(Publicada em A Capital em 20 de Maio de 2005)
Notícias recentes dizem que 36 por cento do Continente está em risco de ser atingido pela desertificação devido à crescente aridez do solo em consequência da seca. É altura de se perguntar para que servem os inúmeros funcionários dependentes do Ministério da Agricultura. Consta que são cinco por cada agricultor! Será que já se informaram em Israel e em Marrocos como se vence o deserto? Israel conseguiu transformar vastas extensões do deserto do Neguev em férteis pomares. Por seu lado, Marrocos levou a cabo sistemas de irrigação que tiveram efeito parecido em zonas antes não produtivas. Ora, em Portugal, não se trata de combater o deserto, mas sim de evitar que ele surja onde ainda se pode fazer agricultura, o que é um problema mais fácil. Talvez seja de chamar técnicos daqueles países para cá virem ensinar-nos.
Onde está o Plano de Regas do Alentejo de que já se falava quando, nos anos 60, se começava a construir o Complexo Industrial de Sines e a delinear a Barragem do Alqueva? Onde está o plano do transvase das águas do Douro para o Tejo com destino às regas do Alentejo, através de uma série de barragens do Rio Côa e de outras no rio Zêzere, e que serviria também para a irrigação da Beira Interior, muito para além da Cova da Beira.
O clima pode mudar, mas a desertificação não é inevitável; é muito mais fácil de evitar do que foi a obra dos Israelitas e dos Marroquinos, para não citar outros. A dúvida é se haverá por cá pessoas com capacidade para esta tarefa, de entre as muitas que pesam no orçamento da agricultura. Ou se haverá um governante que decida demitir grande parte destes funcionários e, em troca, contratar técnicos estrangeiros de reconhecida competência e provas já dadas. Os problemas do nosso País não são novidade no mundo, mas a falta de determinação para os resolver pode ser uma coisa extremamente rara. Esperamos que o futuro próximo tranquilize os espíritos mais preocupados.
CONCORRÊNCIA DESLEAL
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