Em todo o tipo de gestão, independentemente do volume dos valores monetários que estiverem em causa, devem ser seguidas normas, como a definição do objectivo (finalidade a atingir), análise do momento actual que é o ponto de partida, preparação da decisão, planeamento, programação das tarefas e controlo da implementação das decisões, com os respectivos ajustamentos que se tornarem necessários.
Na gestão familiar, por deficiente preparação escolar nos primeiros anos de escolaridade e falta de transmissão de conhecimentos dos pais e avós, nota-se a ausência de aplicação daquelas normas e da noção de prioridades, de separação entre o essencial e o lateral ou marginal, isto é o supérfluo.
É estranho que uma família endividada por erros de gestão nos actos mais simples, procure sobreviver, passando a alimentar-se pior e a evitar a medicação que o médico considera indispensável, mas, por outro lado continua com o telemóvel, roupas de marca e demais coisas que servem para ostentar posição abastada, fazer figura, e alimentar o consumismo de roupas de marca e outros sinais da moda. Trata-se de atitudes de fachada que evidenciam pobreza de espírito. A nível de Governo acontece o mesmo com investimentos faraónicos que não terão retorno e aumentarão a já elevada dívida externa e traduzir-se-ão numa pesada herança aos vindouros, que chamarão os piores nomes aos das gerações anteriores.
Os anunciados cortes nos meios de socorro do INEM poderão ser muito criteriosos, mas falta serem bem explicados, pois certamente não são correctos para a saúde da população, pelo que os enfermeiros que os rejeitam poderão ter razão na sua indignação.
Também o caso do fecho de uma escola de Barcelos que há apenas três anos foi renovada e equipada demonstra falta de uma estratégia que servisse de base para as decisões e estas devem ter sido tomadas por mero capricho, ou para fazer a vontade a um político amigalhaço local. Brinca-se com o dinheiro público de ânimo leve ou sem sequer se pensar que se trata de um recurso perecível e de grande importância, exigindo cuidados especiais nos gastos.
Há que reorganizar já os programas de ensino por forma a que as crianças aprendam que a tabuada tem a utilidade de fazer contas á vida e aquilo que se gasta em rebuçados não fica disponível para comprar chocolate. Acabe-se com o elogio aos «criativos não actuantes» e, pelo contrário, ensine-se as crianças a tomar pequenas decisões práticas na vida corrente.
DELITO há dez anos
Há 4 horas
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