(Publicada no Metro em 27 de Junho de 2005)
Os acidentes nas estradas continuam com uma intensidade arrepiaste, apesar de os legisladores terem aumentado as sanções para as infracções ao código mais frequentes Houve quem tivesse mostrado optimismo, esperando que a tragédia rodoviária diminuísse. Puro engano. Os legisladores não conhecem o mundo real e cada gesto seu faz lembrar o náufrago que não sabe a que se agarrar e esbraceja. Lêem-se os mais diversos comentários contra as estradas, o código, as polícias, mas raramente se encontra uma análise convincente das causas do fenómeno. Porém, há tempos, um sociólogo apontava, como causa fundamental, o comportamento de risco instalado na camada jovem. A apetência pelo perigo leva muito jovem a ultrapassar os limites da segurança, para além dos quais o domínio do carro se torna impossível perante a mínima dificuldade de aderência, força centrífuga, equilíbrio, etc.
Por seu lado a PRP gasta um orçamento considerável em cartazes teoricamente bonitos, mas, na prática, completamente inócuos, sem qualquer efeito. No entanto, há slogans que ficam na memória e mantêm validade. Cito o velho «vale mais perder um minuto na vida do que a vida num minuto». Há dias, recebi por e-mail um outro muito interessante «mais vale chegar atrasado neste mundo do que adiantado no outro».
Mas, a melhor lição veio do piloto de fórmula 1 Tiago Monteiro que, interrogado sobre o objectivo da corrida, respondeu que desejava chegar ao fim. E tem sabido chegar ao fim, m todas as corridas, tendo já batido o recorde dos novatos com mais corridas sem desistências. «Chegar ao fim» deve ser o objectivo de todo o condutor quando inicia uma qualquer viagem. É de acrescentar: chegar ao fim com segurança, com comodidade para os passageiros e com economia da mecânica e do combustível. Conseguir isto é elogioso para o condutor, mas atingir alta velocidade apenas é virtude da potência do motor e não denota competência de quem conduz. Acreditar e levar a sério o Tiago Monteiro é vantajoso par cada condutor, para a sua família e para a sociedade em geral. É preciso querer e saber chegar ao fim da viagem.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
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