(14 de Novembro de 2001)
Tenho carta de condução desde 1957, com apenas dois ligeiros acidentes, por culpa de terceiros. Sou contra o consumo excessivo de álcool pelos condutores. Mas, sempre achei inútil, por excessivo, o slogan «se conduzir não beba». E, realmente, ele não resolveu nada, como se continua a ver nas notícias de todos os dias. Seria preferível aconselhar «Se conduzir seja moderado nas bebidas alcoólicas», com indicação do que significa ser moderado.
Porém, acho ridículo o uso que está a ser feito das estatísticas. Em vez de se analisar, rigorosamente, as complexas e variadas causas dos acidentes (mau estado das estradas, péssima sinalização, ausência de civismo, falta de exames cuidadosos às capacidades psicotécnicas dos condutores, irresponsabilidade dos condutores que não têm em conta as capacidades próprias e as do veículo, etc.) está a incidir-se apenas no álcool.
Ora, utilizando os números apresentados (mostrando que cerca de 50 por cento dos acidentados apresentavam mais de 0,2 de alcoolemia), além de se concluir que é perigoso conduzir sob o efeito do álcool, pode, por outro lado, concluir-se que os que não acusam álcool no sangue estão tão sujeitos a acidentes (50 por cento) como os que bebem à vontade. Por outro lado, os que bebem muito, representarão, certamente, apenas uma pequena percentagem dos acidentados. Isto é um abuso das estatísticas, é uma interpretação que não convence as pessoas medianamente esclarecidas.
Usando essa interpretação, das estatísticas, poderá concluir-se que o maior perigo é viajar-se vestido, porque 100% dos acidentados viajavam vestidos! Igualmente, comer também representa perigo, porque, provavelmente, todos os acidentados comeram nas seis horas anteriores ao acidente.
Estou louco? Não. Sou contra o abuso do álcool. Mas sou também alérgico ao mau uso que está a ser feito das estatísticas, ofendendo a inteligência dos cidadãos, certamente, com a intenção condenável de evitar que vejamos as complexas e variadas causas dos acidentes rodoviários.
É preciso honestidade na forma de controlar o espírito dos cidadãos. Seria bom que os governantes fizessem um esforço para respeitarem os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e para partirem da certeza que nem todos estão para ser agredidos nas suas faculdades mentais. E confesso que se tiver de morrer num acidente de viação, tanto me faz ficar nos 50 por cento que não bebem como nos restantes, pois que a probabilidade é igual. E após ter conhecimento dessas estatísticas, acho que os condutores não devem beber só porque podem ser severamente penalizados.
Tenho carta de condução desde 1957, com apenas dois ligeiros acidentes, por culpa de terceiros. Sou contra o consumo excessivo de álcool pelos condutores. Mas, sempre achei inútil, por excessivo, o slogan «se conduzir não beba». E, realmente, ele não resolveu nada, como se continua a ver nas notícias de todos os dias. Seria preferível aconselhar «Se conduzir seja moderado nas bebidas alcoólicas», com indicação do que significa ser moderado.
Porém, acho ridículo o uso que está a ser feito das estatísticas. Em vez de se analisar, rigorosamente, as complexas e variadas causas dos acidentes (mau estado das estradas, péssima sinalização, ausência de civismo, falta de exames cuidadosos às capacidades psicotécnicas dos condutores, irresponsabilidade dos condutores que não têm em conta as capacidades próprias e as do veículo, etc.) está a incidir-se apenas no álcool.
Ora, utilizando os números apresentados (mostrando que cerca de 50 por cento dos acidentados apresentavam mais de 0,2 de alcoolemia), além de se concluir que é perigoso conduzir sob o efeito do álcool, pode, por outro lado, concluir-se que os que não acusam álcool no sangue estão tão sujeitos a acidentes (50 por cento) como os que bebem à vontade. Por outro lado, os que bebem muito, representarão, certamente, apenas uma pequena percentagem dos acidentados. Isto é um abuso das estatísticas, é uma interpretação que não convence as pessoas medianamente esclarecidas.
Usando essa interpretação, das estatísticas, poderá concluir-se que o maior perigo é viajar-se vestido, porque 100% dos acidentados viajavam vestidos! Igualmente, comer também representa perigo, porque, provavelmente, todos os acidentados comeram nas seis horas anteriores ao acidente.
Estou louco? Não. Sou contra o abuso do álcool. Mas sou também alérgico ao mau uso que está a ser feito das estatísticas, ofendendo a inteligência dos cidadãos, certamente, com a intenção condenável de evitar que vejamos as complexas e variadas causas dos acidentes rodoviários.
É preciso honestidade na forma de controlar o espírito dos cidadãos. Seria bom que os governantes fizessem um esforço para respeitarem os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e para partirem da certeza que nem todos estão para ser agredidos nas suas faculdades mentais. E confesso que se tiver de morrer num acidente de viação, tanto me faz ficar nos 50 por cento que não bebem como nos restantes, pois que a probabilidade é igual. E após ter conhecimento dessas estatísticas, acho que os condutores não devem beber só porque podem ser severamente penalizados.
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