Haja valores éticos
(Enviada aos jornais em 30 de Dezembro de 2003)
Como cidadão de um país democrático, sinto que tenho o direito e o dever de observar o que se passa e de reflectir naquilo que observo. Nestas condições, acho muito bem que o deputado Paulo Pedroso peça a suspensão do mandato. Mas acho muito mal que ele e a Comunicação Social apontem essa atitude como significando dignidade e seriedade.
Com efeito, os deputados, como membros do segundo Órgão de Soberania da nossa democracia, devem ser pessoas isentas de qualquer suspeita. Os cidadãos eleitores escolheram de entre os dez milhões de habitantes, aquele punhado de pessoas, na suposição de serem aquilo que há de melhor na nossa sociedade, com princípios éticos, sabedores e competentes para os representar em tão importante sede de Poder político.
Por isso, à mínima suspeita, um deputado deixa de corresponder à confiança que todos nós depositámos nele. Não lhes basta serem sérios, é também preciso parecerem. Assim não é de elogiar que Paulo Pedroso peça agora a sua suspensão; é, sim, de lamentar que, quando saiu do EPL tenha reassumido as funções. Com isso prejudicou a confiança e o respeito que todos nós deveríamos a todos e a cada um dos deputados e não dignificou a Assembleia da República que nos devia merecer a maior veneração. Haja respeito pelos valores éticos.
Belles toujours
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