sexta-feira, 25 de junho de 2010

A China em fase de evolução rápida

O Post «Como ficará a China do futuro?» no blog A Tulha do Atílio suscitou-me um extenso comentário que, pela sua extensão não terá a leitura e a atenção que julgo merecer, como ponto de reflexão nos dias de hoje. Por isso o publico aqui.

Os comentadores anteriores são consonantes em afirmar que o mundo está louco. Louco de verdade.

Como disse, há dias, noutro comentário, «desde a época da pedra lascada, paleolítico, tem havido evolução nas tecnologias (televisão, telemóvel, etc), mas na alma dos homens tem havido degradação, na maneira de encarar a vida, a Natureza, os outros. As relações em família, em grupo e em sociedade estão de tal forma degradadas que já temos muito a aprender com os animais da selva de que frequentemente se vêm imagens das televisões».

Porém, este texto contra a China é horrivelmente tendencioso, escrito por alguém que está habituado a defender a sociedade do lucro exagerado que não reverte para remuneração justa à mão-de-obra, mas sim para o enriquecimento dos donos das empresas que não dispensam as mansões, os caros de luxo, os jatinhos, o consumismo de luxo.

A China deve ser observada, tendo em vista a sua história. No tempo do Império do Meio, o seu desenvolvimento deu ao mundo inventos que ainda hoje são úteis. Depois teve um largo período de apagamento no seu pacifismo atacado pela Mongólia e pelo Japão. O fracasso da revolução maoísta serviu de vacina para reestruturar o País de forma cautelosa, persistente que tem dado bons frutos, apesar da grande extensão, do excesso de população e da sua grande diversidade de problemas.

Quando a União Soviética implodiu, receava-se que acontecesse algo de muito grave na China, o que seria perigoso para todo o mundo, mas a sensatez serena e eficiente dos governantes levou a medidas eficientes que fizeram a China crescer economicamente a um ritmo único no mundo moderno. Aprendeu o que de melhor encontrou nas regras do capitalismo ocidental.

O autor do texto, que defende a regra de que o lucro a qualquer custo é símbolo de modernidade, condena a China de estar a utilizar as regras ocidentais a seu modo e estar a orientar-se para o desenvolvimento económico. É uma contradição sua, que descredibiliza o texto.

Não concordo com o conselho de preferirmos produtos fabricados no nosso País, pois o consumidor deve ser livre de comprar o que mais lhe interessar em qualidade e preço, seja qual for a origem, pois é essa a lei da globalização que os ocidentais criaram. Por outro lado o facto de ser cá fabricado, não quer dizer que os lucros beneficiem o País, pois o capitalista pode ser estrangeiro ou, sendo nacional,, pode depositá-lo numa off-shore ou paraíso fiscal longínquo.

Por seu lado, os trabalhadores são na sua quase totalidade estrangeiros que enviam para a terra quase todo o salário. Os portugueses não sentem a obrigação de trabalhar e candidatam-se a assessores, deputados ou outro género de parasitas e, se o não conseguem, procuram viver de subsídios – há-os para todos os gostos – sem nada criarem para a riqueza nacional.

Falta aos empresários ocidentais a capacidade de adaptação aos novos tempos como os chineses têm feito desde há várias décadas. É preciso que nós os ocidentais passemos a raciocinar e aplicar quotidianamente os valores éticos e saibamos equacionar os problemas da melhor forma com respeito pelos outros, sejam de onde forem.

Quanto á imagens das crianças (ver o post referido), não são realmente edificantes, mas há por cá casos menos humanos. Até recentemente, nas aldeias, os pais iam trabalhar para o campo deixando as crianças fechadas em casa sem apoio nem comodidade. Já tem havido notícias de crianças asfixiadas por terem ficado fechadas no carro durante horas. Estas fotos da China mostram que há preocupação com a proximidade dos pais, que os observam com frequência e os miúdos observam que a vida é trabalho e vão aprendendo esse aspecto do civismo. Cá as crianças, pouco tempo após nascerem, apenas vêm os pais durante poucos minutos no fim do dia e, nas creches e jardins de infância, recebem o cuidado mínimo para não se ferirem e serem devolvidas em bom estado no fim do dia. Uns com os outros, sem educação cívica de adultos, só aprendem a desenvolver os piores instintos. Portanto, à luz dos conceitos, a diferença não é grande. Do ponto de vista humano, certamente, estas fotos não são uma amostra válida da média dos chineses.

É preciso ter respeito pelos que são diferentes de nós. «Amai-vos uns aos outros», e os outros são os diferentes. A China tem tradições diferentes mas tem evoluído aproveitando o que de melhor vê no mundo. Assim Fossem os ocidentais!!! Mas não são e querem torpedear quem, se ergue acima da mediocridade do Ocidente.

Juntam-se links de textos já aqui publicados referindo temas semelhantes:

- 2010 Ano de Transformações
- Transformações no Mundo
- Como será o mundo amanhã?
- A China e os direitos humanos
- Um ricaço a contas com a Justiça na China
- Lição da China contra a desertificação

Liberdades do S. João

Um curioso aproveitamento das liberdades festivas da véspera de S. João!!! Se no Rio de Janeiro é no Carnaval, no Norte é no S. João que ninguém leva a mal que se desabafe aquilo que anda recalcado todo o ano, «nem que seja apenas à martelada...». E nem tudo é brincadeira; há coisas sérias. Veja-se o seguinte artigo:

Nem que seja à martelada...
Jornal de Notícias. 23.06.2010. Por Manuel Serrão

Acabamos de sair do luto decretado pelo Governo em homenagem a José Saramago, mas a goleada aos coreanos e o nosso rico S. João garantem que a festa segue dentro de momentos. PS e PSD preparam-se para estragar a festa (e as finanças) dos utentes dos SCUT a Norte, mas é na festa de S. João que os nortenhos devem procurar inspiração para reagir a tamanha injustiça.

S. João, S. João, dá-me tu inspiração, para ver se em três penadas consigo encontrar solução. Nem que seja à martelada!

Saramago. Não é santo, mas é popular na Esquerda onde tanto militou.

Na hora da sua morte, merece o respeito e lamento devido a todos, mas o Governo socialista entendeu que o país devia observar luto nacional durante dois dias.

Não deve ser fácil reunir consenso sempre que um Governo decreta um luto por razões semelhantes, mas a pergunta que aqui deixo há muito quem a faça: um dia que desapareça mais um vulto da cultura, da política, do desporto ou da economia portugueses, que ainda por cima tenha sempre respeitado e amado Portugal em palavras, actos e omissões, vamos decretar uma semana de luto? O que é nacional é bom? O que é Nobel é ou não...

Selecção. Como de costume, de bestas a bestiais em 90 minutos. Uma selecção que iniciou o jogo só com jogadores nascidos em Portugal deu sete pontapés certeiros na crise, quando muitos treinadores de crónicas já vertiam lágrimas por Scolari e preparavam luto nacional. Em futebol, o que é nacional é bom? O que vem de fora é... ou não!

Sacanagem. Assino por baixo o alerta de Rui Rio. Com chip ou sem chip, as desculpas para portajar só a Norte é que são "cheap", desculpas baratas.

Fotografia muito contrastada

Transcrição seguida de NOTA:

Obviamente, demitam-no
Jornal de Notícias. 23-06-2010. Por Paulo Morais

Os governos de José Sócrates conduziram o país a uma situação deplorável, a pior de que há memória. Em tudo que mexe, o Governo estraga. O desemprego atingiu uma dimensão socialmente insuportável. São já 600 mil os afectados, cerca de metade dos quais não dispõe sequer de qualquer rendimento. A dívida pública chegou aos piores valores desde os alucinantes tempos da Primeira República, o país ameaça bancarrota.


Perante cada nova dificuldade, o Governo agrava os problemas, em vez de os minorar. Sócrates não consegue reduzir o esbanjamento no Estado, aumenta impostos e estrangula a economia. Já sem rumo, o Executivo tropeça em contradições constantes. Ora apresenta medidas de apoio aos desempregados e incentivos às empresas; ora anuncia o fim das medidas de combate à crise… em nome da própria crise. Sócrates assegura que o aumento de impostos é por um ano, e, no dia seguinte, Teixeira dos Santos vem proclamar que o sacrifício perdurará no tempo.

Os portugueses sofrem amargamente os resultados destas políticas erráticas. Mas nem todos… O Governo não mexe nos interesses dos construtores e da banca, mantém a intenção de construir o TGV e o novo aeroporto. Nem tão-pouco acaba com os privilégios duma corte de assessores. Por outro lado, acentua a discriminação em termos regionais, martirizando os nortenhos com portagens nas vias rápidas, enquanto se isentam lisboetas e algarvios. O chefe do Governo faz assim tábua rasa dum princípio constitucional básico, o de tratar por igual todos os cidadãos.

O primeiro-ministro de Portugal não tem já qualquer credibilidade. Envolvido em sucessivos escândalos, da licenciatura "fast-food" ao caso Freeport, já roça o patético. No recente episódio do encontro forjado com o cantor Chico Buarque, anunciado como a pedido deste, foi desmascarado. Com mais esta mentira, deixa-nos a todos envergonhados.

Sócrates é inapto, sacrifica desfavorecidos, preserva uma estrutura de poder inútil, beneficia os amigos do regime com negócios, é caprichoso e mimado. Para mim, basta! Despeçam-no.


NOTA: Nem há jeito para sublinhar uma qualquer frase, porque cada uma delas é fundamental na textura deste retrato, desenhado em tons cáusticos e contrastados. É dramático, mas assenta em factos vindos a público. E dentro da máquina partidária já se nota desagregação, desde as sugestões de João Cravinho à corrupção e ao enriquecimento ilícito, aos comentários ocasionais de Henrique Neto, às críticas ocasionais de Manuel Alegre antes de receber a promessa de apoio à sua candidatura, a confusão geral relacionada com a «acção directa» de Ricardo Rodrigues, aos problemas dos gestores da Fundação Alter Real, relativamente à gestão desta , às posições deMaria de Belém, de Vieira da Silva e de António Costa, à figura de Valter Lemos, ao silêncio expectante de António José Seguro.

O futuro não parece ser muito brilhante. Oxalá Portugal não entre em mais um período de indefinição de rumos, pois do que se precisa é de marcação de linhas estratégicas claramente dirigidas para objectivos bem escolhidos e estimulantes para a convergência de esforços de todos os portugueses de todos os sectores de actividade.

Fotografia de A João Soares

O amiguismo alargado

Há indícios que chegam quase por acaso, escondidos em textos que parecem inocentes. Na notícia Fundação Alter Real está a ser investigada por denúncia de uma directora que merece ser lida com atenção, além das dificuldades que o título sugere, encontramos elementos dos «currículos de três pessoas «chave» da fundação, que nada representam para o desempenho das responsabilidades que era suposto terem assumido.

Porquê chamarem fundação a esta instituição? Faz lembrar uma fundação para a segurança rodoviária que foi extinta pouco tempo depois de ter sido criada tal o escândalo que representava e que se traduzia em arranjar tachos para boys sem capacidade para enriquecer sem ser à custa do orçamento .

Vejamos o que se extrai agora desta notícia, acerca dos «gestores» desta instituição agro-pecuária e de arte equestre:

Vitor Barros, presidente da Fundação, exerceu as funções de secretário de Estado do Desenvolvimento Rural nos Governos de António Guterres e foi o candidato derrotado do PS às eleições de 2005 para a Câmara de São Pedro do Sul.

Rui Simplício era assessor parlamentar do Partido Socialista, líder distrital do PS em Portalegre e antigo presidente da Câmara local, foi nomeado em Março deste ano, por proposta de Vítor Barros administrador-delegado da fundação.

Maria Leal Monteiro, directora da coudelaria dirigiu até há poucos meses a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e foi, no ano passado, a candidata derrotada do PS à Câmara de Alter do Chão. É também um alto quadro do PS mas isso não a impede de manter graves divergências com Vítor Barros e é apontada como uma das autoras das denúncias.

Não é preciso dizer mais nada sobre as intenções das nomeações destas figuras, para os respectivos cargos.

E o resultado é: a situação financeira da FAR, que deveria sustentar-se a si própria com os lucros da produção agro-pecuária, nomeadamente com a venda de cavalos de alta qualidade, vive quase exclusivamente das contribuições do Ministério da Agricultura (700.000 euros em 2010), e tem-se deteriorado significativamente, acumulando-se as dívidas a fornecedores.

Insegurança Interna

Duas notícias fazem reflectir nas condições em que se encontra a segurança de pessoas e bens e a forma pouco eficiente como as autoridades têm agido nesse campo.

Frequentemente, surgem vozes a prever que o povo ver-se-á progressivamente levado a fazer justiça pelas próprias mãos.

Na região de Penacova um incendiário foi apanhado e agredido pela população tendo que receber tratamento no hospital. Deslocava-se pela estrada e com um isqueiro ia ateando pequenos focos de incêndio. Sabe-se que em todas as épocas estivais, dos muitos incendiários detidos, poucos são condenados de forma a não reincidirem.

Outra notícia fala da iniciativa tomada pela Câmara de Setúbal de contratar reformados, entre os 50 e os 80 anos para como patrulheiros assegurarem mais segurança na cidade.

Isto demonstra uma sensação real e geral de que o MAI e o MJ não possuem a eficiência suficiente para as missões que deles são esperadas e a população e autarquias estão a deitar mão a soluções alternativas que apresentam graves inconvenientes. Tais formas de garantir a necessária segurança para viver e trabalhar sem preocupações especiais, são certamente descoordenadas, podendo agir com excessos e arbitrariedades que originem, das partes contrárias, reacções desproporcionadas e muito desagradáveis para a Ordem Pública em geral.

Neste espaço têm sido publicados vários posts referindo este tema, de entre os quais se retiraram os seguintes links, alinhados por ordem cronológica:

Reduzir o défice controlando as despesas

Depois dos posts É urgente uma ruptura seguida de reestruturação e Gestão Familiar em que se defendia a necessidade de controlar as despesas em função das receitas, a fim de evitar défice depara-se com a notícia Passos quer rédea curta na despesa e, em outra versão, Passos Coelho sugere Orçamento base zero.

Sugere-se aí um Orçamento do Estado base zero para 2011 que obrigue "toda a gente a explicar o que quer fazer com o dinheiro que propõe vir a receber". Racionalmente, não há outra forma credível de fazer um orçamento. Não pode ser elaborado com máquina de calcular, limitando-se a acrescentar uma percentagem ao do ano anterior, método que apenas poderá ser aplicado a algumas poucas parcelas.

Efectivamente, perante as dificuldades de que agora tomamos consciência de forma mais aberta, concluímos que Portugal precisa de "uma justiça que funcione, uma educação que seja mais exigente e de ter mais racionalidade em como é gasto o nosso dinheiro, sejam os privados ou o próprio Estado".

O líder social--democrata defendeu a necessidade de reformas importantes e acusou o PS de achar "que as grandes reformas já estão todas feitas". É, realmente, preciso uma ruptura do regime em que "o PS deixou evoluir de forma descontrolada a despesa em vários sectores".

Num dos posts citados acima, defende-se a ruptura, mas dada a fragilidade da economia e da sociedade nacional, há que analisar bem o que se pretende fazer, preparar cuidadosamente a reestruturação para não se enveredar por caminhos mal avaliados e desperdiçarem-se recursos, criando situações que podem ser dramáticas. Não se deve repetir o erro do 25 de Abril em que foi dado um salto no desconhecido de que ainda não nos restabelecemos.

Absolutismo na maior !!!

Transcrição seguida de NOTA:

Então, já não é Bruxelas?...
Jornal de Notícias. 20-06-2010. Por António Freitas Cruz

Apesar do "nó cego" em que caíram a economia e as finanças portuguesas, não me custa confessar que nutro pelo ministro das Finanças uma certa simpatia. Bem, é mais um sentimento a escorregar para a compaixão

Afinal, ele está no "olho do furacão", acompanhado por uma comandita de colegas estouvados e por um "patrão" que vive num mundo de pura fantasia. Mas, mesmo com tais atenuantes,convinha que Teixeira dos Santos tivesse mais "tento na língua".

Já era ridículo o caso das retenções na fonte. Enquanto toda a gente (incluindo comentadores encartados) se esfalfava na procura de saída aceitável, o ministro colocou um definitivo ponto final: disse, sem cerimónia, que o prazo (e cito de cor) é "o que estiver no meu espírito".

Consta que se registaram alguns sobressaltos na Faculdade onde era professor, mas foram coisas menores e, jura quem sabe, incapazes de lhe diminuir o prestígio académico.

Depois veio a história da retroactividade (a que também chamou retrospectividade…). Ainda não conheço o "tsunami" provocado pela nova criação, mas suponho que será violento. Se bem que, no actual conformismo do país, nem sei o que dizer…

Mas vejamos o que doutrinou no último fôlego do posso, quero e mando a que todos aderiram: é ao Governo que cabe definir o que é "bem público" e o que é "emergência nacional".

Mas, então, já não é Bruxelas a decidir?

NOTA: Parafraseando Augusto Gil: «E o povo, Senhor? Porque lhe dais tanta dor, porque padece assim?
Perante estes absolutistas, o Luís XIV de França, o Rei-Sol, ficaria muito apagado quando disse «O Estado sou eu». Valentes estes homens do actual Governo!!! E não aparece um valente que queira bater-se com outro valente!!!
Já há mais de um ano o absolutismo aqui foi referido.

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Autarquias Diligentes

Duas notícias agradáveis e que merecem divulgação como elogio às respectivas autarquias e para servirem de exemplo às restantes.

Em ODIVELAS, anda um Funcionário da Junta na rua a identificar problemas. «percorre 20 quilómetros por dia, a pé, identificando os problemas do espaço público, desde um buraco na estrada a um candeeiro avariado».

« Carlos Mineiro, 63 anos, conhece as ruas da cidade de Odivelas como ninguém. Funcionário da junta de freguesia local há 12 anos, trocou o conforto do gabinete pelo trabalho de rua, em contacto permanente com a população».
«O seu nome foi assim a escolha óbvia quando a autarquia resolveu criar, em Março, a figura do “zelador da cidade”: um funcionário que sinalizasse as situações problemáticas nas ruas da freguesia e tomasse nota das queixas dos cidadãos».

Em PALMELA, um Observatório vai fazer diagnóstico para combater pobreza e exclusão social.
«Palmela vai dispor até ao final do ano de um Observatório da Pobreza e da Exclusão Social, que irá fazer o levantamento das respostas existentes e caracterizar as famílias necessitadas. A ideia é articular as instituições para actuar com maior rapidez».

No entanto, pelo País, não se encontram muitos caos desta natureza, voltados para servir bem os cidadãos, como se vê dos links seguintes:

- Pela defesa do ambiente
- Peões devem ser respeitados
- As zonas urbanas convivem mal com a chuva
- Excesso de velocidade ou velocidade excessiva?

Imagem da Internet.

Feriados e pontes

A proposta de mexer nos feriados com argumentos que manipulam “os conceitos de produtividade e competitividade” está a confundir os opinadores. Se por um lado poderá ter vantagens no aumento de assiduidade ao trabalho, por outro contraria os hábitos da população o que pode significar perda de votos e este é um argumento muito forte para uso dos partidos.

Quanto á perda ou ganho de votos, tem-se notado que os partidos costumam decidir em favor dos piores defeitos da população muito avessa ao trabalho, ao rigor, à cultura, ao conhecimento, etc. Por isso, em tom irónico, há pouco mais de 20 meses apresentava uma sugestão que granjearia muitos votos!

Voltei a referir tal solução em 19 de Maio em Feriados mais «produtivos». Que tal, senhores políticos? Como encaram tal solução? Acham que o desenvolvimento se atrasaria muito mais com isso? Ou será que estão convencidos de que, uma vez por outra, devem olhar para os interesses nacionais? Agora parece que começa novamente a falar-se da Pátria!!!

Imagem da Internet.

Maestrina Joana Carneiro distinguida nos EUA

É sempre com prazer poder aqui publicar casos excepcionais que deixam bem vista a imagem de Portugal no Mundo. Esta notícia aparece de forma a realçar a excepcionalidade desta nossa artista.

Maestrina Joana Carneiro distinguida com prémio nos EUA
Público. 19.06.2010. Por Lusa

Prémio Helen M. Thompson pelo seu "talento excepcional".

A maestrina Joana Carneiro, directora musical da Berkeley Simphony, nos Estados Unidos, recebeu o prémio Helen M. Thompson, pelo seu “talento excepcional”, mostrando-se “muito comovida” com a distinção, por ter sido atribuída “ao fim de tão pouco tempo”.

Em comunicado, a Liga das Orquestras Americanas, que atribuiu esta distinção, refere que o prémio “reconhece o empenho de Joana Carneiro em alargar a comunidade base da Berkeley Simphony e a tradição da orquestra, ao apresentar trabalhos de compositores do nosso tempo”.

Contactada pela Lusa, Joana Carneiro mostrou-se comovida com a distinção e empenhada em continuar o trabalho que tem desenvolvido: “É um prémio que me comove muito porque foi atribuído ao fim de muito pouco tempo à frente de uma orquestra americana e é um grande incentivo para nós continuarmos e continuarmos a sonhar muito alto em Berkeley.” (...)


Para ler a notícia completa faça clic no título da mesma. Se quiser saber mais acerca da nossa exímia maestrina, consulte os seguintes links:

- http://vodpod.com/watch/1301099-maestrina-joana-carneiro
- http://www.publico.pt/Cultura/maestrina-joana-carneiro-e-a-nova-directora-musical-da-orquestra-sinfonica-de-berkeley_1356255
- http://ww1.rtp.pt/antena2/images/articles/451/Joana Carneiro.pdf
- http://www.google.pt/search?q=maestrina+joana+carneiro&hl=pt-PT&prmd=n&source=univ&tbs=nws:1&tbo=u&ei=s4YcTPD3G4OP4gbfweCyDg&sa=X&oi=news_group&ct=title&resnum=4&ved=0CCYQsQQwAw
- http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1597449

Imagem da Internet.

Médio Oriente e ajuda humanitária !!!

É preocupante ver a facilidade com que muita gente toma partido por uma ou outra parte no conflito latente no Médio Oriente, desde há muitas décadas. Há certamente razões defensáveis de um e do outro lado. Tem havido várias tentativas para chegar a entendimento, com ajuda de intermediários credíveis e com vontade de conseguir a paz duradoura. Mas forças ocultas exteriores, exploram ingenuidades e nada de bom tem sido conseguido, sendo as populações locais as mais sacrificadas.

Recebi um e-mail com um link de vídeo que merece ser visto, seja qualquer a interpretação que possa dar-se-lhe.

«Vejam o que continham os contentores de "ajuda humanitária" à Faixa de Gaza.
Por que não se mostra isso para o mundo??? Porque será que a comunicação social não entra a fundo no problema e esclarece com imparcialidade e intenção de colaborar para a procura da verdade e da paz?

Contentores de "ajuda humanitária" !!!! Com tal conteúdo?

O que fazia uma Brasileira no meio desta frota, será que foi enganada ?

Será que seria caso de Israel dar a outra face e fazer-se de imbecil, quando
tinha a certeza que por detrás do "humanitário" se escondia a maldade e
desejo de elimina-la do mapa?

Entrem aqui, e logo após uns segundos de propaganda (os sacos de farinha), verão no vídeo a abertura de um dos contentores que vinham no tal barco turco o seu conteúdo "humanitário".

A comunidade internacional é incrivelmente rápida a julgar e, com isso, m´não contribui para a Paz...ONDE ESTÁ A JUSTIÇA??.

Abrir o Link:


http://www.flix.co.il/tapuz/showVideo.asp?m=3423928»

Imagem da Internet.

Referências para melhor compreender a actualidade

Diariamente chegam ideias esclarecedoras para melhor se compreender a realidade actual e podermos vislumbrar os caminhos que estão à nossa frente, uns para o abismo, outros para uma possível recuperação. Convém fazer um esforço para clarificar as ideias e destrinçar o essencial do efémero, secundário, marginal.

Recebi ontem um e-mail de uma seguidora que dizia:

«(…) como nem sempre tive trabalho, ocupei-me durante 2 meses a ler alguns livros que requisitava gratuitamente na Biblioteca Municipal da Quarteira, dentre os quais se destacou, pela sua actualidade e crueza o livro que agora reencontrei “Uma Estranha Ditadura” …

Acredita que não tinha fixado o título do livro nem a autora (?!), lembrava-me apenas que era uma jornalista do Le Monde e até já tinha andado no Google há procura mas sem resultado, pois queria lê-lo novamente e sentia-me frustrada porque não tinha como procurá-lo para o adquirir. Até já tinha enviado mails à Biblioteca dando referências minhas para eles procurarem na base de dados deles e procurarem de entre os títulos requisitados, e me informarem pois eu sabia que ir-se-ia fazer luz, quando ouvisse o título e o nome da escritora. Infelizmente, não obtive qualquer resposta da parte deles apesar da m/ insistência.

Há pouco fui ao seu blogue, pois sou sua seguidora, e estava a ler o seu último post quando dei de caras com o livro…

Nem imagina a felicidade que me deu!»


Observando aquilo a que esta amiga se refere verifiquei que o Google, de forma automática, conseguiu colocar no friso inferior do post uma série de posts antigos todos relacionados com o tema. Ainda não tinha tido prova igual do mérito do critério que a informática usa para este sistema de alerta. O Livro referido é tema do post Ditadura do lucro virtual.

Mas, além deste post, há muitos outros que trazem para este espaço pontos de reflexão que merecem muita atenção e há nomes que devem estar presentes no nosso pensamento quando nos debruçamos sobre a necessidade de olhar para o futuro. Cito alguns (por ordem alfabética) e espero que os comentadores tragam outros: Agostinho da Silva, Ernâni Lopes, José Gil, Medina Carreira, Moita Flores, Saldanha Sanches e, porque não, os cronistas do JN.

Não podemos desprezar achegas que apareçam com aspecto imparcial, independente de partidos, que foquem como objectivo principal os interesses nacionais, acima de qualquer particularismo. Todo o esforço deve ser feito para contrariar a Profecia do alemão Carl Friedrich von Weizsäcker.

O momento é de esforço de todos nós, ultrapassando as correntes que nos têm arrastado para o abismo, porque desprezam valores éticos consagrados e colocam no trono os valores materiais e do consumismo que são a mórbida ilusão fatal da sociedade actual.

Empresários que detestam risco!!!

Há a tendência de atribuir ao Governo, aos políticos, as culpas de todo e qualquer mal, como se estivéssemos num regime paternalista, ditatorial em que fôssemos apenas ovelhas sem precisar de pensar e apenas bastando seguir o pastor.

O pequeno texto, extracto do artigo de hoje de Manuel António Pina coloca em evidência essa mentalidade, que orienta muitas manifestações da parte de empresários que, sem correr riscos, querem obter os maiores lucros, usando o mesmo critério dos políticos que querem manter as regalias e mordomias, colocando os contribuintes a pagar a crise, resultante das más governações sucessivas

À boleia da crise
Jornal de Notícias. 18-06-2010. Manuel António Pina

Os empresários estão preocupados com a situação do país (os empresários nunca estão preocupados consigo, mas com o país) e querem "rever as bases da competitividade, nomeadamente os custos da mão-de-obra" e correr menos riscos para "contratar e despedir pessoas".

Que empresários são estes que querem ter lucro sem correr riscos? E ser "competitivos" pagando menos e exigindo mais aos seus trabalhadores?

É sabido que Portugal é um dos países da Europa onde se trabalha mais e onde os custos laborais são mais baixos. E sucessivos estudos internacionais demonstram que a baixa produtividade das empresas portuguesas resulta sobretudo da
má qualidade da gestão e do deficiente planeamento e organização do trabalho. Aqui, porém, os nossos empresários assobiam patrioticamente para o lado.

Dicas para enfrentar a crise

Como diz Paquete de Oliveira no Jornal de Notícias de hoje, a insustentável situação em que nos encontramos, embora seja mais aparente nos aspectos financeiro e económico, é também notória no aspecto social e político. Segundo o próprio Presidente, ela já vinha dando sinais do seu crescimento progressivo há mais de meia década, com uma acentuada degradação da sociedade em todos os seus vectores. E durante este tempo, apesar de vários sinais de alerta, não houve cabeças válidas com capacidade para estruturar medidas que evitassem o agravamento e, depois da eclosão, para lhe pôr fim e para eliminar as causas que, se persistirem, haverá mais réplicas de maior ou menor gravidade extenuando as capacidades de resistência da maior parte da população.

Segundo o artigo de Paulo Baldaia no JN de dia 12, é insustentável que os próximos governos se limitem a fazer o que fizeram os seus antecessores. São precisas ideias novas para estruturar o Estado para uma nova era, pós-crise. É preciso cortar com muitas rotinas que já mostraram ser nocivas ao País, embora possam satisfazer aos jogos partidários. «É preciso gente nova, gente que não tenha medo de perder eleições na tentativa de ganhar um país mais justo e solidário.»

Na nova reestruturação do País, deve ser encarado o estado de esvaziamento do interior e há quem esteja em posição que obriga a procurar solução mas que mostra estar derrotado á partida dizendo que a desertificação é difícil de contrariar, em vez de analisar os diversos vectores em jogo estabelecer uma estratégia e colocá-los todos a puxar para o mesmo objectivo, sem pressa, mas com perseverança, sem actos falhados. Se a agricultura era a forma de vida das populações locais, porque não fomentar uma agricultura moderna, servindo-se de estufas, da biológica, da pecuária, etc. Começar com indústrias de pequena dimensão utilizando os recursos locais. Parece que tais problemas estão à espera que venha solução de altos cérebros muito teóricos e «inovadores» mas sem capacidade realizadora por desconhecimento das realidades.

Como diz Tiago Azevedo Fernandes no JN de hoje, precisam-se novas perspectivas de avaliação das realidades de hoje, o uso da inteligência passou a ser uma necessidade absoluta, já não se limitando a ser apenas conveniente. Há que ensinar as pessoas a desenvolver hábitos de poupança e rigor e a incuti-los nas crianças em idade escolar. E os investidores devem espreitar onde estão as oportunidades de negócio, e não se limitarem a esperar que elas lhes caiam nas mãos. Temos que aprender a reflectir sobre aquilo que nos cerca, os recursos de que dispomos, o uso que lhes podemos dar, e convencermo-nos de que temos que assumir a nossa quota-parte de responsabilidade na gestão do mundo de hoje e de amanhã .

Entretanto o Museu do papel Moeda ensina a lidar com dinheiro, uma iniciativa que pode ser uma chamada de atenção para um problema que tem andado muito arredado da gestão familiar em lares onde o endividamento ultrapassa o razoável.

Entretanto, segundo o artigo de Manuel António Pina, o INEM, para poupar, reduz os meios de socorro e termina com o apoio telefónico a pessoas em estado de grande depressão em vias de se suicidarem. Cinicamente, isto poderá justificar-se porque impedir alguém de se matar contribui para o agravamento do défice. Assim, poupam nos encargos com pessoal e meios e a Segurança Social poupa em pensões e subsídios. Estes raciocínios irónicos fazem pensar no fenómeno ligado à aceleração da vinda da eutanásia e do suicídio assistido, que podem prestar-se a abusos «económicos» mas que, em complemento da facilitação do aborto ou do incremento deste com argumentos de vária ordem, podem trazer poupança em apoios sociais.

Enfim, a sociedade está perante ameaças reais e esboçadas que alteram tudo aquilo a que temos estado habituados.

Imagem da Internet.

Atritos entre governantes ???


Em artigo de hoje no Correio da Manhã, António Ribeiro Ferreira escreve:

Turras no Governo: Teixeira já está farto do Silva

«É uma guerra surda no Governo. Tudo começou com o PEC.

O ministro das Finanças e o seu colega da Economia andam verdadeiramente às turras. Vieira da Silva não perde a oportunidade de desmentir em público Teixeira dos Santos. A última cena aconteceu por causa da legislação laboral. O segundo admitiu uma revisão, o primeiro disse que não estava na agenda. Teixeira dos Santos não gostou e já desabafou com Sócrates que começa a ficar farto do colega ‘esquerdista’ da Economia»


Não é caso virgem nem único.

Há uma dúzia de dias Sócrates recusa pôr o défice na Constituição, contrariando a posição tomada na UE Por Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, que alinhou com Angela Merkel na defesa de um tecto constitucional à dívida e ao défice.

Surgiu depois, em 5 de Junho, a notícia de que Luís Amado em vias de abandonar governo de Sócrates, o que tinha lógica porque um MNE não pode continuar em funções se for desautorizado pelo seu chefe de Governo e perder credibilidade em frente dos seus pares internacionais.

No dia seguinte surgiu a notícia de que Sócrates garante que Amado fica no Governo.

No dia 11 «Luís Amado lembra bom exemplo da constitucionalização do limite do défice alemão»

Em 12 surgiu a notícia que traz um aspecto de cedência por respeito aos interesses nacionaisAmado não sai porque o País está em crise que diz:

«O ministro dos Negócios Estrangeiros afasta cenário de demissão, mas insiste na ideia de um tecto constitucional para o défice.
A crise é o que segura Luís Amado no Palácio das Necessidades. O ministro dos Negócios Estrangeiros afastou ontem o cenário da sua demissão do Executivo, justificando-se com a situação grave que o País vive, mas não escondeu ter divergências com Sócrates.»

O argumento que parece ter sido decisivo para a cedência de Luís Amado foi a crise, o que tem, lógica porque se uma equipa tem sempre que agir com muito equilíbrio e espírito de cooperação e entre-ajuda, em crise o esforço para a coesão tem que ser acrescido, com menor margem de erro, e expondo-se menos riscos. Em tais circunstâncias, é exigida uma liderança mais competente , inteligente, eficiente e com método rigoroso, com muita atenção ao princípio de pensar antes de decidir . Gritos e arremessos de telemóveis contra a parede ou para o chão não demonstram coragem nem sensatez e, pelo contrário, fazem perder credibilidade e confiança nas qualidades de chefia, de serenidade e bom senso.

Num trabalho de equipa, todos os sectores interagem e precisam de uma acção permanente para manter a coesão, a unidade de doutrina, enfim, a eficiência da equipa. O diálogo e a procura das melhores soluções e os pequenos ajustes na acção para se manter na linha estratégica pretendida, são uma exigência constante.

Devem ser dadas razões ao povo para confiar que os timoneiros conduzirão o barco para lá da tormenta e aportarão a porto seguro.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pela defesa do ambiente

Depois da operação LIMPAR PORTUGAL em que este blog esteve empenhado desde o inicio e em que a nossa amiga Fernanda Ferreira (Ná) teve um papel muito activo e bem notado, foram denunciados casos de reincidência, com a passividade das autarquias que, no entanto, são responsáveis localmente pela defesa dos interesses das populações e devem criar e manter uma estrutura eficiente para tal efeito.

O artigo de Paula Ferreira no Jornal de Notícias, A selvagem indiferença aborda este tema de forma muito objectiva, citando casos concretos, do qual transcrevemos algumas frases e aconselhamos a sua leitura.

Efectivamente, mantém-se o mau hábito de criar «anacrónicas lixeiras a céu aberto: novamente aí depositam trastes velhos, frigoríficos, televisões, resíduos da construção civil. Sinal de selvagem indiferença pelo próximo, gesto que deveria ter sido há muito banido.»

Há que evitar que «alguns cidadãos do tal país dos brandos costumes, sem qualquer pudor, despejem o electrodoméstico fora de moda ou que deixou de funcionar.»

Não devemos encarar a hipótese de «limpar outra vez, juntar novamente 100 mil voluntários e meter mãos à obra». Não «será boa ideia limpar para que os mesmo voltem a sujar». Será sem dúvida «melhor denunciar, fiscalizar, acabar com o porreirismo nacional de não fazer queixa, com o argumento piedoso de que vai prejudicar o coitado que não pode pagar». «Eles, no entanto, prejudicam-nos a todos e não parecem minimamente preocupados» porque, com a sua falta de civismo, pensam que «vem sempre alguém atrás e limpa».

Insisto naquilo que na altura da referida operação de limpeza, disse repetidamente. É preciso manter os objectivos de defesa do ambiente, sem esmorecimento, mas usando outra táctica: observar atentamente o que se passa, registar todos os abusos, denunciar às autoridades autárquicas e, se estas não actuarem eficazmente, denunciar publicamente a sua incúria. É preciso colocar as autarquias perante a sua responsabilidade de esclarecer a população, coimar os infractores, obrigar a remover os lixos e, se a remoção não for feita, ser a autarquia a fazê-la, imputando os custos aos infractores detectados. A população deve ser estimulada a denunciar os infractores, porque «eles prejudicam-nos a todos».

Fotografia de José Ferreira

Gestão Familiar

Em todo o tipo de gestão, independentemente do volume dos valores monetários que estiverem em causa, devem ser seguidas normas, como a definição do objectivo (finalidade a atingir), análise do momento actual que é o ponto de partida, preparação da decisão, planeamento, programação das tarefas e controlo da implementação das decisões, com os respectivos ajustamentos que se tornarem necessários.

Na gestão familiar, por deficiente preparação escolar nos primeiros anos de escolaridade e falta de transmissão de conhecimentos dos pais e avós, nota-se a ausência de aplicação daquelas normas e da noção de prioridades, de separação entre o essencial e o lateral ou marginal, isto é o supérfluo.

É estranho que uma família endividada por erros de gestão nos actos mais simples, procure sobreviver, passando a alimentar-se pior e a evitar a medicação que o médico considera indispensável, mas, por outro lado continua com o telemóvel, roupas de marca e demais coisas que servem para ostentar posição abastada, fazer figura, e alimentar o consumismo de roupas de marca e outros sinais da moda. Trata-se de atitudes de fachada que evidenciam pobreza de espírito. A nível de Governo acontece o mesmo com investimentos faraónicos que não terão retorno e aumentarão a já elevada dívida externa e traduzir-se-ão numa pesada herança aos vindouros, que chamarão os piores nomes aos das gerações anteriores.

Os anunciados cortes nos meios de socorro do INEM poderão ser muito criteriosos, mas falta serem bem explicados, pois certamente não são correctos para a saúde da população, pelo que os enfermeiros que os rejeitam poderão ter razão na sua indignação.

Também o caso do fecho de uma escola de Barcelos que há apenas três anos foi renovada e equipada demonstra falta de uma estratégia que servisse de base para as decisões e estas devem ter sido tomadas por mero capricho, ou para fazer a vontade a um político amigalhaço local. Brinca-se com o dinheiro público de ânimo leve ou sem sequer se pensar que se trata de um recurso perecível e de grande importância, exigindo cuidados especiais nos gastos.

Há que reorganizar já os programas de ensino por forma a que as crianças aprendam que a tabuada tem a utilidade de fazer contas á vida e aquilo que se gasta em rebuçados não fica disponível para comprar chocolate. Acabe-se com o elogio aos «criativos não actuantes» e, pelo contrário, ensine-se as crianças a tomar pequenas decisões práticas na vida corrente.

Agradecimento aos Seguidores Do Miradouro

Tive agora a agradável surpresa de atingir os três dígitos de SEGUIDORES. 101 amigos estão ao lado deste espaço.

O número pode não ser considerado grande, mas é sem dúvida muito significativo dado que a maior parte dos posts aqui publicados não estão ao alcance de qualquer pessoa apenas que procure banalidades e passatempos.

Abundam os assuntos que exigem conhecimentos e interesse pelo que se passa no País e no mundo, o que estimula profundamente a nossa participação num futuro melhor para os nossos descendentes, para toda a humanidade independentemente de cores, credos ou actividade profissional ou do lugar onde vivam.

Agradeço a todos os visitantes e, principalmente aos comentadores o apoio, o estímulo, a força que dão para que não haja esmorecimento neste trabalho cívico a bem da humanidade. Não é nosso lema dizer mal, mas sim alertar e sugerir para a necessidade de procura de mais eficiência no desempenho das tarefas que têm grande incidência na vida das pessoas.

Queremos contribuir para melhorar o bem-estar e a felicidade daqueles que têm sido pior tratados pela sociedade e tornar esta mais equitativa e justa, eliminando as grandes diferenças entre irmãos da mesma espécie que, segundo as normas da moral e os preceitos constitucionais, devem ser iguais em direitos e deveres.

Queremos que a Democracia seja vivida segundo a intenção de quem formulou o conceito, há muitos anos, com a esperança de evitar explorações de uns pelos outros, no estilo de sociedades muito antigas e que não devem agora, num século de modernidade tecnológica, persistir entre pessoas que deviam estar mais civilizadas, pacíficas, dialogantes, generosas e solidárias nos aspectos de humanitarismo.

Muito obrigado aqueles que se declaram, aberta e publicamente, seguidores deste espaço que prometo continuar a manter no mesmo rumo, idealista e utópico mas movido pelas melhores intenções cívicas.

Imagem da Internet

Aditamento:

Deixo aqui, com muito gosto e gratidão à Amiga Ná, esta imagem que ela me ofereceu com a sua habitual gentileza. Não a coloco a substituir a imagem de abertura, que representa o nascer do sol, fenómeno que procuro observar diariamente e me transmite a energia de que necessito para viver e trabalhar, neste caso, para continuar este espaço que tem merecido o apoio de seguidores e comentadores.


Palavras e actos desavindos

Recebi por e-mail este texto que transcrevo. Trata de uma realidade que está muito distante do ideal que todos desejamos. Merece ser meditado e suscitar de cada um o esforço possível para melhorar esta «cultura» nacional.

As palavras valem cada vez menos, os actos cada vez mais!
Público, 2010.06.11. Por José Manuel Fernandes.

Lembram-se do 10 de Junho de 2009? Poucos se recordarão - até porque demasiados trataram de fazer o contrário do que então lá se recomendava.

António Barreto - que ontem voltou a fazer um discurso notável, só que centrado na necessidade de o país honrar os seus ex-combatentes - pregou então as virtudes do exemplo. "Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará", disse então. "Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos."

Dificilmente se poderia ter ido, nos 12 meses que desde então decorreram, por caminhos mais radicalmente distintos. O poder não foi firme, antes teve tiques de autoritarismo, e também não foi flexível, porque foi errático. Não houve nem honestidade nem verdade, pois assistimos a grosseiros casos de manipulação dos poderes públicos e a uma campanha eleitoral erguida sobre um castelo de mentiras que a dura realidade desmascarou sem delonga. E também não houve nem poupança nem investimento saudável, antes endividamento e delapidação do escasso património da nação.

Pior: se há um ano António Barreto apelou a que se tivesse "consciência de que, em tempos de excesso de informação e de propaganda", as palavras dos políticos, empresários, sindicalistas e funcionários "são cada vez mais vazias e inúteis" e que o seu "exemplo é cada vez mais decisivo", o ciclo eleitoral e o ciclo dos orçamentos e dos PEC mostrou como há quem nada tenha aprendido e repita, de forma cada vez mais patética, um discurso propagandístico sem colagem com a realidade.

Não surpreende, por isso, que, não tendo o socratismo vigente entendido que "em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país", se tenham sucedido os maus exemplos e o país esteja hoje mais longe da recuperação do que estava há um ano. Na verdade, como aqui escrevi a semana passada, a miséria moral que mina as fileiras do partido maioritário não é apenas lamentável e indecorosa, é politicamente corrosiva.

Assim, ao contrário do que alguns trataram de dizer precipitadamente, o discurso de ontem do Presidente da República não é tão inócuo como uma leitura apressada do seu apelo a não existirem "crispações inúteis" pode fazer crer. Isto porque Cavaco Silva disse, com clareza, que a "coesão nacional exige que a sociedade se reveja no rumo da acção política". Ou seja, não só "os sacrifícios que fazemos têm de ser repartidos de forma equitativa e justa e, mais do que isso, têm de possuir um sentido claro e transparente, que todos compreendam", como é fundamental não esquecer que "não se podem pedir sacrifícios sem se explicar a sua razão de ser, que finalidades e objectivos se perseguem, que destino irá ser dado ao produto daquilo de que abrimos mão".

O contraste entre estas máximas e a forma atabalhoada como se tem vindo a despejar medidas sem coerência nem visão, ou sem sequer se ter o cuidado de cumprir as normas constitucionais, não podia ser maior. Pelo que, ao lembrar que "quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam", o Presidente começou a abrir caminho para a hipótese de dissolução. Até porque no dia em que os eleitores ("a sociedade") não se revirem no rumo do país, será necessário ouvir os eleitores.

Há um ano, no 10 de Junho de Santarém, Cavaco Silva disse que "a verdade gera confiança, a ilusão é fonte de descrença", acrescentando que, "tanto no Estado como na sociedade civil, é preciso adoptar uma cultura de transparência e de prestação de contas". Agora acrescentou, quase enigmaticamente, que "os portugueses anseiam por limpar Portugal, aspiram a um país mais são, mais limpo, não querem viver numa atmosfera carregada e irrespirável". Faltou-lhe esclarecer que o lixo não está apenas espalhado pelas florestas portuguesas por falta de civismo, mas que do mais alto do poder executivo vêm os piores exemplos e o teimoso autismo que o impediu de escutar os avisos neste caminho para a insustentabilidade e hoje o impede de restaurar um clima de confiança. Um autismo que, de resto, José Sócrates manifestou na sua reacção às palavras do Presidente, ao considerar - no dia seguinte a termos contraído empréstimos a um juro superior ao que a Grécia pagará no plano de ajuda financeira da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) - que a nossa situação não é insustentável...

Ora é exactamente neste ponto que Cavaco Silva se deixa não só aprisionar pelos limites dos seus poderes presidenciais, como pelos cálculos inerentes ao calendário das Presidenciais, como ainda pela sua própria dificuldade em imaginar um país e um rumo realmente distintos. Mas encontrar esse país e esse rumo é, acredito, a única forma de sairmos do buraco onde nos deixámos aprisionar.

Se olharmos para o que nos propomos fazer para enfrentar a crise das finanças públicas - no essencial aumentar a carga fiscal - e aquilo que países como o Reino Unido, a Alemanha e a própria Espanha se propõem fazer - no essencial reduzir a despesa pública -, verificamos como insistimos em escavar a nossa sepultura. Pela simples razão de que o nosso principal problema é a falta de competitividade da nossa economia e nenhuma economia se torna mais competitiva quando as empresas e os cidadãos pagam mais impostos mas não recebem mais e melhores serviços públicos.

Se, em contrapartida, olharmos para os serviços públicos e verificarmos que muitos deles são redundantes, agravam as distorções sociais ao introduzir rigidez e centralismo onde deveria haver imaginação, inovação e descentralização, e até poderiam desaparecer de um dia para o outro que nem daríamos por isso, então agradeceríamos todo o espaço que fosse devolvido aos portugueses.

Como disse D. Manuel Clemente, bispo do Porto, na cerimónia de entrega do Prémio Pessoa, "o melhor de Portugal pouco aparece e não abre geralmente os noticiários (...) mas existe e por ele mesmo continuamos nós a existir - apesar de tudo, mas não apesar de nós". Ora esse "melhor de Portugal" que se encontra "em muitas escolas, estatais ou particulares, em muitos estabelecimentos de saúde, serviços públicos e instituições particulares de solidariedade social", ou na vontade de vencer de muitos jovens licenciados, ou entre os "empresários e gestores com verdadeiro sentido de missão, que revelam surpreendente capacidade de inovar e conquistar mercados", esse melhor de Portugal precisa de mais espaço e de mais liberdade para triunfar. Não precisa, sobretudo, de um Estado controlador, dirigista, paquidérmico e submetido aos senhores do momento.

Querem um exemplo? Precisamos de escolas e de professores com mais autonomia e responsabilidade para, face a um aluno de 15 anos retido no 8.º ano, decidirem se este deve ou não ter uma oportunidade para tentar chegar ao 10.º ano, não precisamos de um ministério a passar quase administrativamente alunos ad hoc por esse país fora. Infelizmente, nos últimos anos, em Portugal tudo se centralizou, para tudo se criaram regulamentos e comissões e por todo o lado se desconfiou da imaginação e da iniciativa dos portugueses.

A Justiça na óptica de Saldanha Sanches

Depois de ter sido condecorado a título póstumo, é justo apreciarmos a sua obra, relembrando a sua última entrevista ao Económico. Este curto excerto diz tudo sobre a sua clarividência acerca da "crise da justiça" e o seu reflexo na corrupção:

A última conversa de Saldanha Sanches com o Diário Económico
Económico. 100514. Por Isabel Lucas

"Como é que vê o facto de não ter sido decretada prisão preventiva a nenhum deles a não ser a Oliveira e Costa?

É essa a função principal do nosso Processo Penal: proteger essa gente.

Agora está a ser sarcástico.

Não, não. Estou a ser rigoroso. Está construído de forma que o objectivo do Código é a protecção dessa gente.

É um código viciado?

Completamente viciado. É um código que nos envergonha pelos resultados. Essa impunidade que o código garante é uma coisa que nos envergonha.

O caso Madoff em Portugal seria impossível, mesmo que alguém resolvesse confessar tudo, e nunca o faria.

Na América as pessoas confessam porque as consequências da não confissão são muito duras e apesar de tudo o menos mau é confessar.

Em Portugal não são duras, mas mesmo que se confessasse o processo não duraria dois ou três meses. Duraria sempre muito mais, mesmo com o máximo de zelo do Ministério Público.

Temos um Código do Processo Penal que é feito para proteger esse tipo de delinquência. Até protege em parte a outra delinquência, mas essa então, do colarinho branco, está totalmente protegida.

Não me admiraria ver o Dr. Oliveira e Costa acabar absolvido. Não ficaria particularmente admirado.

Sem falar no Dr. Jardim Gonçalves, que o mais provável é vir a ser absolvido.

Combate à Hidra Financeira

Realmente, o actual regime precisa ser rapidamente substituído, eliminando-se todos os factores imorais de desenvolvimento das injustiças sociais. Há no exterior bons modelos a perfilhar para, a partir deles, se fazer uma boa reestruturação. Do texto que se transcreve conclui-se pela necessidade de vencer a hidra financeira que faz secar e mirrar toda a economia, em prejuízo dos portugueses normais e em favor de uns quantos exploradores protegidos e cúmplices do Poder que lhes garante impunidade, em troca, de favores e tachos.

Pondo de parte os aspectos partidários, este fenómeno deve ser analisado com os olhos postos nos interesses nacionais, porque é Portugal e o seu futuro que está em perigo. O combate à crise e as medidas para evitar que ela reapareça deve ser encarado por Portugal e não pelos partidos, de per si. É um problema Nacional, abrangente que exige visão apartidária e estratégica, de longo prazo.

Uma alternativa de justiça!
Jornal de Notícias. 14-06-2010. Por Honório Novo

Na Alemanha, proíbem-se fundos de risco de operar nas bolsas. Em Portugal, podem operar quase livres de impostos. O país está transformado numa espécie de paraíso fiscal onde SGPS, fundos de risco e entidades residentes no exterior quase nada pagam ao Estado. Esta é uma das faces da injustiça em Portugal. Mas, ao contrário do que dizem o PS e o PSD, há um caminho alternativo para aumentar as receitas do Estado em época de crise. Não pode ser sempre o povo a pagar pela especulação de um sistema financeiro irracional, não podem ser sempre os mesmos a perder o emprego e os apoios sociais a que têm direito, a sofrer na carne o aumento dos impostos.

Há alguma razão para que aviões particulares, iates e casas de luxo, Ferraris ou Bentleys não paguem uma taxa adicional e temporária de imposto, como o PCP propôs esta semana no Parlamento?

Há alguma razão para que - tal como já anunciaram a Alemanha e outros, e como fez o PCP esta semana - não se crie um novo imposto sobre transacções financeiras, e se taxam as transferências para paraísos fiscais destinadas a fugir aos impostos (e que em 2009 atingiram mais de 11 mil milhões de euros, quase tanto como o défice do país)?

Há alguma razão para que a Banca (com lucros de 5 m€ por dia em 2009), e os grupos económicos com lucros acima de 50 m€, continuem a beneficiar de benefícios fiscais que lhes permite pagar de IRC uma taxa sempre inferior a 14%, quando as pequenas empresas pagam uma taxa efectiva de 25%?

Com a alternativa do PCP, o Estado poderia obter três vezes mais receita do que a que o bloco central espera ter com o PEC2, que penaliza ainda mais quem trabalha. Não basta - como fazem PS e PSD - invocar o interesse nacional em vão. O interesse nacional mede-se sobretudo pela justiça do que se propõe.

Imagem da Internet.

Palavras bonitas e realidades amargas

Transcrição seguida de NOTA:

A inevitável estátua
Jornal de Notícias. 14-06.2010. Por Manuel António Pina

"Os sacrifícios devem ser repartidos de forma equitativa e justa", disse o presidente da República em Faro no discurso do 10 de Junho.

Trata-se do género de frase que fica bem na peanha de uma daquelas estátuas em que o herói, hirto, estende o braço apontando o caminho aos mortais comuns.

Não será surpreendente que, daqui a uns anos, quando a memória dos dias presentes e dos passados próximos se tiver diluído, Cavaco tenha algures uma estátua dessas e que a frase lá esteja, brônzea.

Porque então já ninguém se interrogará acerca do estranho sentido que o actual presidente dará a palavras como "equidade" e "justiça".

De facto, quem se recordará nessa altura de que Cavaco apoiou uma repartição de sacrifícios decretada por sucessivos PEC pondo pobres, desempregados, pensionistas e trabalhadores a pagar uma crise que encheu os bolsos dos principais responsáveis por ela?

E quem se lembrará ainda (se até o próprio parece tê-lo entretanto esquecido) do modelo selvagem de crescimento que impôs ao país quando foi primeiro-ministro, assente precisamente no aumento das desigualdades sociais e da pobreza?

NOTA: O nosso País anda a ser enganado por tácticas de diversão, que ocultam as realidades e procuram manter a população enganada sobre o seu destino.

Em vez de reestruturar o País, para o tornarem o local onde as pessoas vivam com confiança e acções produtivas, com sãos critérios, os «responsáveis» perdem o tempo com propaganda vazia de conteúdo.

Precisamos de medidas concretas, bem estruturadas, coordenadas, convergentes para uma finalidade bem definida, já não havendo lugar para idealismos estéreis, para masturbações intelectuais e oratórias ocas.

Tácticas de diversão

Como aqui tem sido dito repetidamente, uma empresa com dimensão considerável deve ser administrada com visão estratégica desde o investimento inicial, com vista a uma finalidade bem definida, ao produto a fabricar, à qualificação da mão-de-obra, à escolha e manutenção dos equipamentos, ao relacionamento com fornecedores e clientes, à concorrência e ao ambiente social em que se encontra de que resulta o mecenato e o apoio aos operários e famílias, etc.

Por maior razão, gerir um País, que poderá ser comparado a uma grande empresa em que a finalidade é o desenvolvimento da felicidade e bem-estar do povo, da Nação, qualquer decisão deve ser tomada atendendo sempre a tal finalidade e ter em consideração todos os factores envolventes e condicionantes, em íntima coordenação e convergência com as decisões anteriores e as que se seguirão. Trata-se de um mecanismo que deve ser operado com meticulosidade e rigor, para evitar avarias. Deve ser evitada a táctica obnubiladora de varrer para debaixo do tapete, a táctica de diversão , de desviar a atenção do essencial para aspectos marginais que apenas fazem perder tempo e energias e prejudicam as finalidades nobremente pretendidas. É indispensável a definição de estratégias integradas que excluam tácticas casuais, avulsas e descoordenadas.

O fenómeno é abordado nas seguintes frases do artigo de António Freitas Cruz no JN de ontem, «A exploração do futebol»

«Há dias, na imagem de abertura de um telejornal, vi ao lado da "pivot" dois monstros sagrados do arraial mediático: um escritor de sucesso e um antigo primeiro-ministro expulso do cargo com a ajuda da "má moeda". Enfim, dois comentadores multiusos para ocasiões especiais.

Pensei: queres ver que houve grande acontecimento? E houve: nada menos que um treino da selecção do senhor Queiroz. Estiveram os três naquilo 28 minutos, durante os quais não meteram bedelho nem a crise, nem Israel, nem as escolas fechadas - nem nada.»


Tais manobras desviantes de futebol, fado, telenovelas, «casos» judiciais e inquéritos parlamentares, mantêm a população enganada e iludida naquilo que Eduardo Lourenço definia há dias como «excesso de auto-estima» que alterna com momentos de depressão, lamentos e impulsos de insurreição. Parece que ainda somos o País de grande desenvolvimento de há cinco séculos em que se vivia facilmente com as especiarias que chegavam do mundo recentemente descoberto, ou de há 20 anos em que se perdeu a noção da necessidade de trabalhar e produzir porque a União Europeia nos financiaria os luxos e o consumismo.

É urgente dar ouvidos a Ernâni Lopes quando nos diz com muita clareza que é preciso substituir imediatamente uma série de defeitos e erros pelas virtudes que se lhes opõem, aquelas que fazem as pessoas sentir-se honradas, independentes e moralmente ricas. Há que começar já a alteração de mentalidades e procedimentos e isso deve ser iniciado pelo Governo que deve dar o exemplo da dignidade e clareza de propósitos e fomentar a moralização do regime e do País. Todos devemos ajudar dentro das respectivas capacidades, mas o responsável pelo País é, e não pode deixar de ser, o Governo.

Imagem da Internet.

Mais um recuo do Governo?

Isto prova que não aprenderam o método de «pensar antes de decidir». Parece que o ministério, em vez de fechar escolas, tem que criar uma escola especial para ensinar os políticos, incluindo a ministra, a preparar bem as decisões e a não falare antes de ter a certeza de que o que vão dizer tem mais valor do que o silêncio. Por favor, para não perderem o rsto de credibilidade que ainda tiverem, não pequem por falar. Não digam baboseiras inconsequentes e insensatas para não perderem a pouca confiança que ainda possam ter. Os portugueses gostariam de ter governantes de que se orgulhassem.

Transcreve-se o início da notícia (quem desejar ler mais faça clic no seu título)

Ministério da Educação "vai ter de recuar" no fecho das escolas
Jornal de Notícias. 13-06-2010. Por Ivete Carneiro

Decisão viola cartas educativas que foram pedidas, subsidiadas e aprovadas pelo Governo.

A decisão do Ministério da Educação de fechar as escolas primárias com menos de 21 alunos faz tábua rasa das Cartas Educativas que pediu às autarquias, subsidiou e aprovou. E chega sem alternativas no terreno: poucos dos centros escolares previstos estão de pé.

Ninguém acredita nos números, apesar de a ministra Isabel Alçada garantir que já tem acordo com autarquias para encerrar muitas das perto de mil escolas do 1º ciclo com menos de 21 alunos. Dessas, 400 já tinham fecho decretado e só por especial favor funcionaram este ano. Do total, 500 não deverão reabrir em Setembro, determinou o Governo.

"Eles sabem que não vão conseguir", diz Francisco Almeida, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). E José António Ganhão, da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), não acredita mesmo. O Ministério "vai ter de recuar", pelo simples facto de que não há, no terreno, condições para realojar as crianças. "Haverá casos em que será possível, mas não são a maioria", diz o autarca de Benavente, que lamenta o desrespeito pelas autarquias e pelas famílias. (…)


Será também interessante a leitura de «Costas voltadas ao rural».

Imagem da Internet.

Políticos mentirosos???

Gostaríamos que houvesse razões para termos pelos nossos políticos o máximo respeito e sentirmos neles o maior orgulho, mas infelizmente eles distraem-se e dão-nos grandes desilusões, com demasiada frequência.

Ou serão os jornais que mentem?

Agora surge este título «Mário Nogueira acusa Governo de “faltar à verdade junto do tribunal”», este «“O tribunal foi induzido em erro”», este «Jogo político à volta de uma não-mentira» e mais este «Granadeiro obrigado a mentir», além de muitos outros menos recentes referentes à mexida nos impostos, nomeadamente no IRS e a outros assuntos relevantes para a vida dos portugueses.

O ministério da Educação, em vez de fechar escolas, deveria criar uma escola especial para ensinar os políticos a «pensar antes de decidir» e a não falar antes de ter a certeza de que o que vão dizer tem mais valor do que o silêncio. Não pequem por falar, dêem prioridade à acção. Não digam baboseiras inconsequentes e insensatas para não aumentarem a falta de credibilidade. Comportem-se com um mínimo de civismo se não puderem ser idealmente educados e urbanos.

Devem respeitar-se, desenvolvendo valores éticos, sentido da responsabilidade e da honra, dedicação aos interesses nacionais, de todos os cidadãos em geral e por igual. Os portugueses gostariam de ter governantes e políticos de que se orgulhassem, porque tal como isto está, não podem rever-se nos seus representantes institucionais.

Ricardo Rodrigues reduz âmbito da Política???

Ricardo Rodrigues afirmou á agência Lusa que "quando um juiz tem a tentação de querer meter-se nas decisões políticas ou quando um político tem a tentação de meter-se em decisões judiciais, parece que o estado de direito fica em causa porque fica em causa a separação de poderes"."É bom para a democracia que os juízes apliquem a justiça e que os políticos administrem a política".

Da forma como o deputado Ricardo Rodrigues refere a separação dos assuntos da Justiça e os da Política, certamente também defenderá os assuntos da Educação e os da Política, os assuntos da Saúde e os da Política, os assuntos militares e os da Política, o que me leva a ter curiosidade de saber que conceito tem o Sr. deputado de Política.

Numa consulta rápida encontrei estas definições:

- «Política denomina arte ou ciência da organização, direcção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa).»

- «O termo política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles, para aquele filósofo categorizava funções e divisão do Estado e as várias formas de Governo, com a significação mais comum de arte ou ciência do Governo; desde a origem ocorreu uma transposição de significado das coisas qualificadas como político, para a forma de saber mais ou menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas.»

Certamente o Sr. deputado terá outro conceito, o de tricas inter-partidárias para a conquista e manutenção do poder, para o que vale tudo como legalizar hábitos imorais e sem ética (como demonstrou quando defendeu a Lei do Financiamento dos Partidos), ou como fazer uma «acção directa» aos gravadores, ferramenta de trabalho dos jornalistas, ou ocultar provas de actos de duvidosa licitude, como na comissão de inquérito aos negócios da TVI.

Se politiquice pode ter tais aspectos menos positivos, será bom que nada nos sectores válidos da Nação se confunda com a política com p minúsculo, nem a Justiça, nem a Educação, nem a Saúde, nem a Defesa Nacional nem a Segurança Interna, NADA.

Mas se a Política é a «arte ou ciência da organização, direcção e administração de nações ou Estados», então parece que ela tem a ver com tudo e cai sobre ela a responsabilidade pelo bom funcionamento de todos os sectores do Estado (Nação, num território, politicamente organizada).

E quanto à influência de sentido inverso, deve concluir-se que, em Democracia, todos os componentes da Nação, em quem reside a soberania, têm o dever de cidadania de observar atentamente a forma como os seus mandatários estão a desempenhar as funções para que os cidadãos os elegeram e alertar para a necessidade de fazer correcções do rumo sempre que este se desviar das promessas eleitorais ou do sentido mais adequado para fazer face a situações inesperadas. Para isso, os cidadãos podem agir individualmente ou associados em grupos de vária natureza.

Situação a precisar de boa terapia

Transcrição seguida de NOTA:
Insustentável
Jornal de Notícias 12-06-2010. Por Pedro Baldaia

O presidente da República considera que a situação do país é "insustentável", enquanto o primeiro-ministro considera que não, que é apenas "difícil, como no resto da Europa. Quem tem razão é Cavaco, mas Sócrates dá uma ajuda, porque de facto a situação é insustentável em toda a Europa. Tem razão Sócrates quando destaca do discurso presidencial o apelo à união, ao compromisso, entre políticos, patrões e trabalhadores, para tirar este país desta crise onde cresceu.

O país não entrou em crise, o país tem-se desenvolvido em crise. Em crise de valores, em crise de justiça social, em perda de legitimidade da classe política. É insustentável sair desta crise económica sem cuidar de construir outro país. É insustentável manter esta Europa sem fazer dela uma federação com direitos e obrigações iguais para todos.

Temos de ser mais exigentes na produção de riqueza e na sua distribuição, sem demagogias, mas também sem medo de ser politicamente incorrecto e exigir que os especuladores que acumulam não possam esconder a cara atrás das leis do mercado.

É insustentável que os próximos governos se limitem a fazer o que fizeram todos os governos desde que Portugal aderiu à União Europeia. Não chega receber de Bruxelas e despejar pelo país. São precisas ideias. Ideias que não tiveram Cavaco, Guterres, Durão, Santana e Sócrates. Uns melhor e outros pior, limitaram-se a conduzir a direito.

É preciso gente nova, gente que não tenha medo de perder eleições na tentativa de ganhar um país mais justo e solidário.

NOTA: Uma interessante abordagem do problema. Neste blog podem ser encontrados textos que dão mais amplitude à análise da situação «insustentável». Podem ser pesquisados pelas palavras: ruptura, jovens, código, crise, reestruturação, governar, interesses nacionais, etc.

Pacheco Pereira e o negócio TVI

Há cerca de 20 anos conheci de perto o Dr. José Pacheco Pereira e aquilo que tenho observado das suas atitudes mostra que se mantém coerente com o seu método muito racional de analisar as circunstâncias e a frontalidade e coragem com que enfrenta situações em que a maior parte se encolhe e desvia.

A forma como se comportou na comissão parlamentar de inquérito ao caso TVI, referida na notícia que pode ser lida abrindo link «Pacheco Pereira ameaçou e ganhou», mostra a sua têmpera que nos faz lembrar a deputada brasileira Cidinha Santos aqui



e também aqui,


e de quem não se têm visto réplicas em Portugal.