sexta-feira, 25 de junho de 2010

O amiguismo alargado

Há indícios que chegam quase por acaso, escondidos em textos que parecem inocentes. Na notícia Fundação Alter Real está a ser investigada por denúncia de uma directora que merece ser lida com atenção, além das dificuldades que o título sugere, encontramos elementos dos «currículos de três pessoas «chave» da fundação, que nada representam para o desempenho das responsabilidades que era suposto terem assumido.

Porquê chamarem fundação a esta instituição? Faz lembrar uma fundação para a segurança rodoviária que foi extinta pouco tempo depois de ter sido criada tal o escândalo que representava e que se traduzia em arranjar tachos para boys sem capacidade para enriquecer sem ser à custa do orçamento .

Vejamos o que se extrai agora desta notícia, acerca dos «gestores» desta instituição agro-pecuária e de arte equestre:

Vitor Barros, presidente da Fundação, exerceu as funções de secretário de Estado do Desenvolvimento Rural nos Governos de António Guterres e foi o candidato derrotado do PS às eleições de 2005 para a Câmara de São Pedro do Sul.

Rui Simplício era assessor parlamentar do Partido Socialista, líder distrital do PS em Portalegre e antigo presidente da Câmara local, foi nomeado em Março deste ano, por proposta de Vítor Barros administrador-delegado da fundação.

Maria Leal Monteiro, directora da coudelaria dirigiu até há poucos meses a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e foi, no ano passado, a candidata derrotada do PS à Câmara de Alter do Chão. É também um alto quadro do PS mas isso não a impede de manter graves divergências com Vítor Barros e é apontada como uma das autoras das denúncias.

Não é preciso dizer mais nada sobre as intenções das nomeações destas figuras, para os respectivos cargos.

E o resultado é: a situação financeira da FAR, que deveria sustentar-se a si própria com os lucros da produção agro-pecuária, nomeadamente com a venda de cavalos de alta qualidade, vive quase exclusivamente das contribuições do Ministério da Agricultura (700.000 euros em 2010), e tem-se deteriorado significativamente, acumulando-se as dívidas a fornecedores.

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