(Publicado no «Público», 24 de Outubro de 2002)
Uma das virtudes da democracia é a garantia de direitos dos cidadãos: religião, associação, opinião, expressão, etc. Um regime democrático deve ter por objectivo assegurar o bem-estar e o direito à procura da felicidade a todos os cidadãos.
Porém, assistimos a coisas confusas. Uma é a exoneração de um general, pelo facto de , no seu cargo não poder ter opinião que desagrade ao Governo ou ao PR. Tem de concordar cega e incondicionalmente com os líderes políticos. Enfim, tem de ser um autómato, um «yes man». Pergunto: a quem interessa um tal indivíduo?
É possível que, com tais excelsas virtudes, agrade àquele grupo de indivíduos que se reúnem no «cabaré da coxa» a apelidarem-se mutuamente de mentirosos, palermas e a deixarem subentender outros epítetos mais elucidativos, em espectáculos impróprios para pessoas sensíveis, além desses mimos que trocam entre si (e nos quais devemos acreditar porque eles conhecem-se bem!) falam de tricas e coscuvilhices que pouco ou nada contribuem para os grandes objectivos da democracia que atrás referi.
Sei que, em plena guerra do Ultramar, a política do governo era analisada e criticada nas salas de aula do IAEM em Pedrouços. Preparavam-se, assim, generais esclarecidos, com capacidade de análise, com competência para apresentarem propostas (mesmo que o Governo as não aproveitasse). Agora, pelo contrário, o poder político não dá aos generais o direito de pensarem e dizerem o que pensam. Têm que se limitar a papaguear «his master’s voice».
Porém, não consta que tenha sido exercida repressão semelhante, que tenha sido imposta qualquer mordaça a profissionais de outros sectores (a não ser na Polícia Judiciária e na PSP do Porto). Quem garantirá, no futuro, a soberania e a segurança do nosso país?
P.S.: Para que não restem dúvidas e não sejam levantadas especulações de me moverem motivações políticas anti-governo, declaro que votei no Partido do Ministro da Defesa, nas últimas eleições, mas não sou um amordaçado incondicional.
Uma das virtudes da democracia é a garantia de direitos dos cidadãos: religião, associação, opinião, expressão, etc. Um regime democrático deve ter por objectivo assegurar o bem-estar e o direito à procura da felicidade a todos os cidadãos.
Porém, assistimos a coisas confusas. Uma é a exoneração de um general, pelo facto de , no seu cargo não poder ter opinião que desagrade ao Governo ou ao PR. Tem de concordar cega e incondicionalmente com os líderes políticos. Enfim, tem de ser um autómato, um «yes man». Pergunto: a quem interessa um tal indivíduo?
É possível que, com tais excelsas virtudes, agrade àquele grupo de indivíduos que se reúnem no «cabaré da coxa» a apelidarem-se mutuamente de mentirosos, palermas e a deixarem subentender outros epítetos mais elucidativos, em espectáculos impróprios para pessoas sensíveis, além desses mimos que trocam entre si (e nos quais devemos acreditar porque eles conhecem-se bem!) falam de tricas e coscuvilhices que pouco ou nada contribuem para os grandes objectivos da democracia que atrás referi.
Sei que, em plena guerra do Ultramar, a política do governo era analisada e criticada nas salas de aula do IAEM em Pedrouços. Preparavam-se, assim, generais esclarecidos, com capacidade de análise, com competência para apresentarem propostas (mesmo que o Governo as não aproveitasse). Agora, pelo contrário, o poder político não dá aos generais o direito de pensarem e dizerem o que pensam. Têm que se limitar a papaguear «his master’s voice».
Porém, não consta que tenha sido exercida repressão semelhante, que tenha sido imposta qualquer mordaça a profissionais de outros sectores (a não ser na Polícia Judiciária e na PSP do Porto). Quem garantirá, no futuro, a soberania e a segurança do nosso país?
P.S.: Para que não restem dúvidas e não sejam levantadas especulações de me moverem motivações políticas anti-governo, declaro que votei no Partido do Ministro da Defesa, nas últimas eleições, mas não sou um amordaçado incondicional.
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