(Publicado no «Diário de Notícias», 2003.08.05)
Embora muitas vezes tenha discordado de posições tomadas pelo deputado Manuel Alegre, não posso hoje deixar de o felicitar pela sensibilidade patriótica manifestada acerca da forma arrogante e insensata como o número dois do Pentágono se referiu à GNR.
A designação desta força portuguesa é mais antiga do que qualquer funcionário do Pentágono e do que o tempo que o Iraque tem de Estado independente. Esta designação constitui uma questão exclusivamente nacional que não tem que ser criticada por estrangeiros. Qualquer crítica é ofensiva à nossa soberania, pelo que é louvável a posição de Manuel Alegre.
É certo que, dada a semelhança da designação GNR com a da guarda pessoal do ex-ditador iraquiano, os nossos militares que irão para o Iraque, poderão ver-se envolvidos em situações críticas. Nesse aspecto, alguém fez asneira; alguém devia ter reparado nessa coincidência e evitado que fosse a GNR portuguesa a força nomeada para tal missão. Essa asneira podia ou devia ter sido evitada pelo próprio Pentágono, pelos restantes elementos da coligação, pelos países que vão colaborar na reestruturação e, aliás, pelo próprio Governo português e pelo Comando Geral daquela Instituição.
Merece, pois aplausos, Manuel Alegre por não ter gostado daquilo que o representante da hiperpotência disse criticamente a respeito da designação da GNR, que data de 3 de Maio de 1911, o ano seguinte à implantação da República.
Mensagem de fim de semana
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