(Enviada aos jornais em 12 de Julho de 2006)
Hoje, 12 de Julho, surge a notícia de que «o selo do carro para quem pagou pela Net é enviado com atraso». Já estamos habituados a que o contribuinte seja penalizado sempre que não cumpra as suas obrigações fiscais dentro do prazo, mas os serviços do Estado, apesar do choque tecnológico, do simplex, da banda larga para todos os cidadãos, do complex e das repetidas promessas dos governantes, ignoram os prazos. E o povo vai estando habituado e já há cerca de dois meses uma outra notícia dava conta de atrasos no reembolso do IRS e na marcação da data para o imposto autárquico de circulação. Apesar dos adiamentos, o sistema não foi devidamente organizado para beneficiar das modernas tecnologias. Pelo contrário, correu bem a vida aos contribuintes que foram aos quiosques da lotaria adquirir o selo, pelos processos anteriores aos do simplex e da banda larga. Noa anos anteriores, sem qualquer «choque», isto funcionava satisfatoriamente.
Fica a interrogação se pelos atrasos alguém será responsabilizado e penalizado. Certamente que não, embora devesse sê-lo. Mas, ficam-se pela responsabilidade política, que ninguém sabe explicar o que é e que, na prática, significa irresponsabilidade. Andamos ao sabor dos caprichos voláteis de jovens inexperientes assessores que se lembraram de impingir a Internet num pais com grande percentagem de analfabetos operacionais, e sem eles próprios se organizarem por forma a convencer os contribuintes dos benefícios do choque tecnológico. Com exemplos destes, o resultado consiste na difusão da desconfiança em relação a tais modernices. Será que esses jovens assessores, nomeados por convite, muitas vezes baseado na «paternidade» e/ou na filiação partidária, têm uma correcta noção da responsabilidade dos seus pareceres e propostas? Pelo que se deduz das notícias, a resposta só pode ser negativa.
Sócrates de novo
Há 55 minutos
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