(Publicada no Destak 30 de Março de 2006, p. 19)
Fala-se agora, com intensidade, no código da estrada e nas suas virtualidades técnicas. A última alteração veio, passado um ano, dar razão aos seus críticos, pois o número de acidentes e de vítimas não melhorou sensivelmente. Os detractores das alterações evidenciaram que as versões anteriores não foram eficazes por não conterem os parâmetros convenientes, mas sim porque não houve fiscalização rigorosa que obrigasse ao seu cumprimento. Sem fiscalização, qualquer novo código obteria idêntico resultado. Com efeito, as operações stop, quando realizadas de surpresa quanto à hora e ao local, têm evidenciado grande quantidade de graves infracções e produzido efeito dissuasor nos dias seguintes. São operações dessas que fazem falta até que um dia (não se prevê quando) o grau de civismo torne as nossas estradas tão seguras como as dos parceiros europeus.
E, ao falar no código, sobressai logo a fobia aos idosos, só porque uns poucos entraram na auto-estrada em contramão, o que aliás não tem acontecido apenas aos idosos e talvez se deva a sinalização deficiente. Querem tornar mais rigorosos os exames para renovar a carta? É uma medida aceitável, mas como a maior percentagem de acidentes é provocada por condutores com idades entre os 20 e os 30 anos, pergunto que medidas deverão ser adoptadas para este nível etário? Convinha que os governantes aprendessem um pouco de estatística e gerissem os recursos do Estado de forma mais lógica, matemática, racional, com prioridades bem estabelecidas.
Talvez se trate de carinho dos jovens para proteger os seus avós. Mas, nesse caso e atendendo a que todos os idosos estão sujeitos a mais doenças e todos morrem, seria mais lógico e estatisticamente justificado que os idosos fossem mais apoiados em saúde e medicamentos, sem terem de morrer enquanto esperam uma consulta ou uma intervenção cirúrgica.
Afinal, o que é que faz mover os jovens políticos?
CONCORRÊNCIA DESLEAL
Há 1 hora
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