Nos últimos tempos o Poder executivo e, mesmo o legislativo, têm sido alvos de críticas, com aspecto positivo de sugestão e conselho, o que mostra da parte dos opinadores consciência de que, perante a realidade no rectângulo, mais do que dizer mal, é necessário encontrar pistas para resolver a grave situação em que o País tem sido lançado de forma sistemática.
Os governantes, com a teimosia de quem não consegue distinguir o essencial do secundário, agarram-se a tentativas de solução comprovadamente (pelos resultados) erradas e recusam reconhecer os erros e procurar emendar-se. Fecham os olhos e os ouvidos a opiniões muito meritórias, talvez devido ao preconceito de não quererem aproveitar ideias expostas por quem não pertence ao clã. E, pior, procuram «calar» o mensageiro.
Mas, começa a haver repetidos sinais de que, no partido do governo, há cabeças pensantes que estão bem conscientes da necessidade de mudanças e apontam ideias de ponderação e avaliação das hipóteses potenciais de solução.
Agora é a voz de Manuel Alegre de quem se escreveu que estava asfixiado pela pressa, mas que criticou ontem, em Coimbra, a "promiscuidade" entre a justiça, a política e a comunicação social e afirmou que Portugal precisa de repor "rapidamente" a normalidade democrática.
Veio juntar-se a outras vozes socialistas que têm enviado recados ao Governo de forma muito clara e construtiva, desde João Cravinho que, há muitos anos, propunha um combate eficaz contra a corrupção e o enriquecimento ilícito, passando por Henrique Neto e, mais recentemente, por Ana Gomes.
Portugal precisa de um chefe de Governo que saiba ouvir e interpretar as sugestões e os conselhos que lhe são enviados por qualquer via e não se encerrar nas opiniões tendenciosas e interesseiras de «colaboradores» que nada lhe fornecem de novo para evitar desagradar e perder o tacho.
Ficaram atrás quatro nomes da sua área política, mas deve haver outros que tenham a coragem de esclarecer e iluminar os melhores caminhos para o ressurgimento de Portugal, com isenção, imparcialidade e dedicação aos destinos do País que pretendem legar aos filhos e netos. Oxalá as mentes dos responsáveis se ilumine e veja as melhores sendas a seguir.
DELITO há dez anos
Há 1 hora
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