(Enviada aos jornais em 2 de Novembro de 2005)
É frequente depararmos com os passeios pejados de carros ao ponto de os peões terem de sair para o alcatrão onde, aí com lógica, os carros não lhes dão prioridade. E o que é mais grave é que essa utilização do alcatrão é a única solução para carrinhos de bebé e cadeiras de rodas de deficientes, que têm de recuar para encontrar abertura por onde sair do passeio e, com todos os riscos, poderem avançar no sentido desejado.
Mas, além desta falta de civismo dos automobilistas, há a filosofia dos técnicos camarários que parece usarem o lema «o espaço público é para os carros e os peões que se lixem». É certo que sinais de trânsito, outra sinalética, postos de iluminação, etc, têm que ser instalados nos passeios. Mas o que não é aceitável é que não haja o cuidado de os localizar de forma a causarem o mínimo incómodo aos peões. Muitas vezes nascem mesmo no meio do passeio; outras vezes dois obstáculos seguidos, em vez de paralelamente ao eixo do passeio, são colocados perpendicularmente a este, ou em xadrez causando quase total obstrução dificultando ou até impedindo a passagem de deficientes. Provas destes casos podem ser observadas, por exemplo, nos primeiros 500 metros da Av. 25 de Abril em Cascais.
Os peões também são desprezados e prejudicados com o duche de água suja projectada pelos carros, quando esperam nas paragens de autocarros ou nas passadeiras, devido à água da chuva acumulada pelo facto de as sarjetas não estarem colocadas no local de cota mais baixa. E os técnicos municipais ainda não repararam que a água continua a teimar em correr para os locais mais baixos, onde era suposto estar a sarjeta. Não é a primeira vez que refiro estes factos e, para vergonha de todos nós, possivelmente, isto continuará a ser o retrato das autarquias.
Rapidinhas de História - Livros
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