(Publicada no Destak em 23 de Dezembro de 2005)
Depois de todos os debates entre alguns dos candidatos às eleições presidenciais, principalmente do último, ficam dúvidas sobre a (in)utilidade do Presidente. O decano dos candidatos respondia a qualquer ideia do seu émulo, invariavelmente, com a frase «isso não é da sua competência», e ficou subentendido das suas palavras que o Presidente apenas serve para dialogar com as instituições nacionais e viajar pelo estrangeiro para contactar os seus pares. Quanto às viagens, recordo uma anedota recente em que se afirma que o maior mal não são as idas ao estrangeiro mas sim o regresso. Fujimori quando foi para o Japão deixou o Chie aliviado, mas o seu regresso foi preocupante, havendo, porém, o bom senso de lhe oferecer um adequado abrigo bem guardado! Quanto ao diálogo, temos que reconhecer que de Belém têm saído discursos eloquentes e brilhantes, mas vazios de conteúdo quanto a efeitos práticos – que agora sabemos claramente «não são da sua competência».
Se o regime fosse alterado e os cargos de Presidente e de Primeiro-ministro passassem a ser desempenhados pela mesma pessoa nada se perderia, como se deduz das palavras do decano e poupavam-se os custos de Belém, os quais, segundo pessoas tidas como bem informadas, são superiores aos de qualquer casa real da Europa. E libertava-se o palácio para uma qualquer instituição mais útil, isto é, «com competência» para fazer algo de válido em benefício do País.
Com uma lista de tarefas tão aliciante – conversar e viajar – não admira que haja tanto interesse pelo lugar, que nem é exigente do ponto de vista de saúde ou da idade, a ponto de se gastar tanto dinheiro, tempo e energia, em campanhas mediáticas, acções de rua, etc. Eles lá sabem o que pretendem, e o país que vá votar e pagar tudo isto e o resto que virá.
Mensagem de fim de semana
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