domingo, 27 de dezembro de 2009

Carro a hidrogénio adiado para longo prazo

A notícia «General Motors adia comercialização do carro a hidrogénio» vem dar realce ao que tem sido dito em vários posts, quanto à necessidade de «Pensar antes de decidir». Não basta ter um sonho, um palpite, um capricho, e teimar cegamente num projecto irrealizável dentro dos limites de sensatez, de economia e de rentabilidade.

Para decidir é indispensável, principalmente quando o futuro é instável e difícil de prever, mesmo que apenas aproximadamente, pensar em todos os factores que mostrem haver ou não possibilidade de êxito. A rentabilidade previsivel dum projecto é um factor que não poder ser negligenciado.

Isto não se passa apenas nos carros a hidrogénio, mas em muitos outros casos de menos importância financeira. A General Motors, tem dado provas de usar critérios muito judiciosos nas suas decisões e mesmo assim tem tido dificuldades financeiras. O que seria se não usasse metodologias sensatas e eficientes? O que seria se funcionasse por entusiasmos sem pernas para andar?

Sócrates «encrençado» no grande investimento público

A notícia «Sócrates tem esperança na recuperação económica com base no investimento público», publicada com outros títulos noutros jornais, embora não seja promessa nem anúncio de um projecto ou programa, presta-se a reflexões que devem ser profundas, imparciais, isentas e sérias.

No post «pensar antes de decidir» era apresentado um método de preparação das decisões em que procurava mostrar-se que estas, principalmente quando se traduzem em condicionamentos do futuro de pessoas e de nações, devem ser realistas, isentas e de ideias bem largas e esclarecidas, com vista multilateral dos factores e condicionantes em campo. Não devem ser tomadas por capricho, crença ou fé, nem por pressões de grandes empresários ávidos logicamente de defender os seus interesses, nem por vontade de aceitar opiniões de amigos dedicados (yes men) que querem agradar ao chefe e não o contrariar nos seus juízos e preconceitos.

O mundo está a precisar de decisões de repercussões muito significativas, havendo que definir bem o problema, o objectivo pretendido e os seus condicionantes, bem como a linha estratégica que conduz á concretização desse objectivo. Depois, deve existir um controlo cuidadoso e rigoroso por forma a garantir a convergência dos esforços, para não haver desperdício de energias e se atingir o melhor resultado.

Muitas vezes o que parece não é. No livro «THE COMMANDING HEIGHTS» dos autores premiados Daniel Yergin e Joseph Stanislaw, Edit. «A Touchstone Book», de 474 pág, apresenta logo a partir da pág 69 a análise do problema do desenvolvimento da Índia, então em vias de obter a independência, em que o Mahatma Gandhi defendia a instalação de teares artesanais nas aldeias a fim de, ao comprarem tecidos do seu próprio algodão, não terem de pagar o transporte deste para a Grã-Bretanha, o fabrico e o posterior transporte do tecido para a Índia. Porém a proposta do Pandita Hehru venceu ao defender uma indústria ligeira para substituir as importações e incentivar o desenvolvimento para consumo interno e, depois de vencida esta primeira etapa, irem para uma indústria pesada orientada para exportação. O resultado foi bem visível poucos anos mais tarde.

Um outro exemplo da importância das decisões de Estado, que arrastam c0nsequências para milhões de pessoas por muitos anos, por vezes, durante séculos é o que constitui o tema essencial do livro «SISTER REVOLUTIONS French Lightning, American Light» de Susan Dunn, editora Faber and Faber, Inc. que compara a génese e a conduta das duas revoluções Americana e Francesa, occorridas quase em simultâneo.

As grandes diferenças nos resultados destas duas devem-se, em grande parte, às origens e bases doutrinárias usadas por uma e por outra. Um dos aspectos foi que o fracasso da revolução francesa (que levou ao terror jacobino e finalmente à tirania e à guerra do Napoleão) se deveu ao postulado inicial, utópico e lunático, de "liberté, egalité, fraternité". Com efeito, os conceitos de liberdade e igualdade são incompatíveis! Tal como veio a ser demonstrado muito mais tarde pela experiência soviética, e de certo modo com o nosso PREC, pós-Abril.

Pelo contrário, o ideal da revolução americana "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness" (conceito que vem do filósofo escocês Hume) põe a liberdade em destaque mas não impõe qualquer ideia de igualdade como objectivo final da sociedade. Cabe a cada indivíduo fazer o que muito bem entender com a sua vida, o seu livre-arbítrio, a sua característica genética, e não compete ao Estado constrangi-lo ou impor-lhe a sua ideia de felicidade, limitando-se apenas a garantir que cada um não prejudique os legítimos direitos dos outros cidadãos. É preciso respeitar a desigualdade e proporcionar que os desiguais convivam em ambiente de respeito, civismo e segurança.

Em Portugal, após o 25 de Abril, a liberdade foi entendida como libertinagem e logo aí em vez da apregoada igualdade surgiram exclusões e discriminações que restringiram a liberdade de cada um poder ser ele próprio e procurar a sua felicidade. À semelhança do fracasso da revolução francesa, e da URSS, também por cá houve fracasso de que ainda hoje nos lastimamos e não se vê a porta de saída deste labirinto em que se procura conciliar o inconciliável.

Isto faz temer que o sonho, a crença, a convicção do PM possa arrastar as gerações futuras para uma vida de desgraça, de dívida externa insolúvel. Parece que não será o investimento público, só por si, que irá produzir para substituir as importações a que os portugueses estão habituados, nem para exportar em quantidade que compense o volume de importações, a fim de equilibrar a «balança de pagamentos» e eliminar a dívida pública. Não parece ser com tais investimentos que se cria mais bem-estar para os portugueses de hoje e do futuro. Eles trarão benefícios apenas aos construtores e a indivíduos especializados em tráfico de influências e a decisores do género dos referidos a propósito dos casos «Facturas Falsas», «Apito Dourado», «Freeport», BPN, BPP, «Portucale» «Face Oculta», etc.
A. João Soares, 26-12-2009

Servir Portugal é dever de todos

Se é ponto geralmente aceite que servir e defender os interesses nacionais é dever de todos os portugueses, principalmente dos políticos e de entre estes os que foram eleitos para o desempenho de cargos públicos de destaque, o certo é que muitos parecem esquecer este seu dever que colocam lá para o fundo da sua lista de prioridades em que no topo está o seu culta da personalidade, vaidade, ostentação do poder, enriquecimento, etc.

E assim, não por acaso, encontramos nos títulos de notícias, entre outros os seguintes:

- O Natal de Cavaco-Sócrates
- 2010 odisseia em Portugal
- "Escutas"e "Intrigas" nas relações entre Belém e São Bento
- Rangel acusa Sócrates de criar "guerra artificial" com Cavaco Silva
- Troca de "mimos" em Natal de crise

Dada a pequena dimensão de Portugal e, agora, tendo em atenção a crise que se mantém, seria da maior sensatez unir esforços, convergir vontades, conciliar, obter consensos, esquecer rivalidades, intrigas, tricas e teimosias, com vista a restaurar Portugal, para celebrarmos o centenário da República honrando a memória dos que a fizeram, certamente, com boas intenções.

Estado desconhece o seu património imobiliário

Sócrates disse que «está com vontade de servir o país», mas parece que nem ele nem os seus antecessores tiveram verdadeiro interesse em «desempenhar com lealdade as funções que lhes foram confiadas». De outro modo não leríamos agora a notícia «Estado ainda desconhece número e valor dos seus imóveis» que nos levanta muitas interrogações, das quais saliento à primeira vista as seguintes:

O que significa isto?
Será que os governos terão tido sinceramente «vontade de servir o País»?
Terão os governos escolhido para os altos cargos da administração pública as pessoas mais competentes?
Qual a percentagem dos assessores que enxameiam os gabinetes que foram escolhidos pela sua competência?
Qual a razão de as nomeações não serem precedidas de concurso público isento a fim de serem escolhidos os melhores?
Porque teimam os governantes em nomear os seus amigos, os coniventes, os «yes men», só porque o são?
Porque não foi ainda estabelecido um rigoroso sistema de combate à incompetência, à corrupção e ao enriquecimento ilícito?
Porque não há para cada função uma clara definição de tarefas e responsabilização pelo seu não cumprimento?
Com as actuais lacunas, PORTUGAL tem sido prejudicado, e quem foram e são os beneficiados?

O esclarecimento destas e de outras dúvidas poderá conduzir à melhoria do funcionamento da estrutura do Estado, não apenas quanto ao património imobiliário mas também a todos os restantes sectores públicos.

Tribunal de contas em evidência positiva

O artigo do Público com o título «Tribunal de Contas chumba aval do Estado ao BPP», que para ser lido basta fazer clique, mostra mais uma vez a correcção com que funciona esta instituição, usando de isenção e independência e colocando os interesses nacionais acima de vontades partidárias ou facções de coniventes.

Sendo o BPP, uma empresa privada tal como o BCP e o BPN o são )ou eram), levanta-se o problema de distinguir o que é público daquilo que é privado. E da necessidade de evitar considerar público, para efeitos de ajudas de dinheiro dos cidadãos, aquilo que é propriedade de amigos dos detentores do poder.

Uma empresa do sector privado, pelo simples facto de pertencer a ex-políticos ou amigos de políticos com poder de decisão, não pode ser considerada pública para usufruir do dinheiro dos impostos. O Tribunal de Contas merece o aplauso público pelo seu correcto sentido de Estado. Já há algumas semanas se evidenciou em relação aos contratos da empresa pública «Estradas de Portugal». O manuseamento do erário público exige cuidados muito escrupulosos e um controlo apertado para evitar abusos e fugas para caras encobertas.

Os meus respeitos ao Sr. Dr. Oliveira Martins

Sócrates quer servir o País!!!

Segundo a notícia «José Sócrates assegura que executivo “está com vontade de servir o país”», na cerimónia de cortesia de apresentação de cumprimentos de Boas Festas pelo Governo ao Presidente da República, o PM disse: “todos os que aqui estão têm bem consciência de que esta oportunidade de servir o nosso país é uma oportunidade que é raras vezes dada a um dos nossos compatriotas, e por isso este Governo que aqui está, senhor Presidente, está com a firme vontade de servir Portugal e os portugueses”.

Qualquer pessoa atenta fica espantada com esta declaração. Com efeito, era de esperar que, quando os governantes juraram, solenemente, no acto de posse, que iam cumprir com lealdade as funções que lhes eram confiadas, estavam conscientes de que estavam a declarar «firme vontade de servir Portugal e os portugueses». Mas, pelos vistos, o Sr. Primeiro-ministro não estava certo disso e sentiu necessidade de o afirmar agora neste acto informal, sem o carácter de protocolo de Estado, constitucional, como era o momento da tomada de posse. Provavelmente, deve ter tomado consciência de que o povo não acreditara em tal juramento e ele, que não é estúpido, deve ter as suas razões para fazer essa leitura do sentimento popular.

Mas, francamente, não devia confessar que os governantes não se têm preocupado com os interesses de Portugal e dos portugueses, pois têm sido pagos para isso. E os seus acólitos não se têm comedido no abuso de atitudes arrogantes a tentar mostrar tal «interesse». Pelos vistos não o terão conseguido e agora o líder do grupo procura suprir tal deficiência.

E uma outra particularidade, é que se podia haver dúvidas na sinceridade das palavras ditas solenemente no juramento da tomada de posse, muito menos poderá haver certezas quanto a estas ditas, agora, em plena quadra natalícia em que as frases doces e amorosas, infelizmente, não passam de formalidades de bom tom, com uma duração tão efémera como as rabanadas ou o bolo-rei, que já nem tem prenda. Depois destas festas o povo volta a ter de encarar as dificuldades que os governos têm deixado agravar-se progressivamente, apesar de repetidas promessas cada vez mais balofas.

Justiça social e direitos humanos

China. Protestos populares estão a aumentar - estudo sociológico
Jornal de Notícias. 22 de Dezembro de 2009

Pequim, 22 Dez (Lusa) - Os protestos populares, e em particular os conflitos de natureza laboral, estão a aumentar na China, indicou um estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ACCS) citado hoje na imprensa oficial.

O relatório anual da Academia sobre a sociedade chinesa não precisa quantos "incidentes de massas" ocorreram em 2009, mas segundo o jornal Global Times, o número tem aumentado e em 2004 chegou a 74.000 - sete vezes mais do que uma década antes.

Os protestos, incluindo manifestações de ruas e bloqueio de estradas, "foram mais frequentes este ano", disse aquele jornal, publicado pelo grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

NOTA:

Os potenciais ditadores mundiais devem ter em atenção que as pessoas estão cada vez menos tolerantes em relação a abusos do poder.

É preciso mais justiça social, reduzir o hiato entre os mais ricos e os mais pobres, escalonar os salários conforme o mérito e a produtividade mas sem abusos no topo. Todo o ser humano tem o direito de viver com dignidade, acesso aos tempos livres, à alimentação razoável, ao vestuário decente, etc.

Há que difundir a ideia de que as pessoas devem ser avaliadas pelo seu valor intrínseco, a sua obra, o seu comportamento e não tanto pelo que possuem (por vezes obtido de forma menos legal e socialmente injusta)

Políticos turistas acomodados

As couves de Bruxelas
Jornal de Notícias 21 de Dezembro de 2009. Por Mário Crespo

Uma coligação acomodada em Estrasburgo incomodou-se com a actividade parlamentar do CDS-PP.A esquerda portuguesa no Parlamento Europeu uniu-se contra Nuno Melo por uma questão de etiqueta.

PS, PCP e BE acham que não foi de bom-tom interpelar o Procurador Lopes de Mota no plenário em Estrasburgo sobre a sua tentativa de manipulação da justiça.

De lado ficaram as históricas diferenças das Internacionais catalogadas por números. Acabaram-se as subtis variantes do que deve ser um matrimónio entre dois homens ou duas mulheres. Foram-se as vibrantes divergências programáticas dos enunciados de Engels, Bakunin e Trotsky. Tudo porque estão envergonhadíssimos com o ultraje às boas maneiras que foi o questionamento do CDS-PP ao Presidente do Eurojust.

Estranha a coligação, perigosa a deriva para o comodismo das conveniências que, simultaneamente, Ilda Figueiredo (PCP), Correia de Campos e Edite Estrela (PS) e Miguel Portas (BE) denotaram ter.

Todos puxaram pelos galões de apparatchiks instalados para, com o olho crítico de conhecedores da inacção prolongada, lançar uma excomunhão conjunta sobre Nuno Melo por ter levantado o tema.

Traduzida por miúdos, a reacção do grupo expedicionário da Esquerda Portuguesa foi: aqui não se fazem ondas. Come-se e cala-se.

Correia de Campos achou a interpelação a Lopes da Mota "parola e reveladora de atraso cultural". O antigo Ministro de Sócrates sentia-se confortável com um alto magistrado de Portugal com poderes condicionados pelo seu comportamento no Freeport à frente do Eurojust. Mas acha mal que o assunto, já do conhecimento de toda a Europa, seja abordado no Parlamento Europeu.

Isso, para Correia de Campos, é atitude que "prejudica a posição e o prestígio do País", rematando com um notável "no estrangeiro somos todos descendentes de Vasco da Gama".

Certo. Seremos isso. Mas essa estirpe ilustre não nos obriga a ser cúmplices de Lopes da Mota nas irregularidades que o Conselho Superior do Ministério Público detectou. Pelo contrário. A distinção dessa linhagem manda que se usem todos os meios para não deixar que o nome de Portugal e a dignidade das suas instituições sejam melindrados às mãos de terceiros.

Compete a portugueses interpelar, julgar e condenar Lopes das Mota. Ilda Figueiredo e Miguel Portas alinharam com paixão no Auto de Fé dos zelotes deste PS de boas maneiras. Para Portas, o Deputado do CDS-PP fez tudo para ter direito a "10 segundos de glória nos Telejornais" (teve muito mais. Só eu dei-lhe 2' e 11"). Para o Partido Comunista Português as denúncias de Nuno Melo seriam "fenómeno passageiro" de político habituado a São Bento mas desconhecedor das diferenças com Estrasburgo, disse a repetente comunista em Bruxelas.

Para usar a terminologia de Correia de Campos: que "entendimento parolo" das suas funções e dos seus deveres na Europa terão adquirido estes veteranos da acomodação política? Será que a vegetativa existência de que desfrutam há tantos anos lhes destruiu o bom senso? Será que não vêm que ter um jurista suspeito (e agora culpado) de pressões ilegais à frente de um órgão judiciário internacional exige interpelações parlamentares sempre que possível? Será que não vêm que foi melhor e mais digno serem portugueses a fazê-las do que outros que as fariam de certeza, mais cedo ou mais tarde?

NOTA: Mais um artigo a condizer com a imagem já conhecida do seu autor, português atento, perspicaz, frontal, sem se deixar manietar pelo «comodismo das conveniências», sem se vergar perante «estes veteranos da acomodação política». Precisamos de homens como este, «descendente da geração de Vasco da Gama», que tenham a coragem de dizer que «o rei vai nu».

Feliz Natal e Vida Nova para todos

Há três anos escrevi num aqui que «A Festa do Natal tem 4.000 anos !». Efectivamente, independentemente das festividades religiosas de diversos cultos, sempre houve festividades nas proximidades do solstício do Inverno. A Natureza renova-se por ciclos de vida que se repetem, uns com regularidade pendular, outros mais influenciados pelos comportamentos humanos.

O Natal representa um momento de reflexão no termo de um ano e no início de outro no aparecimento de uma nova vida precursora da Primavera que não tardará a chegar. Faz-se o balanço de um ano que acaba e esboçam-se intenções, objectivos, projectos para uma nova fase da vida. Os cristãos comemoram o nascimento do Menino, o inicio da vida, o ressurgir de um mundo novo. O Mundo utilizou esse momento para começar a contagem de uma nova era, a separação do antes e do depois.

Nada do que atrás fica dito é novidade, mas nem sempre tiramos disto as convenientes deduções e lições para a nossa vida quotidiana. É momento para analisar a forma como vivemos desde o último Natal, retirar daí conclusões para seguir as soluções correctas e arquivar tudo o que só poderá interessar como exemplo do que não deve ser feito. Isto aplica-se em tudo, desde a alimentação, aos pequenos e grande vícios, até à difícil tarefa de governar.

Há métodos a eliminar sem hesitação e outros a utilizar com os retoques, os polimentos das faces, o limar das arestas, para se adaptarem da forma mais recomendável às realidades que vão surgindo. Em tudo isto deve estar inserido, como pano de fundo, o respeito pelos outros a harmonia, paz e amor que devem ser basilares no relacionamento entre as pessoas apesar das diferenças. Em direitos e deveres, na prática do civismo, somos todos iguais em oportunidades.

Tanto as soluções que tiveram êxito como os exemplos de outros não devem ser colados cegamente nos novos problemas, antes devem ser devidamente analisados face às novas circunstâncias e adaptados da forma mais inteligente, lógica, racional.

Dessa forma, se adoptará o ESPÍRITO DE NATAL e se poderá dizer que NATAL É TODOS OS DIAS ou que NATAL É SEMPRE QUE O HOMEM QUISER.

Desejo um Santo e Feliz Natal a todos os colaboradores e visitantes deste blogue com a esperança de que consigam espalhar à sua volta, diariamente, o ESPÍRITO DE NATAL.

A. João Soares

Autarquia de Paredes esbanja o dinheiro público

Primeiro fiquei incrédulo ao ler o título do «Um milhão de euros para içar bandeira». Pensei que se tratasse de um novo ilhéu agora descoberto no arquipélago das Berlengas e cobiçado por países «inimigos. Depois verifiquei que não era coisa assim tão «justificativa». É apenas para fazer um mastro para içar a bandeira nacional junto à Câmara Municipal de Paredes, ali para os lados de Bitarães e de Santiago de Subarrifana.

Mesmo que o número tivesse sido escrito com dois zeros a mais já era uma exorbitância, em tempos de crise, de desemprego, de muita gente com carência alimentar, etc.

Já surgiram comentários a oporem-se a tal «oportunismo bacoco e populismo". A população sensata e com alguns neurónios "não pode aceitar que, num momento de crise económica e financeira, em que o Governo e todas as famílias estão empenhadas em poupar, se gaste tanto dinheiro numa despesa inadequada". "O argumento estafado que este acontecimento é gerador de uma dinâmica internacional e ajuda a economia local não faz o menor sentido".

Parece que alguns políticos do País, principalmente os que têm poder de decisão sobre os nossos impostos ensandeceram. Precisam de alguém que lhes «diga» de forma convincente «alto aí».
Para ler o artigo faça clique aqui.

Guerra Junqueiro fotografou o Portugal de hoje!!!

Transcrição do texto recebido por e-mail da amiga Mizita, seguido de NOTA de ajoaosoares:

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, 1896.

NOTA: Um génio este escritor. Como seria se tivesse assistido ao «diálogo» empolgante entre aquele «palhaço» e aquela que «se vende por qualquer preço para subir ao poder»?
O Junqueiro, o Eça e tantos outros «em quem poder não tem a morte» não tiveram a dita de estar presentes em frente dos ecrãs da televisão para assistir aos espectáculos invulgares realizados na meia arena do Parlamento, nos quais os nossos descendentes não conseguirão acreditar e dirão que os vídeos não passam de montagens de miúdos traquinas, blasfemos e iconoclastas da época.
Que belos textos tais artistas, escultores que usavam a palavra em vez de barro, teriam construído e legado aos vindouros!!!

O circo actual e «Todo o mundo e ninguém»

Transcrição do artigo de opinião do Jornal de Notícias, seguindo de NOTA:

O palhaço
JN. 091214. 00h30m. Por Mário Crespo

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada.

O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso.

O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes.

Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si.

O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos.

Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos.

E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa.

O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos.

O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.

O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém.

Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem.

O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público.

E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal.

Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço.
Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

NOTA: Independentemente de se concordar ou discordar das opiniões de Mário Crespo ,ele é um artista no uso das palavras e na argúcia com que observa as realidades que o cercam.

Esta crónica tem o dom de nos transportar aos escritos de Gil Vicente fazendo recordar a peça «Todo o mundo e Ninguém», por exemplo, de que retiro como exemplo a parte em que diz que TODO O MUNDO é mentiroso e NINGUÉM fala verdade. Estas duas personagens repetem até ao fim da obra a sua dicotomia.

Agora Mário Crespo, sem citar nenhuma destas personagens nem outras, deixa ao leitor a a liberdade de pessoalizar uma personagem VIRTUAL que é apenas RUÍDO DE FUNDO, um fantasma incorpóreo, que não é TODO O MUNDO e que NINGUÉM quer sê-lo.

Talvez haja leitores atrevidos que queiram pessoalizar o ruído de fundo. Mas estou certo que NINGUÉM irá crucificar Mário Crespo por que NINGUÉM vai enfiar a carapuça. TODO O MUNDO se considera alheio a tais palhaçadas.

Parabéns ao Mário Crespo porque no circo emparelha bem com os palhaços, na sua arte de equilibrista e contorcionista no sábio uso das palavras.

Jurista afastado pelo IEFP por ser isento e imparcial

Pode até parecer absurdo, mas Instituto do Emprego e Formação Profissional(IEFP) afastou do serviço um dos seus mais antigos advogados só porque este insistia em manter uma postura de isenção e imparcialidade. Antes da transferência, já a directora da Delegação Regional Norte do IEFP o havia criticado pela sua postura de "isenção e imparcialidade" face à lei, advertindo-o de que lhe poderia "prejudicar a carreira".

Perante esta hostilidade aos funcionários que são isentos e imparciais, duvida-se que a proposta do grupo parlamentar do PSD de a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) do Parlamento analisar a execução económico-financeira das entidades que integram o SNS, onde se incluem os hospitais entidades públicas empresariais (E.P.E.) as administrações regionais de saúde, os hospitais do sector público administrativo e os serviços autónomos, venha a ter qualquer eficácia.

Quanto á exigência de falta de isenção e imparcialidade não devemos esquecer a intenção de construir o aeroporto de Lisboa na Ota em que o argumento mais repetido e sem lógica era que havia centenas de «estudos» encomendados a amigos para defender a solução teimosamente desejada pelos ocupantes do poder como sendo a melhor solução, mas que no fim teve que ser posta de lado por só ter inconvenientes à luz de observações isentas e imparciais de quem dava prioridade aos reais interesses nacionais. Afinal provou-se, como sempre acaba por acontecer, que a hostilidade aos indivíduos que são isentos e imparciais não deve vencer.

Transcreve-se o artigo de opinião do Jornal de Notícias sobre este caso:

De novo o IEFP
JN. 091215. 00h11m. Por Manuel António Pina

A notícia vem no "Público" e põe questões que só o são num país onde os poderes públicos parecem ter batido no fundo no que toca a degradação moral: pode um serviço público prosseguir interesses diferentes do interesse público?

E: é ou não do interesse público o cumprimento isento e imparcial da lei pelas instituições do Estado?

Para o IEFP ou, pelo menos, para uma directora da sua Delegação Norte, a resposta à primeira questão é "sim" e a resposta à segunda é "não". Compreende-se assim que o IEFP tenha afastado compulsivamente um jurista das suas funções por ele "(olhar) para a lei com isenção e imparcialidade" quando deveria fazê-lo "a favor do IEFP, numa óbvia perspectiva de parcialidade e pouca isenção". A senhora directora bem o alertou contra os inconvenientes de um funcionário público agir com isenção e imparcialidade: "Tudo o que fizer ao contrário deste princípio (o da "parcialidade e pouca isenção") prejudica a sua carreira".

O funcionário insistiu em ser "isento e imparcial" e a carreira foi-se-lhe. Em contrapartida, a da directora "parcial e pouco isenta" vai de vento em popa.

Diálogo construtivo é desejável

Ao mesmo tempo que se fala de recuperação da crise, para o que se torna indispensável fazer convergir todos os esforços no sentido de um objectivo bem escolhido, de estabelecer diálogos sem conflitualidades, assiste-se ao espectáculo dado no Parlamento entre as diversas facções que desperdiçam tempo e energias em atritos que minam as vontades de colaborar.

O primeiro-ministro com dificuldades em despir a arrogância entranhada durante quatro anos avisa que «Portugal é ingovernável…» num momento em que devia deixar de se considerar o dono absoluto do destino dos portugueses e apontar as soluções para ele ser governável com o consenso dos outros partidos,

Perante esta crispação que não conduz a um diálogo profícuo, a oposição não se encolhe e reage à provocação e «Louçã acusa Sócrates de criar uma “crise política artificial”».

Mas, sempre atento e arguto, embora por vezes seja demasiado agreste na forma como se explica, «Alberto João Jardim defende diálogo sem conflitualidade». É o melhor conselho surgido nesta temporada em que as alergias estão a agravar-se quando deviam serenar e amaciar os espíritos por forma a permitirem entrar melhor as soluções aconselháveis. Veio ao encontro das muitas sugestões que aqui têm aparecido quase diariamente.

Mas, se o conselho de Alberto João Jardim não for devida e ponderadamente meditado, há que pôr os olhos no incidente em que «Berlusconi foi agredido».

As agressões a dirigentes políticos não são novidade. Há pouco mais de 100 anos foi assassinado o rei D. Carlos (1-2-1908), John Kennedy 22-11-1963 também foi vitimado por um atentado, Anwar el Sadat (6-10-1981) foi abatido por tropas da sua confiança, Indira Gandhi (31-10-1984) foi abatida por soldados da guarda ao palácio, Olof Palme (28-2-1986), Rajiv Gandhi (21-5-1991). Agora foi a vez de Berlusconi ter sido agredido em público. Para reduzir o efeito e a verdadeira justificação dizem os seus colaboradores que foi obra de um deficiente mental.

Inquestionavelmente, a violência é sempre de lamentar. Mas devemos procurar compreender as causas de tais actos. O que leva as pessoas a agir desta forma? O que está mal de parte a parte? Que meios pacíficos tem o cidadão para se defender dos abusos dos detentores do poder quando a Justiça os deixa em total impunidade?

Estas notícias de violência devem constituir, para os políticos de todo o mundo, um motivo de reflexão sobre o seu papel em relação aos interesses do País e das populações, segundo conceitos de ética, de moral, de honestidade. Devem pensar serenamente para avaliar a eficiência do seu desempenho das elevadas funções de que foram investidos. Neste momento, o conselho de Jardim merece muita, mesmo muita, atenção. A conflitualidade, além de prejuízos para o País, pode ser precursora de, violência contra os responsáveis institucionais. O caso de Berlusconi pode fazer ecos. E não há seguranças totalmente eficientes como se viu com os casos acima citados.

Queda de bancada causa 15 feridos

Ontem às à tarde, numa festa de Natal a decorrer na Terra dos Sonhos, em Santa Maria da Feira, uma bancada caiu causando 15 feridos, incluindo seis crianças e duas grávidas, felizmente sem gravidade. Mais duas pessoas sentiram-se mal e acabaram por ser transportadas para hospital 17 pessoas. Logicamente o abastecimento de energia foi cortado e houve cenas de pânico.

Este acidente, como outros em espectáculos e mesmo no trabalho, são muitas vezes resultado de irresponsabilidade, incompetência, falta de profissionalismo, desleixo, incúria. Infelizmente, há muita gente que não se preocupa com a perfeição do trabalho mas apenas com o salário que recebe. É necessário averiguar todos os casos e condenar rápida e rigorosamente os responsáveis pelas deficiências que ocasionem acidente que possam colocar em perigo vidas humanas. A impunidade não deve ser deixada alastrar por todos os sectores e é urgente criar medidas de dissuasão, com vista à recuperação da sensação de segurança e de confiança.

Os cuidados com os espectáculos devem ser acrescentados ás precauções necessárias para que uma quadra festiva, de alegria, não seja transformada em dor e luto, referidas aqui.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Boas Festas. Feliz Natal e Bom Ano Novo

Encontramo-nos num período muito especial do ano. Dias de Festa, de férias para alguns, de convívio alegre com familiares e amigos, dias em que pensamos nos outros e sentimos a solidariedade de maneira mais humana e generosa.

Porém, não podemos ser incautos, porque existem condições perigosas para as quais devemos estar prevenidos, desde o consumismo até aos perigos na estrada.

Quanto a segurança das viagens, mesmo que tomemos todas as precauções, continuaremos a estar sujeitos a erros de outros, irresponsáveis que gostam de abusar do exibicionismo do volante. Os acidentes provenientes de imprudências diversas irão estragar as festas dos familiares e amigos que , em vez do folguedo desejado e esperado, têm luto ou visitas ao hospital.

Quanto ao consumismo, cada um deve saber as linhas com que se cose, osto é o poder de compra real e, nesta época, só deverá ir em cantigas da publicidade, de promoções ou de atracções (vi hoje esta palavra numa montra a substituir as promoções!), na medida em que se trata de artigos de que realmente se necessita, é útil, ou dá prazer para além desta quadra festiva.

Numa situação de crise é incompreensível, pelo menos para os menos abastados, a grande procura de viagens e férias no estrangeiro ou mesmo cá dentro em condições de elevados custos.

Feita esta introdução, desejo a todos os visitantes e outros interessados neste blogue que, apesar das precauções que julguem adequadas, tenham um Natal Feliz e que façam bons planos para o próximo ano, com optimismo e muita esperança de os concretizarem. Recorde-se que a saúde e a felicidade dependem em grande parte dos pensamentos e da alimentação.

Usar a capacidade de decisão

Um slogan publicitário diz mais ou menos isto «Quem dá corda aos seus sapatos é você».

Tira-se daqui um estímulo à nossa reflexão. Porque é que muita gente pensa que devemos ir na conversa da publicidade? E ela nesta quadra festiva está com grande agressividade a tentar impor-nos soluções que raramente nos servem. Termos se ser nós a decidir os nossos actos. Se não formos nós a decidir e nos deixarmos ir nas cantigas da propaganda, não deixaremos de ser nós a suportar as consequências dos nossos erros.

Por isso, usemos o nosso cérebro, caminhemos com os nossos sapatos, e actuemos em conformidade, sem pensar fazer ou não a vontade a alguém que apenas quer o nosso dinheiro.

Nas nossas vidas privadas devemos procurar aplicar sempre, na medida do possível e adequado, a metodologia referida no post Pensar antes de decidir. Não esqueça este ponto nas compras de Natal.

Deputados com sentido de Estado? Quem?


Transcrição:

"Debate de ideias" no Parlamento português

Vergonhosa, é como se pode classificar a atitude de dois deputados na Comissão de Saúde da Assembleia da República, ontem, em Portugal.

Maria José Nogueira Pinto, com aquele seu ar queque, de "tia", saída directamente da Quinta da Marinha, resolveu insultar Ricardo Gonçalves chamando-lhe "palhaço" e "inimputável".

Este, em resposta, acusou Maria José Nogueira Pinto de se "vender por qualquer preço, e a qualquer partido, só para ser eleita para o Parlamento".

Ricardo Gonçalves é um deputado eleito nas listas do PS e referia-se ao facto de Maria José Nogueira Pinto, que já foi candidata a líder do CDS/PP, ter sido eleita agora nas listas do PSD.
Salvo erro, com aquele estatuto extraordinário de "independente".
O Jorge Coelho bem dizia que não confiava nos independentes......

Uma cena absolutamente lamentável, entre gente que se diz representante do povo português.
Gentinha desta não me representa minimamente.

O episódio pode ser visto aqui.

Maria José Nogueira Pinto e Ricardo Gonçalves representaram, isso sim, e muito bem!! o que são os dois principais partidos do arco político português actualmente.

Um PSD totalmente à deriva, aburguesado, onde não se discutem ideias, não se apresentam alternativas, antes se perde tempo a atacar pessoas, dentro e fora do partido.
Marcelo Rebelo de Sousa e Francisco Pinto Balsemão definitivamente não são ouvidos.
Paulo Portas vai-se rindo e capitalizando o desnorte laranja.

O PS, partido que até governa, cheio de arrivistas, onde a chico-espertice impera, com figurinhas provincianas a tomar conta dos principais palcos.

Triste, mesmo muito triste. E sem sinais de alteração para melhor.

Publicada porPedro Coimbra em Devaneios a Oriente

NOTA: Seria de esperar que fossem eleitos os melhores do país mas, infelizmente, tem acontecido o contrário. Dão um mau exemplo com as suas irresponsabilidades, arrogâncias vazias de causas, e exibicionismos, passando ao lado dos interesses nacionais e perdendo tempo com baixezas como a aqui referida.
A cretinice que os define e a falta de um espelho que lhes mostre o pouco que valem fica bem patente ao colocarem o circuito de TV que dá ao País imagens do espectáculo degradante da AR, isto sem querer ofender eventuais pessoas dignas como é o caso de António José Seguro, o único que não embarcou na confissão pública colectiva dos seus objectivos, quando se deu a votação da lei do financiamento dos partidos referido em E todos concordaram.

ET. Um desafio e congeminações

As referências a diversos contactos visuais com OVNIs, (Objectos voadores não identificados) por aviadores, e não só, de todo o mundo, têm sido arquivadas e mantidas em rigoroso segredo, mas agora parece que vão ser abertas ao público e aos investigadores, como aqui foi referido. Primeiro, durante a guerra fria, havia a suspeita de se tratar de meios aéreos especiais da potência rival, mas depressa se concluiu ser algo muito estranho não explicável pelos conhecimentos (da ciência e da tecnologia) mais avançados dos terráquios.

O tema, passando a estar aberto ao público, presta-se a debates contendo as mais arrojadas congeminações que, para se aproximarem da «realidade» que poderemos um dia conhecer, não devem assentar nos esquemas de raciocínio dos minúsculos (em saber) terráquios. Tentei hoje uma conversa com o meu amigo MD e concluí que será um debate muito difícil, aberto às aproximações mais arrojadas.

Desafio os leitores a entrarem neste jogo de imaginação:

1. Os ET serão seres vivos?

Provavelmente serão. Mas certamente com um tipo de vida que nos é totalmente desconhecido. Haverá mais semelhança entre o Einstein e o pulgão da roseira do que entre um ET e o maior sábio mundial, como iremos deduzir de tópicos abordados superficialmente.

2. Sendo tão evoluídos como é suposto, porque não estabeleceram ainda contactos estreitos connosco?

Se virmos atentamente a comparação esboçada no tópico 1, compreenderemos que não é fácil, pois os contactos só são possíveis se houver algo em comum, incluindo os meios de comunicar. Os seres humanos não dialogam com as minhocas, com os fungos que parasitam as plantas, como o pulgão da roseira, embora estes seres terrestres minúsculos tenham uma vida que compreendemos, que tem princípio e fim (nascimento e morte) e que partilham connosco o mesmo ambiente, e o seu corpo, independentemente da dimensão tem materialização com dimensões, peso, cor, etc.

Quanto aos ET, nada se sabe e supõe-se que não têm corpo material mais ou menos parecido com qualquer protozoário, podendo ser partículas de energia com inteligência, tipo fantasmas, tipo entidades celestiais que aparecem num dado local aos crentes com aspecto real e tangível. E a sua existência pode ser intemporal como o é a força da gravidade, o magnetismo, as ondas electromagnéticas, a energia luminosa, etc.

3. O que muito intriga as pessoas é a energia que usam

Se para o homem fazer uma viagem à Lua ou lançar um satélite artificial, precisa de foguetões com toneladas de combustível especial para fazer a propulsão necessária para a saída do campo gravitacional da Terra, segundo rotas rígidas quase com o rigor balístico, como compreender a possibilidade de os ET viajarem de distantes astros a velocidades variáveis podendo pairar no espaço e arrancar repentinamente em qualquer direcção, e sem necessidade de reabastecimento? Um helicóptero dificilmente os imita na manobrabilidade, mas mesmo assim tem uma autonomia muito reduzida e necessita de reabastecimento de grande quantidade de combustível.

Será que são guiados e propulsados por raios de luz, pelo magnetismo, pelas radiações cósmicas, pela força do pensamento (tal como os ilusionistas e os santos milagreiros)? O problema da energia será talvez o maior enigma que se espera decifrar para beneficiarmos de tais tecnologias. Se o magnetismo faz mover a agulha da bússola poderá dar energia para movimentos mais complexos. Se dois ou três telemóveis próximos podem estrelar um ovo ou fazer estoirar pipocas podemos concluir que a atmosfera está repleta de energias que não sabemos aproveitar.

4. E depois de serem estabelecidos contactos os terráquios beneficiarão ou serão lesados?

Como resposta optimista, diria que sendo os ET superiormente inteligentes na nossa escala, não irão fazer-nos mal. Porém, eles não compreenderão os humanos tal como estes não compreendem o pulgão da roseira e, por isso, não sabem o que será bom ou mau. E até pode dar-se o caso de nos olharem como vírus extremamente negativos e parasitas que estão a destruir o planeta azul e decidirem aplicar higienicamente um pesticida da tecnologia que lhes seja familiar para limpar toda esta porcaria que destrói este astro que os intriga.

Conclusão: Depois destes esboços de reflexão, espero outras ideias «malucas» que nos alimentem a discussão durante meses... até que se venha a concluir que tudo isto é zero perante a magnitude dessa «gente» mais intrigante do que os nossos navegadores o foram em terras do Índico. Percam o receio de dizer coisas. A asneira é livre até que tudo seja esclarecido.

A. João Soares, em 9 de Dezembro de 2009

Irresponsabilidade e exibicionismo

O povo português, por tradição, embora não tenha vocação associativa, ao ponto de as cooperativas agrícolas de há algumas dezenas de anos terem falhado, quando adere a um clube de futebol assume isso como um compromisso vitalício. E, embora a política não possa comparar-se à clubite desportiva, porque ao contrário dos clubes, os partidos políticos não devem usar como objectivo principal o campeonato para ganhar o poder, mas sim a procura das soluções mais adequadas à gestão dos interesses nacionais, em benefício dos portugueses nomeadamente dos mais desprotegidos, os eleitores olham o seu partido como olham o seu clube. Haja o que houver, votam no clube daquele político de quem gostaram há 30 anos.

É certo que ao eleitor são apresentadas listas de que ele não conhece os elementos constitutivos, e muitos deles ou são incapazes ou são capazes de tudo. Mas mudar de partido não entra no pensamento de muitos eleitores, preferindo abster-se (cerca de 60%) ou votar em branco por não de se reverem em nenhum candidato, ou votar nulo, muitas vezes para manifestar o seu vivo desacordo com o regime que os vem explorando.

No meio de tudo isso há políticos que estão na mira das raivas do povo, o qual se serve dos adjectivos usados pelos políticos na assembleia quando, à falta de argumentos patrióticos, se realizam chamando aos rivais os mais torpes adjectivos.

Esse povo, apesar da baixa escolaridade e fraca literacia, não é estúpido e pensa, em termos simples, formando opinião sobre coisas profundas que se lhe cravam na carne e mantêm o seu estômago atrofiado. Há por aí muitos Antónios Aleixos, com ideias, embora sem poesia. E por vezes são injustos em relação ao Primeiro-ministro. Mas temos que reconhecer que este não é tão mau como muitos dizem. Mostrou ,agora, um momento de grande clarividência, perspicácia e frontalidade, embora atenuada por não ser totalmente franco.

Nesse momento de pensamento iluminado, Sócrates acusa oposição de "irresponsabilidade" e "exibicionismo político", o que está em sintonia com o que costuma dizer na AR nas quintas-feiras em que lá vai zurzir a oposição. Só que esses epítetos não se aplicam apenas à oposição, mas a todos os políticos e principalmente aos do PS, que pelas responsabilidades de serem os mais votados e serem Governo deviam esforçar-se por parecerem menos irresponsáveis e exibicionistas. Eles são os mais votados e os mais tudo, principalmente nos atributos ligados à vaidade, à ambição e ao abuso dos cargos que ocupam. Isto aplica-se ao malhador do último governo a um que disse que «quem se mete com o PS, leva», aos actuais deputados esgrimistas com sotaque quer insular quer do Vale do Tâmega. As palavras e atitudes do próprio secretário-geral do partido colocam-no sob o manto desses adjectivos.

Por tudo isso, a partir de agora, pode dizer-se sem receio que os políticos são irresponsáveis e exibicionistas, mas será justo, ao contrário dos termos do primeiro-ministro, acrescentar, salvo eventuais excepções, embora isto seja um preciosismo de exagerado rigor porque «não há regra sem excepção».

Corrupção e enriquecimento ilícito. Uma achega

Transcreve-se uma pequena parte do artigo Não é a crise que nos destrói. É o dinheiro de Mário Crespo no Jornal de Notícias de 11 de Maio de 2009.

(…) Acertado o preço foram dadas à empresária instruções muito específicas. O donativo para o partido seria feito em dinheiro vivo com os quinze mil contos em notas de mil Escudos divididos em três lotes de cinco mil. Tudo numa pasta. A entrega foi feita dentro do carro da empresária. Um dos políticos estava sentado no banco do passageiro, o outro no banco de trás. O da frente recebeu a pasta, abriu-a, tirou um dos maços de cinco mil Contos e passou-a para trás dizendo que cinco mil seriam para cada um deles e cinco mil seriam entregues ao partido. O projecto foi aprovado nessa semana. Cumpria-se a velha tradição de extorsão que se tornou norma em Portugal e que nesses idos de oitenta abrangia todo o aparelho de Estado.

Rui Mateus no seu livro, Memórias de um PS desconhecido (D. Quixote 1996), descreve extensivamente os mecanismos de financiamento partidário, incluindo o uso de contas em off shore (por exemplo na Compagnie Financière Espírito Santo da Suíça - pags. 276, 277) para onde eram remetidas avultadas entregas em dinheiro vivo. Estamos portanto face a uma cultura de impunidade que se entranhou na nossa vida pública e que o aparelho político não está interessado em extirpar.
(…)


Este texto refere-se à década de oitenta e foi publicado em meados de Maio do corrente ano, tendo sido na altura transcrito no post O «dinheiro vivo» é corrosivo e demolidor. Isto passava-se quando estava a ser cozinhada e aprovada com a conivência de todos os partidos, com a única e honrosa excepção do deputado António José Seguro, a Lei do financiamento dos partidos que acabou por ser vetada pelo PR.

Agora, depois de ser dada publicidade ao polvo do caso da Face Oculta e de voltar a ser falado o combate à corrupção e ao enriquecimento ilícito, tacitamente suspenso e ausente das preocupações do Governo desde há quase meia dúzia de anos, volta a ser oportuno este alerta de Mário Crespo.

Insegurança rodoviária

Segundo a notícia «Árvore impediu autocarro de cair em ravina na marginal» do Jornal de Notícias de hoje, o condutor de um Seat Ibiza, que se dirigia em direcção ao Porto, na marginal de Gondomar, em Valbom, perto do entroncamento com Estrada D. Miguel, não conseguiu segurar a viatura numa curva e foi bater num autocarro onde seguiriam seis ou sete passageiros, causando um ferido grave e cinco ligeiros. O pesado despistou-se e só parou contra uma árvore, que evitou a queda numa ravina.

Este é mais um caso a comprovar que se onduz muito mal, os condutores não estão conscientes dos perigos a que estão sujeitos e a que sujeitam terceiros.

As notícias são abundantes: «Acidente com autocarro escolar faz 14 feridos», «Casal escapa a uma queda de 20 metros», «Passeio das Vindimas termina em tragédia», «16 militares colhidos por automóvel ligeiro» e, por outro lado a Justiça é demasiado permissiva e não serve de disssuasor para este tipo de crimes, como mostra a notícia «Condutor que matou peão não foi proibido de guiar».

Os resultados de sucessivas instituições supostamente encarregadas de reduzir esta hecatombe não são visíveis. Para onde iremos? Já não é pelo facto de o parque automóvel estar demasiado velho, como alegava o ACP até há poucos anos, nem é pela falta de obrigatoriedade de inspecções periódicas, nem pelas má rede de estradas. Será pela má qualidade da educação dos nossos jovens que não aprendem na idade própria o que é o civismo e a vivência em sociedade, respeitando os outros?

Os portugueses entregaram Portugal a quem?

Transcrição:

A receita do costume
Jornal de Notícias. 5 de Dezembro de 2009. Por Manuel António Pina

Temos de novo o FMI à perna. O FMI é uma espécie de tutor que, quando não sabemos governar--nos, nos declara incapazes e passa a governar-nos por nós.

A trapalhada financeira de um Orçamento feito "com grande sentido de responsabilidade", mas que, afinal, Teixeira dos Santos dixit, parece que foi elaborado "num quadro financeiro que não incorporava" o impacto real da crise financeira, mais a trapalhada de um Orçamento Rectificativo de que o mesmo Teixeira dos Santos não via, em Maio, "necessidade" e em Novembro já via, com medidas de contenção do défice (que cresceu 284% no 1.º semestre) que ainda em Julho garantia que não adoptaria pois "os números" davam "sinais claros de controlo da despesa", levaram o tutor a achar que era melhor ser ele a decidir o que deve fazer o Governo já que este parece não saber às quantas anda.

E a receita é a santíssima trindade do costume: reduzir salários, reduzir prestações sociais, aumentar impostos, isto é, o que, nos anos 80, impôs a Mário Soares sob a estimulante divisa "apertar o cinto". Resta saber é se os portugueses têm mais buracos no cinto para apertar.

NOTA: Como se pode dizer que o Orçamento foi feito "com grande sentido de responsabilidade» e depois o inistro das Finanças, seu autor ou co-autor, diz que foi elaborado "num quadro financeiro que não incorporava" o impacto real da crise?

Qual o crédito que merece um ministro que em Maio dizia não ver necessidade num Orçamento Rectificativo e em Novembro já via? E as medidas de contenção do défice que em Julho disse que não adoptaria pois "os números" davam "sinais claros de controlo da despesa", e agora são necessárias? No entanto, desde de Maio nos acenam com visível recuperação da crise.

Qual tem sido o papel dos governantes na gestão dos interesses do País?

Afinal quem nos governa? O nosso Governo ou o FMI? Quais os livros por onde estudaram os sábios do FMI? E qual a razão de os inteligentes de Portugal não lerem esses livros? Como compreender que especialistas de gabinete lá longe saibam melhor o que interessa a Portugal do que os portugueses que vêem de perto e cheiram a podridão em que estamos? Interrogo-me se há alguém em quem possamos ter confiança.

A Vida já não é respeitada

Indivíduos matam familiares e estranhos por motivos fúteis. O marido irado «Mata mulher à frente da filha e assassina GNR», caso que foi notícia destacada, que devia fazer pensar os responsáveis pela Segurança Interna e pela Justiça na forma mais adequada de evitar o agravamento desta fobia e desrespeito da vida alheia.

Mas esse desrespeito está dentro de muitos cidadãos e, o que é mais incompreensível dentro da cabeça e do coração de muitos agentes da Justiça, como mostra a notícia «Condutor que matou peão não foi proibido de guiar». Não é com esta benevolência para o homicida que se exerce poder de dissuasão para tais desmandos. Na estrada praticam-se os piores crimes contra o ser humano, embora se possa dizer que é por negligência. Mas é uma negligência culposa, porque a arma que se tem na mão – o carro – é altamente perigosa e merece sérios cuidados que não podem ser descurados.

A última notícia que chega diz que «16 militares colhidos por automóvel ligeiro», o que mostra que grande parte dos automobilistas consideram a estrada como exclusivamente sua e inteiramente disponível para conduzirem despreocupadamente e não possuem capacidade para reagir perante qualquer obstáculo ou outro utente da estrada pública.

Perante estes desrespeitos pelas vidas alheias os agentes da autoridade, em todos os sectores relacionados com a Segurança de pessoas e de bens, deviam agir de forma mais eficaz tanto nas medidas dissuasoras como nas repressivas.

Estímulos à suspeita

Todas as palavras dos governantes pareciam conduzir à desclassificação de suspeitas que, segundo eles, não passam de inventonas dos jornalistas e dos partidos da oposição. Suspeitar seria uma atitude mal intencionada para consumar «decapitação do Governo», "homicídio de carácter", "assassinato político", "assassínio de carácter", "homicídio por audiovisual", etc.

Porém agora o argumentário do partido do Governo faz público uso de suspeitas, como mostram as notícias cujos títulos reproduzo em link para os leitores interessados poderem abrir: PS suspeita que Ferreira Leite conheceu antecipadamente teor das escutas a Sócrates e Vieira da Silva diz que falou em "espionagem política" conscientemente.

Conclui-se assim que cada um de nós pode, sem receio de penalização, alimentar suspeitas de seja quem for. Poderá, mesmo???

Sócrates Vara e Penedos

Transcrição do Blog «Democtracia em Portugal?»:

Assim se vê a força dos Penedos...

Não interessa nada se o "irmão" está ou não constituído arguido ... o que interessa é que este "irmãozinho" tenha com urgência um TACHO antes que a MAMA se acabe! ...

Comprovem no Diário da República online:

http://dre.pt/pdf2sdip/2009/11/230000000/4838848388.pdf

«Despacho n.º 25916/2009
Nos termos e ao abrigo do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 322/88, de 23 de Setembro, nomeio o licenciado Artur Rodrigues Pereira dos Penedos para exercer funções de assessor do meu Gabinete, em regime de comissão de serviço. Este despacho produz efeitos a 26 de Outubro de 2009.
12 de Novembro de 2009. — O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
32242009

Assinado pelo SÓCRATES!!!!!!!

A 12 de NOVEMBRO!!!!!!!!!!! Com efeitos desde 26 de Outubro!!!

Pois...

NOTA: Sócrates já tinha declarado, a propósito das escutas, que é amigo do Armando Vara e, agora, fica a saber-se que é muito amigo dos Penedos. Os dois estão a ser ouvidos no caso Face Oculta. Haverá pressões sobre a Justiça? Ou será apenas amizade? Os favores pagam-se. Diz-me com quem andas...

Mais um sucesso português no estrangeiro

Transcrição de notícia que serve para aumentar a auto-estima dos portugueses:

Flautista madeirense evidencia-se no Royal Northern College of Music
Lusa. 29 de Novembro de 2009

Funchal, 29 Nov (Lusa) - A flautista madeirense Carla Sousa completou o seu mestrado no Royal Northern College of Music (RNCM) com a qualificação máxima e obteve um estágio na Orquestra BBC do País de Gales, anunciou hoje a Associação Cultural Encontros da Eira (ACEE).

Segundo uma nota daquela associação madeirense, a flautista portuguesa concluiu o mestrado em Performance de Flauta Transversal com 20 valores e três distinções, depois de em 2009 se ter licenciado na mesma instituição com 20 valores e distinção.

A mesma nota adianta que Carla Sousa recebeu distinções em todas as componentes do curso: Recital Final, Música de Câmara e Tese de Mestrado, esta última com o tema "Os Instrumentos Tradicionais da Ilha da Madeira - o seu papel na cultura Madeirense dos séculos XIX, XX e XXI".

NOTA: Parabéns á artista Carla de Sousa. Continue na senda do sucesso, da excelência. Felizmente, há vários casos de sucesso, de portugueses que se distinguem em situações internacionais prestigiantes. É pena que, para a política, salvo eventuais excepções, só vão aqueles que, para se licenciarem, não dispensam a muleta do partido (a Comunicação Social tem dado a conhecer alguns dos nomes, os mais mediáticos). Sou tentado a transcrever esta frase do blogue A Tulha do Atílio: «Crie-se um Governo de Salvação Nacional que consolide o País quer económica quer financeiramente para que possa ser viável socialmente.»

Optimismo e esperança para salvar Portugal

Poderão dizer que não há motivo para optimismo nem para esperança, mas essa atitude é o factor mais negativo que entrava o esforço para a salvação do País. A esperança deverá ser a última coisa a morrer. Enquanto há vida há esperança. E o optimismo surge lentamente, à medida que focarmos a observação em exemplos positivos que vão aparecendo em vários sectores de actividade.

No post anterior era referida a iniciativa e a capacidade de decisão de uma empregada que ousou tomar as rédeas da empresa evitando o encerramento e garantindo o emprego de todas as colegas. Agora é outro exemplo atraente, o da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra que é tema do artigo que se transcreve.

Portugal precisa de mais empresas que se proponham ser exemplares na rota da excelência, com boa gestão e bons resultados não apenas em lucros mas, principalmente, na satisfação do seu pessoal e dos clientes.

Eis o artigo:

Escola de Hotelaria campeã no emprego
Jornal de Notícias, 29 de Novembro de 2009, por João Pedro Campos

«A Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra celebra hoje 20 anos com uma taxa de empregabilidade na ordem dos 85%. A modernização das instalações e equipamentos é o próximo passo da instituição.

"É um desafio ter agora uma estrutura no limite da capacidade. Estamos a precisar de rejuvenescer os nossos equipamentos", afirma ao JN a directora da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra. Ana Paula Pais garante que a instituição tem já um plano para modernizar esses equipamentos e um projecto destinado a melhorar as instalações. "Ainda assim, a escola tem excelentes condições técnicas", Considera.

Instalada próximo do Pólo II, a Escola de Hotelaria e Turismo é actualmente frequentada por cerca de 500 alunos, estando, segundo a direcção, no limite das suas capacidades. "Nos últimos quatro anos, tivemos mais 150 alunos do que tínhamos para trás. Em 20 anos, a escola foi crescendo e diversificando também as ofertas", revela Ana Paula Pais. Sobre os 20 anos da instituição, a directora entende que "corresponde àquilo que um jovem de 20 anos sente: está no auge da sua força, tendo neste momento um projecto muito consolidado".

Cursos com emprego

Ana Paula Pais mostra-se satisfeita com o rendimento da escola ao nível da empregabilidade. "Ainda conseguimos garantir empregabilidade, o que é um privilégio", comenta, revelando que alguns dos oito cursos leccionados na instituição têm mesmo uma taxa de 100%. Os cursos de cozinha, especialmente têm empregabilidade total. Em termos gerais, a directora da escola afirma que a taxa de empregabilidade ronda os 85%.

A escola, uma das 16 pertencentes à Turismo de Portugal, tem tido uma procura excedentária nos últimos anos, o que, segundo a directora, obriga a um processo de selecção bastante eficaz.

Mais actividades

Os 20 anos da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra foram ontem comemorados com uma sessão no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, durante a qual foram entregues diplomas aos alunos que terminaram a sua formação e se fez uma celebração com os funcionários.

Ana Paula Pais anuncia que ainda vão realizar-se mais duas actividades, no âmbito das comemorações do 20º aniversário. Os "Natais da Europa", a 3 de Dezembro, celebrarão o Natal dos países de origem dos estudantes Erasmus, possibilitando aos alunos "trabalharem menus de diferentes países". A 9 de Dezembro, será servido um jantar "gourmet" preparado por ex-alunos da escola.»

Há por cá gente muito válida


Diz-se que, em Democracia, o povo é quem mais ordena. Em teoria e de certo modo na prática, o povo tem muito poder, mas deve saber usá-lo. Os maiores inimigos de Portugal são os medrosos, os inactivos, os qe receiam arriscar de forma calculada e sensata. E ao agir, tem que se contar com erros, mas mesmo que não se acerte a 100% é preferível a ficar parado, atado, apático, obediente, «bonzinho». « A sorte protege os audazes».
E o caso a se refere o artigo de que se transcreve o início, uma mulher de fibra salvou o emprego de uma centena de pessoas. Portugal precisa de mais pessoas assim e que os cargos de maior responsabilidade estejam em mãos com fibra desta qualidade. Para ler todo o artigo basta fazer clic no seu título.

Fábrica salva por "instinto feminino"
Jornal de Notícias 29 de Novembro de 2009. Por Ana Peixoto Fernandes

Há cinco anos que as confecções Afonso laboram com sucesso nas mãos de ex-operária

Um simples "click" numa mente feminina e uma fábrica de camisas que empregava quase uma centena de pessoas em 2004 foi salva da sua deslocalização premeditada silenciosamente pelos patrões alemães.

Cinco anos depois do episódio a unidade labora com sucesso mas… nas mãos de uma trabalhadora. Com um volume de facturação de 1,3 milhões de euros estimado para este ano, 105 trabalhadores, mais dez que em 2004, e clientes fixos em vários pontos do globo, mas principalmente na vizinha Espanha, a Afonso-Produção de Vestuário, que labora ininterruptamente desde 1991 na zona industrial de Paçô, em Arcos de Valdevez, está de boa saúde e recomenda-se. Isto apesar de ninguém saber do paradeiro dos seu antigos proprietários que se colocaram em fuga a 29 de Novembro de 2004 para não mais dar a cara, depois de longas horas de braço de ferro com os seus trabalhadores. Na tarde desse dia, uma trabalhadora descobriu "por casualidade" os administradores a tentar retirar, pela calada, máquinas e mercadoria da fábrica, com a ideia de deslocalizar a produção para a República Checa.

Conceição Pinhão, 47 anos, antiga funcionária administrativa e hoje gestora da fábrica, cujo forte são as camisas para homem, diz que nada fazia prever o que aconteceu. "Não havia sinais de nada. Estava tudo normalíssimo. Foi só por uma frase que eles disseram ao funcionário de armazém que por acaso comentou comigo. Perguntaram-lhe como é que funcionavam a porta do cais e a alavanca elevatória para cargas e descargas", lembra, explicando o motivo da sua desconfiança de que algo se poderia estar a passar nas costas dos na altura cerca de 90 trabalhadores da Afonso. "Se eles eram administradores porquê aquele interesse?", refere, recordando ainda que nesse dia os patrões "saíram mais cedo, às 16h30, porque estavam cansados". "Fiquei a pensar naquilo e às 17h30 pedi à minha colega de escritório que fosse à fábrica para ver se via alguma coisa de anormal. Ela disse-me que o carro deles estava no parque e, pronto, foi aí o 'tilt'", diz. (…)


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Temos que salvar Portugal

Portugal está muito doente, a ser corroído por males difíceis de curar. Há que combater os vírus que o minam e extirpar os cancros que o devoram. Seria bom que o pudéssemos legar são de corpo e alma aos vindouros, coisa que não parece muito viável se continuarmos apáticos e indiferentes à moléstia de que sofremos colectivamente. Dê-se atenção ao texto que se transcreve:

A exiguidade do Estado em abdicação
Jornal de Notícias. 30 de Novembro de 2009. Por Mário Crespo

O professor Adriano Moreira detectou os riscos civilizacionais da exiguidade dos estados quando deixam de cumprir as funções que são a sua razão de ser. Em Portugal o Estado está a desaparecer. Outros actores estão a substitui-lo. Em todo o lado.

"Deloitte não detecta crimes públicos na REN": título na imprensa diária nacional, há uma semana.

"Como organização de referência em serviços profissionais de auditoria, e consultoria fiscal, a Deloitte consolida a sua liderança em Portugal integrando a sua oferta para melhor servir o cliente e as suas necessidades.". Página promocional em http://www.deloitte.com

"A Deloitte, chamada na sequência da vinda a público do caso "Face Oculta", não detectou crimes públicos na REN.". Notícia de jornal do dia 24 de Novembro de 2009.

"A Deloitte disponibiliza experiência, conhecimento técnico e capacidade de implementação. Pensamos e agimos com rigor e competência: o nosso propósito é o transformar os desafios em soluções". Página promocional da Deloitte Portugal em http://www.deloitte.com

"Aveiro, 25 Nov - José Penedos indiciado pela prática de um crime de corrupção passiva. O juiz de instrução do processo "Face Oculta" determinou hoje a suspensão de funções de José Penedos na presidência da REN - Redes Eléctricas Nacionais e sujeitou-o a uma caução de 40 mil euros.". Despacho da agência noticiosa Lusa.

"Na sequência de notícias hoje divulgadas, o Gabinete do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça considera tornar público o esclarecimento em anexo.". Texto de uma comunicação numa página com o timbre oficial do Supremo Tribunal de Justiça de Portugal que a empresa privada de assessoria de media Luís Paixão Martins Comunicação (LPM) enviou a todos os órgãos de comunicação nacionais, a 14 de Novembro de 2009.

"Informações adicionais LPM Comunicação www.lpmcom.pt" Indicação final na Comunicação do Supremo Tribunal de Justiça de Portugal.

"O universo mediático português torna-se mais complexo e confuso. Só os especialistas conseguem descodificar esta proliferação caótica de media através de uma abordagem simples, directa, virada para os resultados.". Página promocional da LPM em http://www.lpmcom.pt.

"(…) A execução do despacho proferido pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça cabe tão-só à autoridade judiciária que dirige o inquérito, ou seja, à Procuradoria-geral da República;"

- Quinto ponto da comunicação de esclarecimento distribuída com o timbre do Supremo Tribunal de Justiça pela Luís Paixão Martins Comunicação com instruções para a Procuradoria--geral da República sobre divulgação de peças processuais do caso "Face Oculta".

"Há 217 títulos publicados, 225 rádios e 91 canais de TV.". Informação no portal promocional da LPM sob o título Estratégia de Assessoria Mediática.

Na semana passada , António Mota, dono da Mota Engil, desdobrou-se numa série de raras entrevistas que o seu grupo organizou em que falou a vários órgãos de Comunicação Social, como se fosse titular das pastas conjuntas da Economia, das Finanças e do Planeamento. Fez bem. Na situação de exiguidade a que o Estado português se remeteu, ele é provavelmente já isso tudo e muito mais.

NOTA: Temos que salvar Portugal. O Presidente da República como entidade mais responsável e representativa do País, tem sobre si o ónus de decisões difíceis que tem que tomar, depois de conferenciar com as pessoas mais válidas do País, não enfeudadas em grupos de duvidosa eficiência.

Motoristas do Estado

Motoristas arriscam pagar os danos

Dois carros do Estado colidem em cruzamento do centro de Lisboa.
Das notícias, fica a saber-se que os carros oficiais circulam muitas vezes em velocidade excessiva sem motivo justificativo, por erro de planeamento da hora de início da viagem. E outra infracção à lei geral: grande parte das viaturas não têm seguro.

Maus exemplos dos responsáveis pelos organismos do Estado.

Os motoristas são responsabilizados pelos danos materiais.

Em tempos recentes um juíz do topo da hierarquia do sector Judicial circulava a mais de 200 entre o Algarve e Lisboa e, segundo ele, a culpa foi toda do motorista porque ele, juiz, até vinha a dormir.

Quando o mar bate na rocha quem sofre é o mexilhão!!!

Governo e partidos desentendidos

Transcrição:

Governo da Assembleia
Correio da manhã. 28 Novembro 2009. Por Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto

Ontem foi o primeiro dia do resto da legislatura. A Oposição em bloco impôs o adiamento da entrada em vigor do Código Contributivo, a extinção do pagamento especial por conta, a antecipação do reembolso do IVA e a obrigatoriedade de juros de mora pelo atraso de pagamentos do Estado. Sócrates diz que não pode haver um "Governo de Assembleia", e não aceita a ideia de que o Parlamento aumenta a despesa, cria um problema orçamental e o Governo a única coisa que tem de fazer é executar.

O eurodeputado socialista Vital Moreira comentava que "a principal arma das oposições unidas contra o Governo vai ser a arma orçamental, por via de propostas que aumentam a despesa pública e diminuem a receita, fazendo disparar o défice orçamental e o endividamento público". Vital lança um apelo ao Presidente da República para que não se conforme com a "estratégia suicidária de estoirar com as finanças públicas".

Ficou claro que a Oposição é que tem a maioria no Parlamento e que o PS não está habituado a lançar pontes para evitar situações de bloqueio. Neste cenário de governação por iniciativa parlamentar, o poder do Presidente da República sai reforçado, e o Governo com o poder diminuído vai ter de gerir um Estado com um défice gigantesco e suportar o ónus de uma economia anémica.

NOTA: É uma brincadeira de putos no jardim do condomínio a atirarem fisgadas aos vidros dos apartamentos a ver qual acerta mais, sem se importarem que os pais (neste caso os filhos e netos) tenham de pagar os danos causados.

Se, por um lado, o partido do governo deve evitar a arrogância e lançar pontes para o diálogo, a negociação, à procura de soluções mais ou menos consensuais, evitando bloqueios, para bem de Portugal, por outro lado, a oposição deve mostrar o seu sentido de Estado, a sua capacidade para vir a governar, mostrando saber conversar para encontrar as soluções mais adequadas à actual situação, para benefício do País. O campeonato infantil de fisgadas, e o esticar a corda até criar o suicídio colectivo, não traz lustre para nenhum dos partidos, cria desprestígio para os políticos e destrói a pouca confiança que ainda poderia existir.

É lamentável que os partidos só tivessem estado de acordo na aprovação da malfadada lei do financiamento dos partidos em boa hora vetada pelo PR, por ser um estímulo e um álibi para a corrupção e para a lavagem de dinheiro sujo.

Como podemos ter apreço por tal gente?

Tem aqui lugar contar que ouvi, no ano passado por esta altura, que em Espanha o 1º de Dezembro iria passar a ser feriado, em homenagem aos conspiradores portugueses que em 1640 fizeram a Restauração. Mas porquê homenagear tais portugueses que correram com os espanhóis? Porque fizeram o grande favor a Espanha de a libertar do encargo de governar, gentes preguiçosas viciadas, sem vergonha e com outros defeitos que a tornam ingovernável em condições de progredir. Claro, com políticos como os que temos!

O regime está doente

Transcrição:
A grave doença

Correio da Manhã. 28 Novembro 2009. Por Octávio Ribeiro

No discurso cada vez menos racional e mais emotivo de destacadas personalidades da vida política nacional ficam bem claros os sintomas da grave doença por que passa o regime.

Os argumentos favoráveis à opacidade em construção oscilam perigosamente entre o formalismo legalista e a ladainha lamecha.

Lei é lei, certo. Mas acima do emaranhado das normas ordinárias, feitas cada vez mais à medida de efémeras conjunturas, está a Constituição.

Que ainda estabelece a soberania do povo expressa pelo voto. E daí retira a exigência de transparência na vida pública vertida no direito à informação. Vida pública não é só propaganda, discursos ou inaugurações. É também, nos detentores do poder, qualquer acção ou omissão com reflexo relevante na comunidade nacional.

Se os cidadãos deixarem de ter acesso à informação relevante, de que serve o princípio da igualdade que dá a cada português um voto na contagem da vontade colectiva? Se não tivermos o direito a conhecer os contornos dos candidatos a governar-nos, votamos com base em quê? Nos marqueteiros que vendem programas políticos feitos para incumprir? Na melhor maquilhadora? No melhor leitor de teleponto?

Na sociedade portuguesa, a defesa do segredo em torno de corrupções e outras manipulações alastra na medida inversa da capacidade para criar riqueza, atrair investimento e suster a dívida externa. Como se um facto não levasse aos outros.

Da justiça à política, da economia à finança – com a elite presente estaremos condenados a ficar cada vez mais pobres. No bolso e na alma.
Octávio Ribeiro

NOTA: O autor coloca a tónica na necessidade de o eleitor dispor de informação que lhe permita exercer o direito do voto nas urnas. A sua opção, para ter valor intrínseco, tem que apoiar-se numa opinião bem fundamentada sobre o valor relativo dos candidatos. A ausência desse conhecimento acabou por ficar bem evidenciado nas últimas eleições em que o partido que formou governo recebeu apenas um quinto, pouco mais de 20 por cento dos votos possíveis. A abstenção foi a grande vencedora, o voto em branco atraiu mais leitores do que o sexto partido, o voto nulo também atingiu grande quantidade.

Tal formação do eleitor para votar em consciência não se consegue com segredo, com falta de transparência e de esclarecimentos isentos e imparciais.

O autor refere que o corpo legislativo é um emaranhado de normas ordinárias, feitas cada vez mais à medida de efémeras conjunturas, e a um nível superior está a Constituição. Mas não podemos esquecer que a própria Constituição foi feita à medida de uma conjuntura efémera e, acima dela, estão os interesses nacionais que não podem ser esquecidos com prejuízo para todos os portugueses. As gerações futuras e mesmo as de hoje não podem viver oprimidas por uma lei cozinhada por interesses partidários de uma data que nada tem a ver com o presente e menos com o futuro. As normas devem servir os cidadãos e não o contrário. A sociedade, como corpo vivo, está em evolução permanente e o normativo que a condiciona deve ser coerente e adequada às necessidades dos cidadãos.
Mas as normas não podem ser criadas por capricho, é indispensável pensar antes de decidir, antes de aprovar textos confusos muitas vezes condenados ao esquecimento e desprezo.