(Publicada no Diabo em 9 de Maio de 2006, p. 17)
Notícia do primeiro dia de Maio dá-nos conta de um inquérito feito junto dos jovens para avaliar a sua atracção pela política, tendo daí resultado a conclusão de que «os jovens estão descontentes com a política e com o modo como a democracia funciona», devido à «degradação das instituições democráticas que têm revelado alguma dificuldade em darem de si mesmas uma imagem mais transparente e credível».
Parece que os políticos têm à sua frente uma tarefa ciclópica para melhorar a imagem que de si dão à sociedade que os elege e os alimenta. Não parece fácil levar a cabo esse trabalho, dado o estado a que isto chegou, como já foi bem salientado na posse de Mota Amaral como Presidente da AR. Convém recordar que tanto ele como o seu antecessor comungavam da ideia de que os deputados deviam ser prestigiados, mas divergiam quanto à metodologia a seguir. Almeida Santos sugeria que deviam ser aumentados os vencimentos e as regalias, enquanto Mota Amaral se orientava para a realização de trabalho mais eficiente e útil, granjeando prestígio na sequência da obra realizada. Porém, os comportamentos têm sido pouco edificantes. Não há coerência, nem convergência, nem persistência quanto a objectivos bem estabelecidos o que resulta ouvirmos e lermos extensos textos, com pretensões de brilhantismo, mas que se focalizam nos aspectos secundários e irrelevantes, esquecendo aquilo que é realmente essencial para o bem-estar e a qualidade de vida da população. Falta aquilo que os militares chamam «espírito de missão», em que esta é o farol que orienta para o rumo certo nas pequenas e grandes decisões. Infelizmente, para os políticos, como se viu no passado 12 de Abril, não existe uma missão, um farol, um objectivo, que coincida com os interesses nacionais, sendo estes, na prática, postergados em benefício do interesse pessoal de cada um e da corporação a que pertence.
Portanto, o Secretário de Estado da JD, muito conhecido pelas dezenas de fotos em que aparece no site da SEJD, não deverá agir no sentido da lavagem ao cérebro dos jovens, com vista a aderirem à política, mas sim deve actuar em ordem a melhorar os comportamentos dos seus camaradas a fim de a política se tornar mais saudavelmente atractiva para os melhores valores nacionais, não esquecendo que no País há cérebros válidos, mas que não querem misturar o seu nome com os dos políticos que temos.
Mensagem de fim de semana
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