quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Até quando o drama nas estradas


(Publicado na revista «Pela Lei e Pela Grei)

Terminou o Carnaval e aproximam-se as férias da Páscoa. Como vem sendo costume em todas as épocas festivas, o ambiente de alegria e felicidade de muitas famílias vai ser toldado pelo luto, pela dor, pelo desgosto da perda de familiares, em muitos casos sem culpa, dramaticamente apanhados pelos tentáculos do polvo devorador que infesta as nossas estradas. Apesar das promessas das autoridades governamentais, vão continuar a morrer nas estradas muitos cidadãos, a maior parte deles jovens que se preparavam para produzir, e de quem o país precisava.

Não vale a pena nem é humano dizer que morrem mais ou menos do que em anos anteriores. Não devemos contabilizar os seres humanos como rezes. A morte de uma só pessoa já é de lamentar; um morto já é demais. E a verdade é que morrem muitas. É preciso, é inadiável, que se abram os olhos para um drama que aflige centenas de famílias, com maior incidência em momentos que deviam ser de festa e de convívio descontraído. Dezenas de pessoas ceifadas no vigor da vida; centenas de pessoas feridas, algumas acabando por falecer em consequência do acidente; outras perdendo a sua autonomia de vida, ficando dependentes de familiares ou da Segurança Social, outras acabando psicologicamente traumatizadas para sempre. E, materialmente falando, largos milhares de contos perdidos por particulares, por empresas seguradoras, pelo serviço de saúde, etc., afectando a balança comercial do País.

Quantas refeições de convívio familiar deixam de ser comidas, quantas roupas garridas são substituídas por luto, quantas festas são abandonadas para correr ao hospital ou ao funeral. Tudo isto pode acontecer a cada um de nós, Tudo isto pode ser causado por um misto de buracos na estrada, má sinalização, avaria de um farol, pressa, desconcentração, falta de civismo, irresponsabilidade, incompetência, imperícia, incapacidade para a condução, etc.

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