(Enviada aos jornais em 04 de Maio de 2006)
O MAI afirmou recentemente, em Bragança e em Portalegre, que o combate aos incêndios florestais passará a ser mais rápido, iniciando o ataque às chamas 15 minutos após o alerta. A primeira reacção foi de descrença nesta promessa utópica, mas, serenado o espírito, conclui-se o contrário, porque qualquer objectivo deve ser fixado no limite das capacidades ou um pouco além, para servir de estímulo mobilizador e para não actuar como travão que produza letargia. É certo que se o incêndio ocorrer a mais de cinco quilómetros da posição dos bombeiros, principalmente se os caminhos forem difíceis, a água não cairá sobre as chamas nesse prazo.
Sendo um objectivo estimulante para o aperfeiçoamento do sistema de socorro, para ser realmente útil nessa intenção, há que fazer, para cada caso, um registo rigoroso desde o posto de vigia até ao final do processo, da hora exacta em que foi obtida a primeira informação, da definição correcta do local do sinal (fumo ou chama) de perigo, da transmissão, do encaminhamento na estrutura de socorro, da decisão, da partida dos meios de combate para o local, da queda da primeira água sobre as chamas, da chegada de reforços, do fim do combate e do termo do rescaldo. Obtidos estes dados, ficará a saber-se quais os pontos fracos do circuito, qual o elo mais fraco da cadeia, e estabelecer prioridades no esforço a realizar no investimento para aperfeiçoar todo o processo. Desta forma, embora nunca possa chegar-se ao objectivo dos 15 minutos, conseguir-se-á uma visível aproximação a esse desiderato. Por outro lado, se for levado a sério, será um passo muito importante para a aplicação generalizada da gestão por objectivos e da responsabilização pela eficiência de tarefas, o que exige uma avaliação perfeita.
Sócrates de novo
Há 51 minutos
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