(Publicada no Diário de Notícias em 9 de Setembro de 2005)
Os números vindos a público referem 600 mortos na estrada desde o início do ano. Se juntarmos a este número as centenas de deficientes para o resto da vida, dependentes da caridade do Estado ou de familiares, e os dias de trabalho perdidos pelos feridos ligeiros, temos de concordar que o País está perante uma guerra permanente de desgaste no potencial humano, além dos materiais com o consequente agravamento da balança comercial.
Não será de estranhar que surjam mais associações, fundações e institutos a pedirem subsídios para combater este flagelo. Porém, espera-se que os governantes, com a sua visão global devidamente esclarecida, não se deixem seduzir pelo canto das sereias e não percam a noção daquilo que é essencial, não o confundindo com a fumaça e o ruído embriagador. Associações desse género já existem em grande número, ficando caras ao erário público, sem produzir resultados visíveis. A tragédia tem permanecido em números preocupantes.
Perante a ineficácia desses organismos, parece que o esforço de contenção deve ser exercido numa eficaz conjugação das acções policiais e judiciais, traduzida numa fiscalização intensa que torne menor a probabilidade de o infractor ficar impune, e numa decisão judicial rápida e severa que tenha efeito dissuasor. Um homicídio praticado com um automóvel causa maior mal , devido aos danos colaterais, do que um homicídio com arma de fogo. Quando os habituais causadores de acidentes começarem a ver o resultado daquela conjugação de acções, certamente passarão a arriscar menos. Nestas condições, é desejável que os ministérios respectivos tomem as medidas mais adequadas a fim de estancarem esta sangria que corre do corpo de muitos inocentes, por incúria de condutores criminosos e de autoridades pouco eficazes.
A Decisão do TEDH (398)
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