Enviada aos jornais em 2 de Agosto de 2006
As notícias de que Fidel Castro delegou os seus poderes no irmão Raul Castro originaram críticas em meios democráticos, o que demonstra que é mais fácil ver o cisco no olho do outro do que o argueiro no nosso. No campo das ideias existe uma grande hipótese de contágio, para o bem ou para o mal, em meios isotérmicos e isobáricos. De Fidel já veio uma ideia «brilhante», nos tempos do PREC, quando Otelo, após o regresso de uma visita a Cuba, afirmou que ia meter no Campo Pequeno todos os que não concordassem com ele. Recentemente os contágios foram em sentido contrário, como a descendência de Durão Barroso, no lugar de primeiro-ministro, a favor do companheiro de partido Santana Lopes, e mais recentemente o tema dos inúmeros assessores da Câmara Municipal de Lisboa que, à semelhança dos que povoam em sobrelotação os gabinetes de ministros e secretários de Estado, são nomeados não por critérios de currículo e de competência técnica mas sim por confiança política, como disse uma vereadora da CML, isto é, familiares, amigos e camaradas partidários dotados de fidelidade canina, que informam segundo a intenção do chefe sem dele discordarem no mínimo pormenor. Com este exemplo lusitano, Fidel não teve a mínima hesitação em delegar no irmão Raul, como sendo a melhor garantia para assegurar a futura qualidade de vida do povo Cubano. Isto são matizes de regimes ditos «democráticos» que não sendo monárquicos nem aristocráticos, se comportam como tal, em vários aspectos. Motivo de satisfação para os dois países que não estão sós, cada um vendo no outro um modelo que lhe serve de justificação, assim vivendo ambos felizes e orgulhosos dos seus «sãos» critérios. As ideias, como os organismos microscópicos vivem e transmitem-se facilmente em ambientes de características semelhantes, quanto a temperatura, humidade, pressão atmosférica, etc.
Sócrates de novo
Há 1 hora
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