(Publicada no Diário de Notícias em 15 de Março de 2006, p. 9)
Um amigo meu, regressado de uma visita aos Emiratos Árabes Unidos, confessa-se fascinado com a aposta séria no turismo traduzida em novas instalações hoteleiras únicas no Mundo e em obras de grande vulto por todo o lado. Isto não surpreende porque, há já vários anos, chegavam notícias da preparação para a época pós-petróleo. Havia que decidir o futuro destes países e a escolha caiu nas altas tecnologias e no turismo, com prioridade para este. Depois havia que actuar com perseverança em consonância com esse objectivo nacional. E a coerência e convergência de acções está a produzir resultados bem visíveis.
Em Portugal, também já se ouviram vozes dizendo que o futuro do País assentará no turismo, mas tal não constitui, ainda, objectivo nacional aceite e difundido por todos os partidos com potencialidade governativa. No entanto, e por não estar claramente definido e aprovado como objectivo nacional, já temos verificado muitos passos atrás e muita burocracia retardadora: foram os impedimentos levantados contra três empreendimentos turísticos em Belmonte por estar próximo de zona protegida, em Benavente por ameaçar alguns sobreiros, em Baião, por estar à beira do Rio Douro. Também no Algarve um empresário pensou construir uma ilha artificial à semelhança das existentes no Dubai, mas a burocracia e os pruridos ecológicos irão produzir, certamente, os habituais efeitos desencorajadores. Agora surge a notícia do encerramento das viagens do intercidades entre Porto e Régua que retira as esperanças que localmente vinham sendo desenvolvidas quanto às perspectivas do turismo do Alto-Douro.
Afinal, qual será o futuro económico do País, por forma a poderem ser pagas as importações que crescem a ritmo preocupante, sem contrapartida proporcional por parte das exportações.
Sócrates de novo
Há 1 hora
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