sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Impressões de viagem. 050613

(Enviada aos jornais em 13 de Junho de 2005)

Foi-me pedido por alguns amigos que, no regresso de um curto passeio, lhes dissesse as minhas impressões. O calor que caracterizou a semana, não me permitiu andar quanto tinha previsto e, pelo contrário, tive de passar muito tempo debaixo de telha. Mesmo assim, há algumas conclusões muito típicas e definidoras do Portugal de hoje.

1. Em mais de 1.000 Km percorridos vi apenas três patrulhas da BT/GNR. Uma nas obras no local de ligação do IP3 à futura auto-estrada que substitui o IP5, próximo de Viseu; dois carros da BT no IC2, perto de Condeixa (os guardas estavam a conversar entre si); uma outra patrulha, na A1 perto de Santa Iria da Azóia no local onde estão a colocar cabos de electricidade em postes de novo modelo. Possivelmente, andam todos à paisana nas novas viaturas não identificadas... Mas talvez não fosse necessário terem adquirido tantas !!! A presença dos homens fardados a fiscalizar a documentação dos carros e o grau de alcoolemia, teria um útil efeito dissuasor.

2. A auto-estrada do IP3 entre Régua e Vila Real, é uma maravilhosa obra de engenharia, contornando a montanha, sempre com o mesmo declive o que demonstra um prévio trabalho de levantamento topográfico perfeito, com obras de arte (viadutos) ousados mas eficientes e com segurança para o trânsito, e óptimas vistas para os vinhedos em socalco do Douro.

3. A descida do Marão para Amarante é muito inclinada e sinuosa, o que exige cuidado dos condutores, mas que não representa perigo para quem circular com atenção e dentro dos limites aconselhados. Se alargarem a via e cortarem curvas, o declive será aumentado o que, aliado a maior velocidade, ocasionará mais acidentes, dada a mentalidade dos ases do volante lusitanos.

4. Transitar em auto-estradas é uma solução muito rápida, segura e cómoda para grandes distâncias. Pelo contrário, nas pequenas distâncias, a sinalização das estradas nacionais e municipais é deficiente, exigindo um bom conhecimento da região, mas quem a conhece não precisa da sinalização, a qual, desta forma, se torna inútil, geradora de confusões e, por isso, excessivamente cara ao erário. Perguntar o caminho para... é outro problema. A resposta é «não tem nada que enganar» e depois uma série pouco rigorosa de vira à direita, vira à esquerda, etc...

5. O IP5, prestes a mudar de configuração, continua com os sinais toponímicos nada esclarecedores de saída para «Trânsito Local», que nem sequer estão numerados. de maneira que, quando for visitar aquele seu amigo, procure que ele lhe consiga dizer em qual «Trânsito Local» terá de sair.

6. Felizmente, não testemunhei situações de condução perigosa, mas vi, em situação de nevoeiro, muitos carros apenas com os mínimos, pouco visíveis, e muitos outros com apenas um farol aceso, sendo por vezes o do lado direito, o que representa um perigo sério de colisão frontal, de noite ou com pouca visibilidade. Nos arredores de Lisboa, esta deficiência também é frequente (desconheço a razão de a polícia não detectar estas infracções!).

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