sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Promoções turísticas. 050902

(Publicada no Correio da Manhã 2 de Setembro de 2005)

É frequente dizer-se que Portugal é um País de turismo e que esta actividade económica do sector dos serviços será a principal fonte de receitas nos anos futuros. Está presente na memória de todos o slogan «Vá para fora cá dentro», pretendendo-se com ele convencer os nacionais de que os principais ocupantes da hotelaria devemos ser nós, como fermento do desenvolvimento e chamariz de estrangeiros.

Este fim-de-semana, numa revista de um semanário, dei com a fotografia do casal espanhol Sonsoles e José Luíz Zapatero (ele é o primeiro-ministro do principal país da Península Ibérica e um dos maiores da Europa) que estavam a passar férias muito discretamente em Lanzarote ilha do arquipélago espanhol das Canárias, onde vive José Saramago. O Rei passou férias em Maiorca, outra ilha espanhola. Dessa forma, apoiam o turismo nacional, dando publicidade aos locais a que pretendem atrair turistas estrangeiros.

Em Portugal, tem-se assistido a exemplos dados pelos principais responsáveis pelo País, de sentido oposto ao que é considerado ser interesse nacional. Não vou citar exemplos por serem demasiado conhecidos. Por estes e outros casos parecidos é que, ao contrário da Espanha, que é um dos grandes da Europa, Portugal é dos mais pobres e só é dos primeiros naquilo que é mau, como os acidentes rodoviários e os fogos florestais. Recordo-me do saudoso almirante Leonel Cardoso, quando no IDN no encerramento das palestras sobre o tema «Portugal, o País que Somos» no CDN-79, citava a frase «Somos poucos, pobres e profundamente ridículos». E assim vai Portugal... a arder, em todos os sentidos da palavra.

Sem comentários: