A confirmar todos os receios que ultimamente têm sido timidamente referidos nos posts deste espaço, surge agora mais um artigo, sintético mas com informação suficiente para espicaçar o raciocínio de quem não quer ir vivendo sentado à sombra da ignorância e da acomodação fatalista. Critica os optimistas com posições patéticas e tenho confessado ser optimista preocupado, mas tal optimismo tem sido voluntarista, higiénico, assentando em desejos e preocupado por ser pequena a esperança ou convicção de os ver realizados.
E, no meio de toda a confusão existente no País, há factores que persistem na exploração do povo, desde os citados no post Construir uma nova sociedade até à pressão da ACAP que, para os seus associados manterem a porta aberta e os lucros, pretendem que o Estado (todos nós) subsidie o abate de carros ainda em boas condições de funcionamento.
A acrescentar ao que o autor do artigo diz, parece dever referir-se a pandemia de uma certa loucura colectiva na camada mais poderosa.
Eis o artigo referido:
Um triste destino
Correio da Manhã. 15 Janeiro 2010, Por António Ribeiro Ferreira
A poeira da propaganda começa a ser levada pelos fortes ventos de Inverno e a realidade cai em cima dos portugueses de uma forma cada vez mais brutal. Os tremendistas de ontem são os realistas de hoje, e os poucos optimistas que restam assumem posições patéticas de quem ainda não compreendeu que as políticas de plástico têm os dias contados. As verdades, nuas e cruas, aparecem de todos os lados.
As agências de rating alertam que Portugal está ameaçado de morte lenta e diversos economistas começam finalmente a libertar-se e a falar verdade aos cidadãos deste País.
A dívida pública é enorme, o endividamento externo perigoso, o défice das contas do Estado dispara e o desemprego atinge níveis nunca antes verificados.
O diagnóstico é terrível e a cura vai ser muito dolorosa. Os portugueses têm andado a viver acima das suas possibilidades e agora chegou o tempo de poupar a sério, a bem ou a mal, provavelmente a mal. Os mitos do Estado salvador, criador de riqueza e de empregos estão, felizmente, a ser desmascarados. Só a economia privada pode criar riqueza e trabalho. Portugal precisa de atrair investimento estrangeiro, mas para isso é preciso aumentar a produtividade e pôr a Justiça a funcionar. Sem estes dois factores o futuro será, como sempre foi, a emigração. Triste sina esta a dos portugueses.
António Ribeiro Ferreira
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