(Publicada no Destak em 2 de Março de 2006, p. 15)
A Comunicação Social tem dado justo relevo ao caso de ter sido detectado um deputado a conduzir a mais de 200 Km/h, infracção que não era a primeira tendo já sido perdoado de cerca de 20 outras. Um deputado eleito representante do povo no poder legislativo que tem produzido leis rigorosas, como o actual Código da Estrada, que são obrigatórias para os cidadãos como o Sr. leitor, mas que este político ignora e infringe como lhe apetece, sendo imune a qualquer acção policial ou judicial e vendo impunes todos os seus crimes, dá péssimos exemplos a quem o elegeu. Além dos «perdões» a este deputado foram referidos há alguns meses vários casos semelhantes passados com outros políticos. Depois, os políticos admiram-se de o povo dizer que fazem o que querem e levam o País à miséria moral em que se encontra. Há poucos anos, aos microfones da TV, um Sec. de Estado da AI disse que sempre que tinha pressa, ultrapassava os limites de velocidade legais, coisa que nenhum cidadão vulgar se pode dar ao luxo de afirmar e muito menos de fazer.
Por casualidade, há poucos dias, no Sátão, o PR apelava aos beirões para se lutar contra a cultura antipolítica, como se o mal viesse do povo. Alguns políticos é que, como no caso referido e noutros péssimos exemplos fortalecem essa cultura tornando-a resistente a ventos e marés, o que vem, por outro lado, evidenciar que o povo pode não ser muito letrado mas vê com lucidez a laia de políticos que se banqueteiam à mesa do orçamento e têm comportamentos próprios de marginais. Com tais maus exemplos, a miséria moral alastra a todos os serviços públicos, sendo gravemente salpicados os polícias e os mecanismos da Justiça. Perante o perdão destas faltas e sendo o Dr. Vale e Azevedo o único colarinho branco a cumprir pena de prisão, pode ser-se levado a concluir que ele não será «sócio» de nenhum partido ou foi vítima de momento especial da máquina existente. Não é com estes exemplos que se combate a cultura antipolítica.
Mensagem de fim de semana
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