(Publicada no Expresso em 30 de Dezembro de 2005)
Ao queimar as últimas velas na despedida do ano 2005, aumenta a sensibilidade para aquilo que se passou e se passa em redor. Têm aumentado as tricas entre os partidos e dentro de alguns deles, como se o tempo e o dinheiro gastos nessas trocas de mimos, visando o Poder, viessem melhorar a qualidade de vida dos cidadãos traduzida em bem-estar e segurança. Os meios da Comunicação Social, se têm bem desempenhado o importante papel de chamar a atenção para situações graves, por outro lado, preenchem demasiado espaço com aquelas tricas, com os futebóis e com uma campanha eleitoral para um cargo meramente simbólico cujas tarefas principais são «dialogar e viajar» e que pode ser desempenhado por qualquer um, mesmo que seja cardíaco ou senil.
E os verdadeiros problemas que preocupam os cidadãos? Aqueles problemas que os cidadãos esperam e desejam ver resolvidos pelos seus representantes democraticamente eleitos? São os problemas dos idosos, das crianças vítimas de violências, dos crimes violentos, da insegurança generalizada. Por esses, os políticos não se interessam tanto quanto seria desejável e até os desconhecem, como agora afirmou um ministro acerca das crianças vítimas de incêndio doméstico. Há muita criança e muito idoso a viver em condições demasiado precárias para serem ignorados pela máquina do Estado. Foi o caso da criança algarvia e de outra na região do Douro mortas por familiares; foi também o caso da criança de Viseu, com poucos dias de vida violada e maltratada pelo pai. Já são casos a mais para que se estranhe o desinteresse do Estado e a demora da Justiça.
Apetece perguntar: o que é mais importante para os políticos: estes casos reais ou o campeonato de gladiadores dos partidos, tendo como prémio o Poder.
Mensagem de fim de semana
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