(Publicado no «Público», 24 de Agosto de 2002)
Ninguém tem dúvidas de que os fogos florestais são um drama de terríveis consequências por destruírem património de muitos cidadãos, por aniquilarem grande parte do pulmão natural, contribuindo para as alterações climáticas cujos efeitos têm sido bem visíveis nas cheias que fustigam a Europa Central.
As florestas do país são uma riqueza nacional, de todos nós, que, por isso, devem ser defendidas por todos. Não podemos ficar à espera que o Governo ou o Parlamento resolvam esse nosso problema. Estes fazem leis, por vezes não regulamentadas, que não são práticas e exequíveis (até fixam o período dos fogos florestais, como se estes obedecessem a calendários legais!). Os outros, como temos presenciado nos últimos anos, defendem-se dizendo que investiram ene milhares de contos na prevenção! Que prevenção? Qual a eficácia dessas despesas? A realidade dá a resposta a estas perguntas...
Porém, há autarquias, instituições locais e populações, perfeitamente esclarecidas, que compreendem que tão magno problema só poderá resolver-se com a participação activa de cada um, no âmbito da prevenção. A actuação mais eficaz face aos incêndios florestais deve ser orientada para a prevenção e, para no caso de algum deflagrar, facilitar o combate precoce e permitir o acesso rápido dos bombeiros aos mais diversos locais, e o adequado abastecimento de água.
No Telejornal de 3 de Agosto ficou a saber-se dos patrulhamentos de vigilância da floresta levados a cabo pelos sócios do motoclube de Alcains, com o apoio do município e em ligação com os bombeiros. Em 18 de Agosto, na página 4 do PÚBLICO, o jornalista António Moura assina uma bem elaborada reportagem sobre a meritória actuação coordenada pelas autoridades e pela população de Mortágua na abertura e manutenção de asseiros, na criação de pontos de água, na conservação de caminhos e na vigilância da vasta área florestal do concelho. Por isso, Mortágua gaba-se, com justificado orgulho, de não ter sofrido incêndios florestais nos últimos anos.
Estas são duas lições que merecem ser aprendidas e seguidas por todo o país. Os interesses nacionais são importantes demais para serem deixados aos políticos; temos de nós próprios os tomarmos em mãos com vontade firme de os resolver.
A Decisão do TEDH (396)
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