(29 de Outubro de 2003)
Têm sido divulgadas na Comunicação Social, em tom de reprovação, notícias de profanações de cemitérios, com actos de feitiçaria e bruxaria. São realmente actos que evidenciam falta de civismo e de democraticidade por não respeitarem os direitos, os interesses sentimentais e as emoções religiosos e de culto dos mortos.
Desrespeitar o sossego dos mortos que jazem num cemitério é, principalmente, uma agressão aos familiares daqueles que ali foram sepultados e aos sentimentos daqueles que lá irão jazer. São atitudes desviacionistas de pessoas que pretendem mostrar excentricidade e inconformismo perante a normalidade e os valores tradicionais.
Mas que dizer da profanação do património nacional, do Panteão Nacional, onde repousam os restos mortais dos maiores vultos da história pátria? Daqueles que pelo serviço prestado ao País, são antepassados de todos nós, os nossos maiores, os que fizeram Portugal? E trata-se de um local que é nosso, de todos os portugueses.
Penso que a palhaçada do lançamento dum livro, que nada tem de apologia à nossa História, não tem o mínimo cabimento em tal lugar sagrado e que podia ter sido realizada na Estufa Fria, no Museu da Electricidade, no Museu da Água, no CCB e até mesmo na Torre de Belém. Mas não num lugar com um significado tão especial.
Ficamos perplexos por não percebermos como é que o ministro da Cultura e o primeiro-ministro autorizaram ou aceitaram que alguém tivesse autorizado tal profanação! E como é que a Comunicação Social, tão atenta a outros actos menos graves, não reagisse devidamente!
Acho que nada justifica um tal desrespeito, uma tal agressão à memória daqueles que nos merecem o mais profundo respeito, daqueles que foram os maiores de entre os grandes portugueses de antanho. Gostava de nunca mais ter conhecimento de outro caso semelhante.
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