(Envida aos jornais em 21 de Junho de 2005)
Têm sido anunciadas medidas para acabar com o défice, mas parecem medidas pontuais para durarem, na melhor das hipóteses, até 2009. Aquilo que era desejável era um plano de longo prazo, com compromisso de outros partidos, que evitasse avanços e recuos e se orientasse para o desenvolvimento sustentável do país, para bem-estar, felicidade e segurança da população. Depois, nesse planos seriam inseridas coerentemente as medidas destinadas a fazer face ao actual défice e a evitar défices futuros. Pelo contrário, verifica-se que as medidas tomadas, em vez de reduzirem a burocracia, simplificarem os procedimentos administrativos e eliminarem funções e actividades desnecessárias, supérfluas, que apenas geram confusão, criam, novas funções, admitem mais funcionários e aumentam a burocracia que, por definição, é um mal infeccioso que gera o tráfico de influências e a corrupção.
Há um procedimento tradicional errado que não se vê modo de acabar. Quando um organismo deixa de ser eficiente, em vez de ser reestruturado, ou se impossível, eliminado e substituído, deixa-se a continuar «criar ruído» e cria-se outro para a mesma função. Mais tarde, surgem conflitos entre os dois organismos e o mau procedimento leva a criar um terceiro!!! Isto não é anedota. É real. Há pouco tempo, a propósito de carne em mau estado à venda num talho, aparecerem na TV representantes de três serviços do Estado, cada um deles a dizer que a responsabilidade era dos outros dois. E essa profusão de serviços mal definidos e inúteis fica cara ao bolso do contribuinte e é geradora de défice. Mas parece ser uma situação útil aos partidos que, assim, têm mais possibilidades de encaixarem os seus protegidos através de «nomeação política», como temos lido e ouvido nos últimos dias.
Não encanta ouvir falar da coragem de tomar medidas, que não se enquadrem numa estratégia que dê garantias de um futuro mais promissor para os actuais habitantes e para os vindouros, mas nessa ideia directriz e respectivos objectivos não se ouve falar.
CONCORRÊNCIA DESLEAL
Há 50 minutos
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