
Realmente seria interessante que os partidos nunca subalternizassem os interesses nacionais aos seus próprios. Agora está em curso a preparação do Orçamento de Estado para 2010, e está a ser negociado o voto da oposição, com vista a ser aprovado na AR o projecto elaborado depois de entendimentos interpartidários, estando «Ferreira Leite "confiante" em acordo no Orçamento». Porém, nem tudo deve ser encarado com optimismo desmedido. As declarações ocasionais de dialogantes em nome de partidos, mostram que estão em negociação as contrapartidas, as compensações por eventuais cedências num ou noutro ponto. Eu cedo nisto mas tens de ceder naquilo.
Nessa troca de favores resta saber em que ponto os interesses nacionais serão pisados pelos interesses dos partidos. Isto não é pessimismo, é realismo. O exemplo máximo de entendimento entre partidos envolveu todos os paridos presentes da AR, na qual todos os deputados excepto um, talvez por distracção, votaram a famosa «lei de financiamento dos partidos» que, felizmente, foi vetada pelo PR. Dessa lei o deputado Ricardo Rodrigues disse na TV que ela nada criou de novo, só legislou tornando legais procedimentos que vinham sendo correntes, mas ilegais. Portanto, todos entraram em consenso para lavar crimes (que por lei deixariam de o ser) e que abrangiam aspectos de corrupção, lavagem de dinheiro sujo e outras manigâncias, normais em certos tipos de marginalidade mas indesejáveis em representantes do povo e eleitos para governar, servindo de bom exemplo, de referência e defendendo os interesses de Portugal.