afeganistão que matou 62 pessoas”, deve organizar uma actividade global a incentivar a harmonia e a paz mundial de acordo com a norma religiosa “amai-vos todos como irmãos”, mas realizando um amor recíproco e não apenas unilateral.

Será bom que condene todas as actividades conducentes à violência, como o fabrico de armas e a manutenção de paióis de bombas altamente destrutivas. Para isso, será bom começar com o exemplo dos cinco membros permanentes do CS da ONU, de eliminarem as suas armas nucleares, com o testemunho de comissão de observadores independentes eleitos pelos países mais pequenos da ONU. Assim, a ONU merece respeito dos seres humanos mundiais e prepara a concretização das aspirações da estratégia dos “Três M”. Mas será conveniente que os Estados sejam governados por pessoas com cabeça pensadora e respeito pelas pessoas e não se deixem dominar por ambição e vaidade. ■


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

É PRECISA OPOSIÇÃO ACTIVA E CONSTRUTIVA

É precisa oposição activa e construtiva
DIABO nº 2234 de 25-10-2019, pág 16

Fala-se que a direita (PSD e CDS) vai entrar em “renovação”. Porém, o que se diz parece referir-se apenas à preparação para uma próxima oportunidade de vitória eleitoral. Seria mais desejável que se falasse de projectos para estruturar um futuro mais brilhante para Portugal, quer na economia de que resultasse uma melhor qualidade de vida para os portugueses, quer também um crescimento do património nacional que, nas últimas quatro décadas, tem perdido em variados aspectos. Essa prioridade dos interesses nacionais acima das ambições, embora legítimas, dos partidos, valoriza estes aos olhos dos eleitores, do que resultarão mais votos em futuro pleito eleitoral.

Pode argumentar-se que tais planos estratégicos, de longo alcance, poderão ser aproveitados pelo Governo em exercício, que ganhará louros com isso. Para Portugal e os portugueses, esse aproveitamento não teria qualquer inconveniente e, do ponto de vista partidário, o partido pai da ideia poderá e deverá tornar público que a ideia foi sua e teve muito prazer em ter contribuído com ela, para melhorar a vida dos cidadãos e o crescimento nacional. E pode e deve acrescentar que novas ideias serão apresentadas, pois todos devemos fazer o possível para bem de Portugal. É que uma boa ideia não deve ser escondida, porque os objectivos mais valiosos de qualquer instituição pública devem visar o engrandecimento do país e o bem-estar dos cidadãos e, por isso, sentir-se-ão felizes e orgulhosos por darem bons contributos ao País, mesmo que a sua ideia tenha sido aproveitada por quem no momento está ao leme do Governo, o que é natural. E, se isso for tratado com transparência e patriotismo e for adequadamente publicitado, acabará por induzir os eleitores a elevar o conceito sobre a competência e a actividade do partido, o que será traduzido por votos.

Como disse no artigo publicado em 20 de Setembro de 2016, um partido na oposição “deve, como em tudo na vida, encarar o facto da maneira mais positiva e tirar dele os melhores benefícios, para o País e para o futuro do partido”. Esse período de “repouso” deve ser aproveitado como um estágio de preparação para o desejado próximo período de governação. Para que este se concretize, convém ir dando aos eleitores a noção de que dispõe de boas intenções e de uma estratégia bem estudada, bem organizada e programada que contribuirá para uma vida melhor nos dias que virão, em benefício de todos os cidadãos.

Com tal procedimento, a vida política nacional deixará de ser uma guerra de palavras agressivas entre os partidos e passará a ser um trabalho convergente de colaboração para o grande objectivo do engrandecimento de Portugal e sairá beneficiado aquele que mostrar ao povo que possui mais dedicação, competência e perspicácia para escolher as melhores vias estratégicas para o conseguir, em respeito pela nação, pela sua História de mais de oito séculos e por aquilo que há de melhor nas tradições sociais.

Precisamos de ressurgimento e mudança drástica, depois de quase meio século de degradação nos sectores essenciais da nossa sociedade. E a oposição, liberta de apertados condicionamentos legais, deve repensar o futuro e elaborar, para isso, projectos e propostas de valor, sem se deter com palavras falaciosas e vazias de conteúdo, apenas destinadas a criar ilusões nas cabeças mais vazias, como infelizmente vem acontecendo com os detentores do poder. Devem ser evitadas promessas, sem fundamento real em estudos preparatórios que garantam a sua realização. A propaganda deve ser baseada em acções e não em palavras vazias e enganadoras.

Na elaboração de projectos e propostas, devem ser encarados os temas do combate à corrupção e ao esbanjamento do erário, o melhor funcionamento dos serviços públicos, educação, saúde, justiça, recuperação do património nacional, etc. ■

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A JOTA PODE SER SOLUÇÃO!

A jota pode ser solução?
DIABO nº 2233 de 18-10-2019 pág 16. Por António João Soares

Segundo Pedro Soares Martínez fez constar no seu artigo de O DIABO nº 2230, hoje, nos países latinos, os políticos são provenientes de advogados sem causas, escritores falhados, professores sem amor aos livros, médicos sem clínica, engenheiros sem colocação, etc.

Isto faz-me recordar um texto já com alguns anos que referia a ida da D. Maria José, de uma aldeia próxima, à cidade comprar uma camisa para o neto António Carlos. Foi muito bem recebida pelo dono da loja, já conhecido de longa data, que, no meio dos cumprimentos e da conversa, lhe perguntou como o rapaz ia nos estudos. A avó despejou a sua mágoa por ele não gostar de dedicar muito tempo aos livros e preferir as brincadeiras com outros rapazes, o que, segundo ela, lhe tornava difícil realizar os objectivos que a família esperava dele, desejando que viesse a ser doutor, satisfazendo a vaidade dele e da família e permitindo uma vida desafogada, sem dificuldades nem problemas financeiros.

Os desabafos da avó mostravam grandes preocupações familiares e comoveram o dono da camisaria, Manuel Afonso, que tentava sossegar o ânimo da cliente, dizendo-lhe que esta juventude de agora é diferente daquilo que foram os seus pais, etc. E, a dada altura da conversa, sugeriu a solução adoptada por um cliente ali vizinho que falou com o líder local de partido bem cotado para convencer o seu filho, também avesso aos estudos, a inscrever-se na juventude a fim de procurar sucesso na vida que suprisse a falta de jeito e de vontade para estudar. O rapaz entusiasmou-se e, com a vaidade a crescer, dedicou-se à realização das tarefas que lhe eram dadas, foi trabalhar para a Câmara, alimentou a esperança de vir a ser vereador, movido pela vaidade e ambição e, influenciado pelos mais idosos, continuou a estudar e a querer fazer figura, e lá se ia esforçando um pouco.

Mas a Maria José continuava presa aos objectivos que esperava ver atingidos pelo neto, repetia que a família desejava que ele viesse a ser doutor, mas o Manuel Afonso respondia que ele podia vir a ser deputado, podia fazer uns favores a uma universidade que, em troca, lhe poderia dar um diploma; e citava um primeiro-ministro a quem, pouco tempo antes, uma universidade tinha mandado entregar, num Domingo, o diploma de licenciatura e referiu outros casos com aspectos semelhantes. Além disso, ele vai aprendendo as habilidades e as manhas dos políticos e, com facilidade, se torna rico e até milionário sem suar nem fazer calos, causando inveja aos actuais companheiros da escola que matam a cabeça para obter boas notas, mas sem aprenderem a maneira de arranjar fortuna.

De entre as habilidades citou o domínio da Comunicação Social, para manter a população de cérebro lavado e vazio, a preocupar-se com ninharias e afastada dos problemas essenciais que devem ser desviados das conversas para não colocarem em más condições as posições dos políticos, por estes não serem capazes de encontrar soluções para o que realmente interessa à população. Por isso evitam que esta vá alem do futebol e crie problemas aos governantes.

Essa lavagem de cérebro tem agora uma artista, a Greta, que à margem da ciência agride verbalmente pessoas com responsabilidade, com fantasias sem o mínimo de saber científico mas que cala a boca de gente a quem falta saber e discernimento para distinguir o que é científico daquilo que não passa de fantasias. E há muito dinheiro por detrás de tais palhaçadas que permitem lucros compensadores em negócios para lutar contra fantasmas que o povo leva a sério.

Veja-se o discurso que Vladimir Putin leu, em ambiente solene, a alertar os governantes ocidentais que desprezam a sensatez e a racionalidade. ■

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

A HUMANIDADE NÃO DESISTE DA VIOLÊNCIA!

A Humanidade não desiste da violência?
DIABO 2232 de 11-1º-2019.Por António João Soares Coronel

Infelizmente, o ser humano, apesar do desenvolvimento e dos apelos religiosos durante muitos séculos, continua apegado a ambições, vaidades, violências que o tornam mais irracional do que os animais a que os nossos antepassados aplicaram tal adjectivo.

Há dias, vi um vídeo que mostrava uma arena ocupada por uma espécie de formatura militar de jovens espaçados de cerca de 3 metros entre si. Abriram-se as portas do curro e saltou para fora um touro, com ar agressivo, mas que ficou espantado por ver aquela gente completamente imóvel, sem representar qualquer perigo para ele que se passeou em várias direcções entre eles com serenidade e completamente à vontade. Nisto, vê mexer lá ao fundo uma capa e correu para ela, tendo parado quando ela se imobilizou e deixou de ser ameaça à sua segurança, e continuou o seu passeio.

O Google tem divulgado várias imagens que evidenciam a solidariedade e amizade entre vários animais sem problemas de raça, tamanho ou cor, quando não têm motivo para recear pela sua segurança e vida. Mas os seres humanos são, muitas vezes, ambiciosos, ostensivamente vaidosos o que pode levá-los a falsos medos, a ódios, a raivas e a desejos de vingança que podem levar a violências impensáveis. Aparecem notícias chocantes, mesmo de familiares que se assassinam.

E o que se passa em pessoas, em famílias, em grupos de fãs clubistas, passa-se também nos mais altos níveis dos poderes políticos internacionais. As guerras não acontecem por acaso. As indústrias de armamento defendem o seu negócio e procuram, pelas mais variadas formas e pretextos, vender material letal a diversos Estados e a grupos terroristas (muitas vezes apoiados por rivais dos alvos que escolhem). Têm sido frequentes, na Comunicação Social, notícias sobre actos de violência em África e, principalmente, no Médio Oriente e Ásia. Tenho presente o assunto do ataque de ‘drones’ no dia 13 de Setembro contra duas instalações petrolíferas sauditas, reivindicado por rebeldes iemenitas Huthis e que deu origem a acusação ao Irão de ser o mandante de tal acção violenta que obriga a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, a reduzir temporariamente a sua produção para metade, com grande aumento de preço aos consumidores.

Tal acusação assenta em factores como a ambição iraniana de restaurar o antigo Império Persa de Dario que tem dado origem a variadas acções na região do Golfo Pérsico, retenção de petroleiros no Estreito de Ormuz e nas intervenções no Iraque, na Síria e no Iémen e à intenção de criação de armas nucleares, objecto do acordo de Junho de 2006 com o grupo P5+1 e cujo incumprimento tem dado lugar a retaliações comerciais por parte dos EUA.

Esta situação de persistente intenção de violência é confirmada por indícios vindos a público com frequência, como a acusação recente de Israel de que o Irão tem ocultado “uma instalação secreta” onde desenvolve testes com armas nucleares.

Sobre a eliminação da violência extrema, o Conselho de Segurança da ONU decidiu a desnuclearização mundial que serviu de pretexto para os EUA negociarem com a Coreia do Norte a paragem das investigações e intenções de criar armas nucleares, mas tal decisão do CS está eivada de prepotência e arrogância dos seus membros permanentes que impõem ao mundo aquilo que consideram ser seu próprio direito. Como tal decisão, tendo uma intenção louvável não devia admitir excepções, aqueles cinco Estados deviam decidir-se a dar o exemplo, desmontando as suas armas, por forma visível, perante um grupo internacional de observadores isentos, a fim de o mundo não ter dúvidas. E, a partir daí, um Estado que infringisse a determinação seria adequadamente castigado.

Com atitudes deste género iniciar-se- -ia uma nova era de diálogo e negociação para resolver qualquer pequeno conflito de interesses, entre pessoas verdadeiramente racionais e solidárias, sem recurso a violência inocentes. ■

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E AMBIENTE

Alterações climáticas e Ambiente
DIABO nº 2231 de 04-10-2019, pág 16 por António João Soares

Ultimamente, têm sido ditas muitas coisas como sendo úteis para evitar alterações climáticas mas, segundo opiniões de pessoas com formação sobre o tema, essas opiniões pretensiosas de nada valem para alterar aquilo que a Natureza já está a fazer. Porém, na generalidade, as iniciativas aconselhadas são benéficas para melhorar a qualidade do ambiente, beneficiando as nossas vidas com melhor saúde, comodidade e agrado.

Será bom que as pessoas com responsabilidades no País e no exterior sejam mais prudentes e deixem de citar as alterações climáticas quando se devem limitar a referir os cuidados para a defesa do ambiente. Quanto ao clima, nada de muito significativo se pode fazer a não ser as medidas referidas mais abaixo, saídas de mentes bem formadas e intencionadas.

E não se deve esquecer que, para resolver problemas essenciais, não bastam palavras mesmo que sejam bem intencionadas, como aconteceu no caso da “criação de uma estratégia nacional integrada de redução de plásticos” que, devido a falta de informação, foi impedida de início, sem modos de reduzir a vulnerabilidade do país à tal poluição. Na ausência de informações sobre os impactos ecológicos, sociais, económicos e para a saúde da poluição por plástico, não só se impede uma estratégia de redução como a determinação de um investimento de gestão dos resíduos. Aos agentes económicos, às autoridades em geral e ao povo consumidor deve ser oferecido conhecimento e sensibilidade para contribuírem para a resolução do problema com eficácia. É pena os nossos governantes não terem a noção de que a legislação não vale apenas por estar no papel, pois precisa de ser compreendida e assumida por aqueles a quem se destina.

Porém, a temida alteração climática já está em curso com vários aspectos visíveis que aconselham adaptações adequadas nos nossos comportamentos pessoais e de algumas actividades económicas, por forma a que as nossas vidas e a ligação com a fauna e a flora não sejam demasiado lesadas pelas alterações que nos são impostas. Neste aspecto, já há trabalhos de técnicos agrários e agrónomos, muito conscientes e atentos ao problema, que se afastam das palavras falaciosas de “jovens sábios” desprovidos de sentido prático e de conhecimentos científicos, e estão a experimentar soluções para fazer face às novas alterações climáticas em zonas mais sensíveis e onde já se sente o aumento da temperatura e os sinais de escassez de água.

A posição positiva e bem fundamentada de técnicos agrários vem, concretamente, contrariar certas intenções infantis de querer contrariar a força da Natureza que pode ser semelhante a muitas outras ocorridas na longa vida do nosso Planeta. A Natureza não se subordina aos habitantes, como aconteceu quando criou o Oceano Atlântico, cortando o continente africano, ou quando prepara novo corte, também em sentido próximo dos meridianos, na parte Leste do mesmo continente. O homem não tem poder para evitar as alterações climáticas, por mais teatro que faça, com a Greta ou com outras enviadas pelo grande capital. Medida inteligente é a alteração dos nossos hábitos para sobrevivermos a carências que surjam, como é tomado bem evidente pela notícia “O montado ibérico desafia as alterações climáticas”, com empresários agrícolas ibéricos a tomar medidas para o melhor aproveitamento dos terrenos, em benefício das pessoas, da fauna e da flora, por forma a evitar graves consequências das secas que se anunciam. Um novo sistema de exploração do montado, tornando as explorações mais produtivas e rentáveis e, ao mesmo tempo, fixando população no meio rural, em grande parte despovoado, é uma solução inteligente e bom caminho a seguir.

Como a intenção da redução de plásticos, também as conclusões dos trabalhos de investigação para se obter a melhor adaptação às alterações climáticas necessitam de boa e adequada divulgação a toda a população, principalmente a ligada ao meio rural, para se obterem os melhores resultados e se evitarem ao máximo os incómodos da mudança. ■

terça-feira, 1 de outubro de 2019

DISCURSO DE VLADIMIR PUTIN em 30-09-2019

190930. Discurso de Putin
Tradução que consegui do vídeo com este discurso.

Hoje estou cansado. Cansado de vocês.

Quero dirigir-me aos líderes do mundo. Que se passa com vocês? Que plano diabólico estão tramando? Vocês estão, deliberadamente, tentando reduzir a população e fazem-no à custa de vidas inocentes, de mentes frágeis que acreditam no vosso politicamente correcto. Pais, mães, filhos. Uma classe de monstros convence uma família a mutilar os órgãos genitais de seu filho, porque este um dia parece uma menina? Sabendo perfeitamente que um menino não tem ainda a sua identidade formada. Que tipo de fera maligna convence um país do ocidente a abrir as portas ao terrorismo do Estado Islâmico? Lavando o cérebro das pessoas com poderosos sistemas mediáticos poderosos que mentem descaradamente.

Vocês estão mudando os valores da cultura ocidental, um a um, intencionalmente. Vocês desejam que o terrorismo destrua vidas inocentes. Vocês mesmos estão a atacar a vossa própria cultura e valores, a consciência. Querem destruir o cristianismo, sabendo que do outro lado virão outros impor o Islão, através da violência e do terror. Sabem-no e deixam que isto aconteça. Agora, pelas vítimas do terrorismo, peço que façamos um minuto de silêncio…

Poderosos do Mundo, estou atento aos vossos planos diabólicos para reduzir a população do planeta. Desde abrir as portas e barreiras a grupos terroristas até à tentativa deliberada de homossexualizar a população. Vim aqui hoje para expor como e porquê vocês fazem isso. Têm sido suficientemente maus para tirar proveito dos fracos, dos oprimidos. Levaram os jovens pelos chifres e encheram as suas mentes com lixo. Tornaram natural a mudança cirúrgica de sexo.

O prefeito da cidade de Manchester naturalizou o terrorismo islâmico. Depois de um atentado, ele disse que os ataques terroristas são parte natural da vida numa grande cidade. Incrível. Se vocês acham que o vosso povo deve acostumar-se a ser massacrado, renunciem ao vosso cargo.

E o que estão fazendo com a comunidade homossexual, Deus. Estão tirando vantagem de uma parte da sociedade que tem sido eternamente oprimida e já sabendo que sofrem de distúrbios e disforia, para fazer-lhe acreditar que são a ordem natural e que todo aquele que não aceite esta premissa é um mau e um pateta fóbico que os odeia sem medida. A homossexualização, através de falsos e alterados estudos que, mês a mês, relatam que a heterossexualidade não existe. Artigos sobre modas suspeitas em que os heterossexuais fazem sexo entre homens e que a heterossexualidade não passa de uma construção social. Bem eu digo que estes são clientes. Mentiras premeditadas para reduzir a população mundial a pouco e pouco. Porque vocês sabem bem que uma sociedade homossexual não será capaz de se reproduzir.

Os islâmicos nos massacram. Vocês bombardeiam os islâmicos. E a sociedade não se reproduz. O resultado é que vocês esperam uma eficaz redução efectiva populacional. Mas isto não termina aqui. Eles também aumentam o ódio entre homens e mulheres. Eles destruíram o movimento feminista, para gerar uma guerra entre seres biologicamente adequados. Homens e mulheres. Se homem e mulheres se odeiam, as chances da sua reprodução desaparecem completamente.

Este plano monstruoso é acompanhado de uma filosofia neomarxista. E os jovens de mente fraca que compraram discursos pré-digeridos. Rapazes e raparigas que recusam pensar por si mesmos ficam com cérebros lavados, cheios de ideias absurdas, completamente idiotas e defendem leis jihadistas. Eles estão absolutamente convencidos de que a mutilação dos órgãos genitais não resulta num distúrbio de identidade sexual. Eles conseguiram convencê-los de que o inimigo é a família tradicional, quer dizer a que se reproduz.
Mas hoje a história, vos demonstrará a vocês, governantes, que o sentimento comum é mais forte. Exigimos que façam marcha atrás com o vosso plano.

Hoje estou aqui em paz. Implorando para ser deixado sozinho. Deixem já em paz as mentes dos jovens e dos oprimidos, mas pisei e demonstrei que estou ciente dos vossos planos. As vossas políticas têm que mudar urgentemente. Os vossos mídia deverão começar a dizer a verdade. Parem de tentar deliberadamente confundir os jovens sobre a sua privacidade. Meter-se na vida sexual de uma pessoa saudável é um acto desprezível e repugnante. Exigir a todo um povo que se acostume a ser massacrado por imigrantes radicais é um acto cobarde, desprezível. Enfrentar homens e mulheres sob a bandeira do feminismo… Canalhas, canalhas. É uma das coisas mais infelizes que vi em toda a minha vida política. América e Europa se não terminarem os seus planos, deverão enfrentar, não sozinhos, a ira de Deus. Senão também a minha. Retrocedam com o vosso plano.
Deus e Pátria ou morte. Viva. Viva. Viva


segunda-feira, 30 de setembro de 2019

GOVERNO DESEJÁVEL



De hoje a uma semana, haverá eleições de que resultará um Governo, novo Poder Executivo, que deverá definir objectivos claros, de médio e longo prazo, para os sectores essenciais da Nação. Tais escolhas de objectivos devem resultar de estudos bem pensados, sólidos, das causas e condicionamentos dos problemas que precisam de solução, e de ideias estratégicas focadas num futuro melhor. Depois, deve proceder uma organização simples, sem burocracias desnecessárias, e eficaz para os concretizar de forma adequada.

O pessoal que, nos serviços públicos, terá a responsabilidade de realização das tarefas para a realização dos objectivos nacionais, deve ser escolhido, não por motivos de amizade ou família ou clubismo, mas em resultado de uma escolha serena e ponderada de pessoas que tenham preparação e experiência para o efeito.

Quanto a decisões dos governantes, é imperioso que os seus autores tenham consciência de que as palavras nada valem só por si se não forem traduzidas em acções adequadas. Por isso, não basta decidir e escrever despachos, comunicados, etc., pois é indispensável preparar tudo, com realismo, para serem obtidos os resultados desejados. Não deve voltar a acontecer como com a decisão de ELIMINAR OS PLÁSTICOS e, depois de algum tempo, os governantes lamentarem ter ficado tudo na mesma, porque não foram difundidas as necessárias instruções e comunicações sobre as condições e modalidades de acção para que isso resultasse. Faltaram preparativos de instrução e de criação de ambiente para as empresas alterarem os seus procedimentos de aquisição e utilização de outros instrumentos, e para os consumidores aderirem com entusiasmo à alteração dos seus comportamentos na utilização e no destino final.

As pessoas devem ser, permanentemente, consideradas o alvo superior em qualquer decisão. Esta deve ser devidamente ponderada quanto aos efeitos desejados e as pessoas devem ser ouvidas para se conseguir calcular a sua adesão e criar nelas bom espírito de colaboração naquilo que se destina a melhorar a sua qualidade de vida. As decisões tomadas por capricho ou inspiração pessoal imediata, raramente, resultam de forma correcta como aconteceu na de transferir para o Porto o INEM.

Depois de estudar as causas e condicionamentos dos problemas e de ouvir pessoas que os conhecem e de tomada decisão, convertida ou não em documento legal, para que os resultados sejam os desejados, é essencial o acompanhamento das actividades, para correcção e melhoramento das comunicações a fim de conseguir a melhor colaboração de todos os executantes e, a partir daí, se necessário, decidir medidas adicionais que tornam a adesão mais motivadora e entusiástica.

domingo, 29 de setembro de 2019

O SUSTO GLOBAL

O susto global
Transcrição do artigo de O DIABO nº 2230 de 29-09-2019, pág 12-13. Pelo Sociólogo Augusto Deveza Ramos

O clima foi sempre um instrumento político e militar. Quem controlar a narrativa do clima controla as vontades do planeta

Numa semana internacionalmente marcada pela Cimeira da Acção Climática, em que uma criança sueca foi usada como “argumento” emocional das teorias ambientais “da moda” e o Presidente Marcelo, ao discursar nas Nações Unidas, associou Portugal ao alarmismo catastrofista do “politicamente correcto” de esquerda, O DIABO entra no debate sobre o clima e dá voz às crescentes dúvidas sobre uma “agenda ambientalista” cada vez mais politizada.

1.O susto

A opinião pública tem sido intoxicada e atacada com propaganda acerca do clima. É um esquema ideológico socialista. O objectivo é criar impostos, atacar as soberanias, rebaixar a classe média e vigiar os comportamentos individuais: tudo em nome do preconceito a que deram o nome de «aquecimento global».

Uma das principais agendas nos Media tem sido que «o clima do planeta está a mudar» e que não se pode fazer nada por isso, senão «pagar mais impostos para que cientistas tentem resolver o problema». Grande parte da opinião pública não tem tempo para aprofundar essas premissas e acredita, sem muita dúvida, na intoxicação das televisões, rádios e jornais. Um pequeno resumo dramático acerca do “apocalipse no clima” transmitido no telejornal da noite é o suficiente para que parte significativa da população considere o ‹susto› climatérico como verdadeiro. O objectivo é gerar conformismo nos contribuintes e eleitores e até messianismo nas classes sociais marginais. O susto baseava-se numa premissa geo-estratégica, mas errada à partida: é possível enganar a maioria da população e até países.

À medida que a globalização avançou, a ONU e organizações internacionais adquiriram legitimidade para, literalmente, enganar a população com as narrativas mais absurdas, do susto climatérico aos benefícios da migração, sem esquecer as glórias da China. O logro foi criado para que os globalistas mantivessem a população assustada e hipnotizada, mais dócil para pagar impostos mundiais, sem fazer perguntas e até se juntarem à ‹causa›. O esquema não é novo. O clima foi sempre um instrumento político e militar. O que é inédito é a disseminação planetária de uma mentira que está a ficar muita cara ao ocidente.

Até aos anos 70, a ONU e os globalistas mantinham a população hipnotizada com a ameaça da guerra nuclear entre a URSS e os EUA. Assim que a Guerra Fria terminou, era preciso manter o hipnotismo da obediência, um novo medo. Foi quando os globalistas forjaram a «catástrofe climática». Mas não foi um processo pacífico, foi cómico. Por exemplo, nos anos 70 a revista ‘Time’ publicou três capas medonhas acerca do gelo ameaçador para a humanidade: era o «arrefecimento global». De repente, tudo mudou. A maturidade revelou que final era «aquecimento global».

Estas organizações supranacionais, como a ONU, são organizações ideológicas que usam a ciência para justificar as suas políticas. Mas algo mudou: se a empreitada tinha avançado sem grande resistência, com filmes retóricos como o de Al Gore, “Uma verdade inconveniente” (em sequela), o susto parece que deixou de funcionar. O planeta acordou.

2.Uma hipótese

O “aquecimento global” não é uma teoria, é uma hipótese que nunca mostrou prova científica. Para isso, as organizações globalistas conseguiram reunir um consenso mundial, expandido, acerca desta fraude científica: «o homem emite dióxido de carbono (CO2), causado pela indústria e automóveis, para a atmosfera, que gera uma camada de ozono que afecta o efeito de estufa e gera o aquecimento da terra». A lenda passou tantas vezes nos ‘tops’ mediáticos que apenas os especialistas duvidaram desse refrão. A maior parte da população ouviu, encantou-se e até alinhou com a sereia. Mas poucos a dissecaram a lenda.

Em primeiro lugar, o CO2 (Dióxido de Carbono) é um gás fundamental na vida humana: sem CO2 as plantas não vivem, não há pasto para os animais, nem alimentação para a humanidade; em segundo lugar, não há relação provada entre emissão industrial e aquecimento global. Segundo Luiz Carlos Molion (Universidade de Évora, Universidade Federal de Alagoas, Brasil, e Western Michigan University, EUA), o maior aquecimento da terra no século XX deu-se entre 1925 e 1946, quando o homem lançava menos de 6% de CO2 para a atmosfera; terceiro, a camada de ozono a ser formada desaparece pelo efeito de auto- -regulação da atmosfera, e quando chega aos polos frios, literalmente desaparece; quarto, não existe nenhum preservativo na terra chamado «efeito de estufa».

E se é verdade que tem havido um aquecimento da terra, é falso que esse aquecimento tenha causa atribuível, isto é, causa humana. O aumento das temperaturas é causado pelo Sol, que aquece os oceanos e difunde correntes marítimas quentes que podem afectar os glaciares. Esta verdade é inconveniente porque não tributável, a não ser que as finanças globalistas já estejam a observar a contabilidade do nosso velho amigo Sol.

Al Gore exala nos seus documentários que o “CO2 é a causa do aquecimento da terra”, invertendo a realidade: na verdade, há mais CO2 depois do aquecimento da Terra (quando o sol emite mais temperatura à Terra, aquece os oceanos, que libertam CO2, e estimula os seres vivos, plantas, que produzem o CO2 pela fotossíntese). Al Gore e os globalistas tributários insistem que o CO2 é o ‹mau da fita› no planeta, não revelando que sem carbono não estariam cá para continuar a enganar-nos. O dióxido de carbono é fundamental à vida: é gerado pela fotossíntese de plantas, num processo de transformação de energia solar em energia química que é distribuída aos seres vivos (animais, humanos) que consomem essas plantas no ciclo da teia alimentar.

Como o dióxido de carbono é armazenado naturalmente nos combustíveis fósseis, os globalistas decidiram perseguir os seus armazéns: petróleo, carvão, gás natural. Mas é mais um esquema económico geo-estratégico a médio prazo. Porque se trata de sancionar os países produtores destes combustíveis fósseis, como a Rússia, produtora de gás natural.

3.A fraude

Não há evidência científica de que o aquecimento global tenha relação com o aumento de CO2. Até agora, nenhum organismo ambientalista, ou académico, provou isso. Não passa de uma hipótese que nunca cumpriu a última etapa epistemológica: a prova. Os globalistas associam directamente o crescimento do CO2 à revolução industrial, mas é uma falácia: o CO2 é produto do aumento da temperatura (actividade do sol) e não o contrário.

Esta propaganda fraudulenta tem origem no IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), um organismo político (não científico) que foi criado em 1988, nas Nações Unidas (ONU). O IPCC não produz pesquisa original, apenas sintetiza o conhecimento produzido por cientistas «independentes» mas «ligados a organizações e governos» (sic). É uma espécie de central de difusão de relatórios duvidosos para justificar a administração de políticas tributárias. Mas até o próprio IPCC tem recuado nas suas premissas, cada vez mais denunciadas como fraudes. O IPCC emite relatórios de 4.000 páginas (que conta que ninguém leia) mas concentra dezenas de especialistas a elaborarem sumários de 25 páginas, com linguagem volátil, para acertar nas redacções dos jornais e televisões e, principalmente, na agenda de incautos ministros dos governos soberanos.

4.A maldita agenda da ONU

O Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris (que Trump não assinou) pretendem 100 biliões de dólares/ano, em impostos, para reduzir “emissões” de carbono (atribuídas ao homem e não à natureza). Esses biliões provêm dos bolsos dos contribuintes de todo o planeta. O objectivo do embuste será «reduzir as emissões de CO2» e atribuir as culpas ao Homem. Objectivo em que o Papa Francisco tem sido cúmplice.

Mas os objectivos são outros: em nome da redução das emissões de CO2, a ONU, através do IPCC, pretende empobrecer o Ocidente desenvolvido em três vectores: primeiro, aumentar os impostos gerais e à classe média detentora de indústria; segundo, atacar a infraestrutura dos países, sua produção e energia - 80% da energia eléctrica mundial depende dos combustíveis fosseis, petróleo, carvão e gás natural; terceiro, atacar os direitos e soberanias (o cidadão terá de obedecer a ‹níveis› de comportamento e consumo que o Big Brother da ONU vigiará). E não fica por aqui: a China, o país mais poluidor do mundo, está isenta de obrigações ambientais. Hoje a China é tão desleal na sua concorrência no Ocidente que tem electricidade sete vezes mais barata que a Europa, favorecendo a sua expansão económica e ideológica totalitária no planeta, como mostra a sua recente invasão a Hong Kong e a disseminação da tecnologia-espiã 5G no ocidente.

Se a ONU pretende reduzir emissões de carbono - por impostos, controle da energia e produção - vai atacar 80% da estrutura mundial que precisa de combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás) para produzir electricidade. Isto vai gerar estagnação, desigualdade e pobreza em muitos países. Mas não se preocupem: a “Agenda 2030” da ONU já previu isso na sua primeira alínea («combater a fome em todo o mundo»); e se os impostos em nome do carbono vão causar massivo desespero e fuga à fome pela migração, a ONU também já forjou em Marraquexe, no ano passado, o Plano Global das Migrações - o plano que prevê que os países signatários (Portugal incluído) acolham migrantes vindos de países asfixiados pelas taxas de carbono. Isto não é apenas um embuste tributário, é muito pior: é criar pobreza e caos mundial, destruir fronteiras, prosperidades nacionais e locais, incitar à migração desesperada. Tudo isto para a subreptícia intenção da ONU: gerar o governo mundial de «emergência», centralizado, sem democracia, que iria salvar o planeta do clima e da fome.

5.Perguntas inconvenientes

Se a ameaça de aumento do nível do mar, causado pelo degelo nos polos, é real, porque comprou a vedeta de uma “Verdade Inconveniente”, Al Gore, uma casa de praia no valor de 9,5 milhões de dólares junto ao mar, a poucos centímetros acima do nível do mar, em Montesito, Califórnia? E porque fez o mesmo, o ex-presidente Barak Obama, que pagou 15 milhões por uma casa de praia numa ilha, bem rente ao nível do mar? Será que o mar é como os globalistas, quando se eleva não é para todos?

Por que razão a Alemanha se está a preparar tanto, tendo construído 23 centrais termoeléctricas a carvão (que geram acido sulfúrico, poluente), em 2018? Porquê o mesmo no Japão? Porque podem estes países construir termoeléctricas (carvão contém carbono) e outros países não? O que se está a forjar por trás das cortinas?

6.Respostas convenientes

O grande público, admite-se, não tem tempo para aprofundar a propaganda massiva que lhe é inculcada. Uma “mentira repetida torna-se verdade”, dizia Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler. A propaganda do «susto do clima» conta com biliões de dólares doados a centrais de difusão e Media para produzirem acólitos, missionários e até pategos.

Importa desmistificar estes mitos:

1) Nível do mar - não depende do aquecimento global mas do movimento das placas tectónicas, ventos, ondas dos oceanos e até do ciclo lunar; está, por exemplo, a baixar nos países nórdicos (a terra elevou-se por movimento tectónico); depende de um planeta inquieto, é o resultado de fenómenos de agradação (formação de praias) e degradação (da praia);

2) Aquecimento - houve um aquecimento da terra desde o início do século, o problema é que a ONU, pelo IPCC, diz que isso é responsabilidade do Homem; não é, o Sol é o responsável por isto tudo;

3) Derretimento glacial - resulta de ondas marítimas quentes vindas do Sul que entram no Árctico, aquecem as águas profundas e descongelam a infraestrutura dos icebergues, não é culpa do Homem;

4) Previsões - as hipóteses do IPCC e Al Gore não provêm da observação, saem de modelos de computador sem metodologia científica, onde não são tratadas variáveis fundamentais, como nuvens, ciclo hidrológico, movimentos de calor, oceanos;

5) Tendência - o clima está a mudar para o arrefecimento até 2035;

6) Lua - os ciclos da Lua interferem com a gravitação da terra, por vezes «puxam» os oceanos e estimulam correntes marinhas quentes e frias que afectam os climas locais e globais;

7) Camada de Ozono - não existe; o ozono desaparece diante das temperaturas da Antárctida;

8) Aquecimento local - incêndios, inundações, indústria, poluição, não têm impacto global, apenas local, no micro-clima, que a atmosfera dissolve rapidamente;

9) Chuvas - são fenómenos cíclicos de variação da temperatura dos oceanos que causam precipitação nos continentes, não dependem do aquecimento global.

7.Conclusão

Quem controlar a narrativa do clima controla as vontades do planeta. É o que pretende a ONU. O mais pernicioso nem é a fraude da hipótese do “aquecimento global”, mas a inculcação e danos que a propaganda já gerou na opinião publica e nas infelizes gerações que não tiveram oportunidade de questionar a doutrina. Hoje o clima é desculpa para todos os males da humanidade: pobreza, dilúvios, ursos polares, vontade de trabalhar, aborto, hiperpopulação, e até raças. A propaganda cumpriu o seu propósito: criar confusão, caos e desinformação, a favor dos ‘lobbies’ de mega- -empresas, governos e suas estratégias.

As dezenas de reuniões mundiais para o clima, servem actualmente apenas para discutir novas e mais sofisticadas formas de colonização globalista. Por exemplo, o ex-presidente do Brasil, Color de Mello, revelou, dois anos depois de assinar o Protocolo de Montreal de 1987 - taxação de CFC›s (spray, ar condicionado) – que tinha sido chantageado pelo FMI para poder renovar a ajuda ao Brasil. É assim. Os países pobres assinam tratados porque apenas querem subsídios financeiros dos globalistas, mas nunca se vão desenvolver ao nível dos ricos. A ‹Cosa Nostra› não permite.

O objectivo global do embuste do «clima aquecido» é centralizar decisões e controle: em nome do controle do clima, ‹gerem-se ‹os climas locais, isto é, controlam-se os recursos locais não apenas dos países, mas principalmente regiões, zonas e áreas, onde são mapeados os seus recursos minerais. Isto não tem nada de ambiental ou de eliminação de pobreza, é pura táctica geo-económica a prazo. Que inclui a desindustrialização de países em ascensão - como Portugal, que paga a electricidade caríssima e torna o país repelente a investidores estrangeiros, mantendo-o planeadamente insolvente e eternamente dependente da ajuda dos bancos centrais, o BCE ou FMI (globalistas).

Mas há boas notícias: milhares de cientistas, nomeadamente da NASA, denunciam o esquema do ‹aquecimento›; outros estão simplesmente em debandada. E Lord Monkton, um intrépido escocês, critico do logro, afirmou recentemente que «quando a ONU aceitar que o esquema é uma farsa está terminada a esquerda no planeta».

E é disso que a fraude do «aquecimento global» trata: da sobrevivência de um fóssil: a esquerda internacional. Não da nossa amada casa Terra. ■

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

VOTAR COMO?

Votar como?
(Publ. em O DIABO nº 2230 de 27-09-2019 pág 16, por António João Soares)

Estamos próximos da data de exercer o direito e dever de votar numa de entre muitas listas de candidatos às eleições legislativas. Votar é próprio da democracia, embora esta não esteja a corresponder, satisfatoriamente, aos fins que dela são esperados.

Com efeito, escolher os nossos representantes e servidores dos interesses nacionais não significa que vamos dar o voto a um grupo de pessoas que desconhecemos e que, à partida, temos justificada impressão de que, em vez serem dedicados defensores das causas nacionais, para melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e para engrandecimento do património nacional, em bens materiais e culturais, são eivados de objectivos muito pessoais de enriquecimento volumoso e rápido sem olharem a meios para os atingir.

Os políticos desejáveis para as funções atrás referidas devem ser pessoas generosas, solidárias, respeitadoras dos direitos e liberdades individuais, dedicados aos valores éticos sociais e nacionais e desejosos de conhecer os problemas que os cidadãos querem ver resolvidos. Em complemento disso, devem possuir boas qualidades de gestores do erário, ser comedidos nas despesas, dando sempre prioridade àquilo que é essencial para os objectivos nacionais de engrandecimento do património e de melhoria das condições de vida da população nacional.

Como representantes e defensores dos cidadãos, devem ser pessoas com gosto pelo diálogo com pessoas de qualquer condição, de forma a terem facilidade na aquisição de conhecimento dos problemas nacionais, em qualquer parte do território. Nesse diálogo com os habitantes, nas suas frequentes visitas de observação do País real, devem evitar promessas ilusórias e limitar-se à realidade possível e desejável. Perante casos reais, devem estimular e incentivar as pessoas a analisar, com os amigos, as causas e os condicionalismos e, quando tiverem sugestões a apresentar, devem fazê-lo de forma construtiva para facilitar o trabalho dos técnicos que, posteriormente, elaborarão soluções. Com tal diálogo, os cidadãos devem ficar cientes de que os problemas nacionais são seus, de cada um deles e, por isso, não devem deixar de, em conversa com os amigos, procurar encontrar as soluções que achem ser mais adequadas e comunicá-las às autoridades governamentais, autárquicas, etc., para lhes facilitar a tarefa de que estão incumbidas. Será desejável que evitem, pelo diálogo, as nefastas greves de grande duração em serviços públicos que devem ter credibilidade e ser respeitados pelos cidadãos.

Perante isto, o acto de votar exige sentido de responsabilidade e o voto deve ser dado a quem inspire confiança, o que não é o caso de uma lista de pessoas de quem nada se conhece a não ser que são amigas do chefe do partido. Ora, a vida nacional de quase meio século mostra, sob muitos pontos de vista, que foi indesejável e que é altura de evitar votar em partidos que mostraram muitos defeitos, erros, más decisões e indecisões e, com isso, mantiveram o País num estado de estagnação indesejável. Por isso, há muitos cidadãos válidos que aconselham a procurar dados concretos que permitam arriscar o voto num dos partidos recentemente inscritos, embora inexperientes nas malabarices da política dita “correcta”, mas isentos de culpas na degradação que temos estado a sofrer de modo gravoso e continuado, com o esbanjamento das toneladas de barras de ouro recebidas do “antes do 25-A” e a dívida pública persistente que será uma pesada herança para as gerações vindouras.

Dos partidos recentemente surgidos, haverá alguns que reduzirão as despesas públicas hoje agravadas com benesses exageradas para ex-políticos, estabelecerão um tecto para a quantidade de sugadores do dinheiro público e para certas benesses que atingem valores chocantes quando comparadas com salários de trabalhadores activos, mesmo em altos cargos da função pública. ■

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

CONTRA A DESERTIFICAÇÃO, PELA NATUREZA

Contra a desertificação, pela Natureza
DIABO nº 2229 de 20-09-2019, pág 16

Para a sustentabilidade da vida humana no Planeta há que dedicar muita atenção à defesa do ambiente, isto é, da Natureza, com pessoas, animais e vegetais e a biodiversidade nos seus diversos sectores. Por exemplo, evitar a desertificação nos seus vários aspectos, ou o domínio de uma espécie vegetal que impede a vida das outras, como está a acontecer com o eucalipto, uma infestante que, em muitas áreas, está a impedir o crescimento das espécies anteriormente existentes.

Em Portugal, a desertificação atingiu tal exagero que já motivou o “Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação, criado em 1996 e revisto em 2014”, e o compromisso assumido e referido na Agenda 2030 das Nações Unidas; e deu origem ao recente alerta do TdC para definir as linhas de acção para o combate às alterações climáticas, através da gestão do uso da água e da manutenção das florestas. Tendo havido um progressivo abandono dos meios rurais e encontrando-se o interior do País já em preocupante estado de desertificação, há urgência em tomar medidas para inverter o estado de degradação vigente. Essas medidas devem começar por dar incentivos atraentes para desenvolver actividades económicas ligadas às potencialidades locais – agricultura, pecuária, madeira, mobiliário, etc –, apoio às pessoas, repondo, de forma adequada, serviços públicos que foram retirados, no ensino, na saúde, nos correios, finanças, justiça, na banca, etc.

Há alguns anos, uma autarca do centro geográfico do continente, na Beira Baixa, conseguiu instalar uma boa quantidade de imigrantes brasileiros a fim de dinamizar o repovoamento da ária mas, como não lhes foram dados apoios atractivos, acabaram por decidir ir trabalhar em cidades, onde as condições eram mais vantajosas. Para resolver este grave problema não basta criar um “observatório” e ficar descansado de que fica solucionado, como parece ser a convicção do ministro do Ambiente. Há, pois, que deitar mãos ao problema e considerá-lo essencial e urgente. Os técnicos devem analisar localmente todos os factores intervenientes, estudar as causas e dialogar com habitantes actuais e recentes que forneçam opiniões construtivas. Com a devida frequência, esses técnicos devem apresentar o resultado da evolução do seu trabalho a fim de se evitarem indecisões e estagnação, se tomem posições oficiais quanto a resultados já consolidados e se melhorem adequadamente as estratégias para atingir os objectivos desejados em tempo aceitável.

Ao nomear técnicos para se encarregarem destas funções, devem ser escolhidas pessoas, não por amiguismo, mas por competência e experiência adquirida e demonstrada, para não serem mais um “observatório” ou “comissão” das que só excepcionalmente merecem elogio.

Há alguns anos, no distrito de Bragança houve jovens professores do secundário que, nos tempos livres, se dedicavam à agricultura ecológica de produtos alimentares, alguns ainda desconhecidos na região, e que foram noticiados na TV e apontados como exemplos a seguir. Desconheço a sua situação actual, mas há interesse em seguir tais exemplos. E empresas agrícolas como existem no Alentejo e no Algarve em mãos de estrangeiros, também podem servir de estímulo para tal sistema ser utilizado nas Beiras e em Trás-os-Montes, aproveitando bons terrenos agrícolas, que actualmente se encontram abandonados e cobertos de silvas e mato e ameaçados por eucaliptos.

No aspecto humano, como os poucos residentes, onde ainda os há, são idosos, deve ser encarada, de forma prática e satisfatória, a existência de centros de apoio de dia e de lares residenciais, o apoio de saúde e o apoio de serviços públicos para não terem de se deslocar muitos quilómetros sempre que precisem de resolver qualquer pequeno assunto da burocracia oficial a que sejam obrigados.

Não deve haver hesitações nas medidas que contribuam para anular a desertificação e para preservar a Natureza na sua melhor forma. ■

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

UNIDOS PARA UM PORTUGAL MELHOR

Unidos para um Portugal melhor
(Publicado em O DIABO nº 2228 de 13-09-2019, pág 16 por António João Soares)

“A união faz a força”. A convergência de esforços é apanágio de uma equipa que deseja ganhar. Na vida social de um País todos devemos estar interessados no progresso, no crescimento do património colectivo e, para isso, devemos definir consensualmente objectivos estratégicos, a longo prazo, a atingir pelo esforço coordenado de todos. Cumprirá aos partidos do Governo, com a colaboração dos outros, a definição dos objectivos e de como conseguir a sua conquista da maneira mais positiva, para satisfação de todo os cidadãos, de forma realista, nos aspectos de segurança, justiça social, saúde, etc. Tal tarefa, a fim de ser respeitada durante muito tempo sem sofrer alterações da iniciativa de futuros Executivos, não deve ser levada a cabo simplesmente por Governo, de forma egoísta, prepotente e autoritária. Em assunto de tal relevância deve haver estabilidade, o que exige que na sua criação deva haver convergência de opiniões e compromisso de todos, unidos para bem do País.

Infelizmente, como se verifica em época pré-eleitoral, este conceito de patriotismo é esquecido e gastam-se de forma nada inteligente, capitais, tempo e energias em fantasias descoordenadas e ilusórias para enganar os eleitores com assunto sem significado real e duradouro e são desprezados os temas essenciais para preparar um futuro melhor, com boa qualidade de vida das pessoas e engrandecimento do património nacional. Podemos e devemos meditar sobre acontecimentos reais. No futebol o que interessa é a contagem de pontos para vencer o campeonato e nada adiantam as questiúnculas de agressividade nas bancadas devidas a uma falha do árbitro ou a um encontrão entre jogadores. O essencial não se resolve com tais violências nada desportivas. Também no Estado, a agressividade entre partidos concorrentes ao Poder, não compensa a perda de tempo e energias que deviam ser empregues na preparação do melhor futuro colectivo, com objectivos comuns bem definidos, embora contendo formas mais ou menos adequadas a opiniões diferentes.

Por exemplo, deve ser consensualmente meditada a finalidade do ensino e a melhor forma de preparação das futuras gerações, a melhor solução de apoio de saúde à população, a forma mais eficiente de garantir a segurança de todos nas mais diversas situações, sem excessos nem carências que condicionem as liberdades individuais, o estímulo a formas mais eficientes de desenvolvimento económico, sem perda de justiça social nem de estímulo à iniciativa individual, sem perda de respeito pelos direitos dos outros, pelas boas tradições culturais e sociais, etc.

Embora sem espaço para muito, refiro por exemplo a autorização para a exploração de lítio, que, além de lesar a capacidade agrícola das áreas próximas da exploração, contamina as águas que entram na rede fluvial, prejudicando as regas e as pessoas que as usam. Por exemplo, as águas da vasta bacia do rio Zêzere são colhidas na barragem de Castelo de Bode para alimentar a extensa região urbana de Lisboa. Também o turismo, que é agora um bom factor da economia nacional, exige cuidados porque, sendo uma actividade instável, muito susceptível de grandes alterações por efeito de pequenos casos de insegurança, pode ter uma paragem, semelhante à que ocorreu no Sul de França após o acto terrorista de atropelamento de várias pessoas em Nice.

Também tem sido muito falada a discrepância entre o aumento de impostos, taxas e taxinhas e, do outro lado, a ausência de proporcional aumento do património nacional, o que faz pensar nos gastos exagerados com a quantidade de deputados e de pessoal nos gabinetes da administração pública, suas mordomias, carros e luxos, sem benefício visível, directo ou indirecto, para os cidadãos vulgares.

Para as reformas estruturais serem devidamente respeitadas, precisam resultar de bom entendimento e convergência de esforços. As grandes decisões para se tornar Portugal maior não são tarefa a realizar por capricho ou inspiração de momento, mas fruto de profunda meditação, com a colaboração de largo espectro dos cidadãos. Todos devemos dar o maior contributo possível. ■