Transcreve-se o artigo seguinte que merece cuidada meditação principalmente sobre a actuação dos pais e da professora.
Escritora aos nove anos
Jornal de Notícias. 08-06-2010. Por Eduardo Pinto
Um texto escrito na aula teve o elogio da professora. Um estímulo que culminou com publicação de um livro.
Tudo começou com uma história escrita numa ficha de avaliação. Mafalda Dinis tinha 7 anos. Chamava--se "Eu sou um palhaço". A professora Cátia Carvalho gostou e leu-a à turma. De então para cá não parou de escrever e no sábado apresentou publicamente o seu primeiro livro: "A grande máquina do tempo", editado pela Temas Originais.
Mafalda vive em Vila Real. Foi no Dolce Vita Douro que apresentou o livro, para uma assistência que num ápice esgotou a centena de exemplares que os pais tiveram de adquirir à editora. "E mais que houvesse", realçou o pai, Sérgio Dinis.
O livro tem 60 páginas e 22 histórias, mas a que dá corpo ao título refere-se a "um grupo de cientistas loucos que juntaram peças velhas e construíram uma máquina do tempo. Viajaram para trás e encontraram iberos e romanos entre outras coisas", contou. Apesar de terem enviado os textos para várias editoras, só a Temas Originais de Coimbra é que decidiu fazer a edição.
A pequena escritora admite que a paixão pelas letras surgiu cedo. Muito por "culpa" dos escritores graúdos, "que têm muita criatividade", António Mota e Sophia de Mello Breyner.
"Escrevo no computador ou nos cadernos da escola. Quando tenho preguiça, a minha mãe é a secretária, porque eu demoro muito a escrever à mão", contou, ao JN. A mãe, Emília Dinis, confirma: "Às vezes é difícil acompanhar o raciocínio dela. Algumas ideias parecem ser avançadas para a idade. Têm sempre moral da história e que faz pensar".
Mafalda é aluna do 4.º ano no Colégio Moderno de São José, em Vila Real, e assume o seu desejo de "ser escritora" quando for grande. Já se aventurou no campo da poesia e o próximo livro poderá ser em verso. "Acho que vou conseguir. Se trabalhar, consigo", assumiu.
O pai está orgulhoso, mas, sobretudo, "satisfeito". Porque vê compensado "o bom ambiente familiar". Sérgio Dinis deixa um apelo a outros pais: "Se um filho der qualquer sinal de capacidade para determinada área deve ser acompanhado logo para o ajudar a desenvolver a sua vocação".
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