( Publicada no Diabo em 4 de Abril de 2006)
Na tarde de 14 do corrente, num canal de notícias da TV, os políticos A e B (os nomes não interessam, apenas as ideias) debatiam os problemas do país perante um moderador. O político A, do partido do Governo, começou por alertar para a conveniência de os cidadãos não criticarem nem comentarem a economia porque isso está a cargo dos políticos e que os problemas do país não são económicos mas políticos. Curiosamente, o político B nada disse em contrário, talvez por estar demasiado preocupado com os problemas internos do seu partido e não poder concentrar-se nos problemas reais do País.
Aquelas palavras amordaçantes não ficariam mal na boca de um porta voz de Hitler, Staline ou Fidel Castro. Mas, em democracia, os cidadãos devem estar muito atentos e procurar informar-se sobre a forma como os seus representantes eleitos desempenham os seus mandatos. Porém, os políticos parecem estar, permanentemente, mais preocupados com os seus interesses pessoais e partidários do que com os do País. Se assim não fosse, não estávamos agora a sofrer as consequências do défice que criaram e, entre outras coisas a pagar de IVA mais 30% do que os espanhóis (21 contra 16). São constatações deste género que o político A quer proibir! Na realidade, os problemas do País só são políticos na medida em que os representantes democráticos estão com dificuldade(!) em resolver, como deve ser, os assuntos económicos, do ensino, da saúde, da Justiça, das Finanças e do bem-estar dos cidadãos.
Temos de fazer justiça à clarividência do Dr. Mário Soares quando disse que os cidadãos têm direito de manifestar a sua indignação. É com essa liberdade de expressão que o povo contribui para a democracia, no intervalo das idas às urnas. A cidadania não pode ficar circunscrita ao acto de votar, o qual tem sido tão pouco eficaz para a boa governação que a descrença e falta de confiança tem-se generalizado e conduzido a altas taxas de abstenção.
Mensagem de fim de semana
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