terça-feira, 30 de outubro de 2012

Obstinação perigosa

Transcrição de artigo do Ionline:

Recessão de 1% em 2013. Gaspar e Coelho orgulhosamente sós
Ionline. 30 Out 2012 - 03:10. Por António Ribeiro Ferreira. Com Lusa

Conselho Económico e Social junta a sua voz à dos que consideram irrealista previsão do governo, em que já nem a troika acredita

Ontem foi o Conselho Económico e Social (CES) a considerar que o cenário macroeconómico apresentado na proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2013 será difícil de concretizar e classifica como “irrealista” a previsão de uma recessão de apenas 1% no próximo ano. Mas não está sozinho. Antes já o Necep, da Universidade Católica, tinha avançado com uma recessão de 2%, o BPI fica-se por 1,5%, o Citigroup não é de meias medidas e prevê uma recessão de 4,6%, o banco japonês Nomura admite 2,7% e o próprio FMI, para não falar dos outros dois parceiros da troika, estima um impacto negativo no PIB das medidas do Orçamento do Estado para 2013 entre 2,8% e 5,3%.

Feitas as contas, só mesmo Vítor Gaspar, pai das previsões macroeconómicas para 2013, e Passos Coelho acreditam na recessão de 1% em 2013. Ou talvez nem acreditem e a teimosia no 1% seja apenas mais um exercício de dar as más notícias aos portugueses a conta-gotas, como aconteceu nos recuos com a TSU e mais recentemente com os cortes de 10% nos valores mínimos do subsídio de desemprego. Uma política de comunicação deveras peculiar, em que depois de um recuo surgem sempre mais medidas de austeridade para compensar as que o governo vai atirando para o caixote do lixo. É natural que no decorrer de 2013, à medida que se forem conhecendo as execuções orçamentais, o ministro Gaspar comece a corrigir os cenários macroeconómicos e, a exemplo do que aconteceu este ano, avance com orçamentos rectificativos e muito provavelmente novas medidas de austeridade.

No parecer sobre o Orçamento do Estado que será votado no dia 5 de Novembro, o CES adverte que “o aumento da carga fiscal sobre as famílias acentuará a quebra do rendimento disponível, a qual terá efeitos recessivos, afectando não apenas o consumo, mas também o investimento”. Nesse sentido, o Conselho “vê com muita preocupação o aumento do IRS, que irá ter efeitos imediatos no rendimento disponível devido à alteração dos escalões e das tabelas de retenção na fonte e à sobretaxa de 4%”. Este aumento da carga fiscal, alerta o CES, irá conduzir à “contracção da procura interna, que se vem tornando patente através do número elevado de insolvências e falências”.

MENOS 647,7 MIL EMPREGOS

De acordo com o projecto de parecer sobre o Orçamento do Estado para 2013, ao qual a Lusa teve acesso, o CES salienta o facto de Portugal ser dos países que mais estão a reduzir o nível de emprego e em que a taxa de desemprego mais tem subido. Prevê por isso que “no final do terceiro ano do programa de ajustamento (PAEF) Portugal terá menos 428 mil empregos que no início do PAEF (–4,3% em 2012 e –1,7% em 2013)”.

“Se atendermos a que o nível de emprego era de 5,198 milhões em 2008, prevemos que em 2013 terão sido suprimidos 647,7 mil empregos”, lê-se no documento. O CES manifesta ainda preocupação perante o facto de o Orçamento “consagrar uma diminuição significativa do nível de protecção social e da despesa social em geral”.
Com Lusa

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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Jovens que nem estudam nem trabalham

A notícia do PÚBLICO Não estudam nem trabalham. O que fazem (e no que pensam) estes jovens? é preocupante, por traduzir desaproveitamento de mão-de-obra válida, por desmotivação de pessoas no vigor da vida em que é bom ter sonhos e poder lutar para os realizar, por empobrecimento do futuro de Portugal devido à impreparação de grande camada de população.

Qual é a tutela que deve procurar remédio para isto? No mínimo poderia pensar-se em criar organizações simples e sem custos elevados, de desporto, de arte, de artesanato, de agricultura, de jardinagem e cuidados com a Natureza vegetal, etc. Seria útil a ocupação do tempo em algo útil e uma refeição.

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domingo, 28 de outubro de 2012

Decisões com vista a resultados

O Sr PM afirmou que «sobre as possíveis medidas de redução da despesa impende esta obrigatoriedade, que temos de levar inteiramente a sério: na posição delicada em que nos encontramos, têm de ser medidas que nos garantam resultados com um grau elevado de certeza».

O Sr. PM diz muito bem e essa obrigatoriedade deve aplicar-se a qualquer decisão, porque os portugueses não devem ser obrigados a suportar erros dos governantes. É para isso que aqui muitas vezes se aconselha que é indispensável «Pensar antes de decidir».

Mas quando se iniciou a austeridade, parece que o Sr PM não usou desse cuidado de garantir «resultados com grau elevado de certeza». Certamente que não, pois os resultados têm-se manifestado no aumento do desemprego, no encerramento de empresas por a queda do poder de compra dos consumidores lhes ter reduzido a facturação, na diminuição da colecta de impostos, no recurso crescente à esmola das IPSS, etc

Os «bons resultados» da austeridade imposta levianamente, sem analisar seriamente outras soluções, têm apenas sido vistos pelos bancos e grandes empresas (BPI , Santander Totta, Jerónimo Martins, etc), que obtiveram benefícios na falta de equidade da austeridade. Pela sensata afirmação do Sr PM parece poder concluir-se terem sido esses os resultados que desejava, ou será que considera que errou nas suas decisões e agora quer mudar de metodologia para preparar as futuras decisões?

Feitas do Amaral sugeriu medidas diferentes. O mesmo aconteceu com João Salgueiro. E, agora Marques Mendes está mostrar caminhos que parecem conduzir a resultados «com um grau elevado de certeza». O que será que falta para que seja seguida uma boa escolha de entre as soluções possíveis?

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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Bruxelas ampara Gaspar

É ridículo que tenha que ser lembrado aos «operadores de calculadoras» que o défice é o resultado de uma operação aritmética denominada subtracção e que ocorre quando o aditivo é inferior ao subtractivo, isto é, quando as receitas são inferiores às despesas. Dito de forma a ser melhor compreendido, no caso actual, há défice sempre que as despesas são superiores às receitas, quando se gasta mais do que se pode pagar.

Isso foi explicado no post Governo não pensa em orçamento. Só pensa em receitas, isto é, os «operadores das calculadoras» centraram toda a sua capacidade nas receitas e criaram a austeridade que deu recessão mas, não satisfeitos com os maus resultados, agravaram as medidas antes aplicadas. Depois, o post Défice, receita e despesa. Bruxelas avisa mostrou que a UE pretendia chamar à razão os nossos fanáticos dos números e indiferentes às pessoa, para os levar a ver alternativas e o nosso compatriota João Salgueiro explicou que Há alternativa para a austeridade.

Mas a obsessão é tal que nada demoveu os autores do OE de seguirem pelo caminho pedregoso que conduz ao despenhadeiro e a UE não resistiu á tentação de intervir ostensivamente para impedir a catástrofe e, depois de os avisos terem batido contra orelhas moucas, decidiu ser mais acutilante e impôs que o Governo tem um mês para apresentar um plano B a Bruxelas, com medidas de redução da despesa, para a eventualidade de a receita fiscal não atingir valor suficiente. Esta medida apresenta-se muito paternalista dado que o Governo parece indiferente ao facto de que a receita fiscal já caiu 4,9% até Setembro.

E é preciso reflectir que as despesas a reduzir não devem ser aquelas que vão prejudicar os cidadãos mais carentes que, devido à austeridade, já apertam o cinto á volta das vértebras descarnadas. Há que olhar seriamente para o esbanjamento do dinheiro público como as despesas inúteis, não essenciais e desnecessárias, com apoios financeiros às «fundações» que os não mereçam pela fraca qualidade ou ausência de resultados realmente úteis para os cidadãos e/ou com gestão desadequada e exageradamente custosa que só dão benefício para os administradores tachistas da amizade e da «confiança» dos políticos. O mesmo se pode dizer de observatórios sem utilidade prática ou proporcional aos custos, de apoios a actividades sem justificação que não seja apenas o apoio a amigos, de quantidade desnecessária de assessores, de especialistas, de conselheiros, de consultores, etc. Por exemplo, para que servem tantos deputados eleitos pelo povo se, apesar da sua qualidade e quantidade, o Parlamento vai gastar 406 mil euros em estudos encomendados a gabinetes amigos, nos quais, eventualmente, poderão trabalhar deputados?

Também o Governo, apesar da quantidade de assessores e especialistas, não se poupa à generosidade de encomendar estudos e pareceres a gabinetes de advogados amigos. Recorde-se que o Governo anterior tinha pago centenas de estudos e pareceres a justificar o Aeroporto de Lisboa na OTA, o qual acabou por ser destinado à região de Alcochete. Assim se criam e agravam as crises que resultam no empobrecimento imposto à classe média e baixa, apesar de, ocasionalmente, se ouvir falar do desejo de obter «justiça social».

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mendes defende o rumo do OE 2013

Transcrição de artigo de opinião seguida de NOTA:

Linha de rumo
Correio da Manhã. 22-10-2012. 1h00. Por: Luís Marques Mendes, Conselheiro de Estado

1. Há quem sustente que a coligação governamental vai ruir, mais dia, menos dia. Pode ser que assim suceda. De facto, estatisticamente falando, nenhum governo de coligação conseguiu, até hoje, cumprir na íntegra o seu mandato.

Porém, se analisada a situação com frieza e sem estados de alma, facilmente se chega à conclusão de que a única forma de os dois partidos poderem sair vitoriosos desta empreitada é justamente levando a sua tarefa até ao fim. Vejamos: se romperem a coligação, o País jamais lhes perdoará, penalizando-os nas urnas por serem instáveis, imaturos e irresponsáveis; se, ao contrário, cumprirem integralmente o seu mandato, PSD e CDS poderão ter no final um discurso imbatível – herdámos o País ao pé da bancarrota e tirámo-lo da bancarrota, herdámos a troika e acabámos com ela. É difícil ter, em termos eleitorais, um discurso tão forte, assertivo e compensador. Conclusão: manter a coligação é simultaneamente uma boa solução para o País e para ambos os partidos. Este é dos poucos casos em que o interesse nacional e o interesse partidário coincidem. Será assim tão difícil perceber isto?

2. É muito habitual em Portugal, a meio de um caminho, haver dúvidas, hesitações e tentações de mudar de caminho. Também desta vez a situação não foge à regra. Multiplicam-se as vozes que estão cépticas, aumenta o número dos desconfiados, está paulatinamente a perder-se o contributo das elites. Aqui chegados, entendamo-nos: uma coisa são os fins, outra coisa são os meios para os alcançar. Podemos discordar de várias medidas adoptadas, em particular da brutal carga fiscal que o País vai suportar. Esta discordância é um contributo útil do ponto de vista da cidadania, porque a melhor forma de ajudar não é aplaudir de forma acrítica e hipócrita. Coisa diferente é pretender mudar o caminho que o País está a seguir. Isso, sim, seria irresponsável. Chegados onde chegámos, mudar radicalmente de rumo seria fatal: primeiro, deitávamos a perder os sacrifícios feitos; depois, mandávamos às urtigas os progressos alcançados; terceiro, passávamos para o exterior uma desastrosa imagem de instabilidade; mais tarde, teríamos de repetir os sacrifícios. Ganhávamos alguma coisa?

NOTA:
Luís Marques Mendes, depois de ter criticado o excesso de austeridade e a orientação do OE para as receitas em vez de reduzir as «gorduras», usa, neste artigo de opinião, principalmente na segunda parte, um estilo «politicamente correcto», um pouco à semelhança do seguido por Portas para evitar a crise política.

No entanto, há dúvidas se não seria preferível enfrentar a doença de frente e extrair o tumor, em vez de contemporizar com paliativos à espera da morte lenta. Mas, mesmo com o orçamento proposto, penso que nada impedirá de reduzir as despesas inúteis, não essenciais e desnecessárias, cortando apoios financeiros às «fundações» que os não mereçam pela fraca qualidade ou ausência de resultados realmente úteis para os cidadãos ou com gestão desadequada e exageradamente custosa que só dão benefício para os tachistas administradores. O mesmo se pode dizer de observatórios sem utilidade prática ou proporcional aos custos, de apoios a actividades sem justificação que não seja apenas o apoio a amigos, de quantidade desnecessária de assessores, de especialistas, de conselheiros, de consultores, etc.

Essa redução de despesas não prejudicará o rumo referido na parte final do artigo e poderá minorar os piores efeitos da austeridade excessiva, diminuir a gravosidade da recessão, permitir a retoma da economia e deixar respirar mais livremente as populações mais carentes e oprimidas.

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sábado, 20 de outubro de 2012

Voluntária honra Portugal

Transcrição de notícia de um caso exemplar que prestigia Portugal:

Portuguesa é melhor voluntária do ano na Europa
PÚBLICO. 19.10.2012 - 10:46

Isabel Fernandes, 24 anos, recebe hoje o prémio europeu na categoria de “Melhor Voluntário”. “Não necessito de prémios, porque esses os tenho sempre no terreno, nos sorrisos e abraços que recebo ao final do dia - disse ao PÚBLICO agora de manhã.

"Estou aqui no aeroporto a pensar que sou rosto de todos os que trabalhamos para este e outros projectos de voluntariado e que isso é um orgulho”, diz Isabel Fernandes ao PÚBLICO momentos antes de embarcar para Florença, onde hoje à noite irá receber o prémio de “Melhor Voluntário” atribuído pela Active Citizens of Europe.

Isabel Fernandes, natural de Famalicão, esteve um ano em Moçambique a coordenar o projecto Tutor à Distância, o principal projecto da organização não governamental portuguesa ataca. “A ataca abriu-me as portas em 2011, quando me seleccionou para o projecto e parti rumo à minha casa”. É assim que Isabel Fernandes se refere a África e ao programa que a levou ao trabalho comunitário de ajuda a 900 pessoas na província de Gaza, no sul de Moçambique.

Com dois coordenadores no terreno – “damos sempre emprego a pessoas das comunidades locais” – e oito que chegaram de Portugal, Isabel Fernandes coordenou um projecto que pretende "combater a pobreza extrema de crianças entre os dois e os 18 anos". “Se todos dessem um pouco, às vezes um euro por dia, quase o valor de um café, já faria toda a diferença”, diz Isabel Fernandes.

“E sou a prova de que todas as doações chegam aquelas crianças e de que vemos os resultados. Por exemplo, quem não tinha sequer uma casa a que se pudesses chamar casa, agora pode ter uma latrina melhorada, algo a que damos imensa importância por todas as razões de higiene e segurança sanitária. E as crianças podem ter uniforme, que é um passaporte para irem à escola”, acrescenta.

Já em 2009 Isabel Fernandes tinha estado em Moçambique, ao abrigo de um outro programa de voluntariado da organização não governamental Associação e Integração para o Desenvolvimento Global (www.aidglobal.org). “Morre lentamente, quem não troca o certo pelo incerto, em busca de um sonho”. Isabel Fernandes socorre-se das palavras do poeta chileno Pablo Neruda para resumir o seu espírito de missão.

Licenciada em Psicologia, no desemprego, sabe que África será novamente o seu próximo destino e para isso trabalha a associação que criou juntamente com outros voluntários, Kutsemba (www.kutsemba.pt) e que conta com 25 pessoas que em Portugal prestam apoio a várias comunidades moçambicanas com material escolar, jogos didácticos, roupa. “Somos uma associação ainda muito pequenina e nem temos ninguém no terreno.

Trabalhamos daqui de Portugal, ainda há pouco enviámos um contentor para Moçambique com material variado. Mas esta nova realidade de crise em que vivemos afecta todos e sente-se isso até porque as próprias empresas não podem apoiar como gostariam.”

O painel de júris foi constituído por elementos da Comissão Europeia e Organizações da Sociedade Civil e por voluntários, que reconheceram o mérito do excelente desempenho da Isabel na promoção da coesão, justiça e solidariedade.

A cerimónia da entrega do prémio de “Melhor Voluntário” (cujo painel de júris foi constituído por elementos da Comissão Europeia e Organizações Não Governamentais) realizar-se-á hoje, pelas 20h30, no Palácio Medici, em Florença.

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Comunicar com objectividade

Se o aparecimento de responsáveis políticos nos órgãos de comunicação não for para comunicar com verdade, clareza e precisão, pode tornar-se perda de tempo, propaganda ou pantomina de diversão.

«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, criticou nesta quinta-feira os anos de governação socialista e acusou o PS de ser o responsável pelo Orçamento do Estado que o Governo apresentou na segunda-feira ao país.»

No momento actual, nada adianta estar a tomar culpas aos causadores da crise. Esses deveriam estar a contas com a Justiça se ela funcionasse. Os actuais governantes é que têm responsabilidade de resolver todos os problemas agora existentes e procurar, para eles, as melhores soluções. Foi para isso que nos pediram o voto. É para isso que lá estão.

O nosso papel de eleitores e contribuintes deve ser a crítica civilizada e construtiva para os pressionar a reparar aquilo que não está bem. Um político, por norma, como ser humano, é avesso à mudança, às alterações, e preguiçoso e, diz a experiência que, nada fará se não for pressionado e empurrado.

O nosso dever é estimular a sua acção para defender os interesses nacionais e melhorar a vida dos portugueses. Fazer isso não é ser do contra, nem revolucionário, é ser patriota, amigo de Portugal.

O ministro da economia, mostrou grande incompetência ontem por ter dito mal do governo anterior, já saído há quase ano e meio, em vez de mostrar obra feita neste já largo tempo de governação do actual Governo. Ou será que, ao fim de todos estes meses, não tem resultados a mostrar, de que se orgulhe? É pena ver políticos no poder a perder tempo fazendo guerras partidárias, em vez de falarem dos reais problemas que afectam os portugueses. Em momento de grave crise, todos os esforços devem ser orientados para atrair todos os sectores a colaborar na escolha das melhores soluções com consenso alargado, a fim de serem obtidos os melhores resultados para bem dos portugueses. Lutas partidárias não são, neste momento, o que o país mais precisa nem são patrióticas. Façam e digam os resultados, mostrem as razões que os levam a tomar cada decisão. Tal informação, com verdade, transparência e objectividade, é que deve ser o tema das suas palavras em público, para conseguir a maior convergência de esforços.

Essa é que será a mais eficaz propaganda que os eleitores gostarão de ouvir.

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Agora mostrem quanto valem !!!

Em época de o ministro das Finança levar muita pancada, vinda de variados sectores, inclusivamente da Coligação, ele teve uma atitude de rara ousadia na nossa viciada política, desafiando os deputados a proporem cortes na despesa do Estado.

Esta atitude vem recordar-me os tempos de rapaz em que se usava a expressão «não és homem nem és nada se não reages ao desafio». Espera-se que os senhores deputados, principalmente os da oposição, aceitem este desafio e evidenciem o seu valor, a sua moralidade, o seu patriotismo e não deixem de indicar ao senhor ministro as soluções tão faladas, e que não exigem invenção, pois basta ir aos países nórdicos e adaptar ao nosso País as soluções que lá usam.

Só para uma pequena sugestão: cortar a quantidade de deputados, de assessores, de especialistas, de consultores, de apoios a fundações sem utilidade indispensável ou mal geridas, de observatórios não absolutamente necessários, de comissões, de grupos de trabalho, de empresas públicas, de contratos com PPP, dos carros de deputados e de outros servidores do Estado, de municípios, de freguesias e de muitas e diversas mordomias e outras despesas não directamente contributivas para o bom funcionamento da máquina pública e para a vida dos portugueses, etc. etc.

E não esquecer de legislar para reduzir a burocracia ao mínimo indispensável, para combater eficazmente a corrupção, o tráfico de influências e o enriquecimento ilícito, etc.

Na verdade, este desafio não pode ser desprezado por deputados patrióticos que queiram mostrar a sua dedicação ao interesse nacional, como deve ser seu apanágio. Não lhes falta campo para dominar a bola que lhes é passada e a devolver à baliza de Vítor Gaspar.

Ficamos à espera de saber se são homens para isso…

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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Improviso Imperfeito

Governo corrige e completa simulações de IRS entregues aos deputados da coligação, numa reunião á porta fechada. Tratava-se de «simulações da autoria do Governo - também distribuídas aos jornalistas que esperavam pelo fim da reunião - onde mediam os impactos das alterações introduzidas na proposta de orçamento em matéria fiscal.»

«As simulações contêm algumas incorrecções e estão agora a ser alteradas para os corrigir, assim como para completar o documento. Em causa está a introdução de mais um quadro de simulações onde é incluído o exemplo de um casado com um filho, explicou a mesma fonte.»

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domingo, 14 de outubro de 2012

Jorge Sampaio alerta para perigos da austeridade

Transcrição de notícia:

Jorge Sampaio quer renegociação do empréstimo da troika
PÚBLICO. 14-10-2012 - 09:55

Antigo presidente vê perigos para a democracia

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio (PS) diz ser necessário um consenso alargado para conseguir renegociar as condições do empréstimo com a troika (Comissão Europeia, BCE e FMI).

Em entrevista no programa “Portugal 2012”, da SIC Notícias, o Presidente que precedeu Cavaco Silva explicou que “já toda a gente percebeu que a austeridade rebenta com o país, com os portugueses e a sua esperança, com os direitos e até com a própria democracia”.

Jorge Sampaio referiu-se também ao perigo de uma “explosão social incontrolável”, e admitiu que o Governo acabe por cair. Realçou também a importância “de uma nova manifestação de cidadania” demonstrada nos recentes protestos que têm tido lugar em todo o país.

"Há um caminho que pode deslizar para um certo desespero" e "a democracia tem que responder com ideias, com aberturas partidárias", defendeu o antigo Presidente.

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OE 2013. Cavaco avisa Passos

Segundo a notícia Cavaco avisa Passos: não se pode cumprir o défice a “todo o custo”, o Presidente da República envia recado ao PM em vésperas da apresentação na AR do OE 2013:

“Nas presentes circunstâncias, não é correcto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento orçamental que cumpra a todo o custo um objectivo de défice público fixado em termos nominais”

(...)“devem ser definidas políticas que garantam a sustentabilidade das finanças públicas a médio prazo e deixar funcionar os estabilizadores automáticos”.

“Se o crescimento da economia se revelar menor do que o esperado, o défice nominal será maior do que o objectivo inicialmente fixado, porque a receita dos impostos é inferior ao previsto e as despesas de apoio ao desemprego superiores”.

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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Criar um «grupo de sábios»


Transcrição de notícia, seguida de NOTA:

Ramalho Eanes alerta os perigos da passagem da resignação à indignação

Ramalho Eanes lançou nesta terça-feira à noite um forte apelo ao Governo para que não deixe que os cidadãos fiquem completamente desapoiados pelo Estado, porque isso “põe em causa a unidade do país”.

Em entrevista à Rádio Renascença, o antigo presidente da República salienta mesmo que “quando não há unidade num país, os homens passam muito rapidamente da resignação à indignação e a indignação é a mãe de todos os disparates”.

Ramalho Eanes diz também que a Igreja católica devia neste momento ter “uma voz mais activa”, porque quando alguns dos “filhos de Deus e nossos irmãos estão em grande sofrimento a Igreja deve fazer ouvir a sua voz”.

Ramalho Eanes sugere ainda na entrevista à Rádio Renascença que seja criado um “grupo de sábios”, que inclua pessoas como Silva Lopes e Bagão Félix, para apresentarem aos partidos “um projecto de pacto de crescimento e de estado” que possa reunir o mínimo de consenso em torno do qual se possam realizar as reformas necessárias no país.

Para o antigo presidente, é impensável que se venha a abrir uma crise política, mas diz também que “em situações de emergência não pode haver tabus”, por isso não rejeita uma solução à Italiana, embora sublinhe que o melhor é a estabilidade em torno deste Governo.

NOTA:
Por convergirem com estas preocupações e sugestões do Ex-PR António Ramalho Eanes, referem-se os seguintes posts

- Código de bem governar
- Código de conduta
- Código ou compromisso alargado e duradouro
- Ética na Política
- Oposição patriótica eleva o País
- Todos por Portugal

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sábado, 6 de outubro de 2012

Reestruturar as despesas do Estado

Transcrição de notícia seguida de Nota:

CCP considera essencial “verdadeira reforma” para cortar despesa do Estado
Público. 06.10.2012 - 16:29 Por Lusa

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) disse hoje ser “essencial” reduzir a despesa pública de Portugal “através de uma verdadeira reforma do Estado”, questionando a “receita” da troika e do Governo para o equilíbrio orçamental.

“A receita aplicada, não só é errada, na perspectiva da retoma do crescimento económico, como é ineficaz na perspectiva do próprio objectivo de correcção do défice orçamental”, diz esta entidade no relatório sobre a conjuntura económica portuguesa referente ao segundo trimestre deste ano.

Para a CCP, a “convicção” de que a recessão é o “incontornável preço a pagar” para se corrigir o défice “deixa de fazer sentido a partir do momento em que o resultado da aplicação do pacote de medidas de austeridade” apresentadas “não se traduz sequer numa diminuição do défice, como os números da execução orçamental de 2012 comprovam”.

A confederação apela ainda ao “repensar” da “própria lógica das medidas aplicadas", para se conseguir, ao mesmo tempo, "o reequilíbrio das contas públicas e o crescimento da economia”. O que “parece certo”, aponta a CCP, “é que a fixação apenas num destes objectivos não consegue solucionar qualquer deles”.

O órgão presidido por João Vieira Lopes acusa ainda o Governo de gerar uma “economia mais fragilizada, com menor valor acrescentado criado” e reitera a importância de se saber quando é que Portugal voltará a financiar-se a longo prazo nos mercados.

NOTA:
Esta notícia vem mostrar que os seguintes artigos, de entre outros,não eram utópicos:


- Dinheiro público é mal gerido
- Governo não pensa em orçamento. Só pensa em receitas
- Vítor Melícias condena “assédio à dignidade do pobre”
- Freitas do Amaral sugere imposto acrescido sobre os melhores salários
- Alberto João Jardim diz que a “paciência das pessoas tem limites”

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Emigração. A fuga dos melhores

Talvez não tenha sido por acaso que após a informação de Vítor Gaspar sobre o agravamento da austeridade (sem ter tocado nas obesidades do Estado) Cavaco tenha publicado no Facebook uma mensagem «em que alerta para o facto de “o investimento feito em capital humano pode vir a ser aproveitado não por quem investiu mas por quem oferece melhores condições de trabalho, quer no plano salarial quer no da realização pessoal”.»

Acrescenta que “Uma agenda de crescimento e de competitividade para o médio e longo prazo tem de ter em conta este problema, que já é real: os mais qualificados, aqueles que potenciam a inovação, estão a deslocar-se para os países do Norte da União Europeia, com isso contribuindo para aprofundar ainda mais assimetrias que põem em risco a coesão da Europa”.

Mas parece que a já tão falada impreparação dos governantes impede que estes virem os olhos para o capital humano, que devia ser o objectivo principal do Governo, e, pelo contrário, mantêm a fixação em agravar os sacrifícios exigidos aos contribuintes para evitar mexer nas inúteis obesidades do Estado, onde se anicham «boys« e «girls» do regime.

As perspectivas sociais e o futuro dos portugueses estão em sério risco.


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