Reflexão sobre o «terramoto» gerado pelos resultados obtidos por Le Pen na primeira volta das presidenciais em França, o que evidencia que a Democracia e as suas realidades não são aceites na sua totalidade. Os votos dos cidadãos não são todos iguais.
Tudo o que começa terá um fim. Todas as coisas transportam em si um «gene» de autodestruição. Há plantas que apenas duram um ano; há animais que vivem até à primeira cópula. Na maior parte dos casos desconhece-se exactamente o período de vida previsto.
Será que a Democracia está já a evidenciar que esta regra da natureza também se lhe aplica? Os eleitores, teoricamente, escolhem para seus representantes os melhores elementos da comunidade. Mas isto só é verdade em teoria, pois começa por a escolha não ser totalmente livre, pois é circunscrita aos voluntários, isto é àqueles que se colocaram em bicos de pés a candidatarem-se e, depois a fazerem promessas por vezes irreais, mas quase sempre demagógicas e sem perspectivas sinceras de virem a ser cumpridas.
E a escolha nunca é considerada incontroversa. Os vencedores dizem que o povo é sábio e conseguiu discernir onde está a virtude e desprezou as promessas demagógicas e a falta de capacidade os adversários. Por outro lado, os vencidos afirmam que o povo está mal esclarecido, não soube avaliar a sua capacidade de realização, o seu programa altamente valioso para bem da comunidade, e deixou-se iludir pelas promessas vãs e irrealizáveis dos que venceram.
Em que ficamos? Os partidos acreditam ou não na Democracia? Esta merece-lhes respeito sempre ou só às vezes?
Internacionalmente, os governantes não gostam que as eleições nos países vizinhos dêem resultados opostos aos interesses das suas próprias cores. Recorde-se o que sucedeu na Áustria quando o partido do xenófobo Jörg Haider teve assento na coligação governamental. Agora em França, em relação aos resultados eleitorais de Jean-Marie Le Pen. Nestes casos, não se aceitam os votos dos eleitores, democraticamente expressos, porquê? Qual a razão de não se acatarem os resultados da democracia, em todos os casos, quando livremente expressos, e de se considerar um tremor de terra, um drama, etc.?
Concordo que se Le Pen vier ou viesse a ser Presidente, possivelmente, os eleitores não voltariam a ter oportunidade de votar democraticamente. Poderia ser a morte da Democracia.
Mas, então, há que procurar o antídoto contra esse «gene» de autodestruição inserido na Democracia. Aos políticos intelectualmente mais dotados, coloca-se o dever de teorizarem uma nova e moderna versão da Democracia que dificulte ou impeça o avanço do vírus que procura destruí-la. Sem esse antídoto, ou deixa de se falar em democracia, ou terá de se aceitá-la em toda a sua vasta complexidade, tal como os filósofos gregos a imaginaram, um homem um voto, e não há votos maus e votos bons.
Com estes terramotos, fica-nos a dúvida dolorosa do sentido em que tudo isto evoluirá.
Tudo o que começa terá um fim. Todas as coisas transportam em si um «gene» de autodestruição. Há plantas que apenas duram um ano; há animais que vivem até à primeira cópula. Na maior parte dos casos desconhece-se exactamente o período de vida previsto.
Será que a Democracia está já a evidenciar que esta regra da natureza também se lhe aplica? Os eleitores, teoricamente, escolhem para seus representantes os melhores elementos da comunidade. Mas isto só é verdade em teoria, pois começa por a escolha não ser totalmente livre, pois é circunscrita aos voluntários, isto é àqueles que se colocaram em bicos de pés a candidatarem-se e, depois a fazerem promessas por vezes irreais, mas quase sempre demagógicas e sem perspectivas sinceras de virem a ser cumpridas.
E a escolha nunca é considerada incontroversa. Os vencedores dizem que o povo é sábio e conseguiu discernir onde está a virtude e desprezou as promessas demagógicas e a falta de capacidade os adversários. Por outro lado, os vencidos afirmam que o povo está mal esclarecido, não soube avaliar a sua capacidade de realização, o seu programa altamente valioso para bem da comunidade, e deixou-se iludir pelas promessas vãs e irrealizáveis dos que venceram.
Em que ficamos? Os partidos acreditam ou não na Democracia? Esta merece-lhes respeito sempre ou só às vezes?
Internacionalmente, os governantes não gostam que as eleições nos países vizinhos dêem resultados opostos aos interesses das suas próprias cores. Recorde-se o que sucedeu na Áustria quando o partido do xenófobo Jörg Haider teve assento na coligação governamental. Agora em França, em relação aos resultados eleitorais de Jean-Marie Le Pen. Nestes casos, não se aceitam os votos dos eleitores, democraticamente expressos, porquê? Qual a razão de não se acatarem os resultados da democracia, em todos os casos, quando livremente expressos, e de se considerar um tremor de terra, um drama, etc.?
Concordo que se Le Pen vier ou viesse a ser Presidente, possivelmente, os eleitores não voltariam a ter oportunidade de votar democraticamente. Poderia ser a morte da Democracia.
Mas, então, há que procurar o antídoto contra esse «gene» de autodestruição inserido na Democracia. Aos políticos intelectualmente mais dotados, coloca-se o dever de teorizarem uma nova e moderna versão da Democracia que dificulte ou impeça o avanço do vírus que procura destruí-la. Sem esse antídoto, ou deixa de se falar em democracia, ou terá de se aceitá-la em toda a sua vasta complexidade, tal como os filósofos gregos a imaginaram, um homem um voto, e não há votos maus e votos bons.
Com estes terramotos, fica-nos a dúvida dolorosa do sentido em que tudo isto evoluirá.
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