(Publicada no «Público» de 2003.11.13)
Os automóveis actuais são autênticas maravilhas da tecnologia moderna. As inovações que ultimamente neles foram introduzidas tornam obsoleta a frase clássica «só lhes falta falar», pois alguns computadores de bordo até falam!!
Tais jóias mecânicas, fruto do desenvolvimento da sociedade, alcançado ao fim de séculos de investigação e experimentação, pressupõem a sua utilização por condutores civilizados beneficiando dos avanços técnicos e civilizacionais, da evolução da convivência social, do civismo, da democracia. Ou, em termos mais simples, pessoas respeitadoras dos direitos dos seus semelhantes.
Porém, as imagens que ultimamente têm sido mostradas pela televisão demonstram que, ao contrário dos aperfeiçoamentos dos veículos, alguns condutores regrediram até ao nível primário do homem da pedra lascada ou dos antropóides. Se têm tendências suicidas, deviam procurar atingir os seus fins em privado sem colocar em risco a segurança, a vida e os haveres de outras pessoas.
Perante a gravidade destas situações de inconsciência criminosa, só parece eficiente uma solução repressiva que passe pelo policiamento, pelo julgamento rápido e rigoroso, seguido de publicitação das penas, para servirem de dissuasão as menos sensatos. A propósito, quais foram as penas dos causadores dos acidentes graves trazidos a público pelos órgãos da comunicação social no corrente ano? O que aconteceu aos que foram detectados com excesso de álcool, àquele que atropelou mortalmente, na mesma passadeira, dois peões, com dois meses de intervalo?
DELITO há dez anos
Há 5 horas
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