domingo, 16 de agosto de 2009

Scolari, um modelo de líder. 060714

Scolari, um modelo de líder
(Publicada n’O Independente em 14 de Julho de 2006)

Não sou fanático do futebol, nem sócio de qualquer clube, nem treinador de sofá, e pretendo que as minhas palavras não sejam interpretadas como presunçosas no aspecto técnico futebolístico. Quando penso que Scolari, o Filipão, o sargentão deve se seguido como modelo, refiro-me aos aspectos variados em que o seu exemplo de condutor de homens deve ser seguido como referência por líderes políticos e empresários ou outros quadros que chefiem pessoal que deve colaborar com eficiência e perseverança na consecução de um objectivo comum.

Definido o objectivo da selecção, soube seleccionar os seus «trabalhadores» priorizando a motivação que garantia um esforço intenso e continuado. Valorizou mais a capacidade de motivação do que a fama e o nome no mercado. Depois, paralelamente à preparação física e ao treino técnico, preparou-os psicologicamente para a missão, sem os pressionar, nem desrespeitar as suas personalidades e os seus problemas pessoais. Eles iam à televisão com à-vontade e segurança, evidenciando a sua solidariedade em função do objectivo. E como o poder anímico dos jogadores seria fortalecido pelo apoio popular e o entusiasmo geral, o genial Scolari conseguiu que todos cantassem o Hino Nacional e que a generalidade da população utilizasse a Bandeira, os cachecóis e outros adereços como símbolo do seu apoio à Selecção.

Isto é realmente um exemplo a seguir. Quantos líderes políticos conseguem mobilizar a vontade dos Portugueses em torno de um objectivo nacional por eles escolhido? Não sendo tão exigente, pergunto qual o líder partidário que alguma vez conseguiu aglutinar o entusiasmo dos seus militantes com vista a um projecto de interesse nacional? Qual a percentagem de portugueses capazes de ir à TV afirmar com naturalidade e segurança a sua comunhão com as tácticas governamentais ou autárquicas? Quem é que se pode comparar a Scolari na explicação dos seus intentos, da suas tácticas, dos pontos fortes e fracos dos jogos? E nunca foi pessimista, falando de dificuldades e carências. Enfim, é sem dúvida, um exemplo a seguir por aqueles que têm o dever de dirigir a actuação de grupos de pessoas e, principalmente, os destinos do País.

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