(Publicada no Metro em 14 de Setembro de 2006, p. 6)
Há muito pouco ou nenhum respeito pelos dinheiros públicos. As autarquias esbanjam o dinheiro das contribuições e impostos a seu belo prazer, em gastos de ostentação, «obras de arte» de péssimo gosto para interesse de «artistas» seus amigos, sem correspondência com os verdadeiro interesses da população, sem contribuírem para aumento do bem-estar e da qualidade de vida, como era suposto ser sua missão. A moda das rotundas com uma «pedra» no centro tem ficado muito cara aos contribuintes, o mesmo se passando com dádivas ao futebol e a outras actividades festivas que dão prazer a uns quantos e benefício a uns poucos. Do mesmo modo, a criação de empresas municipais apenas para benefício de amigos, elementos da oligarquia, sem quaisquer finalidades para a população em geral e sem rentabilidade para a autarquia, não se pode considerar que se trata propriamente de investimento.
O resultado veio agora a lume, com a notícia de que as autarquias devem mais de oito mil milhões de euros, sem que ninguém seja responsabilizado por entidade fiscalizadora nem pela Justiça. O resultado acaba por não afectar uma reforma milionária para o autarca. E o pior é que a falta de moral e de sentido de responsabilidade vai ao ponto de as autarquias hipotecarem o futuro de gerações futuras efectuando empréstimos a pagar com receitas correntes previsíveis. O que significa isto? Se as receitas correntes não têm sido suficientes para alimentar os gastos faraónicos de ostentação irracional e incompatíveis com a situação de carência das populações, como viverão os futuros autarcas que já não poderão contar com as receitas já hipotecadas?. Ou fecham a porta e os cidadãos que se tramem ou obrigarão estes a pagar o dobro ou o triplo de contribuições e impostos. Isto tem lógica? Tem moral? Há Justiça que possa fechar os olhos a este despautério? Tal como as pessoas, não convém viver acima das possibilidades e legar aos herdeiros penas dívidas.
E dizia o Dr. Jorge Sampaio, quando PR, que é necessário combater a campanha anti-política! Efectivamente, o que é necessário e urgente, neste nosso rectângulo, é combater os políticos incompetentes, corruptos, irresponsáveis, maus gestores, esbanjadores de dinheiros públicos, em todos os níveis.
O regresso de Seguro
Há 42 minutos
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