(Publicada no Jornal de Notícias em 26 de Junho de 2006, p. 37)
Embora haja muitos intelectuais que considerem desproporcionada e alienante a onda de patriotismo no apoio à selecção nacional de futebol, penso que essa realidade não deve ser depreciada e, pelo contrário, deve ser aproveitada no melhor sentido, canalizando-a para aspectos relevantes da vida nacional que produzam efeitos positivos no desenvolvimento do País e no aumento da qualidade de vida das pessoas. É altura de a Comunicação Social, nas diferentes formas de expressão, começar a enfatizar o que há de mais destacável em Portugal nos campos da Ciência, da Arte, da Tecnologia, da Gestão empresarial, etc. Convém dar vida real aos conceitos de Inovação, Competitividade, Produtividade, Iniciativa empresarial, Valorização do capital humano, Aposta na excelência, etc.
Seria estimulante para os mais jovens dar realce às empresas que mais exportam, que mais impostos pagam, que mais postos de trabalho oferecem ao mercado. Em entrevistas aos melhores gestores, segundo variados critérios, salientar as virtualidades dos conceitos atrás referidos. No momento que vivemos, Portugal precisa mais desses homens de acção do que de pessoas do entretenimento, embora estas também devam existir.
Sem dúvida que Cavaco Silva deu um passo extremamente importante para o País ao incitar o estreitamento da ligação entre a investigação científica e as empresas. Sem dúvida que a ciência pura é fundamental para a evolução a longo prazo, mas dar utilidade prática às investigações por forma a melhorar a acção industrial é de indiscutível importância para o curto e médio prazo, a fim de recuperar a economia em crise. É preciso criar produtos que sejam vendáveis no estrangeiro, competitivos em qualidade e preço, a fim de compensar as importações de artigos indispensáveis ao nosso bem-estar e comodidade.
O regresso de Seguro
Há 39 minutos
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