sábado, 30 de abril de 2011

Cravinho, Socialista que pensa



João Cravinho foi muito falado quando defendeu a necessidade de moralizar o regime, legislando para combater a corrupção, o enriquecimento ilícito e a s negociatas, o que lhe valeu o afastamento para uma função internacional longe do rectângulo. Agora, a sua visão estratégica voltou a tornar-se visível ao defender que na actual crise financeira, económica e social a ajuda externa não resolve problemas de fundo

Da sua preocupação com as raízes que fizeram nascer a crise, ressalta o desgosto de ver que apenas se estão a tratar os sintomas e que, mantendo-se intacta a falta de competitividade da economia, o tratamento dado à crise não terá efeitos duradouros e esta não tardará a reactivar-se.

É, efectivamente, indispensável encarar a sério a contenção das despesas públicas e as reais dificuldades do pais em que tem especial lugar a «falta de capacidade empresarial e competitiva que acrescente valor e não seja feita à base de salários baixos». 

Temos que concluir que, em vez de propagandas balofas de falso optimismo, é preciso informar os portugueses de que é preciso mudar de vida, gastando de acordo com os rendimentos, sem exageros de luxo nem de ostentação, medindo previamente o alcance de cada decisão tomada, sem esperar apoios sociais injustificados e só devidos a preguiça, má organização e ausência de produtividade. 

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Código Moral no Japão


Transcrição de texto recebido por e-mail, seguida de NOTA:


Enquanto o Japão conta os mortos (quase 17 mil, segundo as últimas estimativas oficiais) e eleva de quatro para cinco o nível de alerta nuclear, já a dois níveis do que se atingiu em Chernobyl, um jornalista da CNN, Jack Cafferty, não esconde a surpresa e faz uma pergunta:

«Tendo em conta a escassez de comida e a incrível destruição, incluindo em Tóquio, por que razão não estão a ocorrer episódios de pilhagens e vandalismo no Japão?»

Cafferty estabelece um paralelo com o que sucedeu no seu próprio país depois da passagem devastadora do furacão Katrina e cita um colega, Ed West, do Telegraph.

West escreveu uma crónica na qual se confessava «estupefacto» pela reacção ordeira do povo japonês ao terramoto e ao tsunami, e do sentimento de solidariedade que encontrou um pouco por todo o lado.

«As cadeias de supermercado baixaram drasticamente os preços dos produtos assim que ficou clara a dimensão da catástrofe», conta Ed West. «Vendedores de bebidas começaram a distribui-las gratuitamente, com a justificação de que todos trabalhavam para assegurar a sobrevivência de todos».

Cafferty adianta uma explicação: os japoneses possuem um código moral tão elevado que se mantém intacto mesmo nas horas mais sombrias, mesmo quando só existe destruição em redor.

Esta atitude não é por caridade. É SOLIDARIEDADE


NOTA: O valor numa sociedade assenta mais nos valores morais do que no volume da conta bancária, no tamanho do carro ou nas marcas da roupa ou do telemóvel. Por cá, apesar de muita gente já viver da esmola e da caridade, os «boys» da política continuam a lutar pelos tachos, pelas chafaricas inúteis mas que pagam abusivamente, pelas mordomias, pelos carros de Estado de alta qualidade, etc. etc.

Não nos podemos comparar com a dignidade dos japoneses, até porque os exemplos dados pelos políticos, carentes de formação cívica, infecta toda a sociedade, desumanizando-a. Desta forma, nos iremos afastando dos melhores, na escala de valores, agudizando a injustiça social e aumentado o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Longo caminho há a percorrer na educação dos mais novos e na reciclagem dos mais idosos, no respeito pelos outros, segundo o princípio «não faças aos outros o que não desejas que te façam».

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Sócrates Mentiu? É Inacreditável!!!


Temos que olhar para as notícias com muito cuidado, para não sermos induzidos em erro de apreciação. E estas precauções são essenciais e indispensáveis, principalmente, em vésperas de eleições em que devemos votar conscientemente, com base em raciocínios próprios, o mais possível independentes de pressões intencionais.


Cito uma frase de G. K. Chesterton «uma coisa morta pode ir com a corrente, mas só uma coisa viva pode ir contra ela». Na prática, quem não pensa, quem aceita tudo inocentemente e é arrastado pela corrente da propaganda, não passa de uma coisa morta. Só pode reagir de forma racional e digna quem pensa. Pode errar, mas corre esse risco pela sua própria cabeça.

De manhã cedo, dei com a notícia Mendes acusa Sócrates de mentir sobre ausência de Teixeira dos Santos no 25 de Abril. Achei inacreditável, pois uma entidade no exercício de funções de tão alto significado, não mente, podendo distraidamente «dizer algumas inverdades». E estava nestas cogitações quando me saltaram á memória as palavras do cronista José Luís Seixas que talvez tenha razão quando afirma «Acho que Sócrates já não mente. Pior. Sócrates acredita ser verdade a mentira que profere…!», numa crónica transcrita em «Sócrates já não mente» !!!.

No entanto a notícia explica a «mentira»: José Sócrates justificou a ausência de Teixeira do Santos nas comemorações no Palácio Belém por este estar a trabalhar em Lisboa com a troika da ajuda externa. “É mentira”, assegurou o ex-líder do PSD no seu comentário habitual na TVI24. E justifica: “Foi visto por várias pessoas no Norte, no Alto Minho, na sua casa de Vila Nova de Cerveira.”

E aqui fica este alerta para não bebermos às cegas as notícias, mas fazermos o seu «recorte», análise, comparação, para depois tirarmos a nossa conclusão. Convém não sermos uma coisa morta, nos termos de G.K.Chestertomn.

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Carlos Costa pela ética


O Governador do Banco de Portugal”, Carlos Costa, afirmou, à margem de uma conferência sobre os 35 anos da Constituição da República Portuguesa que « é crucial que os decisores de política e os gestores públicos prestem contas e sejam responsabilizados pela utilização que fazem dos recursos postos à sua disposição pelos contribuintes».


Segundo a notícia, disse ainda que nos últimos 12 anos os governos não foram comedidos. Afirmou mesmo que não quiseram cumprir regras europeias, de manter o défice abaixo dos 3%, ou de simples bom senso.

E referiu um ponto que tem sido muito citado por cidadãos mas esquecido pelos políticos, o de saber “Quantos organismos públicos existem. Quantos são os funcionários públicos e quais os respectivos regimes de vinculação? Qual o volume global das garantias conferidas pelo Estado? Quais os encargos futuros com os sistemas de pensões ou com as parcerias público-privadas?”. Isto faz recordar a lista de Dezenas de institutos públicos que podem ser extintos ou alvo de fusões.

Estas palavras dão uma elevada cotação à qualidade ética e responsável de Carlos Costa e representam uma inesquecível posição de um gestor público invulgar, por ser muito pouco frequente tal afirmação de seriedade. Efectivamente ninguém, honestamente, pode discordar que a Justiça deve ser aplicável a todos os cidadãos e não deve haver privilegiados imunes e impunes. E será melhor para os próprios e para o País que essa responsabilização ocorra com oportunidade e actualidade, a cada momento, do que esperar por acontecimentos do género do que está a ocorrer nos casos extremos dos ex-responsáveis da Tunísia e do Egipto e poderá acontecer no Iémene, na Líbia e na Síria.

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Aceitar versus reclamar


Trago aqui o comentário que ontem coloquei no post muito interessante de Celle PROVOCAÇÃO: TU ACEITAS???, por julgar merecer maior visibilidade do que no espaço em que está.

Este post é de grande interesse e elevado nível e muito dignifica o blogue. Parabéns Amiga Celle.


O texto alia o plano teórico ao prático das relações entre pessoas e instituições, incluindo os aspectos familiares.


Nos casos concretos, aceitar ou reagir é um dilema que deve resolver-se de forma correcta, através do melhor entendimento. 


Nas relações entre as pessoas, deve seguir-se a norma: Respeitar os outros como queremos ser respeitados, não fazer aos outros o que não queremos que nos façam.

Aceitar, tolerar, ilimitadamente acaba por ser uma atitude patológica, de masoquismo com foros de martírio suportado voluntariamente. A fim de contribuirmos para um relacionamento social saudável devemos compreender os outros, as instituições, mas exigirmos respeito por nós próprios, pelos nossos direitos e não permitir que alguém abuse do seu poder em nosso prejuizo. Isto conduz-nos ao acto de reclamar.

Reclamar serenamente, mas com a intensidade e consistência adequadas de modo a impedir a continuação e a repetição dos actos lesivos dos nossos direitos. Reclamar ou criticar deve ter sempre como finalidade contribuir para que se dê o melhor rumo aos assuntos em questão. Toda a crítica deve conter, mesmo que apenas implicitamente, uma sugestão positiva, construtiva.

Por vezes, comete-se o erro de aceitar continuadamente até ficarmos com o saco cheio e depois, sob o efeito da ira, reclamar sem racionalidade, sem proporcionalidade com o motivo da ocasião e tal excesso acaba por fazer perder a razão ao reclamante. Há, por isso, que reclamar atempadamente com a serena força da razão e exigir que o respeito mútuo seja restabelecido ou nem sequer chegue a ser quebrado.

E se reclamar é considerado um direito, tem que passar também a ser tido como um dever, porque tal atitude contribui para o melhor relacionamento na sociedade e para a mais equitativa justiça social. Mão compete ao homem perdoar ou castigar mas apenas compreender e exigir que se cumpra a norma referida no início desta reflexão. Reclamar ou criticar não deve ser feito de forma foleiro, ressabiada, crispada, mal-educada, infantil e sem sentido de responsabilidade, no estilo evidenciado por José Lello.


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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Lello crispado e ressabiado


Segundo notícia do Público, José Lello (ou será lelé?) chamou na sua página do Facebook, “foleiro” ao Presidente da República por este não ter convidado os deputados para as Comemorações do 25 Abril no Palácio de Belém.



A mesma notícia recorda que o mesmo «típico» dirigente socialista já tinha ofendido publicamente o PR depois de este ter feito o discurso da tomada de posse, classificando-o como “ressabiado”. 

É muito sintomático saber que na lista do PS consta um candidato que toma estas atitudes de «alto nível» ético, cívico, moral, relativamente à mais alta entidade nacional, quando o PR e os seus três antecessores foram unânimes durante as comemorações do 25 de Abril, no Palácio de Belém, a pedirem para que não houvesse crispação entre os dirigentes políticos. Até custa acreditar na notícia.

Nas eleições legislativas, somos chamados a votar em listas e devemos ter o cuidado de não dar o nosso voto a listas que contenham candidatos menos dignos, que não mereçam o nosso voto. Uma lista que contém um «gamador» de gravadores de jornalistas e um que parece «estar lelé da cuca», não merece o meu voto. Certamente muitas pessoas honestas que votam segundo o seu próprio raciocínio e procuram deputados exemplares em educação e atitudes, também não darão a sua cobertura a «boys» irreverentes, crispados e ressabiados.

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PR foi pouco didáctico


Segundo notícia do Jornal de Notícias de ontem «Há um ano Cavaco Silva temia futuro do país» e disse:



(…)"Deixámos o império, abraçamos a democracia, escolhemos a Europa, alcançámos a moeda única, o Euro. Mas duvidamos de nós próprios. Os portugueses perguntam-se todos os dias: para onde é que estão a conduzir o país? Em nome de quê se fazem todos estes sacrifícios?", questionou, apontando o número de jovens que parte para o estrangeiro como a prova de que se "acumulam dúvidas quanto ao futuro do país".

Por outro lado, o chefe de Estado deixou também uma chamada de atenção para a persistência de desigualdades sociais e, sobretudo, de "situações de pobreza de exclusão que são indignas da memória dos que fizeram a revolução de Abril".

"A sensação de injustiça é tanto maior quanto, ao lado de situações de privação e de grandes dificuldades, deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam", disse, lembrando os rendimentos dos altos dirigentes de empresas.(…)


O diagnóstico ficou feito e, um ano depois, verifica-se que estava correcto, mas que, infelizmente, a terapia não foi levada a cabo e o doente está às portas da morte. É pena que o Professor Cavaco, não tivesse utilizado todas as qualidades didácticas perante o seu «aluno» PM e o tivesse orientado para fazer o trabalho de casa e tomar as medidas mais adequadas. O resultado está à vista.

Não bastam palavras, é preciso dedicação a Portugal aos portugueses, é preciso que todos os portugueses, incluindo o PR, façam tudo o que puderem para melhorar o seu Pais, a vida dos seus concidadãos. Nada abona que um português, diga frases bonitas que denunciam uma situação de crise e depois nada faça de eficiente para evitar o acidente. O estudo estratégico é indispensável mas de nada vale se não for seguido de decisões gerais e parcelares que ponham em marcha o plano para atingir o objectivo, para evitar o descalabro.

Quando os eleitores votam têm a esperança de que os eleitos sejam capazes de desenvolver Portugal para bem dos portugueses.

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domingo, 24 de abril de 2011

Justiça e político suspeito


Negócios ruinosos ou outras atitudes menos correctas da parte de políticos ou outros não devem ficar impunes. A igualdade perante a lei e a acção da Justiça deve ser considerada uma conquista do 25 de Abril. Mas, muitas vezes há fortes dúvidas ou até certezas sobre se esse direito dos cidadãos e dever dos responsáveis pela Justiça tenha permanecido vivo nas mentes portuguesas. Por vezes ficamos chocados com a imunidade e a impunidade de casos suspeitos. Ou será que todos os políticos, desde há 37 anos, terão sido uns santos, com comportamento impecável?

Por isso quem souber de fonte segura ou de fortes suspeitas sobre irregularidades tem o dever de transmitir a quem de direito, que depois terá a responsabilidade de investigar e dar o encaminhamento que a lei geral impõe. Qualquer indício, ruído, indicação, sinal, marca, vestígio, laivo, sintoma, memo podendo ser considerado sem importância, pode vir a ser muito útil para o investigador. É com esses pequenos sinais que se forma a informação segura e encontra a prova de uma irregularidade que pode ser lesiva dos interesses nacionais, da colectividade, do dinheiro público.

Vem esta reflexão a propósito da notícia acerca de Ex-autarca suspeito em negócio ruinoso em Oliveira de Azeméis. O caso está nas mãos da Justiça, devido a «queixas» e é de esperar que suceda actuação em conformidade. 

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sábado, 23 de abril de 2011

Portugueses com baixo bem-estar


Transcrição de artigo seguida de NOTA:


Ionline.  22 de Abril de 2011. por Kátia Catulo,

INQUÉRITO INTERNACIONAL
Em Portugal, as expectativas são das mais baixas do mundo. Tão desafortunados como na Serra Leoa

Apesar do sol e das praias, os portugueses têm tendência para se sentir cinzentos, como a imagem.

Se os números fossem uma ciência exacta, nós portugueses estaríamos em ponto de rebuçado para fazer uma revolução nas ruas. Só 14% da população portuguesa está convencida de que vive num país próspero, segundo o estudo do instituto Gallup sobre "Bem-estar Global", que coloca o pessimismo dos portugueses ao nível dos habitantes da Tunísia ou da Líbia.

Vivemos na Europa dos ricos, usamos telemóveis de última geração, vamos de carro para o trabalho, viajamos nas férias da Páscoa, mas na hora de quantificar a nossa felicidade, sentimos que somos tão desafortunados como os que sobrevivem sem água potável na Serra Leoa, ou como os que vivem em média menos uma década do que nós, o caso do Usbequistão, com uma esperança de vida de 68 anos contra os 79 anos em Portugal.

Entre os 124 países, Portugal está no ranking dos últimos com as mais baixas expectativas sobre a sua qualidade de vida que tem agora e nos próximos cinco anos, partilhando a sua angústia com o Quirguizistão, Usbequistão, os territórios palestinianos, a Tunísia, a Líbia, a Hungria e a Serra Leoa. Atrás de nós, só a Nigéria, a Mauritânia, o Iraque ou o Iémen.

Portugal aparece no estudo da Gallup como um país derrotado e sem esperança, apesar de, por exemplo, o rendimento per capita de 15 mil euros (dados do Banco Mundial) ser quase o dobro da Hungria (8 mil euros) e incomparavelmente mais gordo do que na Tunísia (3 mil euros). Isso quer dizer pouco para um povo que provavelmente prefere olhar para os finlandeses ou os suecos e concluir que ganha menos de metade do que os povos nórdicos.

Será que um país com as mais baixas taxas de mortalidade infantil (3,7 mortes por mil crianças) se pode comparar com outros como a Serra Leoa, que todos os anos vê morrer em média 192 bebés por cada mil que nascem? A distância entre Portugal e os países que são seus vizinhos nesse sentimento de infortúnio é enorme. Basta olhar para o índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas.

Os portugueses fazem parte do clube dos ricos, segundo o relatório de 2010, estando entre os 40 primeiros, num total de 169 países incluídos. Longe dos portugueses está o Usbequistão, no 102.o lugar, o Quirguizistão (109.o lugar) ou a Serra Leoa, que ocupa a 158.a posição. Só mesmo a Hungria é que nos ultrapassou em 2010 (36.o lugar) na avaliação que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento faz sobre a qualidade de vida, comparando a expectativa de vida ao nascer, à riqueza e à educação dos povos.

Devemos ficar surpreendidos com as conclusões do estudo do instituto Gallup? Nem por isso, diz o sociólogo Manuel Villaverde Cabral. Esse pessimismo, essa falta de confiança ou esse constante queixume "é um clássico" e é recorrente nos vários estudo do Eurobarómetro, onde Portugal surge quase sempre ao lado de países que saíram do comunismo e que viveram os "desaires" da ditadura, explica o investigador.

"Somos infelizmente uma população com baixa auto-estima, com profissões penosas, rendimentos ou pensões baixos, que já não tem a agricultura e nunca teve indústria", explica o professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. E é por isso que, na maioria dos estudos e inquéritos internacionais, Portugal surge como a "sombra projectada" de um país que está a envelhecer a uma velocidade enorme, que vê a sua parte mais jovem partir e que diminui "drasticamente" a sua taxa de fertilidade.

Neuroticismo Tudo isso tem um nome e chama-se "neuroticismo". O palavrão, segundo Villaverde Cabral, significa a tendência que um povo tem para a neurose colectiva e que acaba por explicar essa "bizarria" de ter uma população que se sente tão infeliz quanto os outros povos que enfrentam maiores índices de pobreza ou até guerras civis.

É um sentimento constante em outros estudos e traduz-se na inclinação dos portugueses para "não confiar" nos outros, sobretudo nas instituições políticas. Essa desconfiança, aliás, acaba por explicar igualmente o "exército de abstencionistas" que quase nunca se dá ao trabalho de perder umas horas dos seus domingos para eleger o seu presidente, o seu governo ou o seu autarca, defende o sociólogo.

É claro que toda essa neurose não acontece por acaso e apenas se agudizou porque foi atrás de uma recessão económica. "Desde o início da década, os portugueses sentem que não há motivos para optimismo, a economia do país não cresce há dez anos, os emigrantes deixaram de regressar e a nossa situação vai piorar", diz o investigador, avisando que a população portuguesa já interiorizou que os tempos mais próximos serão ainda mais difíceis.

Uma boa dose de realismo nunca fez mal a ninguém, mas o investigador do Instituto de Ciências Sociais diz que o pessimismo dos portugueses pode vir a ter consequências graves a médio prazo: "Essa tendência portuguesa para empurrar para baixo é tudo o que não precisamos num contexto complicado em que é preciso energia para voltar a acreditar que o país tem capacidade para sair de uma crise que, sendo profunda, não vai durar para sempre", remata.


NOTA: Teria sido preferível que a causa desta situação desagradável tivesse sido uma guerra, porque esta é traumática, mas normalmente pouco demorada e estimula energias para a recuperação, como aconteceu na Alemanha, no Japão e na Coreia do Sul. Pelo contrário, o lento e progressivo apodrecimento que, durante anos, nos trouxe a este buraco nada tem de estimulante e causa desmotivação, desmazelo, desinteresse, apatia, acomodação, que nada têm de bom.



Ao fazer esta minha nota, sinto-me alvo de uma crítica teórica de um amigo que considera que a informação pela Internet deve ser absolutamente verdadeira, de fonte segura, mais do que a certeza dos tribunais a julgarem ou dos políticos a discursarem promessas falaciosas e mentiras piedosas sobre a «pujança» nacional. 

Com tais restrições e preocupações de certezas não circulariam mais do que uns pares de notícias por dia e os eleitores não teriam matéria para raciocinar sobre o sentido a dar ao seu direito cívico de votar. Ficar-lhes-ia apenas a fé no candidato mais bem-falante, mais elegante ou «bonito», o que nada contribuiria para o desenvolvimento do país e a procura das soluções mais construtivas para o bem-estar da população. Talvez seja essa preocupação da verdade que cause a demora das decisões dos processos judiciais e a quantidade dos que serão abrangidos pela prescrição. O óptimo é inimigo do bom.

Imagem de O Açor

Ana Gomes pensa nas pessoas…


Depois de, há cerca de três semanas, ter sido publicado ONU criou na Líbia um precedente grave, em que se reflectia nos inconvenientes do uso de meios militares poderosos, com prováveis efeitos colaterais, numa ingerência em assunto interno de Estado independente e soberano, a pretexto de defesa de direitos humanos e se apontava como mais razoável a solução pacífica dos problemas com conversação e negociação, surge agora a voz sensata da eurodeputada Ana Gomes que defende missão humanitária urgente na Líbia e considera que o envio de conselheiros militares para este País não contribui para a melhor solução.


Desta forma se defendem mais efectivamente os direitos humanos e se evitam as baixas inevitáveis com bombardeamentos aéreos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Imponderáveis da partidocracia


Com a ideia de colaborar na informação e na transparência, para facilitar a reflexão que cada eleitor deve efectuar para votar em consciência com base no seu raciocínio, transcreve-se o seguinte artigo a que se seguirá uma NOTA:


por Ana Sá Lopes, Publicado em 22 de Abril de 2011

Em 2009, houve grande disputa pelo troféu das Finanças. Agora foi vítima de despedimento sumário.

Quem foi o ministro mais talentoso nos comícios da campanha do PS de Setembro de 2009? Fernando Teixeira dos Santos, um independente da "casa", desejadíssimo para número 1 do Porto e na altura só afastado do lugar cimeiro porque Alberto Martins, então líder parlamentar, ameaçou ficar fora das listas se o lugar de nº 1 do Porto não lhe fosse entregue. Teixeira dos Santos era tão bom, tão bom, nas lides partidárias que foi dos raros a ser cabeça-de-cartaz em dois comícios - no gigantesco do Porto, onde acabou como número 2 da lista, e no comício de Viseu.

E só não foi o melhor orador do Porto porque estava lá Mário Soares.

No palco dos comícios, Teixeira dos Santos estava como peixe na água e parecia que tinha dedicado a vida toda a subir a palanques para mobilizar militantes. Em Viseu, dizia ter chegado a hora de "recordar Zeca Afonso" e gritava "Traz outro amigo também", apelando ao voto no PS. "Há vida para além desta crise! Há futuro para além desta crise!" era entoado a plenos pulmões pelo ministro naqueles dias de Setembro e a terrível ironia foi o seu futuro político ter sido liquidado na sequência da crise.

Como qualquer político, apelava ao imaginário heróico local: em Viseu socorria--se de Viriato, como no Porto da revolução liberal. "Estou em Viseu, terra de Viriato. É em honra de Viriato que nos apresentamos ao eleitorado, respeitando a palavra dada e os compromissos assumidos".

No Porto, a lista de feitos mitológicos era mais longa: no "distrito de gente laboriosa e generosa", Teixeira dos Santos lembrava como o Porto "deu o seu nome ao país, Portucale" entre variados heroísmos. "Nós demos o nosso melhor quando o país se abalançou na expansão para África. Ficámos com as tripas e somos tripeiros com muito orgulho! Vertemos o nosso sangue para resistir às invasões francesas! Estivemos com a revolução liberal e ao lado do combate político pela liberdade e democracia a seguir ao 25 de Abril!".

A Teixeira dos Santos coube o papel de denunciar "a esquerda radical", nomeadamente o seu amor pelas nacionalizações. Foi o grande combatente da proposta do Bloco de Esquerda de acabar com os benefícios fiscais dos PPR. "Este é o ataque fiscal mais forte de que há memória! Não é uma pedrada! É um verdadeiro bloco atirado às famílias e à classe média portuguesa!".

Teixeira dos Santos prometia no comício do Porto que o PS não teria medo de esconder a sua face aos eleitores. "Temos de assegurar ao país um sistema financeiro robusto e estável". Nessa altura, ainda todo o governo, a começar pelo ministro das Finanças, acreditava em fadas. "Ganhámos o respeito internacional. Os resultados estão à vista. O caminho que escolhemos é o caminho certo. Há que prosseguir este caminho!".

Tudo acabou na quarta-feira de cinzas do FMI, quando o ministro enfrentou Sócrates e anunciou sozinho o iminente pedido de resgate.


NOTA: Na política como no moderno consumismo, os utensílios que deixam de ter utilidades são descartados e, por vezes, nem são recicláveis. Há notáveis do PS que lamentam a exclusão de Teixeira dos Santos das listas. Mas o «querido líder» achou que ele chegou ao fim da validade!

Pormenores como este podem denunciar que a democracia está doente. Com efeito, nas eleições, os eleitores terão que escolher de entre listas com nomes que desconhecem e sem nomes que consideram válidos, havendo listas que não merecem a concordância de notáveis dos respectivos partidos. Desta forma, há listas que poderão perder credibilidade e ficar fora das possíveis escolhas dos eleitores esclarecidos e de séria formação moral e, se outras listas não lhes agradarem, resta-lhes a abstenção ou o voto em branco.


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Risco de «retrocesso civilizacional»


A notícia que se transcreve vem ao encontro de muito que aqui tem sido escrito acerca da má herança que se deixa aos descendentes, devido a sucessivos erros de governação desde o 26 de Abril.


O 25 de Abril foi um golpe com sucesso pontual mas, no dia seguinte, foi totalmente descontrolado e desvirtuado, em que liberdade foi substituída por libertinagem, e por conceitos irracionais e impraticáveis, nasceu a obsessão de direitos sem pensar em deveres que com eles devem sempre estar equilibrados, e surgiu a exigência de igualdade na mediocridade, eliminando o que havia de melhor e desmotivando o valor e o mérito.

Numa queda sistemática, de que se aproveitaram os clãs governamentais, resultou a degradação da sociedade normal e o enriquecimento dos políticos conluiados com os donos do capital, chegando-se a uma situação dificilmente sanável, em que tudo pode acontecer, em que o Risco de motim não deve ser negligenciado.

Pela análise, mesmo muito superficial que se faça destes 37 anos, não se pode esperar que os nascidos neste período venham a erigir estátuas ou elogiar os da geração de seus pais pela forma como fizeram «evoluir» o Pais que outrora foi grande e prestigiado.

É, pois, com agrado que se vê sobressair, destes jovens, organização e vontade de restaurar Portugal retirando-o do fosso em que em vindo a ser enterrado.

PÚBLICO. 22-04-2011 Por Lusa


Indignados com o Portugal de hoje, nascidos no pós-25 de Abril de 1974 juntaram-se num manifesto contra o risco de "retrocesso civilizacional" no País, perante a "precariedade no trabalho" e o "desinvestimento" em direitos adquiridos com a Revolução.

A poucos dias das comemorações dos 37 anos da Revolução dos Cravos, mais de 60 subscritores do documento consideram que muitas das conquistas, com as quais se identificam enquanto "filhos de Abril", estão a diluir-se.

"O Inevitável é Inviável", assim se designa o manifesto, é assinado, nomeadamente, por artistas, estudantes, desempregados, activistas de direitos das mulheres e dos imigrantes e organizadores do protesto "Geração à Rasca".

O escritor José Luís Peixoto, a compositora Celina Piedade, a jurista Marta Rebelo ou o humorista Jel, dos Homens da Luta, e Tiago Gillot, do movimento Precários Inflexíveis, são alguns dos nomes que dão voz ao manifesto.

Um "grito de alerta" contra a ideia de que "só há uma saída" possível, a das políticas de austeridade, para os problemas que Portugal enfrenta, assinala à agência Lusa Lídia Fernandes, desempregada, uma das subscritoras do documento.

E que problemas Portugal enfrenta? "Tendência para 'precarizar' as relações de trabalho, diminuir o investimento no emprego, enfraquecer e desmantelar o Estado social, com cortes na saúde, educação e protecção social", enumera.

Os subscritores do manifesto reclamam alternativas, que, para a activista dos direitos das mulheres e dos imigrantes, "não podem ser no sentido de um retrocesso civilizacional e democrático" em que o País está "em risco".

É que, segundo Lídia Fernandes, existe em Portugal o perigo, "dificilmente reversível", de "um recuo grande" em termos de direitos económicos, cívicos e sociais.

Uma opinião partilhada por Miguel Cardina, outro dos subscritores do "grito de revolta" contra a situação actual do País, onde "as pessoas vivem mal".

O historiador, que integra o movimento anti-austeridade Portugal Uncut, fala num "ataque constante, muitas vezes subliminar", a "conquistas de Abril" como o emprego, a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde e teme o "agravamento das desigualdades sociais", o "perigo de alterações constitucionais", o "desmantelamento" da saúde gratuita para todos.

Por isso, defende uma "mudança política e social", que envolva toda a sociedade, porque "a democracia não é compatível com a inevitabilidade" da crise e da intervenção externa do Fundo Monetário Internacional.

João Labrincha, um dos organizadores da manifestação "Geração à Rasca", que juntou em Março milhares de portugueses nas ruas, advoga "uma renovação do espírito do 25 de Abril", até porque "muitas das coisas pelas quais as pessoas lutavam na altura continuam a ter muita actualidade" e, nalguns casos, ressalva, "tem havido alguns retrocessos", dando como exemplo a "precariedade laboral".

Licenciado em Relações Internacionais mas desempregado, Labrincha sustenta que a democracia alcançada em 1974 só ficará "completa" com "uma participação cívica mais activa". E isso, critica, tem faltado ao longo de 37 anos.


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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Risco de motim não deve ser negligenciado


Segundo notícia do Jornal de Notícias, «o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, José Manuel Anes, considera que o risco de motins em Portugal é reduzido, mas admite que pode aumentar se a situação económica e social se agravar». Convém que não sejam criadas ilusões acerca do adjectivo «reduzido» e ter presente que desta notícia ressalta que a eclosão de motins pode acontecer, e é preciso fazer uma análise permanente, dinâmica da evolução da situação, porque as probabilidades podem alterar-se a qualquer momento e é indispensável ter isso em atenção na tomada de medidas que reduzam os descontentamentos por razões económicas e sociais. Estes aspectos tornam-se demasiado melindrosos e não devem ser descurados.


Os alertas não faltam, como se vê hoje no artigo «Crise» do economista professor João César das Neves. E qualquer descuido, mesmo que aparentemente sem significado, pode ser a espoleta da explosão, como pode acontecer se o atraso do pagamento de vencimentos aos militares, neste mês, voltar a ocorrer. Neste caso, foi muito prudente e oportuna a reacção do PR ao dar audiência ao ministro da Defesa, mesmo fora das horas normais de serviço.

E dando credibilidade ao que disse o Cardeal Patriarca de Lisboa quando referiu a "alergia dos portugueses face aos partidos", conclui-se que a eventualidade da eclosão de motins não se previne apenas com palavras bonitas, que já não são levadas a sério, mas exige medidas sensatas e adequadas à situação, a fim de serenar os ânimos e criar esperança e confiança na acção positiva dos governantes.

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Alergia dos portugueses aos partidos


Transcrição de artigo com palavras ponderadas de um cidadão que, apesar de se considerar "razoavelmente bem informado e com atenção à realidade", diz que neste momento não sabe "exactamente o que se passa" em Portugal, seguido de NOTA: 

 PÚBLICO. 21.04.2011 - 00:33 Por Lusa

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, demonstrou esta quarta-feira preocupação por uma "alergia que está aí a nascer, dos portugueses em relação aos partidos", apelando ainda a que as empresas mantenham e criem novos postos de trabalho.

"Isto é um apelo muito grande aos partidos para se valorizarem culturalmente. Não podem ser arranjos de circunstância", disse D. José Policarpo no debate "Portugal - Que Futuro?", organizado pela Rádio Renascença.

D. José Policarpo defendeu como essencial para a dinamização da economia portuguesa a manutenção e criação de postos de trabalho, fazendo um apelo às empresas nesse sentido. 

"Neste momento, distribuir riqueza é garantir postos de trabalho", declarou o Cardeal Patriarca.

Descrevendo-se como um cidadão "razoavelmente bem informado e com atenção à realidade", D. José Policarpo diz que neste momento não sabe "exactamente o que se passa" em Portugal. 

"Não tenho os dados objectivos que me permitam ter um juízo pessoal do que se passa no país", declarou, apelando a uma maior intervenção na comunicação de outras figuras que não da esfera política portuguesa. 

"Neste momento é urgente que os portugueses não ouçam só o discurso político, que a própria comunicação tenha isso em conta e não gaste 90 por cento do seu tempo a veicular discurso político. Há outras pessoas da sociedade que têm coisas para dizer", ressalvou.

No que refere ao papel da Igreja, D. José Policarpo sustenta que a "vasta doutrina e pensamento adquirido" sobre "as grandes questões da sociedade" devem servir para um diálogo "com os fiéis e os cidadãos" de modo a ajudar a "identificar a realidade" do país.

NOTA: Os discursos dos políticos constituem uma barragem de embrutecimento dos cidadãos, impedindo-os de conhecer as realidades, de se interrogarem e pensarem pela própria cabeça, sendo transformados em ovelhas dóceis facilmente manipuladas pelos acólitos do poder.
Tal objectivo não se resume apenas ao cidadão comum mas engloba os políticos seguidores dos líderes, como se viu na votação da lei da rolha, na da lei de financiamento dos partidos e, recentemente, no congresso de endeusamento do «querido líder».
As palavras citadas no artigo são actuais e adequadas , devendo ser devidamente analisadas e aproveitadas como orientação do comportamento dos «responsáveis» pelo Nação.

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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Decisões difíceis de compreender


Teria sido estultícia minha se pensasse que o o post «Pensar antes de decidir» melhorasse o sentido de responsabilidade dos governantes perante situações em que está em jogo o dinheiro público que resulta dos sacrifícios dos contribuintes. Porém seria de esperar e desejável, e isso tem toda a lógica, que os políticos ao candidatarem-se e aceitarem cargos de responsabilidade possuíssem já conhecimentos de gestão e de preparação das decisões para não cometerem erros crassos como o que é traduzido na notícia seguinte:


Jornal de Notícias 20-04-2011. 01h00m Inês Schreck

Quem experimenta o novo troço da A41, entre o Picoto (Feira) e a Ermida (Valongo), corre o risco de pensar que a estrada continua fechada. Pouco mais de duas semanas após a abertura ao tráfego, a adesão dos condutores anda longe das expectativas.

Inaugurado no passado dia 1 de Abril, o troço de 33 quilómetros de auto-estrada entre o Picoto e a Ermida completa a Cintura Regional Externa do Porto (CREP). A ligação foi projectada para descongestionar o trânsito no centro do Porto, reduzindo a passagem de pesados pela Via de Cintura Interna (VCI). Mas, para já, tudo indica que os planos saíram furados.


NOTA: Há quem diga que a obsessão de construir grandes obras públicas é consequência da ambição de obter dos construtores fortes percentagens do valor dos contratos, para benefício do partido do governo, e dos que assinam o contrato. Será? Nem quero acreditar!!! Mas, efectivamente, é difícil descortinar uma eventual razão lógica. Desde há muito que se afirma que há mais auto-estradas do que as necessárias para a vida económica normal do País. Mas surgem frequentes referências às próximas construções e, atrás dessas, como a experiência leva a concluir, outras aparecerão!!!


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Brandos costumes os nossos!!!




Diário de Notícias. 17-04-2011. por Ferreira Fernandes

Em 29 de Abril 2009, uma comissão de inquérito do Senado americano ouvia as agências de «rating». Um senador quis saber como era possível elas terem dado a nota máxima (AAA) a produtos ligados ao crédito subprime quando já o mercado imobiliário colapsava. Isto é, como classificavam de excelente o que era lixo?

Raymond McDaniel, o presidente da Moody's, disse que sua agência só dera opiniões,« just opinions». E o presidente da Standard & Poor's, Deven Sharma, respondeu o mesmo: "Expressávamos a nossa opinião." Quer dizer, a aldrabice que ocasionou a maior crise económica desde 1929 foi apresentada como um simples e equivocado "lindo dia!" dito quando chove a potes lá fora...

Esta semana, saiu o relatório do Senado e lá se diz que a Moody's e a Standard & Poor's foram "o gatilho que espoletou a crise financeira." E diz também que a aldrabice não era ingénua pois dera às agências de «rating» isto: "Aumentaram a sua facturação e aumentaram a compensação paga aos seus executivos."

Foram estes opinadores que decretaram a falência de Portugal e lançaram o País numa autoflagelação danada. Esta semana, Passos Coelho encontrou um turista finlandês num restaurante. E, para ilustrar a situação em que estamos, contou aos jornalistas que o turista lhe lançou: "Espero não ser obrigado a pagar-lhe o jantar..." Fiquei espantado por nenhum jornalista ter perguntado a Passos: "E o senhor para onde mandou o finlandês?"

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Democracia exige respeito


Publico abaixo o discurso que o militante do Partido Socialista Artur Fontes, de Carregal do Sal, pretendia fazer aos delegados no último Congresso do PS, em Matosinhos, em 8-4-2011. Segundo conta, foi dos primeiros a inscrever-se para discursar e esperou para poder exercer o seu direito à palavra. Pelas 21 horas ainda não tinha sido chamado e decidiu, por isso, retirar a sua inscrição, abandonando o Congresso.


«Discurso (não lido) de Artur Fontes no XVII Congresso do PS

A saúde de uma democracia depende não apenas da estrutura das suas instituições, mas também das qualidades dos seus cidadãos», assim se lê na Enciclopedia of Philosophy. E eu acrescento: A saúde de um partido democrático, como o partido socialista, não depende apenas das suas estruturas, mas sobretudo, da qualidade dos seus membros. Só esta qualidade poderá fornecer um bom lote de dirigentes. E é «na variedade dos meios e expressões que encontraremos a unidade diversificada de uma síntese progressiva, que é o labor continuado de todos os homens de boa vontade». (Mafalda Faria Blanc). Esta boa vontade encerra em si o saber e o saber estar ao serviço sem outros fins e objectivos que não sejam apenas o servir apaixonada e desinteressadamente a Causa Pública. Isto é, imbuídos de espírito e de uma ética republicana!

Mas, para servir desta forma, necessário seria a existência de um clima de saber ouvir, e bem, para saber discernir. Foi o que faltou a este governo, cujo principal responsável foi José Sócrates. Deixou de ouvir os avisos constantes dos economistas, deixou de ouvir os avisos elegantes de Mário Soares e do próprio actual Presidente da República. Deixou de ouvir a própria Conferência Episcopal portuguesa, deixou de ouvir os avisos que a própria Drª Ferreira Leite lhe apontava acerca do défice, numa atitude de falta de humildade, deixou de ouvir os protestos dos elementos da PJ e da PSP, deixou de ouvir a sociedade civil, já para não falar das vozes discordantes e corajosas dentro do partido.

Prometeu desvairadamente a criação de 100 e tal mil postos de trabalho e o que temos são mais de 600.000 desempregados. Não atacou o enriquecimento ilícito. A despesa pública do sector público administrativo em 2003 era de 60 mil milhões de euros, actualmente são mais de 82 mil milhões. Começou com a reforma do ensino e não a acabou. Fez um braço de ferro com os professores para mais tarde ceder no que anteriormente não cedia. A Justiça, pilar importante de uma democracia e da sua credibilidade, padece de um mal crónico. Fez promessas que não cumpriu e, mais grave ainda, não pediu desculpas ao povo português, argumentando serem sempre os outros os culpados, numa fanfarronice sem escrúpulos.

Contra este estado mental já combatiam Jaime Cortesão e António Sérgio, em 1921 e escreviam na "Seara Nova" «Em democracia quem mente ao povo é réu de alta traição»!

Os nossos secretários de Estado e deputados, falavam todos à mesma voz: Propagandeavam aquilo que Sócrates dizia ser "muito importante" ou "historicamente importante", enquanto o descalabro arruinava o País. E, o partido tornou-se, assim, num veículo de propaganda governamental, à semelhança dos partidos soviéticos, apático e sem massa crítica, devido ao afastamento voluntário de muitíssimos militantes revoltados e desiludidos por verem que o partido servia uma clientela política e se transformava num centro de emprego para os boys e à cumplicidade dos dirigentes com medo de perderem os seus lugares! Esta actuação, ofuscou aquilo de bom que se fez, nomeadamente no campo das ciências ou da diplomacia.

Escrevia Rodrigues Miguéis, na "Seara Nova", nos anos 20: "Deve o estado rodear-se de gente honesta, perseguir os viciosos e expulsar os inúteis".

Sendo assim, é hora de dizermos BASTA!
O partido socialista precisa de se transformar, como escreveu Sophia Mello Breyner :
«Como casa limpa.
Como chão varrido
Como porta aberta (...)
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação.» .
(in "Revolução")

Só assim cumpriremos Portugal, no sentido dado por Miguel Torga: "O meu partido é o mapa de Portugal"!

Artur Fontes, Carregal do Sal»

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Listas podem conter «malandros»



Começam a surgir notícias de aprovação de listas partidárias de candidatos às próximas legislativas, em cumprimento do calendário estabelecido. Como cidadão eleitor, estou consciente de que, ao votar, não devo ter apenas em atenção as qualidades e os defeitos (ninguém deles está isento) do líder do partido ou de um ou outro cabeça da lista, mas devo procurar informar-me da «mais-valia» que cada um dos candidatos representa para Portugal. Não estou disposto a dar o voto a uma lista em que haja um desconhecido e, muito menos em que haja um indivíduo de quem conheça graves defeitos. Depois das últimas eleições tive conhecimento de casos que me deram cabal satisfação por ter votado em branco, pois havia nas listas candidatos com processos em tribunal por irregularidades com dinheiro público, havia um fanador de gravadores em «acção directa», etc. etc.

Por isso, será prudente que os partidos tornem públicas as «virtudes» de cada elemento da lista por forma a que os eleitores possam avaliar com alguma segurança a «mais-valia» que ele como deputado pode trazer para Portugal, em defesa dos interesses nacionais, isto é, de todos os portugueses, em aspectos de justiça social, ensino, Justiça, apoios de saúde, combate à corrupção e ao enriquecimento ilícito, ao esbanjamento, etc. 

Poderá haver quem argumente que a maior parte dos deputados não intervém e apenas se limita a levantar o braço nas votações ou aplaudir ou vaiar oradores como determina o chefe da bancada. Mas ,senso assim, levanta-se um problema mais candente o de haver deputados a mais, como já foi referido em:


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A Finlândia faz pensar


O resultado das eleições na Finlândia merece ser analisado com muita ponderação, sem preconceitos, nem partidarismos fanatizados. A extrema–direita obteve um resultado histórico e põe em causa empréstimo a Portugal, o que, não sendo agradável ao nosso País de pedintes, deve ser interpretado como uma «chicotada psicológica», nesta fase crítica do campeonato.


Trata-se de um País que tem dado exemplos de seriedade, civismo, produção e desenvolvimento social e económico, com políticos a darem exemplo de eficiência, honestidade nos gastos e humildade na vida, sem ostentação e sem sugarem o dinheiro público, manifestando sentido de responsabilidade e sentido de estado, com pleno respeito pelos cidadãos.

Esta subida da extrema-direita, poderá ser uma reacção natural ao mau serviço prestado em vários países da Europa por políticas sugadoras de energias nacionais que usaram como bandeira «chavões» socialistas que não corresponderam, na prática, a respeito pelas populações e a defesa do seu bem-estar e desenvolvimento.

A eventual recusa de ajuda a Portugal insere-se numa lógica de um País em que os seus políticos vivem modestamente, sem gastos supérfluos e que não consideram lógico estarem a privar-se do resultado do seu trabalho e boa gestão para suportar um país viciado na corrupção, no enriquecimento ilícito, nos gastos descontrolados, na manutenção de milhares de incompetentes incapazes de produzir algo de positivo e que estão encaixados em «chafaricas» inúteis, criadas só para dar salário a parasitas do poder, que endividam o País.

Com os exemplos dos nossos políticos, cria-se uma mentalidade nacional de desperdício, de vida fictícia, acima das possibilidades, que perde direito a ajuda de gente que sabe gerir a sua vida com honestidade e racionalidade.

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domingo, 17 de abril de 2011

Políticos paranóicos?!!!


A notícia PS acusa PSD de querer "usar a crise para destruir o Estado Social" leva a recordar que a Wikipédia define a paranóia como psicose que se caracteriza pelo desenvolvimento de um delírio crónico (de grandeza, de perseguição, de zelo etc.), lúcido e sistemático, dotado de uma lógica interna própria.»


É impressionante e chocante que os políticos, numa situação de crise quase fatal, em vez de ocuparem o espírito em procurar remédios para os problemas que por eles têm sido criados, brincam infantilmente com palavras vazias de conteúdo e sem a mínima utilidade para recuperar a economia nacional e o bem-estar das populações. Olham para o próprio umbigo, na desgastante loucura da campanha, sem mostrar nada de positivo, mas apenas querendo denegrir o adversário. Evidenciam as suas incompetências, de cérebro vazio de onde nada pode sair de positivo a não ser a conquista ou a manutenção dos benefícios de gangs que estiveram na origem da desertificação dos cofres do Estado, desviando o dinheiro dos impostos para os bolsos dos amigalhaços, usando os malabarismos de criar novos votos distribuindo os dinheiros públicos sob pretextos fictícios de criar centenas de funções inúteis com a simples intenção de dar salários e mordomias a amigos e assim se criar o «Estado socratino» a que se referiu Manuela Moura Guedes. 

Diz Francisco Assis que o partido concorrente quer destruir o Estado Social! Mas, afinal, explique-nos o que é o «Estado Social»? Será a injustiça social em que o País se encontra, com um fosso cada vez mais acentuado entre os mais ricos e os mais pobrtes? Será a quantidade de chafaricas sem utilidade destinadas apenas a justificar salários e mordomias aos «boys» e «girls»? Será a fundação da Cidade de Guimarães?, Será o enriquecimento rápido de Rui Pedro Soares, de Armando Vara, da família Penedos ou de muitos outros? Ou serão as reformas milionárias e acumuladas de todos (salvo eventuais excepções) os ex-políticos? Será a frequência de ministros a desautorizarem e contradizerem colegas da mesma equipa?

Mas, na ausência de ideias esclarecedoras e de estratégias para ultrapassar a crise e iniciar o desenvolvimento económico e social, os políticos usam as técnicas da publicidade para embrutecer as pessoas, turvando-lhes o espírito, com a imagem e o som das palavras que ocultarem a falta de conteúdo dos discursos. Seguem a regra de que é preciso aparecer muitas vezes e dizer qualquer coisa com um sorriso que aparente boa disposição. Sabem que, mesmo que alguém critique, é preferível isso do que nada seja dito a seu respeito.

Eles sabem que a multidão não usa o raciocínio, age por sinais e os nossos políticos têm bons técnicos de marketing a aconselhá-los!!! Veja-se as votações por unanimidade e outras por grande maioria. Veja-se a ausência de reacções a casos gritantes, a adoração ao «querido líder» apesar da incompetência que tem demonstrado e dos variados casos de suspeitas em que tem estado envolvido. 

As ovelhas pretendem apenas um pastor que as leve ao pasto, seja quem for o pastor ou qual for pasto. É preciso que apareça em frente da multidão alguém que se mostre e fale ou agite um trapo visível para as levar atrás.

O diagnóstico da doença nacional (inserido em grande parte nos artigose atrás linkados) mostra o estado aterrador em que está a sociedade e retira qualquer esperança de uma cura fácil e rápida. Como fazer a terapêutica, onde encontrar os médicos e enfermeiros?

A eliminação dos agentes parasitas será o primeiro passo, mas depois quem escolher, quem será capaz de orientar o País, passo-a-passo, no processo de restauração? E como domar as multidões a aceitarem o novo rumo, se elas estão intoxicadas por modos desonestos de arrastamento ovino?

Portugal está a precisar de um doutrinador com um esquema claro de governação criativa, inovadora, com perspectivas de futuro e de um pastor com pulso forte para meter tudo em cima dos carris que conduzem ao progresso, ao desenvolvimento, com Justiça social e decisões ajustadas. Não precisamos de vendedores de maus produtos que nada dizem de sólido nem de útil.

O País não está em momento de infantilidades nem de perder tempo com palavras vãs e tricas entre vizinhos em competição por um lugar de estacionamento.

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sábado, 16 de abril de 2011

Ministros contradizem-se


Transcrição de artigo seguida de NOTA:


Jornal de Notícias. 16-04-2011


O deputado do PSD Miguel Frasquilho e o conselheiro nacional do mesmo partido Nogueira Leite consideraram este sábado que as declarações do ministro da Presidência sobre a execução orçamental desautorizam o ministro das Finanças e baralham os portugueses.

"A situação do país é muito perplexa e as declarações do Governo sobre questões financeiras não são coerentes. Parece que existem dois responsáveis pelas Finanças, o ministro das Finanças e o ministro da Presidência", disse à agência Lusa Miguel Frasquilho.

O economista explicou que, primeiro, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, declarou que, a partir do final de Maio, Portugal não tem recursos para fazer face aos compromissos assumidos em termos de financiamento e para as despesas correntes, mas que, agora, na altura em que revelou dados preliminares sobre a execução orçamental, o ministro da Presidência, Silva Pereira, disse o contrário.

"Estas declarações não são coerentes, são contraditórias, e deixam os portugueses baralhados. Ainda por cima, numa altura em que se exigia grande transparência", realçou Frasquilho, acrescentando que a situação "nada abona para a credibilidade do país".

O deputado pediu para que "o Governo não fale a tantas vozes" e para que "não crie tanto barulho".
Por seu turno, Nogueira Leite afirmou à Lusa que "num momento tão difícil da vida colectiva dos portugueses o Governo deveria mostrar unidade e empenho, não voltando o ministro da Presidência a desmentir o ministro das Finanças em público".

O conselheiro nacional do PSD reforçou que "o ministro das Finanças não pode ser desautorizado por um ministro da Presidência" e pediu para que o Governo "mantenha a compostura".
Segundo Nogueira Leite, que disse não pretender entrar em "guerra partidária", este é "um apelo de cidadania".

Já na sexta-feira, o antigo líder do PSD Marques Mendes considerou que, ao escolher o ministro da Presidência para interlocutor com os partidos da oposição na negociação do pacote de ajuda externa, o primeiro-ministro, José Sócrates, desautorizou o ministro das Finanças.

"O ministro Teixeira dos Santos foi desautorizado de uma forma notória pelo primeiro-ministro. O que era normal é que quem fizesse a mediação entre Governo e oposições na negociação deste pacote de ajuda externa fosse o ministro das Finanças, porque é uma questão financeira", afirmou aos jornalistas em Viseu.

NOTA: Só numa equipa desorganizada um elemento desconhece as suas funções e entra na área do colega ao ponto de o desautorizar e contradizer. Um princípio sagrado é respeitar o outro tal como deseja ser respeitado por ele

Também o BE diz que algo «não bate certo» e confundem superavit com problemas de tesouraria. Bagão Félix diz que não é boa prática apresentar números avulso, quando cá estão especialistas da troica.

Tal amadorismo confrange, pois estão em jogo as nossas gotas de suor extraídas pelos impostos e pelas várias restrições de vencimentos, pensões, e condições sociais e fiscais já tradicionais

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Políticos também sujeitos à Justiça


Em países atrasados os políticos são imunes e impunes até que haja um golpe violento que causa muitas feridas na vida sócio-económica. Nos mais evoluídos, como temos visto notícias eles estão sujeitos à Justiça que é aplicada a todos os cidadãos sem discriminação. Em Portugal não há notícia de um político ser chamado a tribunal e muito menos ter sido condenado.


Na Coreia do Sul, em Agosto de 1996, foram julgados os dois ex-presidentes Roh Tae-Woo e Chun Doo Hwan por crime de corrupção, apesar de durante o desempenho dos cargos terem prestado relevantes serviços ao país no desenvolvimento que então se processou na economia nacional. O primeiro. Teve uma pena de 22 anos de prisão e o segundo, foi condenado à morte por enforcamento. Ficou provado que ali a lei é geral, aplicávekl a todos os cidadãos, não podendo os políticos ser impunes, nem estar acima da lei, da moralidae e da ética.


Há lições que devem ser aprendidas pelos poderosos mandatários e pelos respectivos mandantes que não devem temer a defesa dos seus direitos de exigir Justiça contra quem os prejudica abusando do poder e cometendo ilegalidades que lesam os interesses nacionais.

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