sábado, 15 de agosto de 2009

Diálogo possível 060208

(Publicada no Destak em 8 de Fevereiro de 2006, p. 15)

Há poucos anos, um político português com larga experiência defendia o diálogo como panaceia para todas as situações críticas no mundo. Logo nessa altura manifestei a minha reserva quanto a tal solução miraculosa em casos como os do terrorismo concretizado nas torres gémeas, nos comboios de Madrid ou no metropolitano de Londres. Mas há situações em que as partes estão bem identificadas e têm em comum alguns objectivos, pontos de contacto que podem permitir a conjugação de esforços em benefício das populações. Exemplos destes podem ser encontrados, por exemplo, em Espanha (Eta e Catalunha), na Rússia (Chechénia), no Sudão (Darfur e Sul), No Sri Lanka (Tamil), na Indonésia (Aceh).

O diálogo é, efectivamente, uma ferramenta importantíssima nas relações internacionais actuais. Deu bom resultado na Líbia e na Coreia do Sul. Poderá também ser eficiente no Irão quanto ao nuclear e na Palestina com o novo governo que, ao assumir funções, sentirá sem dúvida, sobre os ombros o peso da responsabilidade de conduzir o país ao desenvolvimento para o que lhe é indispensável a coexistência pacífica com os países vizinhos e com todo o mundo de quem precisa apoio. Por isso, existem objectivos comuns entre a Palestina, os países do Médio Oriente e as principais potências económicas e políticas do mundo. Tudo leva a crer que um diálogo franco e negociações honestas eliminarão o medo e a desconfiança e poderão ajudar o Hamas a fazer a transição eficiente de grupo terrorista para governo respeitável, eficiente e colaborante, do que resultará benefício para os palestinianos e para a paz no Médio Oriente.

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