(Publicada no Destak em 29 de Junho de 2006, p. 18)
A cada momento, surgem notícias negativas quanto à capacidade dos agentes económicos e à falta de directrizes estratégicas para o desenvolvimento sustentado do País. Ocasionalmente, ouve-se os governantes dizer que é preciso desenvolver o interior do País, com vista à inserção e que o futuro depende essencialmente do turismo, mas são múltiplos os sinais contraditórios e incoerências entre este «desejo» e a realidade. Agora, aparece a notícia do encerramento do golfe de Marvão por não ter actividade que suporte o seu funcionamento, em virtude de as autoridades e empresários locais não organizarem eventos culturais e desportivos que estimulem a atracção turística para a área da Serra de S. Mamede. O golfe foi um importante primeiro passo para o enriquecimento da região, mas não foi aproveitado por falta de iniciativas dos empresários. Desta forma, é muito difícil, talvez impossível, desenvolver as regiões do interior. Recordo que, há cerca de 20 anos, no início da época estival, estando interessado e aumentar a minha colecção de postais ilustrados, não consegui encontrar um único em Castelo de Vide, por estarem «esgotados».
E, para o interior se desenvolver, não pode esperar-se por «milagres» do poder central, mas sim cada empresário, por si ou em ligação com outros, desenvolver actividades complementares das já existentes, por forma a criar um conjunto coerente e atractivo dos turistas, sejam eles da área cultural, do desporto, da religião, da gastronomia ou até do comércio. Em tudo isto, as autarquias têm um papel importante a desempenhar com directrizes, fornecimento de estudos e dados estatísticos, facilidades fiscais, etc. É preciso fazer tudo pra evitar o fracasso de iniciativas positivas e convergentes para um futuro melhor.
Também merece realce a contradição de trabalhadores e sindicatos que pensam apenas em sacar o máximo das entidades patronais, esquecendo que o seu futuro está ligado ao desempenho das empresas, sendo do seu interesse que elas tenham lucros, mas, quando elas têm de fechar, por falta de solvência, lamentam ficar desempregados. Seria desejável que este e outros factos semelhantes fossem devidamente analisados para servirem de lição para comportamentos futuros.
O regresso de Seguro
Há 51 minutos
Sem comentários:
Enviar um comentário