Pela boca morre o peixe
(Enviada aos jornais em 1 de Janeiro de 2006)
O povo, beneficiando da acumulação milenar da experiência e dos conhecimentos de muitas gerações de antepassados, tem frases muito interessante. Quem muito fala muito erra; Deus castiga sem pau nem pedra; há aqueles que quando abrem a boca ou entra mosca ou sai asneira; etc. Segundo uma emissão televisiva do início da manhã de 28 de Dezembro, um dos candidatos a Belém, em Elvas, perante a assistência que ali estava para o aplaudir, disse e repetiu que um seu rival «sempre que fala, sempre que abra a boca, mete o pé na argola». Pouco depois, acabou a mesma frase com «mete o pé na poça».
Mas, passados uns minutos, para melhor conquistar os votos daquela boa gente, de Elvas, disse «sempre gostei desta cidade de Évora». Os presentes, em vez de aplaudirem, vaiaram, logicamente. Afinal quem mete o sapato na argola? Como reagiria a Joana se ele, para lhe conquistar os carinhos, dissesse «sempre gostei muito de ti, Miquelina»? Como reagiria a Joana? Como reagiram intimamente os Elvenses? Como se trata de um ser humano, temos de compreender e desculpar uma falha, mas como candidato tão agressivo, o caso muda de figura. Se a idade já lhe dá para estes despautérios, como será daqui a cinco anos, no fim do mandato se o povo o eleger? Que Presidente teríamos nos próximos cinco anos?
Democracia dá trabalho
Há 6 horas
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