(Publicada no Destak em 21 de Outubro de 2005, p. 19)
S.Ex.ª o Presidente da República, no desenvolvimento da sua acção cívica, ultimamente muito intensa, aconselhou o patriotismo como condição essencial para ultrapassar a crise económica e financeira que o País atravessa. Os actuais governantes, que tão apaparicados têm sido pelo Presidente, devem acolher este sensato conselho e esforçar-se por dar o exemplo ao bom povo que é capaz de todos os sacrifícios para bem do seu País. Claro que, ao sugerir que os governantes e os políticos em geral se esforcem por dar tal exemplo, tenho consciência de que, para eles, isso representa um sacrifício tão desmesurado e para o qual não estão vocacionados, que não é fácil tornar-se realidade. E para compreendermos que assim é, basta olhar para as notícias que referem o desejo dos deputados terem um novo edifício (mais um) para os seus gabinetes, a pressão dos deputados para os cortes nos seus benefícios e mordomias serem adiados (para o dia de S. Nunca), o caso escandaloso das pensões vitalícias dos políticos ao fim de poucos anos de cargo, a dança dos políticos para melhores cargos nos institutos e empresas estatais, etc. Compreende-se que os políticos não estejam interessados em privatizar, para não perderem as oportunidades de poleiros cómodos e bem remunerados. Conclui-se que as participações estatais em empresas não se destinam a melhorar os métodos de gestão ou a produtividade, pois a realidade (ou virtualidade!) do défice evidencia de forma clara a incapacidade gestionária dos políticos, bem como a sua fraca competência para o controlo e contenção.
Senhores políticos, respeitem a sugestão do PR. Sejam patriotas. Dêem o exemplo do combate à crise do défice.
Momento cultural
Há 4 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário