(Publicado no «Público», 9 de Setembro de 2002)
Em Portugal passam-se coisas estranhas, contrárias ao progresso e que, assim, justificam o nosso atraso em relação aos parceiros europeus.
Quando certas actividades ilegais se tornam frequentes, em vez de serem tomadas medidas que as evitem, altera-se a lei de modo a que elas deixem de ser ilegais. Não sei onde iremos parar, por este caminho íngreme.
Em defesa de algumas dessas «modernas» medidas legislativas, surge agora com um ênfase digno do «Velho do Restelo», tão caricaturado por Camões, o endeusamento da tradição. Espero que tal atitude não nos coloque a viver, novamente, sem água canalizada, sem electricidade, sem telefone, sem estradas alcatroadas, sem automóveis, etc. etc.
A tradição, o apego às nossas raízes, é bonito como folclore, como artesanato e pouco mais. Nós, como qualquer país que queira acompanhar o progresso dos outros países do mundo, temos que inovar, que procurar formas mais originais, eficientes e civilizadas de resolver as coisas. Temos que ser mais criativos e isso não se compadece com apelar, com exagerado apego, à tradição, para que tudo volte aos tempos da pedra lascada. Parece que queremos imitar, na sua capacidade de retrocesso, o Presidente do Zimbabwe, em vez de fixarmos atentamente o esforço de modernização em curso na Coreia do Norte que quer romper com a tradição, como bem nos conta no seu artigo, a jornalista APC, na página 11 do PÚBLICO de 31 de Julho.
Num mundo que avança a uma velocidade estonteante (analisemos os avanços da tecnologia ocorridos na última década), não se pode perder muito tempo a olhar para trás; só o necessário para melhor fixar a rota para a frente.
Em Portugal passam-se coisas estranhas, contrárias ao progresso e que, assim, justificam o nosso atraso em relação aos parceiros europeus.
Quando certas actividades ilegais se tornam frequentes, em vez de serem tomadas medidas que as evitem, altera-se a lei de modo a que elas deixem de ser ilegais. Não sei onde iremos parar, por este caminho íngreme.
Em defesa de algumas dessas «modernas» medidas legislativas, surge agora com um ênfase digno do «Velho do Restelo», tão caricaturado por Camões, o endeusamento da tradição. Espero que tal atitude não nos coloque a viver, novamente, sem água canalizada, sem electricidade, sem telefone, sem estradas alcatroadas, sem automóveis, etc. etc.
A tradição, o apego às nossas raízes, é bonito como folclore, como artesanato e pouco mais. Nós, como qualquer país que queira acompanhar o progresso dos outros países do mundo, temos que inovar, que procurar formas mais originais, eficientes e civilizadas de resolver as coisas. Temos que ser mais criativos e isso não se compadece com apelar, com exagerado apego, à tradição, para que tudo volte aos tempos da pedra lascada. Parece que queremos imitar, na sua capacidade de retrocesso, o Presidente do Zimbabwe, em vez de fixarmos atentamente o esforço de modernização em curso na Coreia do Norte que quer romper com a tradição, como bem nos conta no seu artigo, a jornalista APC, na página 11 do PÚBLICO de 31 de Julho.
Num mundo que avança a uma velocidade estonteante (analisemos os avanços da tecnologia ocorridos na última década), não se pode perder muito tempo a olhar para trás; só o necessário para melhor fixar a rota para a frente.
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