(Publicada no Público em 25 de Julho de 2005)
Já correu muita água sob as pontes desde o dia em que um «brilhante» ministro da Administração Interna afirmou publicamente que «estes não são os meus polícias», embora as Polícias estivessem sob a sua tutela. As pessoas não o compreenderam, como não compreendem os «iluminados», os «cérebros brilhantes» que funcionam muitos Ghz mais rápidos do que os dos simples mortais. Recentemente, se não o disse, supõe-se que o tenha pensado que «estes não são os meus juizes», esses malandros que têm férias durante todo o Verão, além do Natal e da Páscoa, dos feriados, das pontes e dos fins-de-semana.
Mas agora, depois de a imprensa ter divulgado o número impensável dos motoristas que tem ao seu serviço, pagos pelos contribuintes, os tais que vêm os seus impostos agravados para suprir as despesas públicas, é, por fim, altura de aquele governante eliminar a palavra «não» da sua frase predilecta e dizer «estes são os meus motoristas». Só que é lamentável que, estando o país em crise, a ponto de o IVA ter sido aumentado para cinco pontos acima daquele que vigora em Espanha, isto é, uma diferença de mais de 30% (21=16x1,31), o que reduz o poder de compra e a qualidade de vida dos cidadãos, surjam exemplos perdulários da parte de quem devia dar prova de espírito de sacrifício e de patriotismo, em sintonia com o apelo feito pelo Presidente da República. Perante isto, continuaremos, sabe Deus até quando, à espera de que os Governantes nos mostrem, com o seu exemplo vivo, o comportamento que devemos adoptar, para que Portugal possa sair da crise e comparar-se aos seus parceiros europeus.
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